Author name: Dr. Marcelo Negreiros

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Calculadoras Médicas

Guia de Diluições

Voltar Guia de Diluições Aqui no MedFoco, entendemos a importância de uma administração de medicamentos precisa e segura. Por isso, criamos este guia completo de diluições, pensado especialmente para profissionais de saúde que buscam clareza e confiança na preparação de fármacos. Nosso objetivo é oferecer informações detalhadas e de fácil acesso sobre as diluições mais comuns utilizadas em diferentes contextos clínicos. A administração correta de medicamentos é essencial para garantir a eficácia terapêutica e minimizar os riscos de efeitos adversos. Neste guia, você encontrará orientações precisas para a diluição de diversas medicações, incluindo as indicações específicas para administrações intravenosa (EV) direta, contínua, e intramuscular (IM). Cada entrada foi elaborada com base nas melhores práticas e recomendações atualizadas, sempre com a segurança do paciente em mente. Explore nosso Guia de Diluições e encontre as informações que você precisa de maneira rápida e prática. No MedFoco, estamos comprometidos em apoiar sua prática clínica com conteúdos de qualidade e soluções inovadoras. Guia de Diluições Guia de Diluições Pesquisar Medicação: Bromoprida 5 mg/mL – frasco-ampola com 2 mL Administração Informação EV Direta 01 amp + 18mL de SF 0,9% ou SG 5% EV Contínua Não administrar IM Não é necessária diluição Ceftriaxona EV 500 mg + 5mL AD Ceftriaxona EV 1000 mg + 10mL AD Ceftriaxona IM 500 mg + 2mL lidocaína a 1% Ceftriaxona IM 1000 mg + 3,5mL lidocaína a 1% Administração Informação EV Direta 500mg – Não é necessária diluição 1g – Não é necessária diluição EV Contínua 2g – diluir em 40mL de SF 0,9% ou SG 5% ou AD IM 500mg – Não é necessária diluição 1g – Não é necessária diluição Ajuste de Dose Informação Clearance < 10 mL/min Máximo de 2 g/dia Dexametasona 2 mg/mL, ampola com 1 mL Dexametasona 4 mg/mL, frasco-ampola com 2,5 mL Administração Informação EV Direta Não necessita de diluição EV Contínua Diluir o medicamento em 50-100 mL de SF 0,9% ou SG 5% IM Não necessita de diluição Intra-articular Não necessita de diluição Intrassinovial Não necessita de diluição Diclofenaco 25 mg/mL – frasco-ampola com 3 mL Administração Informação EV Direta Não administrar EV Contínua Não administrar IM Não é necessária diluição Dipirona 500 mg/mL – ampola com 2 mL Administração Informação EV Direta 01 amp + 20mL de AD EV Contínua Não administrar IM Não é necessária diluição Meropeném 500mg / 1g/ 2g Administração Informação EV Direta Não é necessária diluição EV Contínua 500mg + 25mL de SF 0,9% ou SG 5%1g + 50mL de SF 0,9% ou SG 5%2g + 100mL de SF 0,9% ou SG 5% IM Não administrar Ajuste de Dose Informação Clearance > 50 mL/min Não necessita de ajuste Clearance 26-50 mL/min 500-1.000 mg EV de 12/12 horas Clearance 10-25 mL/min 250-500 mg EV de 12/12 horas Clearance < 10 mL/min 250-500 mg EV de 24/24 horas Noradrenalina 2 mg/mL – ampola com 4 mL Administração Informação EV Direta Não administrar EV Contínua 04 amp + 234mL SF 0,9% – iniciar com 10mL/h em BICConcentração: 64mcg/mL IM Não administrar Omeprazol 40mg Administração Informação EV Direta Não necessita de diluição EV Contínua Diluir 40 mg do medicamento reconstituído anteriormente em 100 mL de SF 0,9% ou SG 5% IM Não administrar Tenoxicam 20 mg ou 40 mg + ampola diluente com 2 mL Administração Informação EV Direta Não necessita de diluição EV Contínua Não administrar IM Não necessita de diluição Referências Trissel LA. Guia de bolso para fármacos injetáveis. 14a ed. Porto Alegre: Artmed, 2008. Barros E, Torriani MS, Santos L, et al. Medicamentos de A a Z. 5a ed. Porto Alegre: Artmed, 2016. Dr. Marcelo Negreiros Autor da Adaptação Deixe um comentário Cancelar resposta Conectado como Dr. Marcelo Negreiros. Edite seu perfil. Sair? Campos obrigatórios são marcados com * Message*

Guia de Intoxicação

Aroeira

Voltar Intoxicação por Aroeira A aroeira, conhecida cientificamente como Schinus terebinthifolia, é uma planta amplamente utilizada na medicina tradicional e na culinária. No entanto, é importante destacar que a exposição inadequada a essa planta pode resultar em intoxicação. A aroeira contém compostos ativos que, em certas condições, podem causar reações adversas em humanos. A intoxicação por aroeira pode ocorrer através do contato direto com a planta, inalação de seus vapores ou ingestão de suas partes, sendo mais comum em pessoas que manuseiam a planta sem as devidas precauções. Os sintomas podem variar desde irritações cutâneas até problemas gastrointestinais e reações alérgicas graves. Toxodinâmica As folhas e a casca têm resina altamente alergizante, que, aderida a partículas dispersas no ar, pode causar dermatites a distância, sem contato direto. A prevalência de sensibilização é em torno de 9% para L. molleoides e de 2% para S. terebinthifolius. A reação cutânea ocorre na presença de vários catecóis, fenóis, quinóis e resorcinóis, substâncias denominadas de “urushióis”. São extremamente lipofílicas e acumulam-se nas membranas celulares. As lesões dependem de prévia sensibilização do sistema imunológico. Reagem com proteínas da pele para formar antígenos provocando reações de hipersensibilidade, ativam as células T provocando um estado generalizado de sensibilidade cutânea. Lesões aparecem em 24-48 horas e podem durar de 2-3 semanas. Diagnóstico O diagnóstico é realizado quando há relato de exposição indireta à planta e aparecimento de lesões características. Em pacientes com história prévia de sensibilização, os sintomas tendem a ser mais intensos. Em pacientes com a presença de reação de hipersensibilidade cutânea que não tenham mencionado a exposição à árvore, o diagnóstico é de suspeição e o tratamento deve seguir o empregado em reações cutâneas de hipersensibilidade. As folhas e a casca têm resina altamente alergizante, que, aderida a partículas dispersas no ar, pode causar dermatites a distância, sem contato direto. A prevalência de sensibilização é em torno de 9% para L. molleoides e de 2% para S. terebinthifolius. A reação cutânea ocorre na presença de vários catecóis, fenóis, quinóis e resorcinóis, substâncias denominadas de “urushióis”. São extremamente lipofílicas e acumulam-se nas membranas celulares. As lesões dependem de prévia sensibilização do sistema imunológico. Reagem com proteínas da pele para formar antígenos provocando reações de hipersensibilidade, ativam as células T provocando um estado generalizado de sensibilidade cutânea. Lesões aparecem em 24-48 horas e podem durar de 2-3 semanas. O diagnóstico é realizado quando há relato de exposição indireta à planta e aparecimento de lesões características. Em pacientes com história prévia de sensibilização, os sintomas tendem a ser mais intensos. Em pacientes com a presença de reação de hipersensibilidade cutânea que não tenham mencionado a exposição à árvore, o diagnóstico é de suspeição e o tratamento deve seguir o empregado em reações cutâneas de hipersensibilidade. Quadro Clínico Dermatite de contato caracterizada por eritema, pápulas e bolhas associadas a prurido intenso, que pode persistir por vários dias. A síndrome de hipersensibilidade geralmente aparece 24-48 horas após a exposição. Geralmente, inicia em áreas expostas. Sinais e sintomas: Queimação, eritema e prurido intenso; Desenvolvimento de vesículas com conteúdo seroso; Infecção secundária local tardia, ocasionada por coçadura das lesões. Tratamento O tratamento é sintomático e de suporte. Exposição cutânea: lavar a pele com água corrente e uso de antissépticos suaves. Em caso de reação de hipersensibilidade com prurido intenso, é necessário o uso de anti-histamínicos e corticoide por um período de 5-15 dias. É importante estar atento ao aparecimento de infecção secundária local. Caso isso ocorra, o uso de antibioticoterapia está indicado. As lesões tendem a desaparecer em um intervalo de 2-3 semanas. Dermatite de contato caracterizada por eritema, pápulas e bolhas associadas a prurido intenso, que pode persistir por vários dias. A síndrome de hipersensibilidade geralmente aparece 24-48 horas após a exposição. Geralmente, inicia em áreas expostas. Sinais e sintomas: Queimação, eritema e prurido intenso; Desenvolvimento de vesículas com conteúdo seroso; Infecção secundária local tardia, ocasionada por coçadura das lesões. O tratamento é sintomático e de suporte. Exposição cutânea: lavar a pele com água corrente e uso de antissépticos suaves. Em caso de reação de hipersensibilidade com prurido intenso, é necessário o uso de anti-histamínicos e corticoide por um período de 5-15 dias. É importante estar atento ao aparecimento de infecção secundária local. Caso isso ocorra, o uso de antibioticoterapia está indicado. As lesões tendem a desaparecer em um intervalo de 2-3 semanas. Tratamento Intoxicação por Giesta Tratamento Intoxicação por Giesta Escolha o tratamento: UrticáriaInfecção Secundária Ver Resultado Referências Carvalho MG, Melo AGN, Aragão CFS, Raffin FN, Moura TFAL. Schinus terebinthifolius Raddi: chemical composition, biological properties and toxicity. Rev. Bras. Pl. Med. 2013; 15(1):158-169. Lorenzi H, Matos FJA. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas cultivadas. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2002. Matos FJA, Lorenzi H, Santos LFL, et al. Plantas Tóxicas: estudos de fitotoxicologia química de plantas brasileiras. São Paulo: Instituto Plantarum de Estudos da Flora, 2011. Nelson LS, Shih RD, Balick MJ. Handbook of poisonous and injurious plants. 2nd ed. New York: Springer, 2007. Toxina Schinus terebinthifolia A intoxicação pela aroeira (Schinus terebinthifolia) pode ocorrer em várias situações, principalmente devido ao contato direto com a planta, inalação de seus vapores ou ingestão de suas partes. Trabalhadores agrícolas, jardineiros e pessoas que manuseiam a planta sem as devidas precauções estão em maior risco de exposição. Além disso, a ingestão acidental de suas folhas, frutos ou cascas, especialmente por crianças ou animais de estimação, pode resultar em envenenamento. Reações alérgicas também são comuns em pessoas sensíveis à planta, podendo causar irritações cutâneas, problemas respiratórios e sintomas gastrointestinais. Dr. Marcelo Negreiros Autor da Adaptação Deixe um comentário Cancelar resposta Conectado como Dr. Marcelo Negreiros. Edite seu perfil. Sair? Campos obrigatórios são marcados com * Message*

