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Desvio do Olhar Conjugado

👁️ Desvio do Olhar Conjugado O desvio do olhar conjugado é um sinal clínico neurológico caracterizado pela devição simultânea dos dois olhos para o mesmo lado, tanto em repouso quanto durante tentativas de movimentação ocular. Esse achado pode indicar lesão cerebral aguda, especialmente de estruturas corticais ou do tronco encefálico envolvidas no controle do olhar horizontal. Trata-se de um sinal de alteração do comando voluntário da movimentação ocular, e quando identificado após um trauma craniano ou em pacientes com rebaixamento do nível de consciência, pode fornecer pistas valiosas sobre o local da lesão neurológica. Importância clínica O desvio do olhar conjugado é um sinal neurológico de localização, e sua identificação pode guiar hipóteses diagnósticas importantes, especialmente em contextos de emergência. Quando observado em pacientes com trauma, deve levantar a suspeita de lesão cortical extensa, edema cerebral ou desvio de linha média, sendo uma indicação de neuroimagem urgente, como tomografia de crânio. Em pacientes comatosos, também auxilia a distinguir lesões hemisféricas de lesões de tronco encefálico, com implicações prognósticas importantes. Em condições normais, os olhos se movem de forma coordenada e simétrica para os lados, para cima e para baixo, por meio de vias complexas que conectam o córtex cerebral, o tronco encefálico e os nervos cranianos. Quando há uma lesão em um desses centros — como o campo frontal ocular — os olhos podem permanecer desviados em repouso para o lado da lesão ou para o lado oposto, dependendo da topografia e do tipo da lesão. O desvio conjugado pode ser observado como: Olhar fixo para um lado, com dificuldade de desviar voluntariamente para o outro Em pacientes comatosos, os olhos permanecem “travados” lateralmente Acompanham sinais neurológicos focais, como hemiparesia O lado do desvio ocular em relação à hemiparesia ajuda na localização da lesão. Significado clínico e localização da lesão A direção do desvio pode variar de acordo com a estrutura lesada: Lesão cortical do hemisfério dominante (área motora ocular frontal): os olhos desviam para o lado da lesão, e a hemiparesia ocorre no lado oposto➤ Olhos olham para o lado errado do corpo Lesão pontina (tronco encefálico, via internuclear): os olhos desviam para o lado oposto da lesão, e a hemiparesia ocorre do mesmo lado da lesão➤ Olhos olham para o lado da paralisia Essa diferença é útil para distinguir, por exemplo, um AVC hemisférico de um AVC de ponte. Em casos de trauma, o desvio do olhar conjugado pode indicar compressão ou lesão cortical grave e deve ser interpretado com urgência. Causas mais comuns O desvio do olhar conjugado pode surgir em diversos contextos neurológicos, principalmente: Acidente Vascular Cerebral isquêmico ou hemorrágico Traumatismo cranioencefálico Hematomas subdurais ou epidurais com efeito de massa Crises epilépticas focais (fase ictal ou pós-ictal) Tumores cerebrais Lesões pontinas bilaterais (em coma profundo) Além disso, em pacientes comatosos, o padrão ocular espontâneo pode ser um dos únicos elementos clínicos úteis para avaliar função cerebral residual. Referências DeMyer W. Techniques of the Neurologic Examination. McGraw-Hill Education, 2004. Blumenfeld H. Neuroanatomy through Clinical Cases. Sinauer Associates, 2010. Ropper AH, Samuels MA. Adams & Victor: Principles of Neurology. McGraw-Hill, 2014. Brasil. Ministério da Saúde. Protocolo de Abordagem do Trauma Crânio-Encefálico. Snell RS. Neuroanatomia Clínica. 7ª ed. Guanabara Koogan, 2011. Deixe um comentário Cancelar resposta Conectado como Dr. Marcelo Negreiros. Edite seu perfil. Sair? Campos obrigatórios são marcados com * Message* Também pode te interessar… SInais Clínicos Desvio do Olhar Conjugado Dr. Marcelo Negreiros abril 5, 2025 SInais Clínicos Rinorreia Dr. Marcelo Negreiros abril 5, 2025 SInais Clínicos Marcha Antálgica Dr. Marcelo Negreiros abril 4, 2025 SInais Clínicos Marcha Equina Dr. Marcelo Negreiros abril 4, 2025

