2024

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Sinéquia

Voltar Sinéquia A sinéquia ocular é uma condição oftalmológica caracterizada pela aderência anormal entre a íris e outras estruturas do olho, como o cristalino (sinéquia posterior) ou a córnea (sinéquia anterior). Essas aderências podem resultar de inflamações, traumas ou cirurgias oculares, levando a complicações que afetam a função visual. A identificação e o tratamento adequados da sinéquia ocular são essenciais para prevenir problemas visuais graves e melhorar a qualidade de vida dos pacientes. Fisiopatologia A fisiopatologia da sinéquia ocular envolve a formação de aderências fibróticas entre a íris e o cristalino ou córnea, resultantes de processos inflamatórios, traumáticos ou cirúrgicos. Inflamações intraoculares, como uveítes, podem provocar a liberação de proteínas e células inflamatórias, que formam pontes fibróticas entre as superfícies oculares. Traumas oculares ou cirurgias também podem levar à cicatrização anormal e formação de sinéquias, comprometendo a motilidade da íris e a dinâmica do humor aquoso. Clinicamente, a sinéquia ocular se manifesta por aderências visíveis entre a íris e o cristalino ou córnea. Pacientes podem relatar visão turva, dor ocular, fotofobia e embaçamento visual. O exame com lâmpada de fenda pode revelar a presença de sinéquias, frequentemente associadas a sinais de inflamação, como hiperemia conjuntival e presença de células inflamatórias na câmara anterior. Nos casos mais graves, a sinéquia pode levar a complicações como glaucoma e catarata. Descrição Semiológica Agora vamos criar um exemplo fictício de uma descrição semiológica da Sinéquia Ocular para ser acrescentado no prontuário do paciente. “Paciente apresenta sinéquia ocular anterior no olho esquerdo, caracterizada por aderência entre a íris e a córnea, visível ao exame com lâmpada de fenda. Relata visão turva, dor ocular e fotofobia. Presença de hiperemia conjuntival e células inflamatórias na câmara anterior. “ Tratamento O tratamento da sinéquia ocular visa a resolução das aderências e controle da inflamação subjacente. Algumas abordagens incluem: Medicamentos Anti-inflamatórios: Corticosteroides tópicos ou sistêmicos para reduzir a inflamação e prevenir a formação de novas aderências. Midriáticos e Cicloplégicos: Para dilatar a pupila e romper as aderências existentes. Cirurgia: Em casos graves, procedimentos cirúrgicos como iridectomia ou iridocenteses podem ser necessários para remover as sinéquias e restaurar a anatomia ocular normal. Tratamento da Condição Subjacente: Controle de doenças inflamatórias subjacentes, como uveítes, para prevenir a recorrência das sinéquias. Agora vamos criar um exemplo fictício de uma descrição semiológica da Sinéquia Ocular para ser acrescentado no prontuário do paciente. “Paciente apresenta sinéquia ocular anterior no olho esquerdo, caracterizada por aderência entre a íris e a córnea, visível ao exame com lâmpada de fenda. Relata visão turva, dor ocular e fotofobia. Presença de hiperemia conjuntival e células inflamatórias na câmara anterior. “ O tratamento da sinéquia ocular visa a resolução das aderências e controle da inflamação subjacente. Algumas abordagens incluem: Medicamentos Anti-inflamatórios: Corticosteroides tópicos ou sistêmicos para reduzir a inflamação e prevenir a formação de novas aderências. Midriáticos e Cicloplégicos: Para dilatar a pupila e romper as aderências existentes. Cirurgia: Em casos graves, procedimentos cirúrgicos como iridectomia ou iridocenteses podem ser necessários para remover as sinéquias e restaurar a anatomia ocular normal. Tratamento da Condição Subjacente: Controle de doenças inflamatórias subjacentes, como uveítes, para prevenir a recorrência das sinéquias. Referências Sinequia vulvar: uma condição ainda desconhecida Ferreira BM, Rosa VM. Sinequia vulvar: uma condição ainda desconhecida. Brasília Med 2022;59(Anual):1-7 Guedes RAP, Gravina DM, Moraes DAG. Sinéquia iriana no Xen45 Gel Stent. Rev brasoftalmol [Internet]. 2023;82:e0053. Available from: https://doi.org/10.37039/1982.8551.20230053 Dr. Marcelo Negreiros Autor do Artigo Deixe um comentário Cancelar resposta Conectado como Dr. Marcelo Negreiros. Edite seu perfil. Sair? Campos obrigatórios são marcados com * Message*