Guia de Intoxicação

Giesta

Voltar Intoxicação por Giesta A giesta, conhecida cientificamente como Spartium junceum, é uma planta ornamental amplamente encontrada em várias regiões temperadas do mundo. Apesar de sua aparência atraente, essa planta contém compostos tóxicos que podem causar sérias complicações em humanos e animais. A intoxicação por giesta ocorre principalmente através da ingestão de suas partes, especialmente as sementes e as flores, que contêm alcaloides tóxicos como a citisina, a sparteína e a ammodendrina. Esses alcaloides podem interferir no sistema nervoso central, causando uma variedade de sintomas clínicos que variam desde náuseas e vômitos até arritmias cardíacas e convulsões. Toxodinâmica Todas as partes da planta contêm alcaloides de quinolizidina, tais como citisina, esparteína e isosparteína. A citisina atua agonicamente nos receptores de acetilcolina (colinérgicos); ela é um agonista parcial dos receptores nicotínicos a4b2. Tais alcaloides têm efeitos diversos, dependendo da dose administrada e da duração da exposição. Toxicocinética: A nicotina e os alcaloides semelhantes à nicotina são prontamente absorvidos por todas as vias de exposição e são rápida e amplamente distribuídos, atravessando facilmente a barreira hematoencefálica e a placenta, sendo livremente distribuídos no leite materno. O metabolismo ocorre predominantemente no fígado, seguido de rápida eliminação renal. Dose tóxica: Sintomas gastrointestinais podem ocorrer com a ingestão de uma a duas sementes. Não há relatos na literatura de sintomas neurológicos graves associados a ingestão abaixo de oito sementes. Diagnóstico O diagnóstico é feito baseado na suspeita de ingestão (que geralmente ocorre em crianças, de maneira acidental) associado à presença de sintomas compatíveis com a síndrome nicotínica, já descritos acima. Não há exames laboratoriais específicos nem dosagem de toxinas realizados rotineiramente que auxiliem no diagnóstico. Todas as partes da planta contêm alcaloides de quinolizidina, tais como citisina, esparteína e isosparteína. A citisina atua agonicamente nos receptores de acetilcolina (colinérgicos); ela é um agonista parcial dos receptores nicotínicos a4b2. Tais alcaloides têm efeitos diversos, dependendo da dose administrada e da duração da exposição. Toxicocinética: A nicotina e os alcaloides semelhantes à nicotina são prontamente absorvidos por todas as vias de exposição e são rápida e amplamente distribuídos, atravessando facilmente a barreira hematoencefálica e a placenta, sendo livremente distribuídos no leite materno. O metabolismo ocorre predominantemente no fígado, seguido de rápida eliminação renal. Dose tóxica: Sintomas gastrointestinais podem ocorrer com a ingestão de uma a duas sementes. Não há relatos na literatura de sintomas neurológicos graves associados a ingestão abaixo de oito sementes. O diagnóstico é feito baseado na suspeita de ingestão (que geralmente ocorre em crianças, de maneira acidental) associado à presença de sintomas compatíveis com a síndrome nicotínica, já descritos acima. Não há exames laboratoriais específicos nem dosagem de toxinas realizados rotineiramente que auxiliem no diagnóstico. Quadro Clínico Após a exposição aguda, os sintomas geralmente seguem um padrão bifásico. A fase inicial consiste na estimulação colinérgica nicotínica, resultando em sintomas como dor abdominal, hipertensão, taquicardia e tremores. A segunda fase inibitória é atrasada e muitas vezes anunciada por hipotensão, bradicardia e dispneia, levando finalmente ao coma e à insuficiência respiratória. A clínica varia dependendo da dose, da via de exposição e do tempo decorrido. Sintomas: Gastrointestinais: Os primeiros sintomas aparecem por volta do momento da ingestão e consistem em leve irritação da mucosa oral e faríngea, hipersalivação e vômitos. A dor abdominal e a diarreia são resultado da estimulação parassimpática; Neurológicos: Nos casos mais graves, surgem manifestações neurológicas (midríase, cefaleia, delirium, confusão mental e convulsões); Casos graves (ingestão maciça – mais de oito sementes): Hipotonia, paralisia muscular, hipotensão, bradicardia, coma e insuficiência respiratória, podendo levar à morte do paciente. Tratamento O manejo do paciente vai depender do tipo de exposição, da quantidade ingerida e dos sintomas associados. Pacientes assintomáticos: Devem permanecer seis horas em observação e, após esse período, podem receber alta; Sintomas gastrointestinais leves: Dor abdominal, náuseas e vômitos devem ser tratados com sintomáticos tais como analgésicos, antieméticos e antiespasmóticos, assim como correção de distúrbios hidroleletrolíticos e hidratação adequada; Sintomas neurológicos/nicotínicos intensos: Na presença de convulsões, tremores e fasciculações musculares, pode ser necessário o uso de benzodiazepínicos. Atenção à rabdomiólise, hipercalemia e alterações de função renal; Paralisia diafragmática e asfixia: Na presença de esforço respiratório, dessaturação e sinais de insuficiência respiratória, o paciente deve ter sua via aérea protegida e receber assistência ventilatória até que sua função muscular seja restabelecida. Após a exposição aguda, os sintomas geralmente seguem um padrão bifásico. A fase inicial consiste na estimulação colinérgica nicotínica, resultando em sintomas como dor abdominal, hipertensão, taquicardia e tremores. A segunda fase inibitória é atrasada e muitas vezes anunciada por hipotensão, bradicardia e dispneia, levando finalmente ao coma e à insuficiência respiratória. A clínica varia dependendo da dose, da via de exposição e do tempo decorrido. Sintomas: Gastrointestinais: Os primeiros sintomas aparecem por volta do momento da ingestão e consistem em leve irritação da mucosa oral e faríngea, hipersalivação e vômitos. A dor abdominal e a diarreia são resultado da estimulação parassimpática; Neurológicos: Nos casos mais graves, surgem manifestações neurológicas (midríase, cefaleia, delirium, confusão mental e convulsões); Casos graves (ingestão maciça – mais de oito sementes): Hipotonia, paralisia muscular, hipotensão, bradicardia, coma e insuficiência respiratória, podendo levar à morte do paciente. O manejo do paciente vai depender do tipo de exposição, da quantidade ingerida e dos sintomas associados. Pacientes assintomáticos: Devem permanecer seis horas em observação e, após esse período, podem receber alta; Sintomas gastrointestinais leves: Dor abdominal, náuseas e vômitos devem ser tratados com sintomáticos tais como analgésicos, antieméticos e antiespasmóticos, assim como correção de distúrbios hidroleletrolíticos e hidratação adequada; Sintomas neurológicos/nicotínicos intensos: Na presença de convulsões, tremores e fasciculações musculares, pode ser necessário o uso de benzodiazepínicos. Atenção à rabdomiólise, hipercalemia e alterações de função renal; Paralisia diafragmática e asfixia: Na presença de esforço respiratório, dessaturação e sinais de insuficiência respiratória, o paciente deve ter sua via aérea protegida e receber assistência ventilatória até que sua função muscular seja restabelecida. Tratamento Intoxicação por Giesta Tratamento Intoxicação por Giesta Escolha o tratamento: Sintomas GastrointestinaisSintomas Neurológicos Ver Resultado Referências Abreu-Matos F J. Plantas tóxicas: estudo de fitotoxidade química de plantas brasileiras. São Paulo: Instituto Plantarum de Estudos da Flora, 2011. Lorenzi H, Abreu-Matos FJ. Plantas medicinais no Brasil: nativas

