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Sinal de Flatau

👁️ Sinal de Flatau O sinal de Flatau é um sinal clínico de irritação meníngea, caracterizado pela dilatação das pupilas (midríase) quando o paciente tem a cabeça fletida passivamente pelo examinador. Acredita-se que esse fenômeno ocorra devido à irritação das meninges cervicais, com ativação reflexa do sistema nervoso simpático. É um sinal raro, pouco utilizado na prática clínica moderna, mas ainda citado em tratados clássicos de neurologia e propedêutica médica como um indicativo de sofrimento meníngeo agudo. Importância clínica Embora seja um sinal raro e pouco sensível, o sinal de Flatau pode reforçar a suspeita clínica de irritação meníngea, especialmente quando associado a outros sinais como rigidez de nuca, Brudzinski, Kernig e alterações do nível de consciência. Não deve ser utilizado isoladamente como critério diagnóstico, mas pode ser útil em exames clínicos completos, especialmente em contextos de ensino ou em locais com recursos limitados para exames complementares imediatos. Com o paciente em decúbito dorsal, o examinador realiza uma flexão passiva do pescoço, aproximando o queixo do tórax, e observa atentamente o comportamento das pupilas. O sinal é considerado positivo se houver dilatação pupilar bilateral ou assimétrica no momento do movimento. É importante realizar o exame com boa iluminação ambiente e observar se a reação ocorre de forma transitória e involuntária. Por que ocorre? A tração das meninges cervicais durante a flexão do pescoço pode estimular reflexos autonômicos, resultando em ativação do sistema simpático. Como consequência, ocorre midríase (dilatação pupilar), sinalizando irritação meníngea significativa. Esse tipo de resposta é mais evidente em pacientes com meningite aguda, hemorragia subaracnoide ou, em menor grau, em casos de hipertensão intracraniana. Quem Criou? Dr. Edward Flatau Edward Flatau (1868–1932) foi um renomado neurologista e neuroanatomista polonês, pioneiro no estudo da organização das fibras da medula espinhal e da clínica das doenças neurológicas. Discípulo de Carl Westphal, Flatau também publicou um atlas detalhado da medula espinhal humana e é lembrado por diversos achados semiológicos, incluindo o sinal que leva seu nome. Referências DeMyer W. Techniques of the Neurologic Examination. McGraw-Hill, 2004. Ropper AH, Samuels MA. Adams & Victor: Principles of Neurology. McGraw-Hill, 2014. Brasil. Ministério da Saúde. Protocolo de Meningite e Neuroinfecções. Snell RS. Neuroanatomia Clínica. 7ª ed. Guanabara Koogan, 2011. Flatau E. Atlas des menschlichen Rückenmarks. Berlin, 1894. Deixe um comentário Cancelar resposta Conectado como Dr. Marcelo Negreiros. Edite seu perfil. Sair? Campos obrigatórios são marcados com * Message* Também pode te interessar… SInais Clínicos Sinal de Flatau Dr. Marcelo Negreiros abril 6, 2025 SInais Clínicos Sinal de Bikelé Dr. Marcelo Negreiros abril 6, 2025 SInais Clínicos Sinal de Lewinson Dr. Marcelo Negreiros abril 6, 2025 SInais Clínicos Sinal de Binda Dr. Marcelo Negreiros abril 6, 2025