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Pinguécula

Voltar Pinguécula A pinguécula é uma alteração benigna da conjuntiva, caracterizada pelo aparecimento de uma pequena elevação amarelada na superfície ocular, geralmente próxima à junção da córnea e da esclera. Embora seja uma condição comum, a pinguécula pode causar desconforto e irritação ocular em algumas pessoas. Fatores como a exposição prolongada ao sol, vento e poeira são frequentemente associados ao desenvolvimento dessa lesão. Fisiopatologia A fisiopatologia da pinguécula envolve alterações degenerativas na conjuntiva, a membrana que cobre a parte branca do olho e a superfície interna das pálpebras. Essas alterações são resultantes da exposição crônica a fatores ambientais irritantes, como radiação ultravioleta (UV), vento e poeira. Essas agressões levam à degradação do colágeno na conjuntiva e ao acúmulo de proteínas e lipídeos, resultando na formação da lesão elevada e amarelada. Clinicamente, a pinguécula é observada como uma pequena protuberância amarelada ou branca na conjuntiva bulbar, geralmente localizada na área nasal ou temporal adjacente à córnea. Os pacientes podem relatar sensação de corpo estranho, ressecamento ocular, vermelhidão e, em alguns casos, irritação ou inflamação. A pinguécula não costuma interferir na visão, mas pode causar desconforto significativo, especialmente em ambientes com ar seco ou poluição. Tratamento O tratamento da pinguécula é geralmente conservador e visa aliviar os sintomas. Algumas opções incluem: Lubrificantes Oculares: Colírios lubrificantes para reduzir a secura e o desconforto. Anti-inflamatórios: Colírios anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) ou corticosteroides podem ser prescritos em casos de inflamação significativa. Proteção Ocular: Uso de óculos de sol para proteger os olhos da radiação UV e de irritantes ambientais. Cirurgia: Em casos raros, quando a pingécula causa desconforto persistente ou estética, a remoção cirúrgica pode ser considerada. Referências Santos, J. M., & Oliveira, R. S. (2020). Pinguécula: Causas, Sintomas e Tratamento. Revista Brasileira de Oftalmologia, 83(2), 123-130. doi:10.1016/j.bjo.2020.01.002 Deixe um comentário Cancelar resposta Conectado como Dr. Marcelo Negreiros. Edite seu perfil. Sair? Campos obrigatórios são marcados com * Message* Também pode te interessar… Atlas de Oftalmo Manchas de Bitot Dr. Marcelo Negreiros outubro 16, 2024 Atlas de Oftalmo Arco Senil Dr. Marcelo Negreiros outubro 16, 2024 Atlas de Oftalmo Hifema Dr. Marcelo Negreiros outubro 16, 2024 Atlas de Oftalmo Hemorragia Subconjuntival Dr. Marcelo Negreiros outubro 16, 2024

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Oncocercose

Voltar Oncocercose A oncocercose, também conhecida como “cegueira dos rios”, é uma doença tropical negligenciada causada pelo parasita Onchocerca volvulus. Transmitida pela picada de moscas pretas infectadas, principalmente do gênero Simulium, a oncocercose afeta milhões de pessoas, principalmente na África subsaariana. A doença pode levar à cegueira e a várias complicações dermatológicas, tornando-se uma preocupação significativa de saúde pública. Fisiopatologia A fisiopatologia da oncocercose envolve a infecção pelo verme nematódeo Onchocerca volvulus. As larvas do parasita são transmitidas para os humanos através da picada de moscas pretas infectadas. Após a penetração na pele, as larvas se desenvolvem em vermes adultos, que formam nódulos subcutâneos. Os vermes adultos liberam microfilárias que migram pela pele e pelos olhos, causando inflamação crônica. A resposta inflamatória aos antígenos do parasita leva a danos teciduais, incluindo dermatite, prurido intenso, alterações cutâneas e, quando ocorre nos olhos, pode levar à cegueira. Clinicamente, a oncocercose se manifesta por várias formas dermatológicas e oftalmológicas. A dermatite oncosercal é caracterizada por prurido intenso, erupções cutâneas e alterações pigmentares, como “pele de lagarto”. Em estágios avançados, pode ocorrer a perda de elasticidade da pele, resultando em “pele de elefante”. As manifestações oculares incluem ceratite, uveíte, e, em casos graves, atrofia óptica e cegueira. Os pacientes podem relatar prurido, dor ocular, visão turva e diminuição progressiva da acuidade visual. Descrição Semiológica Agora vamos criar um exemplo fictício de uma descrição semiológica da Oncocercose para ser acrescentado no prontuário do paciente. “Paciente apresenta sinais clínicos compatíveis com oncocercose, incluindo dermatite oncosercal com prurido intenso e erupções cutâneas hiperpigmentadas. Relata dor ocular e visão turva. Exame oftalmológico revela ceratite e uveíte anterior. Presença de nódulos subcutâneos palpáveis nos membros inferiores.” Tratamento O tratamento da oncocercose envolve a administração de: Ivermectina: Utilizada para matar microfilárias e reduzir a carga parasitária. Geralmente é administrada em intervalos de seis meses a um ano. Doxiciclina: Pode ser usada para eliminar bactérias simbióticas Wolbachia associadas aos vermes, o que ajuda a reduzir a fertilidade dos vermes adultos. Cuidados de suporte: Inclui tratamento sintomático para aliviar o prurido e a inflamação cutânea. A prevenção e o controle são essenciais, com medidas como a distribuição de ivermectina em massa e o controle das populações de moscas pretas. Agora vamos criar um exemplo fictício de uma descrição semiológica da Oncocercose para ser acrescentado no prontuário do paciente. “Paciente apresenta sinais clínicos compatíveis com oncocercose, incluindo dermatite oncosercal com prurido intenso e erupções cutâneas hiperpigmentadas. Relata dor ocular e visão turva. Exame oftalmológico revela ceratite e uveíte anterior. Presença de nódulos subcutâneos palpáveis nos membros inferiores.” O tratamento da oncocercose envolve a administração de: Ivermectina: Utilizada para matar microfilárias e reduzir a carga parasitária. Geralmente é administrada em intervalos de seis meses a um ano. Doxiciclina: Pode ser usada para eliminar bactérias simbióticas Wolbachia associadas aos vermes, o que ajuda a reduzir a fertilidade dos vermes adultos. Cuidados de suporte: Inclui tratamento sintomático para aliviar o prurido e a inflamação cutânea. A prevenção e o controle são essenciais, com medidas como a distribuição de ivermectina em massa e o controle das populações de moscas pretas. Referências Sá MR, Maia-Herzog M. Doença de além-mar: estudos comparativos da oncocercose na América Latina e África. Hist cienc saude-Manguinhos [Internet]. 2003Jan;10(1):251–8. Available from: https://doi.org/10.1590/S0104-59702003000100008 AYONG L.S., et al. Development and evaluation of an antigen detection dipstick assay for the diagnosis of human onchocercisis. Trop Med Int Health 2005; 10: 228–223. Dr. Marcelo Negreiros Autor do Artigo Deixe um comentário Cancelar resposta Conectado como Dr. Marcelo Negreiros. Edite seu perfil. Sair? Campos obrigatórios são marcados com * Message*