Guia de Zoonoses

Criptococose

Criptococose A criptococose é uma micose sistêmica grave causada por fungos encapsulados do gênero Cryptococcus, que acomete principalmente pacientes imunossuprimidos, como portadores do HIV/Aids. É uma zoonose de importância crescente, principalmente em centros urbanos, e frequentemente se manifesta como meningoencefalite. O fungo está presente em excretas de aves, especialmente pombos, e pode permanecer viável por anos no ambiente. A infecção ocorre por inalação de esporos, sendo muitas vezes assintomática em indivíduos imunocompetentes, mas potencialmente fatal em imunodeprimidos. Agente Etiológico Cryptococcus neoformans O principal agente é o fungo Cryptococcus neoformans, responsável pela maioria dos casos humanos, especialmente em pacientes com imunodeficiência. Outra espécie relevante é o Cryptococcus gattii, que tende a afetar pessoas imunocompetentes e está mais associado a regiões tropicais. Ambas as espécies são fungos leveduriformes encapsulados, com cápsula polissacarídica que confere resistência à fagocitose e é uma das principais responsáveis pela virulência. Epidemiologia A criptococose é uma doença de distribuição mundial, com maior prevalência em regiões tropicais e subtropicais. No Brasil, representa uma das principais infecções oportunistas associadas ao HIV, sendo considerada uma infecção definidora de Aids. Incidência: Em países com alta prevalência de HIV, estima-se que 6% a 10% dos pacientes com Aids apresentem criptococose. Prevalência: Dados apontam para mais de 220 mil casos anuais no mundo, com alta carga na África Subsaariana e América Latina. Mortalidade: Pode chegar a 70% em países em desenvolvimento, especialmente nos casos de meningoencefalite não tratada. Morbidade: Elevada, devido à necessidade de internações prolongadas, complicações neurológicas e recidivas. Perfil do paciente típico: Indivíduos com HIV não tratado ou com contagem de CD4 < 100 células/mm³, transplantados, pacientes com neoplasias hematológicas ou em uso prolongado de corticoides. Em áreas endêmicas de C. gattii, pode ocorrer em pessoas previamente saudáveis. Principais Reservatórios Fezes de pombos (Columba livia): principal fonte ambiental de C. neoformans; os fungos podem permanecer viáveis por longos períodos em ninhos, telhados, forros e torres de igrejas. Árvores e madeira em decomposição, especialmente espécies como eucaliptos, associadas ao C. gattii. A transmissão ocorre exclusivamente por inalação de leveduras ou basidiósporos dispersos no ar a partir desses reservatórios. Não há transmissão de pessoa para pessoa nem entre animais e pessoas diretamente. Ciclo de Vida O Cryptococcus possui um ciclo reprodutivo que inclui formas sexuadas (basidiósporos) e assexuadas (leveduras). No ambiente, vive na forma haploide e, após reprodução sexuada, forma esporos que são liberados no ar. Ao serem inalados, esses esporos atingem os alvéolos pulmonares, onde se transformam em leveduras encapsuladas e podem se disseminar pelo sangue, principalmente para o sistema nervoso central. Quadro Clínico A criptococose pode se apresentar de forma pulmonar, cutânea ou disseminada, sendo a meningoencefalite a manifestação mais grave e frequente. O início dos sintomas costuma ser insidioso e, em imunossuprimidos, pode ocorrer rápida progressão. A gravidade depende da carga fúngica, do estado imunológico e da resposta inflamatória do hospedeiro. Forma Pulmonar (Criptococose Pulmonar) 🫁 A infecção geralmente se inicia nos pulmões após a inalação de esporos do fungo. Na maioria dos casos, indivíduos imunocompetentes desenvolvem uma resposta eficaz contra a infecção, podendo permanecer assintomáticos ou apresentar sintomas leves e autolimitados. Já em pacientes imunossuprimidos, a infecção pode evoluir para formas graves. Os principais sintomas incluem: Tosse seca ou produtiva Dor torácica Febre baixa e persistente Dispneia (falta de ar) Fadiga e mal-estar geral Em exames de imagem, a criptococose pulmonar pode se manifestar como nódulos pulmonares, infiltrações difusas ou lesões cavitárias, muitas vezes confundidas com tuberculose ou outras pneumonias. Forma Neurológica (Meningoencefalite Criptocócica) 🧠 A meningoencefalite criptocócica é a forma mais grave e comum da doença, principalmente em pacientes com imunossupressão, como pessoas vivendo com HIV/AIDS, transplantados e indivíduos em tratamento com imunossupressores. Os sintomas clássicos incluem: Cefaleia intensa e persistente Febre moderada a alta Rigidez de nuca (sinal de irritação meníngea) Alteração do nível de consciência (confusão mental, letargia, sonolência ou coma em casos avançados) Fotofobia (sensibilidade à luz) Náuseas e vômitos de origem neurológica Convulsões (em casos mais avançados ou em pacientes com hipertensão intracraniana) A evolução da doença pode ser insidiosa, com sintomas leves no início, levando a um atraso no diagnóstico. Em alguns casos, a meningite criptocócica pode apresentar uma progressão rápida, resultando em complicações neurológicas graves e risco de morte se não tratada adequadamente. Forma cutânea Decorre geralmente de disseminação hematogênica, mas em raros casos pode ser primária por inoculação direta. Frequentemente é o primeiro sinal visível de doença sistêmica. Sinais e sintomas: Lesões papulonodulares ou pustulosas Úlceras ou lesões com crostas Lesões que simulam molusco contagioso ou acne Localizadas em face, pescoço, tronco ou membros Forma Disseminada (Criptococose Sistêmica) 🩸 Quando o fungo se espalha para outros órgãos além dos pulmões e do sistema nervoso central, a criptococose se torna sistêmica. Essa forma é mais comum em pacientes imunossuprimidos e pode afetar diversos tecidos, incluindo a pele, ossos, fígado e rins. Os sintomas variam de acordo com os órgãos acometidos: Pele: Lesões nodulares ou ulcerativas, semelhantes ao molusco contagioso Ossos e articulações: Dor óssea, inflamação articular e destruição óssea em casos mais graves Fígado e rins: Insuficiência hepática ou renal em casos raros Pacientes com criptococose disseminada podem apresentar um quadro de sepse fúngica, caracterizado por febre alta, hipotensão, alterações do estado mental e falência de múltiplos órgãos, exigindo tratamento intensivo imediato. A infecção geralmente se inicia nos pulmões após a inalação de esporos do fungo. Na maioria dos casos, indivíduos imunocompetentes desenvolvem uma resposta eficaz contra a infecção, podendo permanecer assintomáticos ou apresentar sintomas leves e autolimitados. Já em pacientes imunossuprimidos, a infecção pode evoluir para formas graves. Os principais sintomas incluem: Tosse seca ou produtiva Dor torácica Febre baixa e persistente Dispneia (falta de ar) Fadiga e mal-estar geral Em exames de imagem, a criptococose pulmonar pode se manifestar como nódulos pulmonares, infiltrações difusas ou lesões cavitárias, muitas vezes confundidas com tuberculose ou outras pneumonias. A meningoencefalite criptocócica é a forma mais grave e comum da doença, principalmente em pacientes com imunossupressão, como pessoas vivendo com HIV/AIDS, transplantados e indivíduos em tratamento com imunossupressores. Os sintomas clássicos incluem: Cefaleia intensa