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Sinal de Bikelé

💪 Sinal de Bikelé O sinal de Bikelé é um sinal clínico neurológico utilizado para avaliar irritação meníngea ou radicular, especialmente envolvendo as raízes cervicais e torácicas superiores. Ele é considerado positivo quando há dor ao estender passivamente o braço do paciente com o cotovelo fletido, sugerindo sofrimento de estruturas nervosas como raízes espinhais, meninges ou o plexo braquial. Esse sinal foi descrito por Alfred Bikelé, médico alemão do início do século XX, e embora seja menos conhecido que os sinais de Lasègue ou Brudzinski, pode ser útil como complemento na avaliação de meningites, radiculopatias cervicais e até em alguns casos de trauma medular. Importância clínica O sinal de Bikelé é um recurso complementar no exame neurológico, útil especialmente quando há suspeita de meningite com dor cervical, ou quando o paciente apresenta sintomas neurológicos em membros superiores. Sua positividade deve ser interpretada com cautela e sempre no contexto clínico geral, pois pode ocorrer também em condições ortopédicas ou traumáticas. Embora não seja amplamente utilizado na prática clínica de rotina, é um exemplo da riqueza da propedêutica neurológica tradicional, ainda válida em muitos contextos, especialmente quando associada a outros sinais de irritação meníngea. https://youtu.be/JwzGhqn_hng Com o paciente sentado ou em decúbito dorsal, o examinador realiza duas etapas: Flexão do ombro a 90° com o cotovelo também fletido a 90° Em seguida, o braço é levado para trás (extensão do ombro), mantendo o cotovelo fletido O sinal é considerado positivo se o paciente refere dor aguda ou desconforto acentuado no trajeto do braço, ombro ou até região cervical, indicando tração de estruturas nervosas sensibilizadas. Por que ocorre? A movimentação descrita provoca um estiramento do plexo braquial e das meninges cervicais, especialmente quando há inflamação meníngea, compressão radicular ou alterações da medula espinhal. Em situações de meningite, por exemplo, o sinal de Bikelé pode se tornar positivo devido à hipersensibilidade das meninges cervicais. Também pode ser observado em pacientes com hérnia de disco cervical, neurite braquial ou pós-traumatismos cervicais, refletindo sofrimento mecânico ou inflamatório das estruturas neurais superiores. Quem Criou? Dr. Alfred Bikelé O sinal de Bikelé foi descrito pelo médico alemão Alfred Bikelé, ativo no início do século XX. Ele era neurologista e estudioso da propedêutica clínica, com interesse especial em sinais físicos que pudessem indicar doenças neurológicas graves, como a meningite Referências DeMyer W. Techniques of the Neurologic Examination. McGraw-Hill, 2004. Brasil. Ministério da Saúde. Protocolo de Abordagem da Meningite e Dor Cervical. Blumenfeld H. Neuroanatomy through Clinical Cases. Sinauer Associates, 2010. Snell RS. Neuroanatomia Clínica. 7ª ed. Guanabara Koogan, 2011. Bikelé A. Untersuchungen über Meningitiszeichen. Neurologische Beiträge, 1910. Deixe um comentário Cancelar resposta Conectado como Dr. Marcelo Negreiros. Edite seu perfil. Sair? Campos obrigatórios são marcados com * Message* Também pode te interessar… SInais Clínicos Sinal de Bikele Dr. Marcelo Negreiros abril 6, 2025 SInais Clínicos Sinal de Lewinson Dr. Marcelo Negreiros abril 6, 2025 SInais Clínicos Sinal de Binda Dr. Marcelo Negreiros abril 6, 2025 SInais Clínicos Sinal de Bragard Dr. Marcelo Negreiros abril 6, 2025

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Sinal de Lewinson

🤲 Sinal de Lewinson O sinal de Lewinson é um sinal clínico de irritação meníngea caracterizado pela flexão involuntária dos membros inferiores ao se aplicar pressão sobre a parte superior do tórax do paciente em decúbito dorsal. Esse reflexo de defesa, semelhante ao sinal de Brudzinski, é interpretado como uma resposta inconsciente à dor provocada pelo estiramento das meninges. Embora seja um sinal menos conhecido e pouco utilizado na prática clínica moderna, sua descrição complementa a gama de manobras que auxiliam na suspeita de meningite aguda e outras causas de inflamação meníngea. Importância clínica Apesar de ser um sinal pouco citado nos grandes manuais de neurologia modernos, o sinal de Lewinson reforça a importância da semiologia clínica clássica, especialmente em contextos com recursos diagnósticos limitados. Sua presença, ao lado de sinais como Brudzinski, Kernig, Amoss e rigidez de nuca, pode contribuir para fortalecer a suspeita de meningite e justificar a realização de exames complementares como punção lombar. A ausência do sinal não exclui o diagnóstico, mas sua presença deve sempre ser considerada no contexto clínico geral do paciente. O paciente deve estar deitado em decúbito dorsal, com os membros relaxados. O examinador então realiza pressão firme sobre a região superior do esterno ou clavícula, como se empurrasse levemente o tórax para baixo. O sinal é considerado positivo quando, ao realizar essa pressão, o paciente flexiona involuntariamente os joelhos e quadris, semelhante ao que ocorre no sinal de Brudzinski. Por que ocorre? A pressão sobre o tórax provoca uma leve tração sobre a coluna vertebral e, por consequência, sobre as meninges e raízes nervosas espinhais. Em casos de irritação meníngea — como nas meningites bacterianas, virais ou fúngicas, ou ainda em hemorragias subaracnoides — esse estiramento desencadeia uma resposta protetora automática, com flexão das pernas, para reduzir a tensão. Esse reflexo é mais facilmente observado em pacientes conscientes, mas pode também se manifestar discretamente em estados iniciais de irritação meníngea. Quem Criou? Dr. Richard Lewinson O sinal de Lewinson foi descrito pelo médico Richard Lewinson, um clínico do início do século XX que contribuiu para a semiologia neurológica em um período anterior à ampla disseminação dos exames de imagem. Embora existam poucas informações biográficas detalhadas sobre ele nos registros médicos modernos, sabe-se que Lewinson observou e descreveu esse sinal no contexto da avaliação de meningite aguda, especialmente em crianças e pacientes febris com rigidez de nuca. Referências DeMyer W. Techniques of the Neurologic Examination. McGraw-Hill, 2004. Brasil. Ministério da Saúde. Protocolo de Diagnóstico de Lombalgia e Ciatalgia. Ropper AH, Samuels MA. Adams & Victor: Principles of Neurology. McGraw-Hill, 2014. Blumenfeld H. Neuroanatomy through Clinical Cases. Sinauer Associates, 2010. Hoppenfeld S. Exame Físico da Coluna Vertebral e Extremidades. Manole, 2006. Deixe um comentário Cancelar resposta Conectado como Dr. Marcelo Negreiros. Edite seu perfil. Sair? Campos obrigatórios são marcados com * Message* Também pode te interessar… SInais Clínicos Sinal de Lewinson Dr. Marcelo Negreiros abril 6, 2025 SInais Clínicos Sinal de Binda Dr. Marcelo Negreiros abril 6, 2025 SInais Clínicos Sinal de Bragard Dr. Marcelo Negreiros abril 6, 2025 SInais Clínicos Sinal de Laségue Dr. Marcelo Negreiros abril 6, 2025