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Rinorreia

🧠 Rinorreia (Liquórica) A rinorreia é a saída anormal de líquido pelo nariz, e pode ter diversas causas. No contexto neurológico, o termo se refere à eliminação de líquido cefalorraquidiano (LCR) pelas fossas nasais, caracterizando uma fístula liquórica. Esse tipo de rinorreia ocorre geralmente após traumatismo cranioencefálico (TCE), sendo um sinal de lesão da base do crânio com comunicação entre o espaço subaracnóideo e a cavidade nasal. A rinorreia de LCR é um sinal clínico potencialmente grave, pois além da perda de fluido, há risco elevado de infecções como meningite bacteriana. Diagnóstico e importância clínica A identificação da rinorreia de LCR é essencial em qualquer paciente com histórico de trauma craniano, especialmente se há outros sinais de fratura de base do crânio, como otorreia, equimose periorbitária (sinal do guaxinim), sinal de Battle (equimose retroauricular) e disfunção de nervos cranianos. O diagnóstico pode ser confirmado por: Dosagem de beta-2 transferrina: proteína presente apenas no LCR TC de crânio e base do crânio com cortes finos Cisternografia com contraste, em casos mais difíceis É fundamental reconhecer esse sinal pois a fístula liquórica aumenta significativamente o risco de meningite, podendo evoluir com complicações graves se não tratada. O tratamento pode ser conservador (repouso e medidas para reduzir a pressão intracraniana), mas muitos casos exigem reparo cirúrgico endoscópico da fístula. O líquido costuma ter aspecto claro e aquoso, semelhante à água, e escorre geralmente por um dos lados do nariz, de forma contínua ou intermitente. Pode piorar com manobras que aumentam a pressão intracraniana, como inclinar a cabeça para frente ou assoar o nariz. Em muitos casos, o paciente relata que o líquido “pingou” espontaneamente pelo nariz, especialmente ao inclinar a cabeça. Uma característica útil é que, ao se acumular em tecido absorvente, o LCR forma um halo claro ao redor de uma mancha central mais densa (o chamado sinal do halo), especialmente se houver sangue misturado. Principais causas A rinorreia liquórica geralmente é consequência de lesões da base do crânio, principalmente nas regiões que separam a cavidade intracraniana das fossas nasais e seios paranasais. Entre as principais causas estão: Fratura da base do crânio (especialmente lâmina cribiforme do etmóide) Traumatismo cranioencefálico fechado Pós-operatório de neurocirurgias ou cirurgias nasossinusais Tumores que invadem a base do crânio Malformações congênitas raras (em crianças) Hipertensão intracraniana espontânea com fístula liquórica Referências Greenberg MS. Handbook of Neurosurgery. 8ª ed. Thieme, 2016. Brasil. Ministério da Saúde. Protocolo de Atendimento ao Trauma Crânio-Encefálico. Haines SJ, et al. CSF Rhinorrhea: Diagnosis and Management. Neurosurg Focus. 2012;32(6):E3. Snell RS. Neuroanatomia Clínica. 7ª ed. Guanabara Koogan, 2011. Ropper AH, Samuels MA. Adams & Victor: Principles of Neurology. McGraw-Hill, 2014. Deixe um comentário Cancelar resposta Conectado como Dr. Marcelo Negreiros. Edite seu perfil. Sair? Campos obrigatórios são marcados com * Message* Também pode te interessar… SInais Clínicos Rinorreia Dr. Marcelo Negreiros abril 5, 2025 SInais Clínicos Marcha Antálgica Dr. Marcelo Negreiros abril 4, 2025 SInais Clínicos Marcha Equina Dr. Marcelo Negreiros abril 4, 2025 SInais Clínicos Marcha Tabética Dr. Marcelo Negreiros abril 4, 2025