Atlas de Histologia

Células Espumosas

Voltar Celula Espumosa As células espumosas, também conhecidas como células de espuma, são macrófagos que ingeriram grandes quantidades de lipídios, especialmente colesterol, resultando em um citoplasma cheio de vacúolos lipidicos. Esses vacúolos dão à célula uma aparência espumosa característica, daí seu nome. Células espumosas desempenham um papel central na formação de placas ateroscleróticas nas paredes das artérias, sendo um componente crucial no desenvolvimento de doenças cardiovasculares, como a aterosclerose. A formação de células espumosas ocorre quando macrófagos englobam lipoproteínas de baixa densidade (LDL) modificadas, levando a uma acumulação excessiva de colesterol. Este processo é desencadeado por diversos fatores, incluindo dietas ricas em gorduras, inflamação crônica e predisposição genética. A presença de células espumosas nas placas ateroscleróticas contribui para a inflamação e o estreitamento das artérias, aumentando o risco de eventos cardiovasculares, como infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral. Função As células espumosas desempenham um papel crucial, mas prejudicial, na formação de placas ateroscleróticas dentro das artérias. Sua principal função é a fagocitose de lipídios, especialmente colesterol, que resulta na sua característica aparência “espumosa”. Ao englobarem lipoproteínas de baixa densidade (LDL) modificadas, essas células se acumulam na parede das artérias, contribuindo para o desenvolvimento e progressão da aterosclerose. Essas células são geradas principalmente a partir de macrófagos que, ao ingerirem grandes quantidades de lipídios, se transformam em células espumosas. A presença dessas células na placa aterosclerótica causa inflamação local e contribui para o estreitamento das artérias, aumentando o risco de doenças cardiovasculares como infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral. Imagem 01 Imagem 02 Imagem 03 Imagem 04 Imagem 01 Microscopia Eletrônica: Podemos observar uma célula de espumosa em aproximação. Note as múltiplas vesículas de colesterol que esse macrófago está carregando. Imagem 02 Microscopia Óptica: Uma visualização simples de várias células espumosas. Essa lâmina é de uma zona de infarto antigo, onde os macrófagos se acumularam e é um exemplo de esteatose por absorção de macrófagos. Imagem 03 Microscopia Óptica: Em evidência algumas células espumosas. Ela possui um citoplasma mais claro e repleto de vacúolos de gordura. Imagem 04 Microscopia Óptica: Em evidência uma célula espumosa com outros leucócitos ao redor. Ela é notavelmente maior que os linfócitos e monócitos presentes e seu citoplasma está repleto de vacúolos de gordura. Microscopia Eletrônica: Podemos observar uma célula de espumosa em aproximação. Note as múltiplas vesículas de colesterol que esse macrófago está carregando. Microscopia Óptica: Uma visualização simples de várias células espumosas. Essa lâmina é de uma zona de infarto antigo, onde os macrófagos se acumularam e é um exemplo de esteatose por absorção de macrófagos. Microscopia Óptica: Em evidência algumas células espumosas. Ela possui um citoplasma mais claro e repleto de vacúolos de gordura. Microscopia Óptica: Em evidência uma célula espumosa com outros leucócitos ao redor. Ela é notavelmente maior que os linfócitos e monócitos presentes e seu citoplasma está repleto de vacúolos de gordura. As células espumosas, sob um microscópio óptico, aparecem como células grandes com um citoplasma “espumoso”, cheio de vacúolos de lipídios. Estes vacúolos são gotas de gordura que os macrófagos ingeriram. Sob colorações específicas, como a coloração de óleo vermelho O ou Sudan IV, as células espumosas se destacam pela presença de lipídios. No microscópio eletrônico, a visualização é ainda mais detalhada. Podemos ver a estrutura interna dos vacúolos lipídicos, a membrana celular e outros componentes celulares com precisão. Os vacúolos aparecem como áreas claras dentro do citoplasma denso e esponjoso da célula. Referências Gutierrez, P. S. (2022). Foam Cells in Atherosclerosis. Arq. Bras. Cardiol., 119(4), 542-543. https://doi.org/10.36660/abc.20220659 Corrêa-Camacho, C. R., Dias-Melicio, L. A., & Soares, A. M. V. C. (2022). Aterosclerose, uma resposta inflamatória. Repositório RACS. https://repositorio-racs.famerp.br/racs_ol/vol-14-1/ID205.pdf SciELO Brasil. (2022). Células Espumosas na Aterosclerose. Arq. Bras. Cardiol. https://www.scielo.br/j/abc/a/FSPwyLn483x3pxhbxjg37Yx/ Dr. Marcelo Negreiros Autor do Artigo Deixe um comentário Cancelar resposta Conectado como Dr. Marcelo Negreiros. Edite seu perfil. Sair? Campos obrigatórios são marcados com * Message*

