2025

Estudo do SUS

Consultório na Rua

Consultório na Rua A população em situação de rua enfrenta múltiplas vulnerabilidades que comprometem sua saúde e dificultam o acesso aos serviços do Sistema Único de Saúde (SUS). As barreiras sociais, econômicas e estruturais tornam esse grupo mais suscetível a doenças crônicas, infecções, transtornos mentais e uso abusivo de substâncias, além de agravos relacionados à falta de moradia, higiene e alimentação adequada. Para enfrentar essa realidade e garantir a equidade no cuidado, o SUS implementou os Consultórios na Rua (CnR), uma estratégia da Atenção Primária à Saúde (APS) que busca oferecer atendimento itinerante, humanizado e adaptado às necessidades dessa população. Com equipes multiprofissionais que atuam diretamente nos territórios, os CnR realizam consultas médicas, acolhimento psicossocial, distribuição de insumos, orientação em saúde e encaminhamento para outros serviços da rede de atenção. O que são os Consultórios na Rua? Diferentemente das Unidades Básicas de Saúde (UBS) convencionais, os Consultórios na Rua funcionam de forma itinerante, ou seja, as equipes de saúde vão até onde a população em situação de rua está. Isso inclui praças, viadutos, ocupações, abrigos e outros espaços onde essas pessoas vivem ou transitam. Dessa forma, o serviço se adapta às necessidades desse grupo, levando o cuidado médico, psicológico e social diretamente até eles. Os CnR trabalham com um enfoque multiprofissional, contando com médicos, enfermeiros, assistentes sociais, psicólogos, agentes comunitários de saúde e outros profissionais que atuam juntos para oferecer não apenas atendimento clínico, mas também suporte psicossocial, orientação sobre direitos e encaminhamento para outros serviços da rede de atenção à saúde. Além do tratamento de doenças e agravos comuns nesse público, como tuberculose, infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), transtornos mentais e dependência química, os Consultórios na Rua desempenham um papel essencial na promoção da saúde, prevenção de agravos e fortalecimento do vínculo entre os serviços de saúde e a população mais vulnerável. Ao longo dos anos, essa estratégia tem se consolidado como uma ferramenta essencial para a ampliação do acesso à saúde, garantindo que os princípios de universalidade, equidade e integralidade do SUS sejam efetivados para aqueles que mais precisam. Funcionamento e Composição das Equipes Os Consultórios na Rua (CnR) são uma iniciativa do Sistema Único de Saúde (SUS) que visa ampliar o acesso da população em situação de rua aos serviços de saúde, oferecendo atenção integral e humanizada. Instituídos pela Política Nacional de Atenção Básica em 2011, os CnR operam de forma itinerante, levando cuidados de saúde diretamente aos locais onde essa população se encontra, como ruas, praças e abrigos. As equipes dos CnR desenvolvem suas atividades de maneira flexível e adaptada às necessidades da população em situação de rua. As principais características do funcionamento incluem: Atendimento Itinerante: As equipes deslocam-se até os locais de permanência da população em situação de rua, realizando abordagens ativas e oferecendo serviços de saúde diretamente no território. Horário de Funcionamento: As atividades são planejadas para atender às demandas específicas dessa população, podendo ocorrer em períodos diurnos e/ou noturnos, durante todos os dias da semana, com uma carga horária mínima semanal de 30 horas. Articulação em Rede: As ações são integradas com Unidades Básicas de Saúde (UBS), Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), serviços de urgência e emergência, além de outras instituições que compõem a rede de assistência social, garantindo um cuidado contínuo e abrangente. As equipes dos Consultórios na Rua são multiprofissionais, compostas por profissionais de diferentes áreas que trabalham de forma integrada para atender às diversas necessidades de saúde da população em situação de rua. A composição das equipes varia conforme a modalidade, definida pelo Ministério da Saúde: Modalidade I: Composta por, no mínimo, 4 profissionais, sendo obrigatória a presença de pelo menos 2 dos seguintes: enfermeiro, psicólogo, assistente social ou terapeuta ocupacional. Os demais membros podem incluir agente social, técnico ou auxiliar de enfermagem, técnico em saúde bucal, cirurgião-dentista, profissional de educação física ou profissional com formação em arte e educação. Modalidade II: Formada por, no mínimo, 6 profissionais, com a exigência de pelo menos 3 dos seguintes: enfermeiro, psicólogo, assistente social ou terapeuta ocupacional. Os outros integrantes podem ser escolhidos entre as mesmas categorias mencionadas na Modalidade I. Modalidade III: Equivalente à Modalidade II, acrescida de um profissional médico, totalizando, no mínimo, 7 profissionais. Além desses profissionais, as equipes podem contar com Agentes Comunitários de Saúde (ACS) para fortalecer a ligação entre os serviços de saúde e a comunidade atendida. Referências BRASIL. Ministério da Saúde. Consultório na Rua. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/composicao/saps/consultorio-na-rua. Acesso em: 26 fev. 2025. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Primária à Saúde. Política Nacional para a População em Situação de Rua e o SUS. Brasília: Ministério da Saúde, 2011. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_nacional_populacao_rua.pdf. Acesso em: 26 fev. 2025. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Primária à Saúde. Diretrizes para a organização e implementação dos Consultórios na Rua no SUS. Brasília: Ministério da Saúde, 2012. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/diretrizes_consultorios_rua_sus.pdf. Acesso em: 26 fev. 2025. FIOCRUZ. Estratégias de cuidado à população em situação de rua no Brasil: desafios e avanços. Disponível em: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/45131. Acesso em: 26 fev. 2025. PAHO/WHO – Organização Pan-Americana da Saúde. Atenção Primária à Saúde no Brasil e experiências internacionais. Disponível em: https://www.paho.org/pt/topicos/atencao-primaria-saude. Acesso em: 26 fev. 2025. Deixe um comentário Cancelar resposta Conectado como Dr. Marcelo Negreiros. Edite seu perfil. Sair? Campos obrigatórios são marcados com * Message* Também pode te interessar… Estudo do SUS Consultório na Rua Dr. Marcelo Negreiros fevereiro 26, 2025 Estudo do SUS Conselho Nacional de Saúde Dr. Marcelo Negreiros outubro 29, 2024 Estudo do SUS Objetivos e Atribuições Dr. Marcelo Negreiros outubro 22, 2024 Estudo do SUS Conselhos de Secretarias Municipais de Saúde Dr. Marcelo Negreiros outubro 22, 2024

