SInais Clínicos

SInais Clínicos

Sinal de Tromner

✋ Sinal de Tromner O sinal de Tromner é um reflexo patológico dos membros superiores, caracterizado por uma flexão involuntária do polegar e, às vezes, dos dedos indicadores quando a superfície palmar das falanges distais dos dedos médios ou anulares é percutida. Esse sinal indica liberação do arco reflexo e está associado à síndrome do neurônio motor superior, sendo considerado equivalente ao sinal de Hoffmann, mas com estímulo oposto (palmar em vez de dorsal). Importância clínica O sinal de Tromner é especialmente útil em: Casos sutis de disfunção piramidal dos membros superiores Complementação ao sinal de Hoffmann Rastreamento de compressão medular cervical subclínica Identificação precoce de doenças degenerativas da medula Quando positivo, deve ser interpretado no contexto clínico, associado a outros sinais de neurônio motor superior, como espasticidade, hiperreflexia, clônus e sinal de Babinski. https://youtu.be/jxiBjJ_osng Com o braço do paciente relaxado e a mão ligeiramente supinada, o examinador segura a mão do paciente pelo punho. Percute-se de forma rápida e firme a superfície palmar da falange distal do 2º ou 3º dedo. O sinal é considerado positivo se houver flexão do polegar e, possivelmente, dos dedos adjacentes. Interpretação Sinal de Tromner positivo: flexão involuntária do polegar (com ou sem movimento dos demais dedos), sugere lesão do trato corticoespinal. Pode ser unilateral ou bilateral, dependendo da lesão. Também pode ser observado em pacientes com hipertireoidismo, ansiedade ou tremores, porém sem significado patológico isolado nesses casos. Comparação com o sinal de Hoffmann O sinal de Tromner é considerado um reflexo patológico equivalente ao sinal de Hoffmann, ambos indicativos de lesão do trato corticoespinal nos membros superiores. A principal diferença está na forma de estímulo: enquanto Hoffmann é provocado por uma percussão na face dorsal (cima pra baixo) da falange distal do dedo médio, Tromner é elicidado por percussão da face palmar (baixo pra cima) dos dedos. Ambos provocam uma resposta anormal — flexão involuntária do polegar e/ou do indicador — e podem ser usados de forma complementar na investigação de síndrome do neurônio motor superior cervical. Quem Criou? Dr. Ernst Otto Richard Tromner Ernst Otto Richard Tromner (1867–1930) foi um neurologista alemão, discípulo de Carl Wernicke. Tromner descreveu esse reflexo como uma forma de detectar precocemente lesões piramidais em membros superiores. Ele também contribuiu para a neurologia com pesquisas sobre epilepsia e neurofisiologia reflexa. Referências DeMyer W. Techniques of the Neurologic Examination. McGraw-Hill, 2004. Ropper AH, Samuels MA. Adams & Victor: Principles of Neurology. McGraw-Hill, 2014. Brasil. Ministério da Saúde. Protocolo de Avaliação Neurológica. Snell RS. Neuroanatomia Clínica. 7ª ed. Guanabara Koogan, 2011. Pearce JMS. Ernst Tromner: a historical note. Eur Neurol. 2002. Deixe um comentário Cancelar resposta Conectado como Dr. Marcelo Negreiros. Edite seu perfil. Sair? Campos obrigatórios são marcados com * Message* Também pode te interessar… SInais Clínicos Sinal de Tromner Dr. Marcelo Negreiros abril 8, 2025 SInais Clínicos Sinal de Oppenheim Dr. Marcelo Negreiros abril 8, 2025 SInais Clínicos Sinal de Gordon Dr. Marcelo Negreiros abril 8, 2025 SInais Clínicos Sinal de Hoffmann Dr. Marcelo Negreiros abril 8, 2025

