Tifo Murino

O Tifo Murino é uma doença infecciosa causada por bactérias do gênero Rickettsia, que são transmitidas aos humanos por pulgas de roedores, gatos e gambás. Essa doença é caracterizada por febre, calafrios, dor de cabeça e erupção cutânea, podendo ser confundida com o tifo epidêmico, porém com menor gravidade e mortalidade. O Tifo Murino é uma doença endêmica em várias partes do mundo, especialmente em áreas com condições precárias de higiene e saneamento, onde há maior contato com os animais reservatórios e vetores. O diagnóstico é feito com base nos sintomas, na história de exposição e em testes laboratoriais, como biópsia da pele, sorologia e PCR. O tratamento é feito com antibióticos, principalmente a doxiciclina, e a prevenção envolve medidas de controle dos roedores e das pulgas, bem como a melhoria das condições ambientais e sociais.

Erupção Cutânea devido Tifo Murino.

Epidemiologia

O Tifo Murino é uma doença endêmica em várias partes do mundo, especialmente em áreas com condições precárias de higiene e saneamento, onde há maior contato com os animais reservatórios e vetores. Os reservatórios animais são gatos, gambás, ratos, camundongos e outros roedores, e as pulgas desses animais transmitem os organismos aos seres humanos por picadas. A incidência é baixa, porém, mais alta em áreas infestadas por ratos. No Brasil, só há registros da doença na região Sudeste. A epidemiologia do Tifo Murino é importante para conhecer a situação atual da doença, identificar os grupos de risco, monitorar os surtos e implementar estratégias de prevenção e controle, baseadas na redução do contato com pulgas infectadas, no manejo dos roedores e na melhoria das condições ambientais e sociais.

Vetores

Os vetores do tifo murino são as pulgas que transmitem as bactérias do gênero Rickettsia aos humanos. Essas pulgas podem se infectar ao se alimentar do sangue de roedores, gatos e gambás que são os reservatórios naturais da doença. A pulga mais comum envolvida na transmissão do tifo murino é a Xenopsylla cheopis, também conhecida como pulga do rato. Quando há um grande número de roedores infectados, as pulgas tendem a buscar novos hospedeiros, aumentando o risco de contágio para as pessoas que vivem em áreas com condições precárias de higiene e saneamento. Por isso, é importante adotar medidas de controle dos roedores e das pulgas, bem como melhorar as condições ambientais e sociais, para prevenir o tifo murino.

História

A primeira descrição conhecida do tifo murino data de 1528, quando um surto ocorreu na Espanha durante a guerra contra a França. O nome tifo vem do grego antigo typhus (τύφος), que significa “turvo”, de forma a descrever o estado mental das pessoas infectadas. 

  • O tifo murino foi identificado como uma entidade clínico-epidemiológica distinta do tifo epidêmico em 1926, por Maxcy, nos Estados Unidos. 
  • Em 1931, Mooser isolou a bactéria causadora do tifo murino, a Rickettsia typhi, no México. 

O tifo murino é transmitido pela pulga Xenopsylla cheopis, que se infecta ao se alimentar do sangue de roedores, gatos e gambás, que são os reservatórios naturais da doença.

Fisiopatologia

As riquétsias entram no organismo através da picada de pulgas infectadas, que se alimentam do sangue de roedores, gatos e gambás, que são os reservatórios naturais da doença. As riquétsias se multiplicam no interior das células endoteliais que revestem os vasos sanguíneos, causando inflamação, lesão e necrose dessas células. Isso resulta em alterações na permeabilidade vascular, edema, hemorragia e trombose, que comprometem a circulação sanguínea e a oxigenação dos tecidos. Os órgãos mais afetados são o cérebro, o coração, os pulmões, os rins e o fígado. Os sintomas clínicos do tifo murino são febre, calafrios, dor de cabeça e erupção cutânea, que refletem a resposta inflamatória sistêmica e a disfunção orgânica causadas pelas riquétsias.