Guia de Zoonoses

Esporotricose

Esporotricose A esporotricose é uma micose subcutânea causada por fungos do gênero Sporothrix, sendo Sporothrix schenckii a espécie mais comumente associada a infecções em humanos. A doença é considerada uma zoonose emergente e tem ganhado relevância na saúde pública devido ao aumento do número de casos, especialmente em áreas urbanas, onde a transmissão está frequentemente associada a gatos domésticos infectados. O fungo está amplamente distribuído no ambiente, sendo encontrado no solo, vegetais, palha, madeira em decomposição e materiais orgânicos contaminados. A infecção ocorre principalmente por inoculação traumática, quando o fungo penetra a pele através de arranhaduras, mordidas de animais ou contato com materiais contaminados. Além disso, há relatos de transmissão respiratória, levando a formas pulmonares da doença, embora essa via seja menos comum. A esporotricose pode se manifestar de diferentes formas clínicas, desde lesões cutâneas localizadas até formas disseminadas, que acometem órgãos internos e representam risco de complicações graves, especialmente em pacientes imunossuprimidos. Devido à sua importância crescente, o reconhecimento precoce da infecção e o tratamento adequado são essenciais para o controle da doença e a prevenção de surtos. Agente Etiológico Sporothrix schenckii Um fungo dimórfico que pode existir na forma de levedura ou hifa, dependendo das condições ambientais. Esse patógeno é encontrado amplamente no solo, em plantas e em materiais orgânicos em decomposição. Ele pode infectar tanto seres humanos quanto animais, especialmente gatos, que são considerados os principais vetores urbanos da doença. Epidemiologia A esporotricose é uma micose subcutânea causada por fungos do gênero Sporothrix, destacando-se como uma zoonose emergente no Brasil. Historicamente, a doença estava associada a áreas rurais, afetando indivíduos em contato com solo e vegetação em decomposição. No entanto, a partir da década de 1990, observou-se uma mudança significativa no perfil epidemiológico, com um aumento expressivo de casos em áreas urbanas, especialmente relacionados à transmissão zoonótica por gatos domésticos infectados. Surto no Rio de Janeiro O estado do Rio de Janeiro foi palco de um dos maiores surtos de esporotricose zoonótica. A partir da década de 1990, houve uma explosão de casos em felinos, que atuaram como principais transmissores da doença para humanos. Estima-se que, até 2019, todos os estados brasileiros, exceto Roraima, já haviam registrado casos de esporotricose humana, refletindo a disseminação da doença pelo país. Dados Recentes De acordo com o Ministério da Saúde, em 2023 foram atendidos 1.239 casos de esporotricose em humanos no Brasil. Até junho de 2024, outros 945 casos já haviam sido registrados, indicando uma tendência de aumento na incidência da doença. Principais Reservatórios A esporotricose tem como principais reservatórios o meio ambiente e os animais infectados, sendo os gatos domésticos a principal fonte de transmissão zoonótica para humanos. No ambiente natural, o fungo Sporothrix spp. vive como saprófita no solo, em matéria orgânica em decomposição, madeira, plantas espinhosas, feno e serragem. O contato com esses materiais contaminados pode levar à infecção, principalmente através de ferimentos na pele. Os gatos, no entanto, representam o reservatório mais importante em áreas urbanas, pois além de serem altamente suscetíveis à doença, desenvolvem lesões