SInais Clínicos

Sinal de Oppenheim

🦵 Sinal de Oppenheim O sinal de Oppenheim é um reflexo patológico caracterizado pela extensão do hálux (dedo grande do pé) — às vezes acompanhada de abertura em leque dos demais dedos — em resposta à pressão descendente exercida ao longo da tíbia. Assim como o sinal de Babinski, o sinal de Oppenheim é um indicador de lesão do trato corticoespinal, estando associado à síndrome do neurônio motor superior. Importância clínica O sinal de Oppenheim é especialmente útil em situações onde o teste plantar clássico (Babinski) não pode ser executado ou apresenta resposta duvidosa. Ele aumenta a sensibilidade da investigação de lesão do trato corticoespinal. Além disso, seu achado reforça o diagnóstico de síndrome piramidal, principalmente quando associado a outros reflexos plantares patológicos. https://youtu.be/kLK0qfy3iY4 O paciente deve estar em decúbito dorsal, com a perna estendida e relaxada. O examinador aplica pressão firme com os dedos polegares ou com os nós dos dedos ao longo da borda anterior da tíbia, desde a região inferior do joelho até o tornozelo. A resposta esperada é a extensão do hálux, configurando um sinal de Oppenheim positivo. Essa resposta é anormal em adultos e indica liberação de reflexos primitivos plantares. O que significa um sinal de Oppenheim positivo? A resposta anormal ocorre por perda da inibição cortical dos reflexos espinais, sendo frequentemente observada em: Acidente vascular cerebral (AVC) Traumatismo cranioencefálico Esclerose múltipla Esclerose lateral amiotrófica (ELA) Mielopatias cervicais ou torácicas Paralisia cerebral do tipo espástica A presença do sinal deve ser interpretada no contexto de outros sinais piramidais, como espasticidade, hiperreflexia e clônus. Relação com outros reflexos plantares O sinal de Oppenheim é um dos chamados reflexos plantares equivalentes ao Babinski. Outros reflexos semelhantes incluem: Sinal de Chaddock – estímulo ao redor do maléolo lateral Sinal de Gordon – compressão da panturrilha Sinal de Schaefer – compressão do tendão de Aquiles Sinal de Bing – estímulo com agulha no dorso do pé Todos esses testes, quando positivos, indicam lesão do sistema piramidal. Quem Criou? Dr. Hermann Oppenheim Hermann Oppenheim (1858–1919) foi um importante neurologista alemão, conhecido por seu trabalho pioneiro em doenças neuromusculares e por descrever vários sinais clínicos relacionados ao sistema nervoso central. Discípulo de Carl Westphal, Oppenheim deixou sua marca na medicina por meio de livros, descrições clínicas e sua atuação em Berlim como professor de neurologia. 📚 Referências Bibliográficas Ropper AH, Samuels MA. Adams & Victor: Principles of Neurology. McGraw-Hill, 2014. DeMyer W. Techniques of the Neurologic Examination. McGraw-Hill, 2004. Snell RS. Neuroanatomia Clínica. Guanabara Koogan, 2011. Brasil. Ministério da Saúde. Protocolo de Avaliação Neurológica. Pearce JMS. Historical Note: Hermann Oppenheim (1858–1919). Eur Neurol, 2003. Deixe um comentário Cancelar resposta Conectado como Dr. Marcelo Negreiros. Edite seu perfil. Sair? Campos obrigatórios são marcados com * Message* Também pode te interessar… SInais Clínicos Sinal de Mingazzini Dr. Marcelo Negreiros abril 10, 2025 SInais Clínicos Sinal de Froment Dr. Marcelo Negreiros abril 10, 2025 SInais Clínicos Paratonia Dr. Marcelo Negreiros abril 10, 2025 SInais Clínicos Rigidez em Roda Denteada Dr. Marcelo Negreiros abril 10, 2025