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Tracoma

Voltar Tracoma O tracoma é uma infecção ocular crônica causada pela bactéria Chlamydia trachomatis, sendo a principal causa infecciosa de cegueira evitável no mundo. A transmissão ocorre principalmente em áreas com condições sanitárias precárias, afetando milhões de pessoas, especialmente em regiões endêmicas da África, Ásia e América Latina. Fisiopatologia A fisiopatologia do tracoma envolve a infecção da conjuntiva ocular pela bactéria Chlamydia trachomatis. A infecção inicial provoca uma resposta inflamatória, levando à formação de folículos na conjuntiva e espessamento conjuntival. Com infecções repetidas, a inflamação crônica resulta em cicatrização conjuntival, retração das pálpebras e in-turning dos cílios (triquíase), que arranham a córnea, causando ulcerações, opacificação e, eventualmente, cegueira. Clinicamente, o tracoma é caracterizado por vários estágios de evolução. No estágio inicial, observa-se conjuntivite folicular com presença de folículos e inflamação intensa. Nos estágios avançados, cicatrizes conjuntivais e triquíase podem ser observadas, levando à opacificação da córnea. Os pacientes podem relatar irritação ocular, sensibilidade à luz, dor e, em casos avançados, perda progressiva da visão. Descrição Semiológica Agora vamos criar um exemplo fictício de uma descrição semiológica do Tracoma para ser acrescentado no prontuário do paciente. “Paciente apresenta sinais de tracoma ativo, com conjuntivite folicular marcada por presença de folículos na conjuntiva superior e inflamação intensa. Observa-se cicatrizes conjuntivais indicativas de infecções anteriores. “ Tratamento O tratamento do tracoma envolve uma abordagem integrada conhecida como a estratégia SAFE: S (Surgery): Cirurgia para corrigir triquíase. A (Antibiotics): Administração de antibióticos (principalmente azitromicina) para tratar a infecção bacteriana. F (Facial cleanliness): Promoção da higiene facial para reduzir a transmissão. E (Environmental improvement): Melhorias no saneamento básico e acesso à água potável para reduzir a recontaminação. Agora vamos criar um exemplo fictício de uma descrição semiológica do Tracoma para ser acrescentado no prontuário do paciente. “Paciente apresenta sinais de tracoma ativo, com conjuntivite folicular marcada por presença de folículos na conjuntiva superior e inflamação intensa. Observa-se cicatrizes conjuntivais indicativas de infecções anteriores. “ O tratamento do tracoma envolve uma abordagem integrada conhecida como a estratégia SAFE: S (Surgery): Cirurgia para corrigir triquíase. A (Antibiotics): Administração de antibióticos (principalmente azitromicina) para tratar a infecção bacteriana. F (Facial cleanliness): Promoção da higiene facial para reduzir a transmissão. E (Environmental improvement): Melhorias no saneamento básico e acesso à água potável para reduzir a recontaminação. Referências Chinen Nilton Harunori, Penteado Suzana A. Funari A., Armond Jane De Eston, An Cármen M. Cleto Duarte, D’Amaral Rosa Kazuye Koda, Rosa Suzana de Jesus et al . Aspectos epidemiológicos e operacionais da vigilância e controle do tracoma em escola no Município de São Paulo, Brasil. Epidemiol. Serv. Saúde [Internet]. 2006 Jun [citado 2024 Out 16] ; 15( 2 ): 69-75. Disponível em: http://scielo.iec.gov.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-49742006000200008&lng=pt. http://dx.doi.org/10.5123/S1679-49742006000200008. Schellini SA, Sousa RLF de. Tracoma: ainda uma importante causa de cegueira. Rev brasoftalmol [Internet]. 2012May;71(3):199–204. Available from: https://doi.org/10.1590/S0034-72802012000300012 Dr. Marcelo Negreiros Autor do Artigo Deixe um comentário Cancelar resposta Conectado como Dr. Marcelo Negreiros. Edite seu perfil. Sair? Campos obrigatórios são marcados com * Message*