ulceradas com grande carga fúngica, tornando a transmissão mais eficaz. A infecção em humanos ocorre principalmente por arranhaduras, mordidas ou contato direto com secreções das lesões contaminadas. Diferente de outros animais, os gatos eliminam o fungo em grande quantidade, favorecendo surtos e tornando a esporotricose uma preocupação crescente na saúde pública. Outros animais também podem atuar como reservatórios, embora com menor relevância. Cães podem ser acometidos, mas os casos são raros. Roedores, como ratos, podem carregar o fungo e contaminar o ambiente, enquanto cavalos, bovinos e algumas espécies silvestres também já foram relatados como hospedeiros ocasionais da infecção. No entanto, nenhum desses animais desempenha um papel tão significativo quanto os gatos na disseminação da doença. A presença desses reservatórios, especialmente os felinos infectados, reforça a necessidade de medidas de controle populacional, diagnóstico precoce e tratamento adequado para evitar a propagação da esporotricose, principalmente em centros urbanos onde a convivência com gatos é intensa. Quadro Clínico A esporotricose pode se manifestar de diferentes formas clínicas, dependendo da via de infecção, da imunidade do paciente e da extensão da disseminação do fungo no organismo. A apresentação mais comum é a forma cutânea, mas casos sistêmicos podem ocorrer, especialmente em indivíduos imunocomprometidos. Forma Cutânea (Mais comum) A esporotricose cutânea ocorre quando o fungo Sporothrix spp. penetra na pele através de ferimentos ou arranhaduras, frequentemente associada ao contato com gatos infectados ou material vegetal contaminado. Inicialmente, aparece um nódulo avermelhado e indolor, que pode ulcerar e drenar secreção purulenta. Em algumas semanas, novas lesões surgem ao longo do trajeto dos vasos linfáticos, formando um padrão característico chamado esporotricose cutâneo-linfática. Além dessa apresentação, há também a forma cutânea fixa, na qual a infecção se restringe a uma única lesão nodular ou ulcerada, sem disseminação linfática. Esse tipo é mais frequente em indivíduos com boa resposta imunológica. Forma Mucosa O fungo pode afetar mucosas, especialmente do nariz, boca e faringe, causando úlceras dolorosas e crônicas. Essa forma é menos comum, mas pode ocorrer em pessoas que inalam o fungo ou em casos de disseminação a partir de lesões cutâneas. Forma Pulmonar Embora rara, a esporotricose pulmonar pode ocorrer quando o fungo é inalado, principalmente em trabalhadores expostos a grandes quantidades de material contaminado, como agricultores e jardineiros. A infecção pode se manifestar como tosse persistente, febre, dor torácica e sintomas semelhantes à tuberculose, com formação de nódulos pulmonares ou cavitações. Forma Disseminada (Mais grave) A esporotricose disseminada é a forma mais grave da doença e ocorre quando o fungo se espalha pela corrente sanguínea, afetando órgãos internos como pulmões, fígado, ossos e até o sistema nervoso central. Esse quadro é mais comum em pacientes imunossuprimidos, como portadores de HIV/AIDS e pessoas em tratamento com imunossupressores. A doença pode levar a febre persistente, lesões cutâneas múltiplas, comprometimento ósseo e até meningite fúngica, tornando-se uma infecção potencialmente fatal se não tratada. A esporotricose é uma micose subcutânea causada por fungos do gênero Sporothrix, destacando-se como uma zoonose emergente no Brasil. Historicamente, a doença estava associada a áreas