Quadro Clínico

A história clínico-epidemiológica geralmente inclui exposição em área endêmica e/ou ocupacional, higiene deficiente. Os sintomas começam cerca de 6 a 18 dias após a bactéria entrar no corpo com duração de, aproximadamente, 2 semanas, mas a recuperação completa da fadiga e adinamia pode durar meses. As manifestações clínicas possíveis incluem:

  • Febre de início agudo (39-41ºC);
  • Cefaleia aguda contínua;
  • Taquipneia;
  • Calafrios;

Poucos dias depois dos outros sintomas, pode surgir uma erupção cutânea, que se inicia no dorso e se espalha para os membros.

  • Rash maculopapular/petequial nos dias 4-7 da evolução, com início em axilas e tronco, e disseminação periférica (sentido oposto do observado na febre das Montanhas Rochosas), que poupam palmas e região plantar. Pode estar ausente na forma silvestre;

Outros sintomas possíveis incluem tosse, náusea, rigidez de articulações, artralgias, mialgias, mal-estar, dores abdominais e sintomas neurológicos diversos (alteração do nível de consciência ao coma).
Alguns achados no exame físico podem incluir bradicardia e persistência da febre por 24-72 horas, após o início da antibioticoterapia.

A trombose decorrente da vasculite pode levar à gangrena de porções distais de extremidades, narinas, ouvidos e genitália. O processo de vasculite pode resultar em hipovolemia e hipoperfusão tissular, com possível falência de órgãos.

O tifo murino é clinicamente semelhante ao tifo epidêmico, porém com menor gravidade e mortalidade. A morte é rara, mas mais provável em pessoas idosas.

Diagnóstico

O diagnóstico do tifo murino é baseado nos sintomas, na história de exposição e em testes laboratoriais. Os sintomas incluem calafrios, febre, dor de cabeça e erupção cutânea, que podem ser confundidos com o tifo epidêmico. A história de exposição envolve o contato com pulgas de roedores, gatos ou gambás, que são os vetores da doença. Os testes laboratoriais podem incluir:

  • Biópsia de Pele: consiste em retirar uma amostra da erupção cutânea e examiná-la com um ensaio de imunofluorescência, que usa anticorpos marcados com uma substância fluorescente para detectar as bactérias.
  • Sorologia para Rickettsias: A sorologia consiste em medir os anticorpos no sangue do paciente, que indicam a resposta imunológica à infecção.
  • PCR:  consiste em amplificar o material genético das bactérias, que pode ser identificado por técnicas moleculares.

Esses testes podem confirmar o diagnóstico, mas nem sempre estão disponíveis ou são rápidos o suficiente para orientar o tratamento. Por isso, o diagnóstico clínico e epidemiológico é importante para iniciar o tratamento precoce e evitar complicações.

Epidemiologia

O Tifo Murino é uma doença endêmica em várias partes do mundo, especialmente em áreas com condições precárias de higiene e saneamento, onde há maior contato com os animais reservatórios e vetores. Os reservatórios animais são gatos, gambás, ratos, camundongos e outros roedores, e as pulgas desses animais transmitem os organismos aos seres humanos por picadas. A incidência é baixa, porém, mais alta em áreas infestadas por ratos. No Brasil, só há registros da doença na região Sudeste. A epidemiologia do Tifo Murino é importante para conhecer a situação atual da doença, identificar os grupos de risco, monitorar os surtos e implementar estratégias de prevenção e controle, baseadas na redução do contato com pulgas infectadas, no manejo dos roedores e na melhoria das condições ambientais e sociais.