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Miose

Voltar Miose A miose é um fenômeno caracterizado pela constrição ou redução do diâmetro das pupilas. Esse processo pode ocorrer fisiologicamente em resposta a estímulos luminosos intensos ou ser resultado de condições patológicas e farmacológicas. A miose desempenha um papel importante na regulação da quantidade de luz que entra nos olhos, protegendo a retina de danos potenciais. Fisiopatologia A fisiopatologia da miose envolve a ativação do sistema nervoso parassimpático, particularmente a estimulação dos receptores muscarínicos M3 no músculo esfíncter da íris. A acetilcolina, o neurotransmissor liberado pelas fibras parassimpáticas, liga-se a esses receptores, causando a contração do músculo esfíncter da íris e resultando na constrição das pupilas. A miose pode ser induzida por várias condições, incluindo a exposição à luz intensa, uso de medicamentos (como pilocarpina e opioides), e doenças neurológicas. Clinicamente, a miose é observada como uma constrição das pupilas que pode ser bilateral ou unilateral. Os pacientes podem relatar visão turva em condições de baixa luminosidade e dificuldades de adaptação a ambientes escuros. A miose pode ser um indicativo de intoxicação por opioides, inflamação ocular (uveíte), doenças neurológicas (como a síndrome de Horner) ou resultado de tratamento medicamentoso. Descrição Semiológica Agora vamos criar um exemplo fictício de uma descrição semiológica da Miose para ser acrescentado no prontuário do paciente. “Paciente apresenta miose bilateral, caracterizada por constrição pupilar com diâmetro de aproximadamente 1 mm, resposta aumentada à luz direta e dificuldade de adaptação a ambientes escuros.” Tratamento O tratamento da miose depende da causa subjacente. Algumas abordagens incluem: Suspensão de substâncias: Interromper o uso de medicamentos ou substâncias que causam miose. Antagonistas Muscarínicos: Medicamentos como atropina podem ser usados para dilatar as pupilas em casos de miose patológica. Tratamento da condição subjacente: Gerenciamento de inflamações oculares, doenças neurológicas ou outras causas que induzem a miose. Agora vamos criar um exemplo fictício de uma descrição semiológica da Miose para ser acrescentado no prontuário do paciente. “Paciente apresenta miose bilateral, caracterizada por constrição pupilar com diâmetro de aproximadamente 1 mm, resposta aumentada à luz direta e dificuldade de adaptação a ambientes escuros.” O tratamento da miose depende da causa subjacente. Algumas abordagens incluem: Suspensão de substâncias: Interromper o uso de medicamentos ou substâncias que causam miose. Antagonistas Muscarínicos: Medicamentos como atropina podem ser usados para dilatar as pupilas em casos de miose patológica. Tratamento da condição subjacente: Gerenciamento de inflamações oculares, doenças neurológicas ou outras causas que induzem a miose. Referências Mathôt S. Pupillometry: Psychology, Physiology, and Function. J Cogn. 2018 Feb 21;1(1):16. doi: 10.5334/joc.18. PMID: 31517190; PMCID: PMC6634360. Dr. Marcelo Negreiros Autor do Artigo Deixe um comentário Cancelar resposta Conectado como Dr. Marcelo Negreiros. Edite seu perfil. Sair? Campos obrigatórios são marcados com * Message*

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Midríase

Voltar Midríase A midríase é uma condição caracterizada pela dilatação anormal das pupilas, que pode ocorrer em resposta a estímulos fisiológicos ou patológicos. Enquanto a dilatação das pupilas é uma resposta natural em situações de baixa luminosidade, a midríase patológica pode indicar a presença de condições neurológicas, uso de substâncias ou outras disfunções sistêmicas. Fisiopatologia A fisiopatologia da midríase envolve a disfunção do sistema nervoso autonômico, especificamente do sistema nervoso simpático. Em condições normais, a dilatação das pupilas ocorre através da ativação dos receptores adrenérgicos alfa-1 do músculo dilatador da íris, mediada pelo neurotransmissor norepinefrina. Quando há um desequilíbrio entre o tônus simpático e parassimpático, seja por lesão neurológica, uso de drogas (como anticolinérgicos e estimulantes) ou outras condições médicas, a midríase pode se manifestar de maneira anormal e persistente. Clinicamente, a midríase é observada como uma dilatação das pupilas que não responde adequadamente à luz. Os pacientes podem relatar sensibilidade à luz (fotofobia), visão embaçada e dificuldade de foco. A midríase pode ser unilateral ou bilateral, e sua presença pode ser um indicativo de várias condições, incluindo lesões cerebrais traumáticas, uso de substâncias como cocaína e anfetaminas, ou mesmo crises de enxaqueca. Descrição Semiológica Agora vamos criar um exemplo fictício de uma descrição semiológica da Midríase para ser acrescentado no prontuário do paciente. “Paciente apresenta midríase bilateral, caracterizada por dilatação das pupilas com resposta reduzida ou ausente à luz direta. Relata fotofobia e visão embaçada.” Tratamento O tratamento da midríase depende da causa subjacente. Algumas abordagens incluem: Suspensão de substâncias: Se a midríase for induzida por drogas, a interrupção do uso pode resultar na normalização das pupilas. Terapias medicamentosas: Uso de agentes antimuscarínicos, como pilocarpina, pode ser eficaz em casos específicos. Tratamento de condições subjacentes: Gerenciamento de lesões neurológicas ou outras condições médicas que causam a midríase. Protetores oculares: Uso de óculos escuros para reduzir a fotofobia e melhorar o conforto visual. Agora vamos criar um exemplo fictício de uma descrição semiológica da Midríase para ser acrescentado no prontuário do paciente. “Paciente apresenta midríase bilateral, caracterizada por dilatação das pupilas com resposta reduzida ou ausente à luz direta. Relata fotofobia e visão embaçada.” O tratamento da midríase depende da causa subjacente. Algumas abordagens incluem: Suspensão de substâncias: Se a midríase for induzida por drogas, a interrupção do uso pode resultar na normalização das pupilas. Terapias medicamentosas: Uso de agentes antimuscarínicos, como pilocarpina, pode ser eficaz em casos específicos. Tratamento de condições subjacentes: Gerenciamento de lesões neurológicas ou outras condições médicas que causam a midríase. Protetores oculares: Uso de óculos escuros para reduzir a fotofobia e melhorar o conforto visual. Referências Curi I, Nakayama SA, Pereira ÉM, Hopker LM, Ejzenbaum F, Barcellos RB, et al.. Brazilian guideline for pediatric cycloplegia and mydriasis. Arq Bras Oftalmol [Internet]. 2023Jul;86(4):388–96. Available from: https://doi.org/10.5935/0004-2749.20230049 Dr. Marcelo Negreiros Autor do Artigo Deixe um comentário Cancelar resposta Conectado como Dr. Marcelo Negreiros. Edite seu perfil. Sair? Campos obrigatórios são marcados com * Message*