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Marcha Antálgica

🚶‍♀️ Marcha Antálgica A marcha antálgica é um tipo de marcha anormal que ocorre como consequência de dor ao caminhar. O termo “antálgico” vem do grego anti (contra) + algos (dor), e representa um padrão de locomoção que o corpo adota para evitar ou reduzir a dor durante a deambulação. É um mecanismo de proteção natural que leva a uma marcha assimétrica, com o tempo de apoio reduzido na perna dolorosa e uma transferência rápida do peso corporal para o lado oposto. Esse tipo de marcha não está relacionado a alterações neurológicas diretamente, mas sim a condições ortopédicas, traumáticas, inflamatórias ou degenerativas que afetam os membros inferiores, principalmente o quadril, joelho, tornozelo ou pé. Importância clínica A marcha antálgica é um sinal útil para localizar a origem da dor e guiar o raciocínio clínico ortopédico. Sua identificação pode revelar lesões ainda não diagnosticadas, processos inflamatórios iniciais ou mesmo complicações pós-operatórias. Como envolve alteração na distribuição de carga corporal, essa marcha pode levar a sobrecarga em articulações adjacentes, dores compensatórias na coluna e piora progressiva do quadro. O tratamento está centrado na abordagem da causa da dor, podendo incluir repouso, fisioterapia, analgesia, órteses ou cirurgia, a depender do caso. A reabilitação deve sempre focar no retorno ao padrão normal de marcha, evitando deformidades e encurtamentos secundários. https://youtu.be/wwJR6UYGFGw A marcha antálgica é facilmente percebida durante o exame físico: o paciente caminha com passos irregulares e evita apoiar o membro dolorido por muito tempo. O passo do lado acometido é curto e rápido, enquanto o lado não afetado apresenta um passo mais longo e prolongado. Em casos mais intensos, o paciente pode mancar visivelmente, utilizar apoio como bengala ou adotar uma postura inclinada para reduzir a sobrecarga na região dolorosa. O grau da alteração depende da intensidade da dor, da localização da lesão e da compensação muscular. Em algumas situações, a dor é sutil, e o padrão antálgico é o primeiro sinal clínico observado. Principais causas Diferentes condições podem provocar marcha antálgica, e a localização da dor ajuda a direcionar a suspeita. As causas mais comuns incluem: Artrite ou artrose do quadril ou joelho Bursites e tendinites (ex: síndrome do trato iliotibial, tendinite patelar) Lesões ligamentares ou meniscais nos joelhos Fraturas por estresse Fascite plantar Entorses de tornozelo ou lesões ligamentares Ciatalgia com dor irradiada para a perna Além disso, pacientes com cirurgias ortopédicas recentes, lesões esportivas ou condições reumatológicas também podem desenvolver esse padrão como adaptação dolorosa. Referências Magee DJ. Ortopedia: Avaliação e Tratamento. 6ª ed. Elsevier, 2010. Kendall FP, McCreary EK, Provance PG. Músculos: Provas e Funções. Manole, 2007. Brasil. Ministério da Saúde. Protocolo de Abordagem da Dor Musculoesquelética. Brukner P, Khan K. Clinical Sports Medicine. McGraw-Hill, 2012. Hoppenfeld S. Propedêutica Ortopédica. Manole, 2001. Deixe um comentário Cancelar resposta Conectado como Dr. Marcelo Negreiros. Edite seu perfil. Sair? Campos obrigatórios são marcados com * Message* Também pode te interessar… SInais Clínicos Marcha Antálgica Dr. Marcelo Negreiros abril 4, 2025 SInais Clínicos Marcha Equina Dr. Marcelo Negreiros abril 4, 2025 SInais Clínicos Marcha Tabética Dr. Marcelo Negreiros abril 4, 2025 SInais Clínicos Marcha de Trendelenburg Dr. Marcelo Negreiros abril 2, 2025

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Marcha Equina

🐎 Marcha Equina A marcha equina, também chamada de marcha em estepagem, é um padrão anormal de deambulação que ocorre quando o paciente apresenta fraqueza ou paralisia dos músculos dorsiflexores do pé, geralmente por lesão do nervo fibular comum ou de suas raízes nervosas. O termo “equina” faz referência à semelhança com o movimento dos cavalos ao andar, que levantam exageradamente os membros anteriores — assim como o paciente precisa fazer para evitar arrastar o pé. Nesse tipo de marcha, o paciente eleva o joelho e a coxa de forma exagerada durante a fase de balanço da marcha, para compensar o pé caído, já que não consegue dorsifletir o tornozelo de forma adequada. Ao colocar o pé no chão, este desce com um som audível, caracterizando o chamado “foot slap”. Importância clínica A marcha equina é um sinal clínico clássico de pé caído, e sua presença exige uma investigação neurológica completa. Além do exame físico detalhado, incluindo testes de força e reflexos, podem ser necessários exames como eletroneuromiografia, ressonância da coluna lombar e testes laboratoriais para avaliar causas metabólicas ou hereditárias. O tratamento depende da causa, mas em geral envolve fisioterapia motora, uso de órtese tipo AFO (ankle-foot orthosis) e, em alguns casos, abordagem cirúrgica. O reconhecimento precoce pode prevenir quedas, melhorar a qualidade de vida e permitir o tratamento da doença de base com mais eficácia. https://youtu.be/mmttj3MgZxM A característica principal da marcha equina é o movimento exagerado de elevação da perna durante o caminhar, que visa evitar que o pé arraste no solo. O paciente caminha com passos altos, e o pé acometido cai rapidamente ao tocar o chão, de forma descontrolada. Em casos mais graves ou bilaterais, o paciente pode precisar de apoio para evitar quedas. Além da alteração da marcha, pode haver perda da sensibilidade na região anterolateral da perna e dorso do pé, e em alguns casos, atrofia da musculatura anterior da perna. Quando o quadro é unilateral, a assimetria é facilmente observada durante a marcha. Principais causas A marcha equina pode ter origem em lesões periféricas, radiculopatias ou doenças neuromusculares que afetam a inervação motora do músculo tibial anterior e outros dorsiflexores. As causas mais comuns incluem: Lesão do nervo fibular comum, geralmente por compressão na cabeça da fíbula Hérnia de disco lombar, com compressão radicular de L4-L5 Trauma direto ou cirurgias ortopédicas no joelho ou fíbula proximal Esclerose lateral amiotrófica (ELA) ou outras doenças do neurônio motor Polineuropatias periféricas, como no diabetes mellitus Distrofias musculares e doenças hereditárias como a Charcot-Marie-Tooth Referências Preston DC, Shapiro BE. Electromyography and Neuromuscular Disorders. Elsevier, 2012. Blumenfeld H. Neuroanatomy through Clinical Cases. Sinauer Associates, 2010. Brasil. Ministério da Saúde. Protocolo de Abordagem das Polineuropatias. DeMyer W. Techniques of the Neurologic Examination. McGraw-Hill Education, 2004. Snell RS. Neuroanatomia Clínica. 7ª ed. Guanabara Koogan, 2011. Deixe um comentário Cancelar resposta Conectado como Dr. Marcelo Negreiros. Edite seu perfil. Sair? Campos obrigatórios são marcados com * Message* Também pode te interessar… SInais Clínicos Marcha Antálgica Dr. Marcelo Negreiros abril 4, 2025 SInais Clínicos Marcha Equina Dr. Marcelo Negreiros abril 4, 2025 SInais Clínicos Marcha Tabética Dr. Marcelo Negreiros abril 4, 2025 SInais Clínicos Marcha de Trendelenburg Dr. Marcelo Negreiros abril 2, 2025