Atlas de Histologia

Células de Merkel

Voltar Células de Merkel As células de Merkel, descobertas por Friedrich Sigmund Merkel em 1875, são células sensoriais especializadas localizadas na pele e em algumas membranas mucosas. Elas desempenham um papel crucial na percepção tátil, especialmente em áreas sensíveis como as pontas dos dedos e os lábios. Estas células são parte do sistema mecanorreceptor da pele e estão intimamente associadas a terminações nervosas, formando complexos de células de Merkel-neurite. A função exata dessas células ainda é objeto de intensa pesquisa, mas sabe-se que elas são essenciais para a discriminação de textura e a detecção de formas e bordas de objetos. Função As células de Merkel têm um papel crucial na função sensorial da pele, particularmente na percepção do toque. Elas são mecanorreceptores, o que significa que são capazes de detectar estímulos mecânicos. Localizadas principalmente nas camadas basais da epiderme, associam-se estreitamente às terminações nervosas, formando complexos de células de Merkel-neurite. Essas células são responsáveis pela detecção de formas, texturas e bordas dos objetos, permitindo uma discriminação tátil refinada. A informação sensorial capturada pelas células de Merkel é transmitida ao sistema nervoso central, onde é processada e interpretada. Imagem 01 Imagem 02 Imagem 03 Imagem 04 Imagem 01 Microscopia Eletrônica: Podemos observar uma célula de Merkel isolada. Na ultraestrutura, o citoplasma parece claro, mas contém grânulos pequenos, esféricos, de centro escuro (densos em elétrons), de 80-120 nm. Também mostra filamentos escuros, curtos e paralelos. O retículo endoplasmático é grande, assim como o Golgi, demonstrando síntese e secreção. O núcleo é lobulado com reentrâncias profundas e paralelo à superfície do epitélio. A cromatina parece pouco condensada, o que implica altas taxas de transcrição . Um ou dois nucléolos são vistos . O citoplasma emite processos em forma de dedo ou espigão em direção à epiderme, que se interdigitam com os queratinócitos circundantes através de desmossomos .​ Aqui existem numerosas junções estreitas do tipo desmossoma. Imagem 02 Microscopia Óptica: Esta coloração por imuno-histoquímica evidencia uma célula de Merkel. As células táteis de Merkel com coloração usual são difíceis de distinguir devido ao seu citoplasma claro (se confundem com Melanócitos ou Células de Langerhans). Essas células, com comprimento de 15-20 μm, são maiores que as outras células epiteliais que as circundam. Eles mostram um grande núcleo vesicular paralelo à superfície do epitélio. Eles são vistos especialmente perto do estrato basal da epiderme e perto dos folículos pilosos . Abaixo da célula de Merkel existe um “menisco tátil”, um disco côncavo-convexo, contínuo com uma fibrila nervosa. A mielina da fibrila cessa antes de chegar à fileira epidérmica mais baixa. ​São facilmente distinguíveis por imuno-histoquímica e microscopia confocal. Imagem 03 Microscopia Óptica: Aqui temos um corte histológico de pele corado por imunofluorecência. Os pontos em vermelho são complexos de células de merkel. Imagem 04 Microscopia Óptica: Corte histológico de pele. Nessa imagem podemos observar algumas células com citoplasma claro na camada basal da epiderme (setas). Normalmente essas células são classificadas como melanócitos mas algumas delas podem ser células de merkel ja que, como dito na legenda de imagem 2, não conseguimos diferencia-las por metodos convencionais. Microscopia Eletrônica: Podemos observar uma célula de Merkel isolada. Na ultraestrutura, o citoplasma parece claro, mas contém grânulos pequenos, esféricos, de centro escuro (densos em elétrons), de 80-120 nm. Também mostra filamentos escuros, curtos e paralelos. O retículo endoplasmático é grande, assim como o Golgi, demonstrando síntese e secreção. O núcleo é lobulado com reentrâncias profundas e paralelo à superfície do epitélio. A cromatina parece pouco condensada, o que implica altas taxas de transcrição . Um ou dois nucléolos são vistos . O citoplasma emite processos em forma de dedo ou espigão em direção à epiderme, que se interdigitam com os queratinócitos circundantes através de desmossomos .​ Aqui existem numerosas junções estreitas do tipo desmossoma. Microscopia Óptica: Esta coloração por imuno-histoquímica evidencia uma célula de Merkel. As células táteis de Merkel com coloração usual são difíceis de distinguir devido ao seu citoplasma claro (se confundem com Melanócitos ou Células de Langerhans). Essas células, com comprimento de 15-20 μm, são maiores que as outras células epiteliais que as circundam. Eles mostram um grande núcleo vesicular paralelo à superfície do epitélio. Eles são vistos especialmente perto do estrato basal da epiderme e perto dos folículos pilosos . Abaixo da célula de Merkel existe um “menisco tátil”, um disco côncavo-convexo, contínuo com uma fibrila nervosa. A mielina da fibrila cessa antes de chegar à fileira epidérmica mais baixa. ​São facilmente distinguíveis por imuno-histoquímica e microscopia confocal. Microscopia Óptica: Aqui temos um corte histológico de pele corado por imunofluorecência. Os pontos em vermelho são complexos de células de merkel. Microscopia Óptica: Corte histológico de pele. Nessa imagem podemos observar algumas células com citoplasma claro na camada basal da epiderme (setas). Normalmente essas células são classificadas como melanócitos mas algumas delas podem ser células de merkel ja que, como dito na legenda de imagem 2, não conseguimos diferencia-las por metodos convencionais. As células de Merkel podem ser vistas no microscópio usando técnicas específicas de coloração. Sob o microscópio óptico, elas aparecem como células ovaladas ou em forma de disco na camada basal da epiderme, frequentemente associadas a terminações nervosas. Usando imuno-histoquímica, que envolve a coloração com anticorpos específicos, as células de Merkel podem ser identificadas com maior precisão graças à presença de marcadores específicos, como o citoqueratina 20 (CK20). No microscópio eletrônico, a estrutura interna das células de Merkel é ainda mais detalhada, revelando grânulos densos nas suas membranas e sua íntima associação com os nervos. Referências Resnick, B. (2017). Middle Range Nursing Theory of Self-Efficacy. In S. J. Peterson & T. S. Bredow (Eds.), Middle Range Theories: Application to Nursing Research and Practice (5th ed., pp. 223-223). Lippincott Williams & Wilkins. Bandura, A. (1997). Self-Efficacy: The Exercise of Control. W. H. Freeman and Company. Lee, J., & Noh, D. (2021). Factors Associated With Self-Care Among Patients Receiving Hemodialysis: A Cross-Sectional Observational Study. Research and Theory for Nursing Practice, 35(2), RTNP-D-20-00042. Quem Descobriu? Dr. Friedrich Sigmund Merkel Friedrich Sigmund Merkel (1845-1919) foi um anatomista e histopatologista alemão renomado do final do século XIX. Ele é