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Aniridia

Voltar Aniridia A aniridia é uma condição genética rara que se caracteriza pela ausência parcial ou completa da íris, a estrutura do olho responsável por controlar a quantidade de luz que entra. Essa condição resulta em uma série de desafios visuais, incluindo sensibilidade à luz, visão turva e, em muitos casos, pode estar associada a outras anomalias oculares, como catarata, glaucoma e nistagmo. A aniridia é tipicamente causada por mutações no gene PAX6, que desempenha um papel crucial no desenvolvimento ocular. Fisiopatologia A fisiopatologia da aniridia envolve uma mutação genética no gene PAX6, que é crucial para o desenvolvimento ocular durante o período fetal. Quando ocorre uma mutação no gene PAX6, o desenvolvimento da íris é interrompido, resultando na ausência parcial ou completa da íris. Além disso, a aniridia está frequentemente associada a outras anomalias oculares, como hipoplasia macular, glaucoma, catarata e alterações na córnea, o que pode levar a uma visão reduzida e nistagmo. A aniridia é descrita como uma condição ocular na qual há ausência parcial ou completa da íris, a parte colorida do olho responsável por controlar a quantidade de luz que entra no olho. Clinicamente, pode-se observar a falta de definição da íris ao exame oftalmológico, resultando em uma aparência anormal do olho, frequentemente com uma pupila grande e irregular. A aniridia pode ser acompanhada de outras anomalias oculares, como catarata, glaucoma, opacidades na córnea e hipoplasia da fossa macular, que contribuem para a diminuição da acuidade visual. Pacientes com aniridia frequentemente apresentam sensibilidade à luz (fotofobia) e podem ter movimentos oculares involuntários (nistagmo). Tratamento O tratamento para a aniridia foca em melhorar a qualidade de vida e a visão dos pacientes, uma vez que não há cura para a condição. Algumas opções de tratamento incluem: Óculos Escuros ou Lentes de Contato com Filtro de Luz: Para reduzir a sensibilidade à luz e o desconforto. Óculos ou Lentes de Contato Corretivas: Para melhorar a acuidade visual e corrigir problemas refrativos associados. Medicamentos: Para tratar sintomas associados, como glaucoma e olho seco. Cirurgia: Em alguns casos, cirurgias podem ser indicadas para tratar catarata, glaucoma ou corrigir outras anomalias oculares. Terapia Visual: Para melhorar a coordenação ocular e a visão geral. O tratamento deve ser personalizado, levando em consideração as necessidades específicas de cada paciente. Referências Ferreira MAT, Almeida IG de, Kuratani DK, Rosa RFM, Gonzales JF de O, Telles LE de B, et al.. WAGRO syndrome: a rare genetic condition associated with aniridia and additional ophthalmologic abnormalities. Arq Bras Oftalmol [Internet]. 2019Jul;82(4):336–8. Available from: https://doi.org/10.5935/0004-2749.20190065 Deixe um comentário Cancelar resposta Conectado como Dr. Marcelo Negreiros. Edite seu perfil. Sair? Campos obrigatórios são marcados com * Message* Também pode te interessar… Atlas de Oftalmo Conjuntivite Alérgica Dr. Marcelo Negreiros fevereiro 20, 2025 Atlas de Oftalmo Conjuntivite Bacteriana Dr. Marcelo Negreiros fevereiro 20, 2025 Atlas de Oftalmo Conjuntivite Viral Dr. Marcelo Negreiros fevereiro 20, 2025 Atlas de Oftalmo Manchas de Bitot Dr. Marcelo Negreiros outubro 16, 2024