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Marcha Tabética

🧍‍♂️ Marcha Tabética A marcha tabética é um tipo de marcha anormal associada à perda da propriocepção profunda nos membros inferiores. O paciente caminha com passos exageradamente altos, jogando o pé para frente e para baixo de maneira descontrolada, como se estivesse “batendo o pé” no chão. Esse padrão ocorre devido à falha na percepção da posição dos membros, levando a movimentos descoordenados e inseguros. O nome “tabética” deriva de tabes dorsalis, uma forma de neurossífilis que afeta as colunas posteriores da medula espinhal — estruturas responsáveis por conduzir as informações proprioceptivas ao cérebro. Embora hoje seja uma condição rara, o termo continua sendo utilizado para descrever esse padrão específico de marcha proprioceptiva. Importância clínica O reconhecimento da marcha tabética é importante porque ela sinaliza uma alteração sensorial grave e crônica, que pode estar associada a outras disfunções neurológicas. A identificação desse padrão pode direcionar a investigação para causas tratáveis, como a deficiência de vitamina B12, ou alertar para a presença de doenças neurológicas progressivas. Além disso, pacientes com esse tipo de marcha têm alto risco de quedas, principalmente no escuro ou em ambientes irregulares. Por isso, o diagnóstico precoce permite implementar medidas de segurança, fisioterapia específica e, em alguns casos, suplementação ou controle da doença de base. https://youtu.be/dj_uQ4MxHIo A marcha tabética é marcada por um andar instável, em que o paciente levanta excessivamente os pés e os deixa cair bruscamente no chão. Esse movimento exagerado é uma tentativa de compensar a ausência de retorno sensorial adequado. O paciente muitas vezes olha para os pés enquanto caminha, para ter alguma referência visual da posição dos membros, e piora significativamente quando está com os olhos fechados — caracterizando uma prova de Romberg positiva. Além disso, o exame neurológico costuma mostrar ausência ou diminuição dos reflexos profundos, perda da sensibilidade vibratória e dificuldade com movimentos finos e precisos com os membros inferiores. Principais causas A marcha tabética é causada pela perda de propriocepção profunda, geralmente por lesão nas colunas dorsais da medula ou em nervos periféricos de grande calibre. As principais causas incluem: Tabes dorsalis (neurossífilis avançada) Déficit de vitamina B12 (esclerose subaguda combinada da medula) Neuropatias periféricas crônicas, como no diabetes ou alcoolismo Doença de Charcot-Marie-Tooth Síndromes paraneoplásicas Infecções crônicas que afetam raízes posteriores Em todos esses casos, o denominador comum é a falha no envio de informações sensoriais de posição e vibração dos membros inferiores até o sistema nervoso central. Referências DeMyer W. Techniques of the Neurologic Examination. McGraw-Hill Education, 2004. Blumenfeld H. Neuroanatomy through Clinical Cases. Sinauer Associates, 2010. Brasil. Ministério da Saúde. Protocolo de Abordagem da Deficiência de Vitamina B12. Snell RS. Neuroanatomia Clínica. 7ª ed. Guanabara Koogan, 2011. Preston DC, Shapiro BE. Electromyography and Neuromuscular Disorders. Elsevier, 2012 Deixe um comentário Cancelar resposta Conectado como Dr. Marcelo Negreiros. Edite seu perfil. Sair? Campos obrigatórios são marcados com * Message* Também pode te interessar… SInais Clínicos Marcha Antálgica Dr. Marcelo Negreiros abril 4, 2025 SInais Clínicos Marcha Equina Dr. Marcelo Negreiros abril 4, 2025 SInais Clínicos Marcha Tabética Dr. Marcelo Negreiros abril 4, 2025 SInais Clínicos Marcha de Trendelenburg Dr. Marcelo Negreiros abril 2, 2025