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Sinal de Binda

👀 Sinal de Binda O sinal de Binda é um sinal clínico de irritação meníngea, caracterizado pela hipersensibilidade à pressão exercida sobre os globos oculares. Quando presente, indica inflamação ou irritação das meninges, sendo mais um recurso semiológico no contexto de meningite aguda, hemorragia subaracnoide ou outras condições que acometam as meninges cranianas. Esse sinal foi descrito por Antonio Binda, médico italiano, e embora seja menos utilizado atualmente em relação aos sinais clássicos como Brudzinski ou Kernig, continua sendo um achado que pode reforçar a suspeita clínica em situações sugestivas. Importância clínica O sinal de Binda, embora não seja amplamente conhecido fora de contextos neurológicos mais específicos, pode ser útil quando os sinais clássicos de irritação meníngea estão ausentes ou pouco evidentes, especialmente em crianças, pacientes imunossuprimidos ou em avaliação ambulatorial precoce. Ele deve ser interpretado em conjunto com outros sinais clínicos, como febre, cefaleia, náuseas, rigidez de nuca e os sinais de Brudzinski, Kernig ou Amoss. O exame não substitui a necessidade de investigação complementar com punção lombar e exames laboratoriais. O examinador pressiona suavemente, com os olhos fechados do paciente, os dois globos oculares ao mesmo tempo, com os polegares ou dedos indicadores. A presença de dor ocular intensa ou aumento da sensibilidade à compressão sugere positividade do sinal. O paciente pode relatar dor imediata, desconforto acentuado ou até reflexo de retirada diante da pressão leve — o que não ocorre em indivíduos sem irritação meníngea. Por que ocorre? Nas meningites, há inflamação das meninges cranianas, que envolvem não apenas o cérebro, mas também as estruturas vizinhas, como os nervos ópticos e as bainhas meníngeas que os acompanham. Quando as meninges estão inflamadas, qualquer tração ou pressão leve em estruturas adjacentes, como os olhos, pode provocar dor devido ao envolvimento meníngeo. Essa sensibilidade é mais notável nos estágios iniciais da irritação meníngea, podendo desaparecer com o avanço da doença ou em casos mais graves com rebaixamento do nível de consciência. Quem Criou? Dr. Antonio Binda O sinal de Binda foi descrito por Antonio Binda, um médico italiano do início do século XX. Sua contribuição ocorreu no contexto da semiologia neurológica voltada à identificação precoce da meningite aguda. Binda observou que pacientes com inflamação meníngea apresentavam dor ao se exercer pressão leve sobre os globos oculares, devido à irritação das meninges que envolvem também os nervos ópticos. Referências DeMyer W. Techniques of the Neurologic Examination. McGraw-Hill, 2004. Brasil. Ministério da Saúde. Protocolo de Diagnóstico de Lombalgia e Ciatalgia. Ropper AH, Samuels MA. Adams & Victor: Principles of Neurology. McGraw-Hill, 2014. Blumenfeld H. Neuroanatomy through Clinical Cases. Sinauer Associates, 2010. Hoppenfeld S. Exame Físico da Coluna Vertebral e Extremidades. Manole, 2006. Deixe um comentário Cancelar resposta Conectado como Dr. Marcelo Negreiros. Edite seu perfil. Sair? Campos obrigatórios são marcados com * Message* Também pode te interessar… SInais Clínicos Sinal de Lewinson Dr. Marcelo Negreiros abril 6, 2025 SInais Clínicos Sinal de Binda Dr. Marcelo Negreiros abril 6, 2025 SInais Clínicos Sinal de Bragard Dr. Marcelo Negreiros abril 6, 2025 SInais Clínicos Sinal de Laségue Dr. Marcelo Negreiros abril 6, 2025