Vetores

Os vetores do tifo murino são as pulgas que transmitem as bactérias do gênero Rickettsia aos humanos. Essas pulgas podem se infectar ao se alimentar do sangue de roedores, gatos e gambás que são os reservatórios naturais da doença. A pulga mais comum envolvida na transmissão do tifo murino é a Xenopsylla cheopis, também conhecida como pulga do rato. Quando há um grande número de roedores infectados, as pulgas tendem a buscar novos hospedeiros, aumentando o risco de contágio para as pessoas que vivem em áreas com condições precárias de higiene e saneamento. Por isso, é importante adotar medidas de controle dos roedores e das pulgas, bem como melhorar as condições ambientais e sociais, para prevenir o tifo murino.

História

A primeira descrição conhecida do tifo murino data de 1528, quando um surto ocorreu na Espanha durante a guerra contra a França. O nome tifo vem do grego antigo typhus (τύφος), que significa “turvo”, de forma a descrever o estado mental das pessoas infectadas. 

  • O tifo murino foi identificado como uma entidade clínico-epidemiológica distinta do tifo epidêmico em 1926, por Maxcy, nos Estados Unidos. 
  • Em 1931, Mooser isolou a bactéria causadora do tifo murino, a Rickettsia typhi, no México. 

O tifo murino é transmitido pela pulga Xenopsylla cheopis, que se infecta ao se alimentar do sangue de roedores, gatos e gambás, que são os reservatórios naturais da doença.

Fisiopatologia

As riquétsias entram no organismo através da picada de pulgas infectadas, que se alimentam do sangue de roedores, gatos e gambás, que são os reservatórios naturais da doença. As riquétsias se multiplicam no interior das células endoteliais que revestem os vasos sanguíneos, causando inflamação, lesão e necrose dessas células. Isso resulta em alterações na permeabilidade vascular, edema, hemorragia e trombose, que comprometem a circulação sanguínea e a oxigenação dos tecidos. Os órgãos mais afetados são o cérebro, o coração, os pulmões, os rins e o fígado. Os sintomas clínicos do tifo murino são febre, calafrios, dor de cabeça e erupção cutânea, que refletem a resposta inflamatória sistêmica e a disfunção orgânica causadas pelas riquétsias.

Quadro Clínico

A história clínico-epidemiológica geralmente inclui exposição em área endêmica e/ou ocupacional, higiene deficiente. Os sintomas começam cerca de 6 a 18 dias após a bactéria entrar no corpo com duração de, aproximadamente, 2 semanas, mas a recuperação completa da fadiga e adinamia pode durar meses. As manifestações clínicas possíveis incluem:

  • Febre de início agudo (39-41ºC);
  • Cefaleia aguda contínua;
  • Taquipneia;
  • Calafrios;

Poucos dias depois dos outros sintomas, pode surgir uma erupção cutânea, que se inicia no dorso e se espalha para os membros.

  • Rash maculopapular/petequial nos dias 4-7 da evolução, com início em axilas e tronco, e disseminação periférica (sentido oposto do observado na febre das Montanhas Rochosas), que poupam palmas e região plantar. Pode estar ausente na forma silvestre;

Outros sintomas possíveis incluem tosse, náusea, rigidez de articulações, artralgias, mialgias, mal-estar, dores abdominais e sintomas neurológicos diversos (alteração do nível de consciência ao coma).
Alguns achados no exame físico podem incluir bradicardia e persistência da febre por 24-72 horas, após o início da antibioticoterapia.

A trombose decorrente da vasculite pode levar à gangrena de porções distais de extremidades, narinas, ouvidos e genitália. O processo de vasculite pode resultar em hipovolemia e hipoperfusão tissular, com possível falência de órgãos.

O tifo murino é clinicamente semelhante ao tifo epidêmico, porém com menor gravidade e mortalidade. A morte é rara, mas mais provável em pessoas idosas.