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Marcha de Trendelenburg

🦴 Marcha de Trendelenburg A marcha de Trendelenburg é um padrão de marcha anormal causado por fraqueza do músculo glúteo médio, responsável por estabilizar a pelve durante o apoio de uma das pernas. Quando esse músculo está enfraquecido, o paciente não consegue manter o quadril alinhado ao apoiar o peso sobre o lado afetado, fazendo com que a pelve do lado oposto caia — gerando o chamado sinal de Trendelenburg. Durante a caminhada, essa instabilidade leva a uma compensação postural: o tronco se inclina para o lado da perna de apoio, numa tentativa de equilibrar o corpo. Esse balanço excessivo do tronco de um lado para o outro é o que caracteriza a marcha de Trendelenburg, muitas vezes confundida com a marcha anserina, embora suas causas sejam distintas. Importância clínica A marcha de Trendelenburg é um sinal clínico de instabilidade biomecânica da pelve, com potencial para causar dor, fadiga muscular e limitação funcional importante. Seu reconhecimento é fundamental para direcionar a investigação, que pode incluir exames de imagem do quadril (como radiografia e ressonância), avaliação eletromiográfica e testes laboratoriais, em casos de suspeita de doenças sistêmicas. Além disso, a correção do padrão de marcha e o tratamento da causa subjacente — seja por fortalecimento muscular, fisioterapia, correção cirúrgica ou ajuste de próteses — é essencial para prevenir quedas e melhorar a mobilidade do paciente. https://youtu.be/0yzlKqrqgdE O sinal clássico é observado durante a fase de apoio unipodal — ao apoiar o peso sobre a perna afetada, o quadril do lado oposto cai, em vez de permanecer nivelado ou elevar-se discretamente, como no padrão normal. No contexto da marcha, essa instabilidade se repete a cada passo, e o paciente inclina o tronco lateralmente para o lado da perna com fraqueza, a fim de reduzir a sobrecarga na musculatura glútea. Esse tipo de marcha pode ser unilateral, quando apenas um glúteo está comprometido, ou bilateral, resultando em um andar com os dois quadris caindo alternadamente e o tronco oscilando para ambos os lados. Nestes casos mais avançados, o padrão lembra uma marcha “rebolada” ou de pato. Principais causas A principal causa da marcha de Trendelenburg é a fraqueza do músculo glúteo médio, mas essa fraqueza pode ter origem neurológica, ortopédica ou muscular. Entre as causas mais frequentes estão: Lesão do nervo glúteo superior, responsável pela inervação do glúteo médio e mínimo Luxação congênita ou displasia do quadril Fraturas do colo femoral Pós-operatório de artroplastia total do quadril Doenças neuromusculares, como distrofias e polimiosite Doença de Charcot-Marie-Tooth, em casos com comprometimento de musculatura proximal É importante também considerar causas funcionais ou compensatórias em pacientes com dor intensa no quadril, mesmo que não haja lesão neurológica direta. Referências Kendall FP, McCreary EK, Provance PG. Músculos: provas e funções. 5ª ed. Manole, 2007. DeMyer W. Techniques of the Neurologic Examination. McGraw-Hill Education, 2004. Brasil. Ministério da Saúde. Protocolo de Reabilitação em Disfunções Musculoesqueléticas. Snell RS. Neuroanatomia Clínica. 7ª ed. Guanabara Koogan, 2011. Brukner P, Khan K. Clinical Sports Medicine. McGraw-Hill, 2012. Deixe um comentário Cancelar resposta Conectado como Dr. Marcelo Negreiros. Edite seu perfil. Sair? Campos obrigatórios são marcados com * Message* Também pode te interessar… SInais Clínicos Marcha de Trendelenburg Dr. Marcelo Negreiros abril 2, 2025 SInais Clínicos Marcha Ceifante Dr. Marcelo Negreiros abril 2, 2025 SInais Clínicos Marcha Anserina Dr. Marcelo Negreiros abril 2, 2025 SInais Clínicos Marcha Parkinsoniana Dr. Marcelo Negreiros abril 2, 2025