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Sinal de Bragard

🦶 Sinal de Bragard O sinal de Bragard é uma variação do sinal de Lasègue, utilizado no exame clínico para detectar irritação das raízes nervosas lombossacras, especialmente no contexto de compressão radicular por hérnia de disco ou processos inflamatórios, como meningites. Esse sinal foi descrito por Karl Bragard, médico alemão, no início do século XX, e representa um refinamento diagnóstico que ajuda a confirmar se a dor irradiada é de origem neurológica, ao provocar seletivamente o estiramento do nervo ciático. Importância clínica O sinal de Bragard é um teste complementar útil ao sinal de Lasègue, aumentando sua especificidade no diagnóstico de compressão radicular lombar. Também pode estar positivo em casos de meningite, inflamações meníngeas ou mesmo em tumores extradurais, quando as raízes lombossacras estão envolvidas. Seu uso é comum na avaliação de pacientes com lombociatalgia, sendo parte fundamental do exame físico em consultórios de ortopedia, neurologia e medicina da dor. A positividade do sinal orienta a investigação com exames de imagem, como ressonância magnética da coluna lombar. https://youtu.be/yemkJceM9O0 O teste de Bragard é feito em duas etapas: Primeiro, realiza-se o sinal de Lasègue tradicional: com o paciente deitado em decúbito dorsal, o examinador eleva lentamente uma das pernas com o joelho estendido, até o ponto em que o paciente refere dor irradiada pela perna (geralmente entre 30 e 70 graus). Em seguida, abaixa-se ligeiramente a perna até que a dor desapareça, e realiza-se uma flexão dorsal passiva do pé (movimento de “puxar os dedos para cima”). O sinal é considerado positivo quando essa dorsiflexão do pé reproduz a dor irradiada, indicando tração do nervo ciático e reforçando a suspeita de comprometimento radicular. Por que ocorre? Quando há compressão de raízes nervosas (principalmente L5 e S1) por hérnias discais ou inflamações meníngeas, essas estruturas tornam-se hipersensíveis. A elevação da perna com joelho estendido já estira essas raízes, e a dorsiflexão do pé acentua ainda mais o estiramento do nervo ciático, provocando dor se houver irritação. Essa resposta dolorosa seletiva ajuda a diferenciar causas neurológicas de dor de causas musculares ou articulares. Quem Criou? Dr. Karl Bragard Karl Bragard foi um médico alemão ativo nas primeiras décadas do século XX, com atuação em ortopedia e neurologia. Descreveu o sinal que leva seu nome como um aprimoramento do teste de Lasègue, com o objetivo de melhorar o diagnóstico diferencial da dor ciática irradiada. Referências DeMyer W. Techniques of the Neurologic Examination. McGraw-Hill, 2004. Brasil. Ministério da Saúde. Protocolo de Diagnóstico de Lombalgia e Ciatalgia. Ropper AH, Samuels MA. Adams & Victor: Principles of Neurology. McGraw-Hill, 2014. Blumenfeld H. Neuroanatomy through Clinical Cases. Sinauer Associates, 2010. Hoppenfeld S. Exame Físico da Coluna Vertebral e Extremidades. Manole, 2006. Deixe um comentário Cancelar resposta Conectado como Dr. Marcelo Negreiros. Edite seu perfil. Sair? Campos obrigatórios são marcados com * Message* Também pode te interessar… SInais Clínicos Sinal de Bragard Dr. Marcelo Negreiros abril 6, 2025 SInais Clínicos Sinal de Laségue Dr. Marcelo Negreiros abril 6, 2025 SInais Clínicos Sinal de Amoss Dr. Marcelo Negreiros abril 6, 2025 SInais Clínicos Sinal de Kernig Dr. Marcelo Negreiros abril 6, 2025