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Conjuntivite Alérgica

Voltar Conjuntivite Alérgica A conjuntivite alérgica é uma reação inflamatória da conjuntiva causada por uma resposta imune exagerada a alérgenos ambientais, como pólen, ácaros, pelos de animais e produtos químicos. Geralmente, acomete ambos os olhos e está associada a condições alérgicas sistêmicas, como rinite alérgica e asma. Fisiopatologia A conjuntivite alérgica ocorre devido a uma resposta de hipersensibilidade mediada por imunoglobulina E (IgE). Quando o alérgeno entra em contato com a conjuntiva, há ativação de mastócitos, que liberam histamina e outros mediadores inflamatórios. Essa reação leva a sintomas como prurido, hiperemia conjuntival, lacrimejamento e edema palpebral. Em casos crônicos, pode haver espessamento conjuntival e formação de papilas na conjuntiva tarsal. O olho com conjuntivite alérgica apresenta hiperemia conjuntival moderada, com um tom avermelhado e vasos dilatados visíveis. O sintoma mais característico é o prurido intenso, que leva o paciente a esfregar os olhos constantemente, piorando a inflamação. O lacrimejamento é frequente e acompanhado de secreção serosa, mas sem presença de pus, diferenciando-se da conjuntivite bacteriana. Pode haver edema palpebral e leve fotofobia. Em quadros crônicos ou sazonais, podem ser observadas papilas hipertrofiadas na conjuntiva tarsal superior. A evolução do quadro geralmente é recorrente e está relacionada à exposição a alérgenos, sendo mais comum durante determinadas estações do ano. Tratamento O tratamento da conjuntivite alérgica envolve o controle dos sintomas e a redução da exposição aos alérgenos. As principais abordagens incluem: Evitar o contato com alérgenos conhecidos, como pólen, poeira e pelos de animais. Lágrimas artificiais para ajudar a diluir e remover os alérgenos da superfície ocular. Colírios anti-histamínicos e estabilizadores de mastócitos, como olopatadina e cetotifeno, para reduzir a resposta alérgica. Corticosteroides tópicos de curta duração, apenas em casos graves e sob supervisão médica. Anti-histamínicos orais, como loratadina e cetirizina, quando a conjuntivite está associada a outros sintomas alérgicos. Compressas frias para aliviar o edema e a irritação ocular. O manejo adequado e a prevenção da exposição a alérgenos são essenciais para reduzir a recorrência da condição. Referências Kanski, J. J., Bowling, B. “Oftalmologia Clínica: Uma Abordagem Sistemática”. Elsevier, 2015. Yanoff, M., Duker, J. S. “Oftalmologia de Yanoff e Duker”. Elsevier, 2018. American Academy of Ophthalmology. “Bacterial Conjunctivitis: Diagnosis and Management”. Sociedade Brasileira de Oftalmologia. “Protocolo de Conjuntivites Alérgicas”. Deixe um comentário Cancelar resposta Conectado como Dr. Marcelo Negreiros. Edite seu perfil. Sair? Campos obrigatórios são marcados com * Message* Também pode te interessar… Atlas de Oftalmo Conjuntivite Alérgica Dr. Marcelo Negreiros fevereiro 20, 2025 Atlas de Oftalmo Conjuntivite Bacteriana Dr. Marcelo Negreiros fevereiro 20, 2025 Atlas de Oftalmo Conjuntivite Viral Dr. Marcelo Negreiros fevereiro 20, 2025 Atlas de Oftalmo Manchas de Bitot Dr. Marcelo Negreiros outubro 16, 2024

