Fratura em Galho Verde

A fratura em galho verde é um tipo específico de fratura incompleta que ocorre predominantemente em crianças, devido às características estruturais de seus ossos. Esse tipo de fratura recebe seu nome por analogia a um galho verde de uma árvore, que ao ser dobrado, não se quebra completamente, mas apresenta rachaduras apenas de um lado. Representa cerca de 15% das fraturas pediátricas e, geralmente, ocorre após traumas de baixa energia, como quedas.

Fisiopatologia

A fratura em galho verde é consequência das propriedades biomecânicas dos ossos infantis. Diferente dos ossos adultos, os ossos das crianças possuem uma maior proporção de matriz orgânica (colágeno) e menor mineralização, o que os torna mais flexíveis e menos frágeis.

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  • Mecanismo de Lesão: O trauma de baixa intensidade faz com que a cortical de um lado do osso se rompa enquanto o outro lado permanece intacto, dobrando-se sem fratura completa.
  • Localização Comum: Ossos longos, como rádio e ulna, são frequentemente afetados, especialmente em traumas associados a quedas com a mão espalmada.

Essas características tornam a fratura em galho verde exclusiva de pacientes pediátricos e raramente observada em adultos.

Radiografia

A identificação da fratura em galho verde na radiografia é baseada em características específicas que diferem de outros tipos de fratura. Ao analisar a imagem, o primeiro passo é observar se há uma quebra incompleta do osso. Em uma fratura em galho verde, você notará que a cortical óssea está rompida apenas de um lado, enquanto o lado oposto permanece intacto, formando uma curvatura ou angulação característica. Isso reflete a flexibilidade do osso infantil.

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Radiografia de Antebraço: Em todas as imagens acima, podemos observar facilmente o sinal da fratura em galho verde. Ele se caracteriza por uma fratura de ossos longos em crianças, que não se estende ao outro lado, ou seja, uma fratura parcial.

Além disso, é importante procurar por alterações no alinhamento do osso. Embora não haja deslocamento completo, pode haver um desvio leve no eixo do osso, visível como uma angulação na área afetada. Essa angulação ocorre porque a fratura em galho verde não resulta em separação total dos fragmentos ósseos.

Para confirmar o diagnóstico, é essencial solicitar radiografias em pelo menos duas projeções — anteroposterior (AP) e lateral. Na visão lateral, a curvatura do osso e o rompimento assimétrico da cortical tornam-se ainda mais evidentes, facilitando a diferenciação de outros tipos de fratura. Por fim, reconhecer que essa apresentação é típica em crianças, especialmente em ossos como o rádio e a ulna, pode ajudar a reforçar o diagnóstico de uma fratura em galho verde.

Referências

  1. Skaggs, D. L., & Flynn, J. M. Fractures in Children. Philadelphia: Elsevier, 2021.
  2. Kliegman, R. M., Stanton, B. F., St Geme, J. W., Schor, N. F. Nelson Textbook of Pediatrics. 21st ed. Philadelphia: Elsevier, 2020.
  3. Chung, C. Y., & Spang, J. T. “Greenstick and Buckle Fractures in Children.” Journal of the American Academy of Orthopaedic Surgeons, vol. 16, no. 2, 2018, pp. 111-118.

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