Teorias da Enfermagem

Teoria da Autoeficácia

Teoria da Autoeficácia A Teoria da Autoeficácia, desenvolvida por Barbara Resnick, oferece uma perspectiva essencial para a prática da enfermagem, concentrando-se na capacidade dos indivíduos de acreditar em suas próprias habilidades para realizar ações necessárias e atingir metas específicas de saúde e bem-estar. Resnick baseou sua teoria na premissa de que a autoeficácia, ou a crença na própria capacidade de executar comportamentos para alcançar objetivos, é um fator determinante para a promoção da saúde e a recuperação de doenças. Resnick identifica que a autoeficácia influencia diretamente as escolhas de comportamento, a persistência diante de desafios e a resiliência em situações adversas. Em contextos de saúde, a teoria sugere que os enfermeiros devem atuar como facilitadores, promovendo a autoeficácia dos pacientes através de apoio, encorajamento e educação. Isso inclui ajudar os pacientes a definir metas realistas, oferecer feedback positivo e criar oportunidades para o sucesso. Fundamentos A Teoria da Autoeficácia, proposta por Albert Bandura, se baseia na ideia de que a crença de uma pessoa na sua capacidade de executar comportamentos necessários para produzir resultados específicos afeta suas ações, motivações e níveis de estresse. Esses são os pilares dessa teoria: Experiências de domínio: Sucessos anteriores aumentam a confiança na autoeficácia, enquanto fracassos a reduzem. Experiências vicárias: Observar alguém semelhante a si mesmo tendo sucesso pode aumentar a autoeficácia. Persuasão verbal: Encorajamento e feedback positivo de outros podem fortalecer a crença na própria capacidade. Estados fisiológicos e emocionais: Níveis de estresse e emoções positivas ou negativas podem influenciar a autoeficácia. Impáctos na Prática A Teoria da Enfermagem de Barbara Resnick, que se baseia na Teoria da Autoeficácia, tem vários impactos práticos no campo da enfermagem: Melhoria na qualidade do atendimento: Enfermeiros que acreditam em suas próprias capacidades são mais propensos a implementar práticas baseadas em evidências, resultando em melhores cuidados aos pacientes. Promoção da saúde preventiva: Profissionais com alta autoeficácia são mais eficazes na educação dos pacientes sobre a importância de hábitos saudáveis, promovendo a prevenção de doenças. Redução do estresse ocupacional: A crença na própria capacidade ajuda a reduzir o estresse e a ansiedade, aumentando a resiliência dos profissionais de enfermagem diante de situações desafiadoras. Maior aderência a protocolos e procedimentos: A autoeficácia facilita a confiança dos enfermeiros na execução de protocolos e procedimentos padrão, garantindo segurança e eficácia no cuidado. Capacitação contínua: Enfermeiros com alta autoeficácia estão mais dispostos a buscar educação continuada e treinamentos, aprimorando constantemente suas habilidades e conhecimentos. Esses impactos combinados resultam em um ambiente de trabalho mais positivo e produtivo, além de contribuir para melhores resultados de saúde para os pacientes. Desafios e Limitações Embora a Teoria da Autoeficácia de Bandura (e adaptada por Barbara Resnick) ofereça muitas vantagens, ela não é isenta de desafios e limitações na prática: Variabilidade individual: Nem todos respondem da mesma maneira aos métodos de fortalecimento da autoeficácia. Fatores como personalidade, experiências passadas e suporte social podem influenciar a eficácia das intervenções. Contexto específico: A aplicabilidade da autoeficácia pode variar em diferentes contextos e situações. O que funciona bem em um ambiente de cuidados intensivos pode não ser tão eficaz em cuidados domiciliares, por exemplo. Medida subjetiva: A autoeficácia é uma crença subjetiva e pode ser difícil de medir com precisão. Autoavaliações podem ser influenciadas por fatores emocionais e de autoestima. Tempo e recursos: Promover a autoeficácia de forma eficaz pode exigir tempo e recursos consideráveis para treinamento e suporte contínuo, algo que nem todas as instituições de saúde podem fornecer. Dependência de experiências prévias: A construção da autoeficácia baseia-se em experiências de sucesso anteriores. Profissionais de enfermagem mais jovens ou menos experientes podem lutar para desenvolver uma autoeficácia sólida sem um histórico de sucessos. Esses desafios não diminuem a importância da Teoria da Autoeficácia, mas destacam a necessidade de abordagens complementares e personalizadas na prática de enfermagem. Quem Criou? Enf. Barbara Resnick Barbara Resnick é uma renomada enfermeira, pesquisadora e mentora na área de gerontologia. Ela é Professora e Cadeira Sonya Ziporkin Gershowitz em Gerontologia na Escola de Enfermagem da Universidade de Maryland. Resnick desenvolveu a abordagem de Cuidado Focado na Função (Function-Focused Care), que visa ajudar os idosos a manterem sua mobilidade e realizar atividades diárias, promovendo a saúde e prevenindo declínios funcionais. Ela também é conhecida por seu trabalho em pesquisa sobre exercício e mobilidade, e tem contribuído significativamente para a educação e prática clínica em cuidados geriátricos. Resnick foi presidente da American Geriatrics Society e recebeu vários prêmios por suas contribuições à saúde e bem-estar dos idosos. Referências Resnick, B. (2017). Middle Range Nursing Theory of Self-Efficacy. In S. J. Peterson & T. S. Bredow (Eds.), Middle Range Theories: Application to Nursing Research and Practice (5th ed., pp. 223-223). Lippincott Williams & Wilkins. Bandura, A. (1997). Self-Efficacy: The Exercise of Control. W. H. Freeman and Company. Lee, J., & Noh, D. (2021). Factors Associated With Self-Care Among Patients Receiving Hemodialysis: A Cross-Sectional Observational Study. Research and Theory for Nursing Practice, 35(2), RTNP-D-20-00042. Deixe um comentário Cancelar resposta Conectado como Dr. Marcelo Negreiros. Edite seu perfil. Sair? Campos obrigatórios são marcados com * Message* Também pode te interessar… Teorias da Enfermagem Teoria da Autoeficácia Dr. Marcelo Negreiros novembro 1, 2024 Teorias da Enfermagem Teoria das Transições Dr. Marcelo Negreiros novembro 1, 2024 Teorias da Enfermagem Teoria do Ser Humano Unitário Dr. Marcelo Negreiros novembro 1, 2024 Teorias da Enfermagem Teoria da Saúde como Consciência Expandida Dr. Marcelo Negreiros outubro 31, 2024

Teorias da Enfermagem

Teoria das Transições

Teoria das Transições A Teoria das Transições, desenvolvida pela renomada enfermeira e teórica Afaf Meleis, é uma das abordagens mais significativas e práticas da enfermagem contemporânea. Esta teoria foca na compreensão e gerenciamento das transições que indivíduos e grupos enfrentam ao longo de suas vidas, especialmente nos contextos de saúde e doença. Meleis identificou que as transições, sejam elas de saúde, desenvolvimento, situacionais ou organizacionais, são momentos críticos que afetam o bem-estar das pessoas e requerem intervenções específicas de enfermagem. Meleis propõe que os enfermeiros têm um papel fundamental em facilitar essas transições, ajudando os pacientes e suas famílias a se adaptarem às novas situações, promovendo a saúde e prevenindo complicações. A Teoria das Transições enfatiza a importância de reconhecer os sinais de transição, avaliar os padrões e identificar as estratégias necessárias para apoiar os indivíduos durante essas fases críticas. Fundamentos A Teoria das Transições de Afaf Meleis baseia-se nos seguintes fundamentos: Natureza das Transições: Meleis identifica que as transições podem ser de diversos tipos, incluindo transições de saúde/doença, desenvolvimento, situacionais e organizacionais. Cada tipo de transição possui características e necessidades específicas. Indicadores de Transição: Reconhecimento de sinais que indicam uma transição, como alterações no estado de saúde, mudanças de papel social ou eventos significativos da vida. Padrões de Resposta: Análise de como os indivíduos respondem às transições, incluindo aspectos emocionais, comportamentais e psicológicos. A compreensão desses padrões ajuda a identificar intervenções adequadas. Facilitadores e Barreiras: Identificação de fatores que facilitam ou impedem a adaptação durante as transições. Facilitadores incluem apoio social e acesso a recursos, enquanto barreiras podem ser estressores adicionais ou falta de suporte. Intervenções de Enfermagem: Estratégias específicas que enfermeiros podem usar para ajudar os pacientes a lidar com as transições, promovendo a adaptação, o bem-estar e a autonomia. Isso inclui educação, aconselhamento e apoio emocional. Resultados Esperados: Foco em resultados positivos, como a melhoria na qualidade de vida, maior independência e adaptação bem-sucedida às novas circunstâncias. Esses fundamentos destacam a importância de um cuidado adaptativo e holístico, proporcionando um suporte contínuo e centrado no paciente durante as mudanças significativas da vida. Impáctos na Prática A Teoria das Transições de Afaf Meleis trouxe impactos significativos à prática da enfermagem: Cuidado Personalizado: Promoveu uma abordagem mais personalizada, onde enfermeiros reconhecem e respondem às necessidades individuais dos pacientes durante transições importantes de suas vidas. Apoio Integral: Enfatizou a importância do apoio emocional, social e educacional aos pacientes, ajudando-os a se adaptar às novas situações e promover o bem-estar. Planejamento de Cuidados: Ajudou enfermeiros a planejar intervenções específicas que facilitam a adaptação dos pacientes, resultando em um cuidado mais proativo e preventivo. Educação e Formação: Influenciou programas de formação em enfermagem, integrando a compreensão das transições de vida nos currículos, preparando enfermeiros para lidar com essas situações de maneira eficaz. Melhoria na Qualidade de Vida: Focando em facilitar transições, a teoria contribuiu para uma melhor qualidade de vida dos pacientes, promovendo autonomia e independência. Esses impactos mostram como a teoria de Meleis transformou a prática da enfermagem, tornando o cuidado mais sensível e adaptado às mudanças e necessidades dos pacientes. Desafios e Limitações A Teoria das Transições de Afaf Meleis, apesar de sua profundidade e aplicabilidade, enfrenta alguns desafios e limitações: Complexidade na Implementação: A identificação e gestão eficaz das transições podem ser complicadas, especialmente em ambientes de saúde ocupados e com recursos limitados. Subjetividade: As experiências de transição são subjetivas e variam amplamente entre indivíduos, tornando difícil desenvolver intervenções padronizadas. Formação e Treinamento: Implementar essa teoria requer que os enfermeiros tenham um entendimento profundo das transições e das estratégias de intervenção, o que pode não estar suficientemente coberto em todos os currículos de enfermagem. Integração Multidisciplinar: A teoria pode exigir uma abordagem colaborativa com outros profissionais de saúde, o que pode ser difícil em sistemas de saúde fragmentados. Esses desafios ressaltam a necessidade de adaptação e formação contínua para aplicar a teoria de maneira eficaz na prática clínica. Quem Criou? Enf. Afaf Meleis Afaf Meleis é uma enfermeira, acadêmica e teórica de renome mundial, reconhecida por suas contribuições à teoria da enfermagem e à educação em saúde. Nascida no Egito, Meleis teve uma carreira ilustre, incluindo posições de destaque em várias universidades renomadas, como a Universidade da Califórnia, São Francisco, e a Universidade da Pensilvânia. Ela desenvolveu a Teoria das Transições, que foca nas mudanças e desafios que os indivíduos enfrentam ao longo da vida e como os enfermeiros podem facilitar essas transições. Meleis também é conhecida por seu trabalho na promoção da saúde das mulheres, imigração e globalização em enfermagem. Sua influência continua a moldar a prática de enfermagem e a formação de novos profissionais na área. Referências Meleis, A. I. (2010). Theoretical nursing: Development and progress (5th ed.). Philadelphia: Lippincott Williams & Wilkins. Chick, N., & Meleis, A. I. (1989). Nursing research methodology: Issues and applications. Philadelphia: J.B. Lippincott Company. Neto, J. M. R., Marques, D. K. A., Fernandes, M. G. M., & Nóbrega, M. M. L. (2016). Análise de teorias de enfermagem de Meleis: Revisão integrativa. Revista Brasileira de Enfermagem, 69(1), 162-168. doi:10.1590/0034-7167.2016690123i Deixe um comentário Cancelar resposta Conectado como Dr. Marcelo Negreiros. Edite seu perfil. Sair? Campos obrigatórios são marcados com * Message* Também pode te interessar… Teorias da Enfermagem Teoria da Autoeficácia Dr. Marcelo Negreiros novembro 1, 2024 Teorias da Enfermagem Teoria das Transições Dr. Marcelo Negreiros novembro 1, 2024 Teorias da Enfermagem Teorias da Enfermagem: Teoria do Modelo de Seres Humanos Unificados Dr. Marcelo Negreiros novembro 1, 2024 Teorias da Enfermagem Teorias da Enfermagem: Teoria da Saúde como Consciência Expandida Dr. Marcelo Negreiros outubro 31, 2024