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Conjuntivite Bacteriana

Voltar Conjuntivite Bacteriana A conjuntivite bacteriana é uma infecção da conjuntiva causada por bactérias, resultando em inflamação, secreção purulenta e desconforto ocular. Pode afetar um ou ambos os olhos e sua transmissão ocorre por contato direto com secreções contaminadas, superfícies infectadas ou pelo uso compartilhado de objetos pessoais. Fisiopatologia A conjuntivite bacteriana ocorre quando bactérias patogênicas invadem a conjuntiva, desencadeando uma resposta inflamatória. Os principais agentes causadores incluem Staphylococcus aureus, Streptococcus pneumoniae, Haemophilus influenzae e Moraxella catarrhalis. Essas bactérias aderem ao epitélio conjuntival, promovem a liberação de toxinas e desencadeiam uma resposta inflamatória que resulta em edema, secreção purulenta e hiperemia ocular. O olho com conjuntivite bacteriana apresenta hiperemia conjuntival difusa, com vasos dilatados e um tom vermelho intenso. A secreção característica é espessa e purulenta, variando de amarelo a verde, podendo formar crostas ao redor dos olhos, especialmente ao despertar. O paciente frequentemente relata sensação de areia ou corpo estranho nos olhos, associada a ardência e desconforto. Em alguns casos, pode haver edema palpebral significativo, dificultando a abertura dos olhos pela manhã devido ao acúmulo de secreção seca. A fotofobia costuma ser leve ou ausente. O acometimento é, geralmente, unilateral no início, mas pode se espalhar para o outro olho rapidamente se não forem seguidos cuidados de higiene adequados. A evolução pode variar de 5 a 7 dias, com melhora progressiva caso haja tratamento adequado. Tratamento O tratamento da conjuntivite bacteriana é baseado no uso de antibióticos tópicos para erradicar a infecção e reduzir a inflamação. As principais medidas incluem: Antibióticos tópicos: colírios ou pomadas contendo ciprofloxacino, tobramicina, cloranfenicol ou sulfacetamida, aplicados conforme prescrição médica. Higiene rigorosa: lavar as mãos frequentemente e evitar tocar os olhos para reduzir a disseminação da infecção. Remoção da secreção: compressas mornas ajudam a remover crostas e aliviar o desconforto. Evitar o uso de lentes de contato durante a infecção para prevenir complicações adicionais. A maioria dos casos apresenta melhora significativa em 48 a 72 horas após o início do tratamento adequado. O uso de antibióticos deve ser mantido pelo período prescrito, mesmo que os sintomas melhorem antes do término do tratamento. Referências Kanski, J. J., Bowling, B. “Oftalmologia Clínica: Uma Abordagem Sistemática”. Elsevier, 2015. Yanoff, M., Duker, J. S. “Oftalmologia de Yanoff e Duker”. Elsevier, 2018. American Academy of Ophthalmology. “Bacterial Conjunctivitis: Diagnosis and Management”. Sociedade Brasileira de Oftalmologia. “Protocolo de Conjuntivites Infecciosas”. Deixe um comentário Cancelar resposta Conectado como Dr. Marcelo Negreiros. Edite seu perfil. Sair? Campos obrigatórios são marcados com * Message* Também pode te interessar… Atlas de Oftalmo Conjuntivite Bacteriana Dr. Marcelo Negreiros fevereiro 20, 2025 Atlas de Oftalmo Conjuntivite Viral Dr. Marcelo Negreiros fevereiro 20, 2025 Atlas de Oftalmo Manchas de Bitot Dr. Marcelo Negreiros outubro 16, 2024 Atlas de Oftalmo Arco Senil Dr. Marcelo Negreiros outubro 16, 2024