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Sinal de Laségue

🦵 Sinal de Lasègue O sinal de Lasègue é um importante teste clínico utilizado para detectar irritação das raízes nervosas lombossacras, em especial o nervo ciático. Frequentemente utilizado na investigação de lombociatalgia e compressão radicular por hérnia de disco, o sinal também pode estar presente em casos de irritação meníngea, pois envolve o estiramento das meninges espinais e raízes nervosas. Foi descrito pelo médico francês Ernest-Charles Lasègue, no século XIX, e é até hoje um dos testes neurológicos mais aplicados na prática clínica. Importância clínica O sinal de Lasègue é um teste simples, rápido e eficaz para a investigação de dor ciática ou compressão de raízes nervosas lombares. Ele também pode estar positivo em casos de meningite com forte irritação meníngea, especialmente quando há envolvimento das raízes lombossacras. Apesar de ser um teste sensível, não é específico, pois também pode estar positivo em outras condições, como síndrome do piriforme ou contratura muscular. Por isso, deve ser interpretado em conjunto com o histórico clínico, exame neurológico completo e, se necessário, exames de imagem. https://youtu.be/y1fZqqIaXwo Com o paciente em decúbito dorsal (deitado de costas), o examinador eleva passivamente a perna estendida do paciente, mantendo o joelho reto. O teste é considerado positivo quando essa elevação provoca dor irradiada pela parte posterior da coxa e perna, especialmente abaixo do joelho, sugerindo compressão ou estiramento do nervo ciático ou das raízes espinais. O ângulo em que a dor aparece também é importante: quanto menor o ângulo de elevação até surgir dor, maior a suspeita de compressão significativa. Dor localizada apenas na região lombar, sem irradiação, geralmente indica outra origem. Por que ocorre? Ao elevar a perna com o joelho estendido, ocorre um estiramento das raízes nervosas lombossacras, principalmente L5 e S1. Se houver inflamação, compressão mecânica (como por hérnia de disco) ou inflamação meníngea, esse movimento desencadeia dor intensa, muitas vezes irradiada ao longo do trajeto do nervo ciático. Nos casos de meningite ou hemorragia subaracnoide, a dor decorre da tração das meninges inflamadas. Já nos casos de hérnia de disco, o contato mecânico entre a raiz e o disco extruso é o principal responsável. Quem Criou? Dr. Ernest-Charles Lasègue Ernest-Charles Lasègue (1816–1883) foi um médico francês com grandes contribuições na neurologia e psiquiatria. Descreveu o sinal que leva seu nome em 1864, inicialmente relacionado à dor ciática. Curiosamente, o movimento de extensão da perna foi formalmente introduzido por seu aluno, Jean Joseph Forst, sendo por isso também chamado de sinal de Lasègue-Forst. Referências DeMyer W. Techniques of the Neurologic Examination. McGraw-Hill, 2004. Brasil. Ministério da Saúde. Protocolo de Lombociatalgia e Dor Radicular. Ropper AH, Samuels MA. Adams & Victor: Principles of Neurology. McGraw-Hill, 2014. Snell RS. Neuroanatomia Clínica. 7ª ed. Guanabara Koogan, 2011. Deyo RA et al. Back pain diagnostic and treatment guidelines. N Engl J Med, 2001. Deixe um comentário Cancelar resposta Conectado como Dr. Marcelo Negreiros. Edite seu perfil. Sair? Campos obrigatórios são marcados com * Message* Também pode te interessar… SInais Clínicos Sinal de Laségue Dr. Marcelo Negreiros abril 6, 2025 SInais Clínicos Sinal de Amoss Dr. Marcelo Negreiros abril 6, 2025 SInais Clínicos Sinal de Kernig Dr. Marcelo Negreiros abril 6, 2025 SInais Clínicos Sinal de Brudzinski Dr. Marcelo Negreiros abril 6, 2025