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Marcha Ceifante

🚶‍♂️ Marcha Ceifante A marcha ceifante, também chamada de marcha hemiparética, é um padrão de marcha anormal que ocorre em pacientes com paresia espástica de um dos hemicorpos, geralmente como consequência de lesão do neurônio motor superior. O termo “ceifante” vem do movimento em semicírculo que o paciente faz com a perna afetada, semelhante ao gesto de cortar com uma foice (ou ceifar). Esse tipo de marcha é frequentemente observado em pessoas que sofreram acidente vascular cerebral (AVC) com comprometimento do hemisfério cerebral contralateral ao lado afetado do corpo. A marcha ceifante também pode ser vista em outras doenças que envolvem o trato corticoespinal de maneira unilateral. Importância clínica A marcha ceifante é um sinal clássico de lesão neurológica central unilateral, facilmente reconhecível mesmo à distância. Sua presença indica espasticidade residual e dificuldade de controle voluntário do movimento, o que pode comprometer significativamente a mobilidade e a independência do paciente. O tratamento envolve reabilitação intensiva com fisioterapia motora, uso de órteses para membros inferiores, toxina botulínica em casos de espasticidade grave e, em alguns casos, cirurgias ortopédicas funcionais. O acompanhamento neurológico é essencial para ajustar o manejo e prevenir complicações associadas, como quedas, contraturas e dor crônica. https://youtu.be/zc_V3Ugu0kIhttps://youtu.be/3p3xo8RfMro O paciente com marcha ceifante caminha com rigidez do membro inferior afetado, geralmente em extensão completa do joelho e do quadril. Devido à espasticidade, o pé não consegue se flexionar adequadamente, e o indivíduo precisa fazer um movimento de circundução lateral com a perna para que o pé não arraste no chão. Esse movimento, semelhante a um arco de foice, é o que dá nome ao padrão de marcha. Enquanto o membro inferior está rígido e com passos longos, o membro superior do mesmo lado costuma apresentar flexão do cotovelo e adução do braço, sem balançar durante a marcha. A postura é assimétrica e o andar é lento, com apoio prolongado na perna saudável. Principais causas A principal causa da marcha ceifante é o AVC isquêmico ou hemorrágico, geralmente em território da artéria cerebral média, que compromete o controle motor contralateral. No entanto, outras condições podem gerar esse padrão quando há lesão unilateral de vias motoras centrais: Tumores cerebrais Traumatismo cranioencefálico Esclerose múltipla Mielopatia cervical unilateral Paralisia cerebral espástica do tipo hemiparética (em crianças) O grau da marcha ceifante pode variar conforme a extensão da lesão e o tempo de evolução, sendo mais evidente nos quadros crônicos e após recuperação parcial do déficit motor. Referências DeMyer W. Techniques of the Neurologic Examination. McGraw-Hill Education, 2004. Blumenfeld H. Neuroanatomy through Clinical Cases. Sinauer Associates, 2010. Brasil. Ministério da Saúde. Protocolo de Atenção ao Paciente com Sequelas de AVC. Snell RS. Neuroanatomia Clínica. 7ª ed. Guanabara Koogan, 2011. Campbell WW. DeJong’s The Neurologic Examination. Lippincott Williams & Wilkins, 2013. Deixe um comentário Cancelar resposta Conectado como Dr. Marcelo Negreiros. Edite seu perfil. Sair? Campos obrigatórios são marcados com * Message* Também pode te interessar… SInais Clínicos Marcha Ceifante Dr. Marcelo Negreiros abril 2, 2025 SInais Clínicos Marcha Anserina Dr. Marcelo Negreiros abril 2, 2025 SInais Clínicos Marcha Parkinsoniana Dr. Marcelo Negreiros abril 2, 2025 SInais Clínicos Marcha em Estrela Dr. Marcelo Negreiros abril 2, 2025