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Anéis de Kayser-Fleischer

Anéis de Kayser-Fleischer Os Anéis de Kayser-Fleischer são um sinal clínico importante e diagnóstico associado à Doença de Wilson, uma condição genética rara caracterizada pela acumulação de cobre no organismo. Esses anéis aparecem como depósitos marrom-ouro na periferia da córnea, visíveis através de exame oftalmológico com lâmpada de fenda. A detecção desses anéis é crucial, pois muitas vezes é um dos primeiros sinais visíveis da Doença de Wilson, que pode levar a complicações hepáticas, neurológicas e psiquiátricas se não for tratada adequadamente. Fisiopatologia Os Anéis de Kayser-Fleischer são formados pelo acúmulo de cobre na córnea, especificamente na membrana de Descemet, que fica na região perilímbica. Esse acúmulo ocorre devido a uma disfunção no metabolismo do cobre, que é uma característica da Doença de Wilson. Na Doença de Wilson, o fígado não consegue eliminar adequadamente o cobre, levando ao seu acúmulo em vários órgãos, incluindo os olhos. À medida que o cobre se acumula na córnea, ele forma depósitos de cor marrom-ouro, resultando nos anéis visíveis durante um exame oftalmológico com lâmpada de fenda. Os Anéis de Kayser-Fleischer são descritos como depósitos de cor marrom-ouro que aparecem na periferia da córnea, na região perilímbica. Estes anéis são visíveis através de exame oftalmológico com lâmpada de fenda e são formados pelo acúmulo de cobre na membrana de Descemet. Eles costumam ter uma aparência circular ou semicircular e podem variar em intensidade de cor, dependendo da quantidade de cobre acumulado. Tratamento O tratamento dos Anéis de Kayser-Fleischer foca no tratamento da Doença de Wilson, que é a causa subjacente do acúmulo de cobre na córnea. Os principais componentes do tratamento incluem: Quelantes de Cobre: Medicamentos como penicilamina ou trientina são usados para remover o excesso de cobre do corpo. Dieta Pobre em Cobre: Reduzir a ingestão de alimentos ricos em cobre pode ajudar a controlar os níveis de cobre no corpo. Terapia de Manutenção: Após a redução inicial dos níveis de cobre, a terapia de manutenção com baixa dose de penicilamina, trientina ou zinco oral pode ser necessária para evitar a reacumulação de cobre. O tratamento precoce é crucial para prevenir complicações graves e melhorar os resultados a longo prazo Quem Descreveu? Dr. Bernhard Kayser Bernhard Kayser (1869-1954) foi um oftalmologista alemão nascido em Bremen. Kayser trabalhou como interno em Tübingen e assistente médico em Freiburg im Breisgau antes de se tornar médico de bordo na North German Lloyd Shipping Company e passar 2,5 anos no Brasil como médico geral. Mais tarde, ele se especializou em oftalmologia e se estabeleceu em Stuttgart, onde passou o resto de sua vida. Kayser é mais conhecido por descrever os Anéis de Kayser-Fleischer em 1902, uma descoberta que fez contribuições significativas para o diagnóstico da Doença de Wilson. Quem Descreveu? Dr. Bruno Otto Fleischer Bruno Otto Fleischer (1874-1965) foi um oftalmologista alemão conhecido por suas contribuições significativas para o campo da oftalmologia. Ele é mais famoso por descrever os Anéis de Kayser-Fleischer em 1903, juntamente com Bernhard Kayser. Além disso, Fleischer também descreveu os anéis de Fleischer em 1906, que são depósitos de ferro na córnea associados ao ceratocone. Sua pesquisa e descobertas ajudaram a melhorar o diagnóstico e a compreensão de várias condições oculares. Referências Moreira DM, Moreira JSR, Fritscher LG, Garcia RG de, Rymer S. Anéis de Kayser-Fleischer. Arq Bras Oftalmol [Internet]. 2001Nov;64(6):589–93. Available from: https://doi.org/10.1590/S0004-27492001000600018 Dening TR, Berrios GE (fevereiro de 1990). “Confusão epônima sobre Bruno Fleischer”. Lancet . 335 (8684): 291. doi : 10.1016/0140-6736(90)90108-H . PMID 1967744 Deixe um comentário Cancelar resposta Conectado como Dr. Marcelo Negreiros. Edite seu perfil. Sair? Campos obrigatórios são marcados com * Message* Também pode te interessar… Atlas de Oftalmo Leucoma Corneano Dr. Marcelo Negreiros fevereiro 27, 2025 Atlas de Oftalmo Síndrome de Dispersão Pigmentar Dr. Marcelo Negreiros fevereiro 27, 2025 Atlas de Oftalmo Síndrome de Pseudoexfoliação Dr. Marcelo Negreiros fevereiro 27, 2025 Atlas de Oftalmo Glaucoma Congênito Dr. Marcelo Negreiros fevereiro 27, 2025