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Teoria do Ser Humano Unitário

Teoria do Ser Humano Unitário A Teoria do Ser Humano Unitário, proposta por Martha Rogers, é uma das abordagens mais inovadoras e influentes na enfermagem moderna. Rogers, uma visionária na área de saúde, concebeu a teoria com base na premissa de que os seres humanos são seres unitários em constante interação com um universo que está em permanente mudança. Essa teoria vai além da visão tradicional de saúde e doença, propondo que saúde é uma expressão do campo de energia humano, que está em constante transformação e interação com o ambiente. De acordo com Rogers, a enfermagem deve se focar na promoção da saúde e bem-estar ao invés de simplesmente tratar doenças. Sua teoria enfatiza a importância da percepção da pessoa como um todo, considerando as dimensões físicas, emocionais, espirituais e ambientais. A Teoria do Ser Humano Unitário também introduz conceitos inovadores como ressonância, helicidade e integridade pandimensional, que refletem a complexidade e a dinâmica dos campos de energia humana. Fundamentos Os fundamentos da Teoria do Ser Humano Unitário de Martha Rogers são baseados em uma visão holística e dinâmica dos seres humanos como campos de energia em constante interação com o universo. Aqui estão os principais conceitos: Seres Humanos Unificados: Rogers vê os indivíduos como seres unitários, integrados e únicos, que não podem ser reduzidos às suas partes. Eles são vistos como um todo em constante interação com o ambiente. Campos de Energia: A saúde e a doença são expressões de um campo de energia humano, que está em constante mudança. Esses campos de energia são invisíveis, mas influenciam diretamente a saúde e o bem-estar. Padrões Onda: A teoria utiliza conceitos como ressonância (padrões de vibração) e helicidade (padrões em espiral) para descrever as dinâmicas dos campos de energia. Pandimensionalidade: Refere-se à ideia de que os seres humanos existem em um universo multidimensional, além das limitações do espaço e do tempo. Processo de Vida: A saúde é vista como um processo contínuo de mudança e adaptação, onde os enfermeiros devem ajudar os pacientes a harmonizar seus campos de energia com o ambiente para promover o bem-estar. Esses fundamentos desafiam as abordagens tradicionais, oferecendo uma perspectiva mais abrangente e holística sobre a saúde e o cuidado de enfermagem. Impáctos na Prática A Teoria do Ser Humano Unitário de Martha Rogers teve impactos significativos na prática da enfermagem: Cuidado Holístico: Incentivou uma abordagem mais holística, onde os enfermeiros consideram não apenas os aspectos físicos da saúde, mas também os emocionais, espirituais e ambientais, resultando em um cuidado mais completo e personalizado. Promoção da Saúde: Focando na promoção da saúde e bem-estar ao invés de apenas tratar doenças, a teoria mudou a prática de enfermagem para incluir práticas preventivas e de promoção da saúde. Intervenções Inovadoras: A teoria abriu espaço para a adoção de intervenções inovadoras, como terapias complementares e alternativas que ajudam a harmonizar os campos de energia dos pacientes. Relacionamento Terapêutico: Enfatizou a importância do relacionamento terapêutico entre enfermeiro e paciente, promovendo uma comunicação mais profunda e significativa. Formação e Pesquisa: Influenciou o currículo de enfermagem e a pesquisa, levando ao desenvolvimento de novos modelos de cuidado baseados na interação contínua entre o paciente e o ambiente. Esses impactos mostram como a teoria de Rogers transformou a prática da enfermagem, tornando o cuidado mais abrangente e centrado no paciente. Desafios e Limitações A Teoria do Ser Humano Unitário de Martha Rogers, apesar de inovadora, apresenta alguns desafios e limitações: Abstração Conceitual: Os conceitos da teoria, como campos de energia e pandimensionalidade, são abstratos e podem ser difíceis de traduzir em ações práticas e específicas na rotina clínica. Medida de Resultados: Avaliar os efeitos das intervenções baseadas na teoria pode ser complexo, pois muitos dos resultados estão relacionados a mudanças subjetivas na percepção e consciência dos pacientes. Integração com Práticas Convencionais: A teoria pode ser difícil de integrar com modelos biomédicos tradicionais que são mais focados em aspectos físicos e mensuráveis da saúde. Formação Adequada: Implementar a teoria na prática requer um treinamento profundo para que os enfermeiros possam aplicar seus princípios de maneira eficaz, o que nem sempre é oferecido em todos os programas de enfermagem. Esses desafios destacam a necessidade de adaptações e formação contínua para aplicar a teoria de forma eficaz na prática clínica. Quem Criou? Enf. Martha Rogers Martha E. Rogers (1914-1994) foi uma enfermeira e teórica norte-americana, conhecida por desenvolver a Teoria do Ser Humano Unitário. Sua visão inovadora propôs que os seres humanos são campos de energia em constante interação com o universo, e que a saúde é um processo dinâmico de integração e adaptação. Rogers enfatizou a importância de considerar o paciente como um todo, indo além do tratamento dos sintomas físicos para incluir aspectos emocionais, espirituais e ambientais. Sua teoria continua a influenciar profundamente a prática e a educação em enfermagem, promovendo uma abordagem holística e centrada no paciente. Referências Rogers, M. E. (1970). An Introduction to the Theoretical Basis of Nursing. Philadelphia: F.A. Davis. Barrett, E. A. M., & Malinski, V. (1994). Martha E. Rogers: 80 Years of Excellence. New York: Society of Rogerian Scholars Press. Horta, W. A., et al. (1970). O ensino dos instrumentos básicos de enfermagem. Revista de Enfermagem, 1(2), 5. Deixe um comentário Cancelar resposta Conectado como Dr. Marcelo Negreiros. Edite seu perfil. Sair? Campos obrigatórios são marcados com * Message* Também pode te interessar… Teorias da Enfermagem Teoria da Autoeficácia Dr. Marcelo Negreiros novembro 1, 2024 Teorias da Enfermagem Teoria das Transições Dr. Marcelo Negreiros novembro 1, 2024 Teorias da Enfermagem Teoria do Modelo de Seres Humanos Unificados Dr. Marcelo Negreiros novembro 1, 2024 Teorias da Enfermagem Teorias da Enfermagem: Teoria da Saúde como Consciência Expandida Dr. Marcelo Negreiros outubro 31, 2024