Diagnóstico

O diagnóstico do tifo murino é baseado nos sintomas, na história de exposição e em testes laboratoriais. Os sintomas incluem calafrios, febre, dor de cabeça e erupção cutânea, que podem ser confundidos com o tifo epidêmico. A história de exposição envolve o contato com pulgas de roedores, gatos ou gambás, que são os vetores da doença. Os testes laboratoriais podem incluir:

  • Biópsia de Pele: consiste em retirar uma amostra da erupção cutânea e examiná-la com um ensaio de imunofluorescência, que usa anticorpos marcados com uma substância fluorescente para detectar as bactérias.
  • Sorologia para Rickettsias: A sorologia consiste em medir os anticorpos no sangue do paciente, que indicam a resposta imunológica à infecção.
  • PCR:  consiste em amplificar o material genético das bactérias, que pode ser identificado por técnicas moleculares.

Esses testes podem confirmar o diagnóstico, mas nem sempre estão disponíveis ou são rápidos o suficiente para orientar o tratamento. Por isso, o diagnóstico clínico e epidemiológico é importante para iniciar o tratamento precoce e evitar complicações.

Tratamento

O tratamento do tifo murino é feito com antibióticos, principalmente a doxiciclina, que é administrada por via oral. As pessoas devem tomar o antibiótico até melhorarem e não terem febre por 48 horas (O tratamento diminui o tempo de doença em 5 dias), mas devem tomá-lo durante pelo menos 7 dias. O tratamento precoce é importante para evitar complicações, como alterações neuronais, gastrointestinais e renais. Além do tratamento medicamentoso, as pessoas com tifo murino devem receber cuidados de suporte para aliviar os sintomas, como hidratação, repouso e analgésicos. O tifo murino é uma doença que pode ser prevenida com medidas de controle dos roedores e das pulgas, bem como a melhoria das condições de higiene e saneamento.

Via Interna / Uso Oral

01. Doxiciclina 100mg - 14 comprimidos
Tomar 01 comprimido, por via oral, de 12/12h (2 vezes ao dia) durante 7 dias.
Via Interna / Uso Oral

01. Cloranfenicol 500mg - 28 comprimidos
Tomar 01 comprimido, por via oral, de 06/06h (4 vezes ao dia) durante 7 dias.

O cloranfenicol é um antibiótico que também pode ser usado para tratar o tifo murino, mas é a segunda opção de tratamento. Ele pode ser administrado por via oral ou intravenosa, mas tem efeitos colaterais graves, como alterações no sangue, que exigem monitoramento. Por isso, a doxiciclina é o antibiótico de escolha para o tifo murino, pois é mais eficaz, seguro e acessível.

Acompanhamento

Na maioria dos pacientes a recuperação espontânea ocorre em torno de 2 semanas, e mortes são raras, entretanto, o tratamento diminui o tempo de doença em 5 dias. Devemos avaliar a resposta clínica ao antibiótico, observando a melhora dos sintomas, a redução da febre e a resolução da erupção cutânea. No geral, os tratamentos citados no tópico anterior são suficientes para curar essa zoonose, sendo necessário realizar exames de sangue periódicos para verificar a função hepática, renal e hematológica, que podem ser alteradas pela infecção ou pelo medicamento. Para confirmar o diagnóstico podemos repetir os testes sorológicos na fase convalescente e avaliar a resposta imunológica à infecção. Idealmente, o profissional de saúde deve atentar ao paciente sobre os métodos de prevenção que consiste em evitar o contato com pulgas de roedores, gatos e gambás, manter a higiene pessoal e ambiental e procurar atendimento médico em caso de recidiva ou complicações.

Sobre o patógeno

Rickettsia

Bactérias

A bactéria Rickettsia é um gênero de bactérias gram-negativas que são parasitas intracelulares obrigatórios, ou seja, que só conseguem se desenvolver e se multiplicar dentro de outras células. Essas bactérias são transmitidas aos humanos por meio de picadas ou fezes de artrópodes, como carrapatos, pulgas e piolhos, que se infectam ao se alimentar do sangue de animais reservatórios, como roedores, gatos e gambás. A bactéria Rickettsia pode causar diversas doenças, dependendo da espécie e do vetor envolvidos, como o tifo epidêmico, o tifo murino, a febre maculosa, a febre Q e a erliquiose.

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