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Sinal de Amoss

🧠 Sinal de Amoss O sinal de Amoss, também conhecido como manobra de Amoss ou sinal do tripé, é um achado clínico que indica irritação meníngea e é frequentemente pesquisado em casos de meningite aguda. O sinal é considerado positivo quando o paciente, ao tentar passar da posição deitada para a posição sentada, apoia as mãos atrás do corpo ou nas laterais, assumindo a postura de um “tripé” para aliviar a dor na coluna vertebral e na nuca. Esse comportamento ocorre como reflexo protetor frente à dor desencadeada pelo esticamento das meninges inflamadas durante o movimento da coluna. Importância clínica Embora não seja amplamente utilizado como os sinais de Brudzinski e Kernig, o sinal de Amoss pode ser um indicador precoce de meningite, principalmente em crianças e pacientes que não conseguem expressar adequadamente a dor. Seu reconhecimento, associado a outros sinais de irritação meníngea, pode reforçar a necessidade de investigação urgente com punção lombar, exames laboratoriais e, quando necessário, neuroimagem. O valor do sinal está na observação do comportamento espontâneo do paciente, o que o torna particularmente útil em situações onde a colaboração é limitada. https://youtu.be/8OPkPni0Kg4 O sinal de Amoss pode ser percebido em pacientes com quadro febril, cefaleia, rigidez de nuca e mal-estar, especialmente durante o exame clínico. Ao solicitar que o paciente se sente na maca a partir da posição supina, ele tende a evitar flexionar o tronco bruscamente, e em vez disso, se apoia com os braços estendidos para trás ou para os lados, utilizando-os como suporte. A imagem é característica: o corpo forma um “tripé” com os dois braços e o tronco, sinalizando desconforto intenso ao mobilizar a coluna vertebral. Esse comportamento é mais fácil de identificar em crianças, mas também pode ocorrer em adultos. Por que ocorre? Em casos de meningite, há inflamação e hipersensibilidade das meninges e das raízes nervosas espinhais. Quando o paciente tenta sentar-se sem apoio, a flexão da coluna traciona essas estruturas, provocando dor. Como mecanismo de defesa, o paciente evita o movimento brusco e busca apoio com os braços para estabilizar o corpo e minimizar o incômodo. O sinal de Amoss também pode ser observado em outras condições que causam dor ou rigidez da coluna, como espondilite anquilosante ou lesões lombares, sendo por isso um sinal pouco específico, mas ainda útil no contexto clínico apropriado. Quem Criou? Dr. Harold Amoss O sinal de Amoss foi descrito pelo médico norte-americano Harold Amoss (1877–1956), bacteriologista e pesquisador com importante atuação no início do século XX. Embora seja mais conhecido por seus estudos em microbiologia e doenças infecciosas, como a meningite meningocócica, seu nome ficou associado à identificação de um sinal clínico de irritação meníngea, especialmente observado em crianças com meningite. Referências DeMyer W. Techniques of the Neurologic Examination. McGraw-Hill, 2004. Brasil. Ministério da Saúde. Protocolo de Manejo da Meningite. Blumenfeld H. Neuroanatomy through Clinical Cases. Sinauer Associates, 2010. Snell RS. Neuroanatomia Clínica. 7ª ed. Guanabara Koogan, 2011. Ropper AH, Samuels MA. Adams & Victor: Principles of Neurology. McGraw-Hill, 2014. Deixe um comentário Cancelar resposta Conectado como Dr. Marcelo Negreiros. Edite seu perfil. Sair? Campos obrigatórios são marcados com * Message* Também pode te interessar… SInais Clínicos Sinal de Amoss Dr. Marcelo Negreiros abril 6, 2025 SInais Clínicos Sinal de Kernig Dr. Marcelo Negreiros abril 6, 2025 SInais Clínicos Sinal de Brudzinski Dr. Marcelo Negreiros abril 6, 2025 SInais Clínicos Hemiparesia Dr. Marcelo Negreiros abril 5, 2025

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Sinal de Kernig

🧠 Sinal de Kernig O sinal de Kernig é um dos principais sinais clínicos utilizados para identificar irritação meníngea, especialmente em casos de meningite e hemorragia subaracnoide. Ele baseia-se na resistência ou dor ao estiramento das meninges durante a extensão passiva dos joelhos em um paciente com o quadril flexionado. Esse sinal foi descrito por Vladimir Kernig, médico russo, no final do século XIX, como uma forma de detectar precocemente quadros de meningite, que na época tinham alta mortalidade e diagnóstico clínico limitado. Importância clínica O sinal de Kernig é um achado clínico clássico em pacientes com meningite, especialmente quando acompanhado de febre, cefaleia, náuseas e rigidez de nuca. No entanto, sua sensibilidade pode ser limitada, especialmente em crianças pequenas, idosos e pacientes com nível de consciência rebaixado. Embora não seja específico, sua presença contribui para reforçar a suspeita clínica de processos meníngeos e pode acelerar o diagnóstico e início do tratamento. Deve ser interpretado em conjunto com outros sinais de irritação meníngea e exames complementares, como punção lombar e neuroimagem. https://youtu.be/1bi_d2SUNowhttps://youtu.be/e5op5VWVrbs Com o paciente em decúbito dorsal (deitado de costas), o examinador flexiona o quadril e o joelho do paciente em ângulo de 90 graus. Em seguida, tenta estender lentamente o joelho mantendo o quadril flexionado. O sinal é considerado positivo quando há: Dor significativa na região posterior da coxa (principalmente musculatura isquiotibial) Resistência involuntária à extensão completa do joelho Essa dor ou resistência ocorre porque o movimento provoca tracionamento das raízes nervosas e das meninges inflamadas, causando desconforto. Por que ocorre? Em casos de meningite ou inflamação meníngea, as estruturas que envolvem o sistema nervoso central — em especial as raízes nervosas da medula espinhal e a duramáter — tornam-se extremamente sensíveis ao estiramento. A extensão da perna, mantendo o quadril fletido, gera um estiramento dessas estruturas, levando à dor reflexa e rigidez muscular. Assim como o sinal de Brudzinski, o de Kernig é uma resposta de proteção do corpo diante da dor causada pela inflamação meníngea. Quem Criou? Dr. Vladimir Mikhailovich Kernig Vladimir Mikhailovich Kernig (1840–1917) foi um médico e professor russo, nascido em São Petersburgo. É conhecido por suas contribuições no campo da neurologia, em especial pela descrição do sinal que leva seu nome, apresentado pela primeira vez em 1882 em pacientes com meningite. Seu trabalho teve grande importância antes da era dos exames laboratoriais e de imagem, sendo reconhecido até hoje em manuais clínicos. Referências Ropper AH, Samuels MA. Adams & Victor: Principles of Neurology. 10ª ed. McGraw-Hill, 2014. Brasil. Ministério da Saúde. Protocolo de Manejo da Meningite Bacteriana Aguda. DeMyer W. Techniques of the Neurologic Examination. McGraw-Hill Education, 2004. Snell RS. Neuroanatomia Clínica. 7ª ed. Guanabara Koogan, 2011. Fischbach FT, Dunning MB. Manual de Exames Diagnósticos. Artmed, 2011. Deixe um comentário Cancelar resposta Conectado como Dr. Marcelo Negreiros. Edite seu perfil. Sair? Campos obrigatórios são marcados com * Message* Também pode te interessar… SInais Clínicos Sinal de Kernig Dr. Marcelo Negreiros abril 6, 2025 SInais Clínicos Sinal de Brudzinski Dr. Marcelo Negreiros abril 6, 2025 SInais Clínicos Hemiparesia Dr. Marcelo Negreiros abril 5, 2025 SInais Clínicos Desvio do Olhar Conjugado Dr. Marcelo Negreiros abril 5, 2025