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Teoria da Saúde como Consciência Expandida

Teoria da Saúde como Consciência Expandida A Teoria da Saúde como Consciência Expandida, desenvolvida por Margaret Newman, oferece uma perspectiva inovadora e holística sobre o conceito de saúde na prática de enfermagem. Essa teoria desafia as noções tradicionais de saúde como a mera ausência de doença, propondo que a saúde é um estado dinâmico de consciência expandida, onde indivíduos experimentam uma maior compreensão de si mesmos e de seu ambiente, independentemente do seu estado físico. Newman sugere que a saúde e a doença são partes integradas do processo de viver e que a interação contínua entre ambos leva ao crescimento pessoal e ao aumento da consciência. A enfermagem, segundo Newman, deve focar em facilitar esse processo de consciência expandida, ajudando os pacientes a encontrar significado em suas experiências de saúde e doença. Fundamentos Os fundamentos da Teoria da Saúde como Consciência Expandida de Margaret Newman são baseados na ideia de que a saúde é um processo dinâmico de crescimento e desenvolvimento pessoal, e não apenas a ausência de doença. Aqui estão os principais pontos: Consciência Expandida: A saúde é definida como a expansão da consciência, permitindo que os indivíduos compreendam melhor a si mesmos e ao seu ambiente. Essa consciência ampliada leva ao crescimento pessoal e à realização de um estado de bem-estar. Interação Contínua entre Saúde e Doença: Newman propõe que saúde e doença não são opostos, mas sim partes de um processo contínuo. A interação entre ambos contribui para o desenvolvimento da consciência e do crescimento pessoal. Padrões de Energia: A teoria enfatiza a importância dos padrões de energia na vida de uma pessoa. Esses padrões refletem a complexidade da interação entre o indivíduo e seu ambiente, influenciando a saúde e o bem-estar. Papel do Enfermeiro: O enfermeiro deve facilitar o processo de expansão da consciência do paciente, ajudando-o a encontrar significado em suas experiências de saúde e doença. Isso envolve uma abordagem holística que considera todos os aspectos da vida do paciente. Cuidado Centrado no Paciente: A teoria promove um cuidado que transcende o tratamento dos sintomas físicos, abordando as dimensões emocionais, espirituais e sociais do paciente para promover o bem-estar total. Esses fundamentos destacam a importância de uma abordagem holística e centrada no paciente na prática da enfermagem, focando no crescimento pessoal e na expansão da consciência como componentes centrais da saúde. Impáctos na Prática A Teoria da Saúde como Consciência Expandida de Margaret Newman teve vários impactos significativos na prática da enfermagem: Abordagem Holística: Incentivou os enfermeiros a olhar além dos sintomas físicos, considerando as dimensões emocionais, espirituais e sociais dos pacientes. Isso resultou em um cuidado mais completo e personalizado. Empoderamento do Paciente: Focando na expansão da consciência e no crescimento pessoal, a teoria promoveu a autonomia do paciente, ajudando-os a encontrar significado em suas experiências de saúde e doença. Desenvolvimento Profissional: A teoria levou a uma maior reflexão e desenvolvimento profissional entre os enfermeiros, incentivando-os a explorar novas formas de cuidado e interação com os pacientes. Melhoria na Comunicação: Ao enfatizar a importância da compreensão e do significado, a teoria melhorou a comunicação entre enfermeiros e pacientes, criando um relacionamento mais profundo e terapêutico. Integração de Práticas Complementares: A teoria abriu espaço para a integração de práticas complementares e alternativas na enfermagem, como a meditação e a atenção plena, que promovem a expansão da consciência. Esses impactos mostram como a teoria de Newman tem influenciado a prática de enfermagem, levando a um cuidado mais humanizado e centrado no paciente. Desafios e Limitações A Teoria da Saúde como Consciência Expandida de Margaret Newman, embora inovadora, apresenta alguns desafios e limitações: Abstração Conceitual: A ideia de saúde como consciência expandida é abstrata e pode ser difícil de operacionalizar na prática clínica diária. Enfermeiros podem encontrar dificuldades em traduzir esses conceitos em ações concretas. Medida de Resultados: Avaliar o impacto da expansão da consciência e o crescimento pessoal dos pacientes pode ser subjetivo e complexo, dificultando a medição dos resultados de forma objetiva e padronizada. Formação e Treinamento: Implementar essa teoria requer um treinamento extensivo para que os enfermeiros compreendam e apliquem os princípios de forma eficaz. Nem todos os programas de enfermagem fornecem uma formação adequada sobre essa teoria. Integração com Modelos Tradicionais: A teoria pode não se integrar facilmente com os modelos de cuidados de saúde tradicionais, que muitas vezes são mais focados no tratamento de sintomas físicos do que no bem-estar holístico e no crescimento pessoal. Esses desafios destacam a necessidade de adaptações e desenvolvimento contínuo para aplicar a Teoria da Saúde como Consciência Expandida de maneira eficaz na prática clínica. Quem Criou? Enf. Margaret Newman Margaret Newman (1933-2018) foi uma teórica e educadora norte-americana, renomada por sua Teoria da Saúde como Consciência Expandida. Sua teoria propôs que a saúde é um processo dinâmico de crescimento e desenvolvimento pessoal, indo além da ausência de doença. Newman acreditava que a interação entre saúde e doença contribuía para a expansão da consciência e o bem-estar holístico. Professora na Universidade de Minnesota, ela publicou extensivamente e influenciou a prática e a educação em enfermagem, promovendo uma abordagem mais holística e centrada no paciente. Referências Newman, M. (1997). Health as Expanding Consciousness. Sudbury, MA: Jones & Bartlett Learning. Smith, M. C., & Liehr, P. R. (2010). Foundations of Nursing Theory. Upper Saddle River, NJ: Pearson Education. McEwen, M., & Wills, E. M. (2019). Theoretical Basis for Nursing (5th ed.). Philadelphia, PA: Wolters Kluwer. Deixe um comentário Cancelar resposta Conectado como Dr. Marcelo Negreiros. Edite seu perfil. Sair? Campos obrigatórios são marcados com * Message* Também pode te interessar… Teorias da Enfermagem Teoria da Autoeficácia Dr. Marcelo Negreiros novembro 1, 2024 Teorias da Enfermagem Teoria das Transições Dr. Marcelo Negreiros novembro 1, 2024 Teorias da Enfermagem Teoria do Ser Humano Unitário Dr. Marcelo Negreiros novembro 1, 2024 Teorias da Enfermagem Teoria da Saúde como Consciência Expandida Dr. Marcelo Negreiros outubro 31, 2024

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