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Conjuntivite Viral

Voltar Conjuntivite Viral As conjuntivites virais são inflamações da conjuntiva causadas por vírus, sendo altamente contagiosas e de grande importância clínica. Elas geralmente apresentam início agudo, hiperemia ocular, lacrimejamento excessivo e secreção serosa. A transmissão ocorre pelo contato direto com secreções oculares, mãos contaminadas ou objetos infectados. Fisiopatologia As conjuntivites virais ocorrem quando um vírus infecta a conjuntiva, desencadeando uma resposta inflamatória. O contato direto com secreções contaminadas facilita a disseminação do agente infeccioso. O adenovírus é o principal causador, invadindo as células epiteliais da conjuntiva e desencadeando uma resposta imune que resulta em edema, hiperemia e produção de secreção aquosa. Outros vírus, como o herpes simples e o varicela-zóster, podem causar ulcerações corneanas e manifestações mais graves. O olho com conjuntivite viral apresenta uma hiperemia conjuntival intensa, com coloração avermelhada difusa e vasos dilatados visíveis. A secreção é predominantemente aquosa ou mucosa, sem a presença significativa de pus, o que diferencia das conjuntivites bacterianas. O paciente pode relatar prurido e sensação de corpo estranho, o que gera desconforto ocular constante. O edema palpebral pode variar de leve a moderado, conferindo ao paciente uma aparência de inchaço ao redor dos olhos. O lacrimejamento excessivo é uma queixa comum e pode ser acompanhado de adenopatia pré-auricular palpável e dolorosa, um achado característico das infecções por adenovírus. Em alguns casos, há também fotofobia e sensação de ardência, principalmente em infecções mais graves ou que envolvem a córnea. Nos quadros mais intensos, podem surgir membranas ou pseudomembranas conjuntivais, especialmente nas conjuntivites adenovirais severas. A evolução do quadro geralmente é autolimitada, com resolução espontânea entre 7 a 14 dias. No entanto, infecções por herpes simples ou varicela-zóster podem apresentar progressão mais severa, necessitando de intervenção precoce. Tratamento O tratamento é sintomático na maioria dos casos, pois as conjuntivites virais são autolimitadas. As principais recomendações incluem: Compressas frias para alívio dos sintomas. Lágrimas artificiais para hidratação ocular. Higiene rigorosa para evitar a disseminação da infecção. Evitar contato com outras pessoas e uso compartilhado de objetos pessoais. Antivirais tópicos (aciclovir, ganciclovir) em casos de conjuntivite herpética. Não são indicados antibióticos, pois não têm efeito sobre infecções virais e podem favorecer resistência bacteriana. Referências Kanski, J. J., Bowling, B. “Oftalmologia Clínica: Uma Abordagem Sistemática”. Elsevier, 2015. Yanoff, M., Duker, J. S. “Oftalmologia de Yanoff e Duker”. Elsevier, 2018. American Academy of Ophthalmology. “Viral Conjunctivitis: Diagnosis and Management”. Sociedade Brasileira de Oftalmologia. “Protocolo de Conjuntivites Infecciosas”. Deixe um comentário Cancelar resposta Conectado como Dr. Marcelo Negreiros. Edite seu perfil. Sair? Campos obrigatórios são marcados com * Message* Também pode te interessar… Atlas de Oftalmo Conjuntivite Viral Dr. Marcelo Negreiros fevereiro 20, 2025 Atlas de Oftalmo Manchas de Bitot Dr. Marcelo Negreiros outubro 16, 2024 Atlas de Oftalmo Arco Senil Dr. Marcelo Negreiros outubro 16, 2024 Atlas de Oftalmo Hifema Dr. Marcelo Negreiros outubro 16, 2024