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Sinal de Brudzinski

🧠 Sinal de Brudzinski O sinal de Brudzinski é um achado clínico clássico associado à irritação meníngea, sendo comumente pesquisado em pacientes com suspeita de meningite, hemorragia subaracnoide ou outras condições que inflamem as meninges. Seu nome é uma homenagem ao médico Josef Brudzinski, que descreveu o sinal em 1909. Esse sinal baseia-se em um reflexo involuntário observado durante o exame físico, no qual a flexão passiva do pescoço induz a flexão dos joelhos e quadris. Esse movimento é uma resposta protetora inconsciente do paciente diante da dor provocada pelo estiramento das meninges. Importância clínica O sinal de Brudzinski é um dos três principais sinais de irritação meníngea, ao lado do sinal de Kernig e da rigidez de nuca. Embora não seja específico, sua presença aumenta a suspeita de processos inflamatórios ou hemorrágicos que acometem as meninges. É importante destacar que sua ausência não exclui meningite, especialmente em crianças pequenas, idosos, imunossuprimidos ou pacientes em estados rebaixados de consciência. Ainda assim, permanece como um elemento valioso no exame clínico de pacientes com sintomas neurológicos agudos. O sinal deve sempre ser interpretado em conjunto com outros achados clínicos e exames complementares, como punção lombar, hemograma, neuroimagem e culturas. https://youtu.be/KCMlp1Z6FxMhttps://youtu.be/9pyZVUL5v7Q Para testar o sinal de Brudzinski, o paciente deve estar deitado em decúbito dorsal (posição supina), com os membros estendidos e relaxados. O examinador então segura suavemente a cabeça do paciente e realiza uma flexão passiva do pescoço, aproximando o queixo do tórax. O sinal é considerado positivo quando, ao realizar esse movimento, o paciente flexiona involuntariamente os joelhos e os quadris, em resposta à dor ou ao desconforto causado pelo estiramento das meninges inflamadas. Em pacientes conscientes, esse reflexo pode ser sutil, mas é facilmente detectável em casos agudos. Por que ocorre? Em condições como meningite ou hemorragia subaracnoide, as meninges tornam-se hipersensíveis e inflamadas. Ao flexionar o pescoço, ocorre um estiramento da medula espinhal e das meninges, o que provoca dor intensa. Como resposta reflexa e protetora, o paciente flexiona as pernas, tentando aliviar o estiramento meníngeo e, consequentemente, a dor. Essa resposta não é voluntária, o que a torna um importante sinal semiológico em pacientes com quadro febril, cefaleia, vômitos e rigidez de nuca, auxiliando na suspeita precoce de meningite. Quem Criou? Dr. Josef Brudzinski O sinal de Brudzinski foi descrito pelo médico Josef Brudzinski, um pediatra e neurologista polonês, nascido em 1874. Ele trabalhou principalmente em Lviv (então parte do Império Austro-Húngaro, hoje na Ucrânia), e dedicou grande parte de sua carreira ao estudo das doenças infecciosas em crianças, especialmente a meningite. Referências Ropper AH, Samuels MA. Adams & Victor: Principles of Neurology. 10ª ed. McGraw-Hill, 2014. Brasil. Ministério da Saúde. Protocolo de Manejo da Meningite Bacteriana Aguda. DeMyer W. Techniques of the Neurologic Examination. McGraw-Hill Education, 2004. Snell RS. Neuroanatomia Clínica. 7ª ed. Guanabara Koogan, 2011. Fischbach FT, Dunning MB. Manual de Exames Diagnósticos. Artmed, 2011. Deixe um comentário Cancelar resposta Conectado como Dr. Marcelo Negreiros. Edite seu perfil. Sair? Campos obrigatórios são marcados com * Message* Também pode te interessar… SInais Clínicos Sinal de Brudzinski Dr. Marcelo Negreiros abril 6, 2025 SInais Clínicos Hemiparesia Dr. Marcelo Negreiros abril 5, 2025 SInais Clínicos Desvio do Olhar Conjugado Dr. Marcelo Negreiros abril 5, 2025 SInais Clínicos Rinorreia Dr. Marcelo Negreiros abril 5, 2025