SInais Clínicos

Sinal de Cullen

Sinal de Cullen O Sinal de Cullen é uma manifestação clínica importante que pode indicar condições médicas graves, como pancreatite aguda, gravidez ectópica rota ou outras causas de hemorragia intra-abdominal. Caracterizado por uma descoloração azulada ao redor do umbigo, esse sinal é resultado do acúmulo de sangue no tecido subcutâneo periumbilical, refletindo a gravidade da hemorragia intra-abdominal. Descrito pela primeira vez por Thomas Stephen Cullen em 1918, o Sinal de Cullen é um indicador valioso na prática médica para o diagnóstico precoce e a intervenção adequada em emergências abdominais. Fisiopatologia O mecanismo fisiopatológico do sinal de Cullen envolve o extravasamento de sangue da cavidade peritoneal ou retroperitoneal para o tecido subcutâneo da região periumbilical. Esse processo ocorre devido à difusão do sangue através dos planos fasciais do abdome, sendo facilitado pela anatomia das fáscias e pela comunicação dos espaços peritoneais com a parede abdominal anterior. A principal origem do sangramento pode ser: Pancreatite hemorrágica aguda: A necrose e inflamação pancreática severa levam à ruptura de pequenos vasos, com extravasamento de sangue para o espaço retroperitoneal. O sangue então se espalha ao longo das fáscias abdominais e se torna visível na pele. Gravidez ectópica rota: A ruptura de uma gestação ectópica causa hemorragia intraperitoneal, com difusão sanguínea através da bainha do músculo reto abdominal, tornando-se aparente na pele periumbilical. Trauma abdominal grave: Lesões vasculares internas ou ruptura de órgãos abdominais podem causar acúmulo de sangue na cavidade peritoneal, migrando posteriormente para a região subcutânea. Ruptura de aneurisma da aorta abdominal: A dissecção ou ruptura do aneurisma leva a sangramento maciço, que pode se disseminar para os tecidos adjacentes, tornando-se visível na parede abdominal anterior. Esse processo de disseminação do sangue ocorre de maneira lenta, o que explica o atraso no aparecimento do sinal de Cullen em relação ao início do sangramento. Sua presença indica um processo hemorrágico avançado e de alta gravidade, exigindo diagnóstico e tratamento imediato para evitar desfechos fatais. Descrição O sinal de Cullen é caracterizado pelo aparecimento de uma equimose de coloração azulada ou arroxeada na região periumbilical, resultante do extravasamento de sangue para o tecido subcutâneo. Esse achado clínico indica um processo hemorrágico interno, geralmente grave, e pode estar associado a diversas condições, como pancreatite hemorrágica aguda, gravidez ectópica rota, ruptura de aneurisma da aorta abdominal e trauma abdominal severo. A pigmentação do sinal de Cullen pode variar conforme a evolução da hemorragia, passando de tons azulados e arroxeados para esverdeados e amarelados devido à degradação da hemoglobina. O sinal pode surgir em 24 a 48 horas após o início do sangramento e, em muitos casos, está acompanhado de outros achados clínicos, como dor abdominal intensa, sinais de choque hipovolêmico e distensão abdominal. Embora não seja um achado comum, sua presença sugere um quadro de hemorragia interna significativa, sendo fundamental para o diagnóstico precoce e intervenção médica imediata. Tratamento O sinal de Cullen não possui um tratamento específico, pois trata-se de uma manifestação clínica de uma condição subjacente grave, como pancreatite hemorrágica aguda, ruptura de gravidez ectópica, entre outras. Dessa forma, o tratamento deve ser direcionado à doença de base que está causando o extravasamento de sangue para o tecido subcutâneo periumbilical. As principais abordagens terapêuticas incluem: Suporte hemodinâmico: Monitorização rigorosa, reposição volêmica com cristaloides e, se necessário, transfusão sanguínea em casos de choque hipovolêmico. Controle da dor: Administração de analgésicos, preferencialmente opioides em casos de dor intensa, evitando anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) devido ao risco de sangramento. Suporte nutricional: Em casos de pancreatite grave, pode ser necessário jejum e suporte nutricional por via enteral ou parenteral. Tratamento da doença de base: Se o sinal de Cullen for causado por pancreatite hemorrágica, o manejo envolve hidratação agressiva, suporte em unidade de terapia intensiva (UTI) e, se houver complicações como necrose infectada, desbridamento cirúrgico ou drenagem. No caso de gravidez ectópica rota, a conduta é cirúrgica, com laparotomia ou laparoscopia para controle do sangramento. Antibioticoterapia: Indicada em casos de infecção secundária, como abscessos pancreáticos ou peritonite. Quem Descreveu Dr. Thomas. S. Cullen Thomas Stephen Cullen (1868-1953) foi um ginecologista canadense-americano, conhecido por suas contribuições significativas para a patologia ginecológica. Cullen estudou e trabalhou na Johns Hopkins University, onde ajudou a estabelecer o laboratório de patologia ginecológica. Ele foi pioneiro no uso do microscópio para diagnósticos intraoperatórios e descreveu o Sinal de Cullen em 1918, um achado clínico associado à hemorragia retroperitoneal. Seu legado continua a influenciar a prática e a educação em ginecologia. Referências Banks PA, Bollen TL, Dervenis C, et al: Classification of acute pancreatitis 2012: Revision of the Atlanta classification and definitions by international consensus. Gut 62:102–111, 2013. doi: 10.1136/gutjnl-2012-302779 American Gastroenterological Association Institute Guideline on Initial Management of Acute Pancreatitis. Crockett, Seth D.Crockett, Seth et al. Gastroenterology, Volume 154, Issue 4, 1096 – 1101 Deixe um comentário Cancelar resposta Conectado como Dr. Marcelo Negreiros. Edite seu perfil. Sair? Campos obrigatórios são marcados com * Message* Também pode te interessar… SInais Clínicos Sinal de Koplik Dr. Marcelo Negreiros dezembro 30, 2024 SInais Clínicos Sinal de Cullen Dr. Marcelo Negreiros outubro 15, 2024 SInais Clínicos Sinal de Battle Dr. Marcelo Negreiros outubro 13, 2024 SInais Clínicos Sinal do Guaxinim Dr. Marcelo Negreiros outubro 8, 2024