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Marcha Anserina

🦆 Marcha Anserina A marcha anserina, também conhecida como marcha do pato, é um padrão de marcha anormal caracterizado por um balanço exagerado do quadril de um lado para o outro, com os ombros também oscilando de forma compensatória. Esse tipo de marcha costuma ocorrer em pacientes com fraqueza dos músculos pélvicos, especialmente os glúteos médios e mínimos, responsáveis pela estabilização da pelve durante o caminhar. Essa marcha é considerada típica de doenças neuromusculares que afetam a musculatura proximal dos membros inferiores, podendo ser vista tanto em quadros adquiridos quanto hereditários. Seu nome vem da semelhança com a forma como os gansos (do latim anser) se locomovem, com os quadris balançando de um lado para o outro. Importância clínica A marcha anserina é um sinal clínico importante e altamente sugestivo de comprometimento da musculatura pélvica proximal. Quando presente, deve levar o examinador a investigar doenças musculares, especialmente em pacientes com histórico de quedas frequentes, dificuldade em subir escadas ou levantar do chão. A simples observação da marcha pode evitar atrasos diagnósticos em doenças genéticas ou autoimunes. Além disso, a identificação precoce possibilita o início de reabilitação motora, uso de órteses quando necessário e investigação laboratorial e eletromiográfica para confirmação da etiologia. https://youtu.be/yQGFCU-n6AM Durante a caminhada, o paciente com marcha anserina apresenta dificuldade em manter a pelve estável quando apoia o peso do corpo sobre uma perna. Isso faz com que o tronco incline para o mesmo lado da perna em apoio, como forma de compensar a instabilidade. Ao alternar o apoio para a outra perna, o mesmo ocorre, resultando em um andar gingado, com os quadris projetando-se lateralmente a cada passo. Esse padrão de marcha pode ser bilateral (mais comum) ou assimétrico, dependendo do grau e da distribuição da fraqueza muscular. Muitas vezes está associado a outros sinais, como dificuldade para subir escadas, levantar-se de uma cadeira ou ficar de pé por muito tempo, sinais clássicos de fraqueza proximal. Principais causas A marcha anserina é frequentemente observada em condições que causam miopatias proximais, como: Distrofias musculares, especialmente a distrofia muscular de Duchenne (em crianças) e a distrofia muscular de cinturas (em adultos) Miopatias inflamatórias, como polimiosite e dermatomiosite Miopatias endócrinas, como no hipercortisolismo ou hipotireoidismo Doenças metabólicas e mitocondriais Doenças neurológicas crônicas, como esclerose lateral amiotrófica (quando há predomínio de acometimento proximal) Casos de displasia do quadril bilateral, em que o apoio está comprometido Também pode ser observada de forma transitória em situações como o pós-operatório de cirurgias ortopédicas de quadril ou em gestantes com laxidão ligamentar excessiva. Referências DeMyer W. Techniques of the Neurologic Examination. McGraw-Hill Education, 2004. Preston DC, Shapiro BE. Electromyography and Neuromuscular Disorders. Elsevier, 2012. Brasil. Ministério da Saúde. Protocolo de Abordagem de Doenças Neuromusculares. Snell RS. Neuroanatomia Clínica. 7ª ed. Guanabara Koogan, 2011. Dalakas MC. Inflammatory muscle diseases. N Engl J Med. 2015;372(18):1734-1747. Deixe um comentário Cancelar resposta Conectado como Dr. Marcelo Negreiros. Edite seu perfil. Sair? Campos obrigatórios são marcados com * Message* Também pode te interessar… SInais Clínicos Marcha Anserina Dr. Marcelo Negreiros abril 2, 2025 SInais Clínicos Marcha Parkinsoniana Dr. Marcelo Negreiros abril 2, 2025 SInais Clínicos Marcha em Estrela Dr. Marcelo Negreiros abril 2, 2025 SInais Clínicos Marcha Espástica Dr. Marcelo Negreiros abril 2, 2025

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Marcha Parkinsoniana

🚶‍♂️ Marcha Parkinsoniana A marcha parkinsoniana é um padrão de marcha característico da doença de Parkinson e de outras síndromes parkinsonianas, como a paralisia supranuclear progressiva e a atrofia de múltiplos sistemas. Ela se caracteriza por passos curtos, arrastados e lentos, associados a postura inclinada para frente, redução do balanço dos braços e dificuldade em iniciar ou interromper o movimento. Esse tipo de marcha é um dos principais sinais motores do parkinsonismo e está associado à bradicinesia, rigidez muscular e instabilidade postural — as três principais alterações motoras da doença. Importância clínica A identificação da marcha parkinsoniana no exame físico é de grande valor diagnóstico. Muitas vezes, ela é o primeiro sinal perceptível da doença de Parkinson, mesmo antes do diagnóstico formal. Além disso, esse padrão de marcha está diretamente associado a um aumento do risco de quedas, com sérias implicações na qualidade de vida do paciente. O reconhecimento precoce permite encaminhamento para acompanhamento neurológico, início de tratamento com agonistas dopaminérgicos e intervenções de fisioterapia voltadas para reeducação da marcha, exercícios de ritmo e prevenção de complicações ortopédicas. https://youtu.be/_E3-F_ErDWQ Durante a observação da marcha, o paciente com parkinsonismo exibe um andar peculiar. Os passos são curtos e com pouca elevação dos pés, o que pode causar tropeços frequentes. A postura costuma estar fletida para frente, com o pescoço projetado, os braços pouco móveis ao lado do corpo e a face com expressão reduzida (hipomimia). Outro ponto marcante é a dificuldade para iniciar a marcha (congelamento ou freezing), especialmente ao levantar da cadeira ou ao tentar passar por portas estreitas. Quando finalmente começa a andar, o paciente pode acelerar progressivamente, como se estivesse “correndo atrás do próprio corpo”, fenômeno conhecido como festinação. Também pode haver bloqueios motores súbitos, principalmente em ambientes apertados ou em momentos de distração emocional. Principais causas A marcha parkinsoniana está relacionada à degeneração dos núcleos da base, em especial da substância negra, com redução da produção de dopamina. A causa mais comum é a doença de Parkinson idiopática, mas outras condições também podem apresentar esse padrão, como: Paralisia supranuclear progressiva Atrofia de múltiplos sistemas Doença de Huntington (em fases avançadas) Parkinsonismo vascular Efeitos colaterais de neurolépticos (parkinsonismo secundário) Referências Jankovic J. Parkinson’s disease: clinical features and diagnosis. J Neurol Neurosurg Psychiatry. 2008;79(4):368–76. DeMyer W. Techniques of the Neurologic Examination. McGraw-Hill Education, 2004. Brasil. Ministério da Saúde. Protocolo Clínico da Doença de Parkinson. Blumenfeld H. Neuroanatomy through Clinical Cases. Sinauer Associates, 2010. Deixe um comentário Cancelar resposta Conectado como Dr. Marcelo Negreiros. Edite seu perfil. Sair? Campos obrigatórios são marcados com * Message* Também pode te interessar… SInais Clínicos Marcha Parkinsoniana Dr. Marcelo Negreiros abril 2, 2025 SInais Clínicos Marcha em Estrela Dr. Marcelo Negreiros abril 2, 2025 SInais Clínicos Marcha Espástica Dr. Marcelo Negreiros abril 2, 2025 SInais Clínicos Marcha Escarvante Dr. Marcelo Negreiros abril 2, 2025