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Hemiparesia

💪 Hemiparesia A hemiparesia é uma condição neurológica caracterizada por fraqueza muscular em um dos lados do corpo, afetando braço, perna e, em alguns casos, os músculos da face do mesmo lado. Ela representa um sinal clínico importante de lesão do sistema nervoso central, geralmente associada ao comprometimento das vias corticoespinais. Diferente da hemiplegia (perda total da força), a hemiparesia envolve uma redução parcial da força muscular, podendo variar de leve a grave. Pode surgir de forma súbita, como no AVC, ou progressivamente, em doenças neurológicas crônicas. Importância clínica A presença de hemiparesia é um sinal de alarme neurológico, especialmente quando de início súbito. A avaliação clínica detalhada deve incluir testes de força segmentar, reflexos profundos, sensibilidade e análise da marcha. O padrão de fraqueza e os achados associados ajudam na localização da lesão no neuroeixo. A tomografia ou ressonância magnética de crânio são fundamentais para investigação, especialmente em situações agudas como AVC ou trauma. Exames laboratoriais e de líquor podem ser úteis em contextos infecciosos ou autoimunes. Reconhecer a hemiparesia é essencial para encaminhar rapidamente o paciente à atenção especializada, iniciar tratamento precoce e reduzir o risco de sequelas motoras permanentes. O quadro clínico depende da localização e extensão da lesão. A hemiparesia pode vir acompanhada de espasticidade, hiperreflexia, sinal de Babinski positivo, alterações da sensibilidade e comprometimento da fala, dependendo da área cerebral envolvida. Em lesões hemisféricas, o padrão típico é a fraqueza contralateral ao local da lesão. Por exemplo, uma lesão no hemisfério esquerdo causa hemiparesia à direita. Em lesões de tronco cerebral, pode haver hemiparesia cruzada (um lado da face e o lado oposto do corpo). A apresentação clínica pode incluir: Diminuição de força no braço e perna do mesmo lado Dificuldade para segurar objetos ou caminhar Desvio da comissura labial Alterações da marcha (ex: marcha ceifante ou espástica) Alterações cognitivas ou da linguagem, se áreas corticais estiverem envolvidas Causas mais comuns A hemiparesia está associada principalmente a lesões do neurônio motor superior, envolvendo cérebro, cápsula interna, tronco encefálico ou medula espinhal. Entre as causas mais comuns estão: Acidente Vascular Cerebral (AVC) isquêmico ou hemorrágico Traumatismo cranioencefálico, especialmente com hematomas ou contusões Tumores cerebrais ou lesões expansivas Esclerose múltipla Abscessos cerebrais Infartos de tronco encefálico ou medula Malformações arteriovenosas ou aneurismas Doenças degenerativas, como ELA (em fases assimétricas iniciais) Referências DeMyer W. Techniques of the Neurologic Examination. McGraw-Hill Education, 2004. Blumenfeld H. Neuroanatomy through Clinical Cases. Sinauer Associates, 2010. Ropper AH, Samuels MA. Adams & Victor: Principles of Neurology. McGraw-Hill, 2014. Brasil. Ministério da Saúde. Protocolo de Abordagem do Trauma Crânio-Encefálico. Snell RS. Neuroanatomia Clínica. 7ª ed. Guanabara Koogan, 2011. Deixe um comentário Cancelar resposta Conectado como Dr. Marcelo Negreiros. Edite seu perfil. Sair? Campos obrigatórios são marcados com * Message* Também pode te interessar… SInais Clínicos Hemiparesia Dr. Marcelo Negreiros abril 5, 2025 SInais Clínicos Desvio do Olhar Conjugado Dr. Marcelo Negreiros abril 5, 2025 SInais Clínicos Rinorreia Dr. Marcelo Negreiros abril 5, 2025 SInais Clínicos Marcha Antálgica Dr. Marcelo Negreiros abril 4, 2025

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