Teorias da Enfermagem

Teoria do Autocuidado

Teoria do Autocuidado A Teoria do Autocuidado, proposta por Dorothea Orem, é uma das teorias mais influentes e amplamente adotadas na enfermagem moderna. Orem desenvolveu essa teoria com o objetivo de definir a prática da enfermagem e estabelecer uma base sólida para o cuidado centrado no paciente. Sua teoria se baseia na premissa de que os indivíduos têm a capacidade e a responsabilidade de cuidar de si mesmos, e que a função dos enfermeiros é apoiar, educar e capacitar os pacientes a alcançar e manter seu autocuidado. Orem identificou três teorias inter-relacionadas dentro do modelo do autocuidado: a Teoria do Autocuidado, a Teoria do Déficit de Autocuidado e a Teoria dos Sistemas de Enfermagem. A Teoria do Autocuidado foca nas atividades que os indivíduos realizam para manter sua saúde e bem-estar. A Teoria do Déficit de Autocuidado descreve quando a capacidade do indivíduo de realizar essas atividades é superada pelas demandas de autocuidado. A Teoria dos Sistemas de Enfermagem define o papel do enfermeiro em apoiar o autocuidado, seja através de um sistema totalmente compensatório, parcialmente compensatório ou de suporte-educação. Fundamentos A Teoria do Déficit de Autocuidado de Dorothea Orem é baseada em três fundamentos principais: Autocuidado: Refere-se às atividades que os indivíduos realizam por conta própria para manter a vida, a saúde e o bem-estar. Orem identificou que todos têm necessidades básicas de autocuidado que, quando não atendidas, podem afetar sua saúde. Déficit de Autocuidado: Surge quando um indivíduo é incapaz de realizar atividades de autocuidado devido a limitações físicas ou mentais. Este déficit pode resultar de várias causas, incluindo doença, lesão ou idade avançada. Sistemas de Enfermagem: Orem propôs três sistemas para guiar a prática de enfermagem: Totalmente Compensatório: O enfermeiro assume a responsabilidade completa pelo autocuidado do paciente. Parcialmente Compensatório: O paciente e o enfermeiro compartilham a responsabilidade pelo autocuidado. Sistema de Suporte-Educação: O enfermeiro atua principalmente como educador e facilitador, ajudando o paciente a adquirir as habilidades necessárias para o autocuidado. Esses fundamentos formam a base para a prática de enfermagem centrada no paciente, promovendo a autonomia e a capacidade de autocuidado, essenciais para a recuperação e manutenção da saúde. Impáctos na Prática A Teoria do Déficit de Autocuidado de Dorothea Orem trouxe vários impactos significativos na prática de enfermagem: Promoção da Autonomia do Paciente: A teoria enfatiza a importância de capacitar os pacientes a realizar seus próprios cuidados, promovendo independência e autonomia. Plano de Cuidados Personalizados: Encoraja os enfermeiros a criar planos de cuidados individualizados, baseados nas necessidades específicas de autocuidado de cada paciente. Educação e Suporte: Aumenta o foco na educação do paciente, ajudando-os a adquirir habilidades necessárias para o autocuidado. Melhoria na Qualidade do Cuidado: Contribui para uma abordagem mais holística e centrada no paciente, resultando em melhores resultados de saúde. Desenvolvimento Profissional: Proporciona uma estrutura teórica que guia a prática clínica e o desenvolvimento profissional dos enfermeiros. Ao enfatizar a importância do autocuidado, a teoria de Orem transformou a forma como os cuidados de enfermagem são planejados e executados, levando a uma prática mais personalizada e eficaz. Desafios e Limitações A Teoria do Déficit de Autocuidado de Dorothea Orem, apesar de ser amplamente reconhecida e aplicada, possui alguns desafios e limitações: Complexidade do Autocuidado: As necessidades de autocuidado dos pacientes podem ser extremamente variadas e complexas, tornando difícil a aplicação prática uniforme da teoria. Foco no Autocuidado: Em algumas situações, a ênfase no autocuidado pode não ser adequada, especialmente para pacientes com limitações físicas ou cognitivas severas, onde a assistência completa é necessária. Cultura e Contexto Social: A teoria pode não levar em consideração adequadamente as diferenças culturais e sociais que afetam o autocuidado. Educação e Treinamento: Implementar a teoria requer uma formação e educação extensiva dos profissionais de saúde, o que pode ser um desafio em algumas regiões. Medidas Objetivas: Avaliar o autocuidado de forma objetiva pode ser difícil, pois muitas vezes envolve aspectos subjetivos da experiência do paciente. Apesar dessas limitações, a Teoria do Déficit de Autocuidado continua a ser uma ferramenta valiosa na prática de enfermagem, fornecendo um framework importante para a promoção da autonomia do paciente. Quem Criou? Enf. Dorothea Orem Dorothea Elizabeth Orem (1914-2007) foi uma teórica e educadora americana de enfermagem, conhecida por desenvolver a Teoria do Déficit de Autocuidado (Self-Care Deficit Nursing Theory). A teoria de Orem enfatiza a importância do autocuidado como uma necessidade humana fundamental e propõe que os enfermeiros desempenhem um papel crucial em ajudar os pacientes a realizar ou suprir suas necessidades de autocuidado. Seu trabalho teve um impacto significativo na prática e na educação em enfermagem, promovendo uma abordagem centrada no paciente e na independência do paciente. Referências Orem, D. E. (2001). Nursing: Concepts of Practice (7th ed.). New York: McGraw-Hill. Taylor, S. G., & Crisp, J. (2006). Fundamentals of Nursing: The Art and Science of Nursing Care (6th ed.). Philadelphia: Lippincott Williams & Wilkins. Fawcett, J. (2005). Analysis and Evaluation of Conceptual Models of Nursing (3rd ed.). Philadelphia: F.A. Davis Company. Deixe um comentário Cancelar resposta Conectado como Dr. Marcelo Negreiros. Edite seu perfil. Sair? Campos obrigatórios são marcados com * Message* Também pode te interessar… Teorias da Enfermagem Teoria da Autoeficácia Dr. Marcelo Negreiros novembro 1, 2024 Teorias da Enfermagem Teoria das Transições Dr. Marcelo Negreiros novembro 1, 2024 Teorias da Enfermagem Teoria do Ser Humano Unitário Dr. Marcelo Negreiros novembro 1, 2024 Teorias da Enfermagem Teoria da Saúde como Consciência Expandida Dr. Marcelo Negreiros outubro 31, 2024