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Marcha em Estrela

🚶‍♂️ Marcha em Estrela A marcha em estrela é um tipo de marcha anormal observada em casos de lesão do vermis cerebelar, uma região central do cerebelo responsável por controlar o equilíbrio postural e a coordenação da marcha. Recebe esse nome porque, ao caminhar com os olhos fechados em várias direções, o paciente acaba desviando sua trajetória de forma desordenada, criando um trajeto que lembra o desenho de uma estrela. Diferentemente da ataxia sensitiva, que melhora com a visão, a marcha em estrela é típica da ataxia cerebelar, e ocorre mesmo com os olhos abertos. Porém, o teste clássico é feito com os olhos fechados, justamente para observar a perda da orientação espacial. Importância clínica Embora seja uma alteração relativamente específica, a marcha em estrela pode ser sutil e passar despercebida em pacientes com quadros crônicos. Reconhecê-la durante o exame neurológico pode ser o primeiro passo para a suspeita de uma ataxia cerebelar de origem central, muitas vezes silenciosa nos estágios iniciais. Seu reconhecimento precoce ajuda a direcionar a investigação com exames de imagem como a ressonância magnética de encéfalo, que pode evidenciar atrofia cerebelar, lesões desmielinizantes ou tumores. Além disso, pode orientar a reabilitação motora e medidas de prevenção de quedas. https://youtu.be/bNPLYVAMCS4 Durante o exame, o paciente é instruído a caminhar em linha reta e depois em diferentes direções, com os olhos fechados. Em vez de manter um trajeto coerente, ele tende a se desviar para vários lados, retornando em outra direção, como se traçasse os pontos de uma estrela. Esse comportamento revela a incapacidade de manter o rumo por falta de coordenação central da marcha, típica de disfunções no vermis cerebelar. Além da marcha em estrela, esses pacientes podem apresentar outros sinais de ataxia cerebelar, como instabilidade do tronco, disartria escandida, nistagmo e dismetria em membros superiores. Principais causas As lesões do vermis cerebelar podem ocorrer por diferentes mecanismos. Entre as causas mais comuns estão: Atrofia cerebelar crônica, especialmente por alcoolismo Tumores de fossa posterior Acidente vascular cerebral cerebelar Esclerose múltipla Síndromes genéticas ataxias espinocerebelares Intoxicações (ex: lítio, fenitoína em excesso) É importante destacar que a marcha em estrela é mais típica de lesões do vermis, e não dos hemisférios cerebelares, que afetam mais a coordenação de membros isoladamente. Referências DeMyer W. Techniques of the Neurologic Examination. McGraw-Hill Education, 2004. Blumenfeld H. Neuroanatomy through Clinical Cases. 2nd ed. Sinauer Associates, 2010. Brasil. Ministério da Saúde. Protocolo de Cuidados em Ataxias e Alterações de Marcha. Snell RS. Neuroanatomia Clínica. 7ª ed. Guanabara Koogan, 2011. Deixe um comentário Cancelar resposta Conectado como Dr. Marcelo Negreiros. Edite seu perfil. Sair? Campos obrigatórios são marcados com * Message* Também pode te interessar… SInais Clínicos Marcha em Estrela Dr. Marcelo Negreiros abril 2, 2025 SInais Clínicos Marcha Espástica Dr. Marcelo Negreiros abril 2, 2025 SInais Clínicos Marcha Escarvante Dr. Marcelo Negreiros abril 2, 2025 SInais Clínicos Marcha Atáxica Dr. Marcelo Negreiros abril 2, 2025

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