Espaço da Mulher

Omega 3 na Gravidez: Orientações Essenciais

O que é o Omega 3? O Omega 3 é um grupo de ácidos graxos essenciais que o nosso organismo não consegue produzir sozinho, sendo necessário obtê-los por meio da alimentação ou suplementação. Durante a gestação, esses nutrientes são especialmente importantes para o desenvolvimento do cérebro e dos olhos do bebê, além de contribuírem para a saúde cardiovascular e reduzirem processos inflamatórios na mãe. Benefícios do Omega 3 na Gestação Desenvolvimento do bebê: O DHA, um dos principais tipos de Omega 3, é fundamental para a formação do sistema nervoso e da visão do feto. Prevenção de parto prematuro: Estudos indicam que níveis adequados de Omega 3 podem ajudar a reduzir o risco de parto prematuro. Saúde materna: O consumo regular de Omega 3 auxilia na manutenção da saúde cardiovascular da gestante e pode ajudar a diminuir processos inflamatórios. Como e Quando Suplementar? A suplementação de Omega 3 pode ser iniciada durante o pré-natal, principalmente para gestantes que não consomem com frequência alimentos ricos nesse nutriente, como peixes gordurosos (salmão, sardinha, atum) e algumas oleaginosas. A dose recomendada, quando a suplementação se faz necessária, é de 500 a 1000 mg de DHA por dia. Essa dosagem pode variar de acordo com as necessidades individuais e deve ser ajustada por um profissional de saúde, que orientará a forma mais adequada para garantir a absorção ideal e os benefícios para mãe e bebê. Dicas Práticas Consulte seu médico: Antes de iniciar qualquer suplementação, é importante conversar com seu profissional de saúde para receber orientações personalizadas. Adote uma dieta equilibrada: Além dos suplementos, inclua na sua alimentação fontes naturais de Omega 3 para potencializar seus benefícios. Mantenha o pré-natal em dia: Siga todas as recomendações médicas e realize os exames de rotina para acompanhar sua saúde e a do bebê. Um Convite Especial Se você quer se aprofundar no assunto e conhecer outras dicas de suplementação segura durante a gestação, não deixe de conferir o nosso eBook: “Suplementação Segura na Gestação: Um manual para mamães!” Esse manual foi pensado especialmente para ajudar futuras mães a entenderem melhor os cuidados necessários para uma gravidez saudável e segura. Adquira o seu e garanta informações valiosas para essa fase tão importante da vida! Referências NATIONAL INSTITUTES OF HEALTH, Office of Dietary Supplements. Omega-3 Fatty Acids. Disponível em: https://ods.od.nih.gov/factsheets/Omega3FattyAcids-Consumer/. Acesso em: 18 fev. 2025. WORLD HEALTH ORGANIZATION. WHO recommendations on antenatal care for a positive pregnancy experience. Geneva: WHO, 2016. Disponível em: https://www.who.int/publications/i/item/9789241549363. Acesso em: 18 fev. 2025. FAO/WHO. Fats and Fatty Acids in Human Nutrition: Report of an Expert Consultation, Rome, 2008. Rome: FAO/WHO, 2008. Disponível em: http://www.fao.org/3/ap289e/ap289e.pdf. Acesso em: 18 fev. 2025. Deixe um comentário Cancelar resposta Conectado como Dr. Marcelo Negreiros. Edite seu perfil. Sair? Campos obrigatórios são marcados com * Message* Você também pode gostar… News Ministério da saúde indica cálcio como suplementação para todas as gestantes! Dr. Marcelo Negreiros fevereiro 18, 2025 News Avanço na Luta Contra o Câncer: Nova Terapia Apresenta Resultados Promissores Dr. Marcelo Negreiros janeiro 20, 2025 News Surto de Virose no Litoral Paulista Dr. Marcelo Negreiros janeiro 8, 2025 News Surto de Metapneumovírus Humano na China Dr. Marcelo Negreiros janeiro 8, 2025

Espaço da Mulher

Ferro na Gestação: Um Aliado Essencial para Mães e Bebês

O que é o Ferro e por que ele é importante? O ferro é um mineral fundamental para o organismo, essencial para a formação da hemoglobina – a proteína dos glóbulos vermelhos responsável pelo transporte de oxigênio pelo corpo. Durante a gestação, a demanda por ferro aumenta significativamente para atender tanto as necessidades da mãe quanto do bebê. Por isso, manter níveis adequados de ferro é crucial para prevenir a anemia e outras complicações que podem afetar o desenvolvimento fetal e a saúde materna. Como e Quando Suplementar? O Ministério da Saúde recomenda a dose diária de 40mg de ferro elementar, equivalentes a 200mg de sulfato ferroso, a partir da 20ª semana de gestação. Essa orientação busca prevenir a deficiência de ferro e a anemia, oferecendo um suporte adequado para as necessidades crescentes durante a gravidez. É fundamental que essa suplementação seja acompanhada por um profissional de saúde, que poderá ajustar a dosagem conforme a necessidade de cada gestante. Dicas Práticas para uma Gestação Saudável Planeje sua suplementação: Se você está grávida ou tentando engravidar, converse com seu médico sobre a melhor forma de suplementar ferro na sua rotina. Adote uma dieta equilibrada: Além da suplementação, inclua na alimentação fontes ricas em ferro, como carnes magras, leguminosas e vegetais de folhas verdes. A ingestão de alimentos ricos em vitamina C (como frutas cítricas) pode melhorar a absorção do ferro. Acompanhe sua saúde: Realize os exames de sangue indicados durante o pré-natal para monitorar os níveis de ferro e ajustar a suplementação conforme necessário. Um Convite Especial Se você quer se aprofundar no assunto e conhecer outras dicas de suplementação segura durante a gestação, não deixe de conferir o nosso eBook: “Suplementação Segura na Gestação: Um manual para mamães!” Esse manual foi pensado especialmente para ajudar futuras mães a entenderem melhor os cuidados necessários para uma gravidez saudável e segura. Adquira o seu e garanta informações valiosas para essa fase tão importante da vida! Referências WORLD HEALTH ORGANIZATION. WHO recommendations on antenatal care for a positive pregnancy experience. Geneva: WHO, 2016. Disponível em: https://www.who.int/publications/i/item/9789241549363. Acesso em: 18 fev. 2025. NATIONAL INSTITUTES OF HEALTH, Office of Dietary Supplements. Iron: Fact Sheet for Consumers. Disponível em: https://ods.od.nih.gov/factsheets/Iron-Consumer/. Acesso em: 18 fev. 2025. BRASIL. Ministério da Saúde. Anemia na gestação: diretrizes para o controle da anemia em mulheres grávidas. Brasília: Ministério da Saúde, 2017. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/gestacao. Acesso em: 18 fev. 2025. Deixe um comentário Cancelar resposta Conectado como Dr. Marcelo Negreiros. Edite seu perfil. Sair? Campos obrigatórios são marcados com * Message* Você também pode gostar… News Ministério da saúde indica cálcio como suplementação para todas as gestantes! Dr. Marcelo Negreiros fevereiro 18, 2025 News Avanço na Luta Contra o Câncer: Nova Terapia Apresenta Resultados Promissores Dr. Marcelo Negreiros janeiro 20, 2025 News Surto de Virose no Litoral Paulista Dr. Marcelo Negreiros janeiro 8, 2025 News Surto de Metapneumovírus Humano na China Dr. Marcelo Negreiros janeiro 8, 2025

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