SInais Clínicos

Sinal de Gordon

🦶 Sinal de Gordon O sinal de Gordon é um reflexo patológico plantar, assim como o sinal de Babinski, e consiste na extensão do hálux (dedo grande do pé) em resposta à compressão do músculo da panturrilha (músculo gastrocnêmio). A presença dessa resposta é indicativa de lesão do trato corticoespinal, também conhecido como trato piramidal, sendo característico de síndrome do neurônio motor superior. Importância clínica O sinal de Gordon tem valor semelhante ao Babinski, sendo útil em casos em que o sinal plantar clássico não pode ser realizado adequadamente, como em pacientes com lesões plantares, amputações ou hipersensibilidade. Além disso, reforça o diagnóstico de síndrome do neurônio motor superior quando aparece associado a outros sinais piramidais, como: Espasticidade Hiperreflexia profunda Reflexos patológicos em membros superiores (ex: Hoffmann) https://youtu.be/tV4YsWCLhtw Com o paciente em decúbito dorsal e a perna relaxada, o examinador comprime firmemente o músculo da panturrilha com os dedos. A resposta esperada em indivíduos normais é nenhuma movimentação dos dedos do pé. A resposta considerada positiva (anormal) é a extensão do hálux, podendo vir acompanhada de abertura em leque dos outros dedos. O que significa o sinal de Gordon positivo? O sinal de Gordon positivo indica liberação de reflexos primitivos plantares, ou seja, falha na inibição suprassegmentar do reflexo extensor do hálux. Isso ocorre em condições que afetam o trato corticoespinal, como: Acidente vascular cerebral (AVC) Traumatismo cranioencefálico Esclerose lateral amiotrófica (ELA) Esclerose múltipla Mielopatia cervical Tumores cerebrais ou medulares Relação com outros reflexos plantares O sinal de Gordon é um dos reflexos plantares ditos “equivalentes ao Babinski”, pois compartilha o mesmo significado clínico, mas é provocado por estímulos diferentes. Outros sinais relacionados incluem: Sinal de Chaddock – estimulação ao redor do maléolo lateral Sinal de Oppenheim – pressão descendente na tíbia Sinal de Schaefer – compressão do tendão de Aquiles Sinal de Bing – estímulo com agulha no dorso do pé Todos resultam em extensão do hálux quando positivos. Quem Criou? Dr. Alfred Gordon Alfred Gordon (1874–1953) foi um neurologista ucraniano naturalizado norte-americano, atuante na Filadélfia. Ele descreveu este reflexo como parte de suas contribuições ao estudo dos reflexos plantares e da neurofisiologia clínica no início do século XX. Embora menos conhecido que Joseph Babinski, seu nome permanece presente na prática neurológica por esse sinal associado ao sistema piramidal. Referências Ropper AH, Samuels MA. Adams & Victor: Principles of Neurology. McGraw-Hill, 2014. DeMyer W. Techniques of the Neurologic Examination. McGraw-Hill, 2004. Brasil. Ministério da Saúde. Protocolo de Avaliação Neurológica. Snell RS. Neuroanatomia Clínica. Guanabara Koogan, 2011. Pearce JMS. Historical Aspects of Plantar Reflexes. Eur Neurol. 2005. Deixe um comentário Cancelar resposta Conectado como Dr. Marcelo Negreiros. Edite seu perfil. Sair? Campos obrigatórios são marcados com * Message* Também pode te interessar… SInais Clínicos Sinal de Gordon Dr. Marcelo Negreiros abril 8, 2025 SInais Clínicos Sinal de Hoffmann Dr. Marcelo Negreiros abril 8, 2025 SInais Clínicos Sinal de Babinski Dr. Marcelo Negreiros abril 8, 2025 SInais Clínicos Alodinia Dr. Marcelo Negreiros abril 8, 2025

SInais Clínicos

Sinal de Hoffmann

✋ Sinal de Hoffmann O sinal de Hoffmann é um reflexo patológico que indica disfunção do trato corticoespinal (trato piramidal), especialmente em sua porção cervical. É considerado um equivalente do sinal de Babinski, porém nos membros superiores. É desencadeado por uma manobra simples, onde a flexão do dedo médio provoca uma resposta involuntária de flexão do polegar e/ou do indicador, sinalizando hiperreflexia e liberação de reflexos espinais. Importância clínica O sinal de Hoffmann é útil para: Identificar lesões piramidais iniciais, principalmente em nível cervical Monitorar doenças degenerativas da medula espinhal Complementar a avaliação de Babinski e de outros sinais motores Triar pacientes com queixas cervicais leves, que podem esconder mielopatia subclínica É importante lembrar que o sinal deve ser interpretado no contexto clínico completo, já que sua presença isolada, especialmente se unilateral, exige investigação cuidadosa com exames de imagem como ressonância cervical. https://youtu.be/C_F6NL0A2Hk O paciente deve estar com o braço relaxado. O examinador segura a mão do paciente, sustentando o dedo médio em flexão parcial. Em seguida, realiza uma percussão ou movimento brusco de flexão da falange distal do dedo médio, como se fosse “dar um estalinho”. A resposta é considerada positiva se houver flexão involuntária do polegar e/ou do indicador. Essa resposta indica hipersensibilidade reflexa, característica de síndrome do neurônio motor superior. O que significa um sinal de Hoffmann positivo? Um Hoffmann positivo pode indicar: Lesão da medula espinhal cervical Comprometimento do trato corticoespinal Mielopatia cervical espondilótica Esclerose múltipla Esclerose lateral amiotrófica (ELA) Tumores medulares cervicais Traumatismos cervicais Também pode estar presente transitoriamente em indivíduos ansiosos, com tremores essenciais, hipertireoidismo ou durante febre, mas nestes casos costuma ser bilateral, simétrico e não acompanhado de outros sinais neurológicos. Quem Criou? Dr. Johann Hoffmann Johann Hoffmann (1857–1919) foi um neurologista alemão, discípulo de Wilhelm Erb, e é lembrado por diversas contribuições à neurologia, incluindo o sinal que leva seu nome e sua descrição de distrofias musculares hereditárias. O sinal de Hoffmann foi descrito como um reflexo patológico útil para diagnosticar lesões corticoespinais precoces, especialmente na região cervical. Referências Ropper AH, Samuels MA. Adams & Victor: Principles of Neurology. McGraw-Hill, 2014. DeMyer W. Techniques of the Neurologic Examination. McGraw-Hill, 2004. Brasil. Ministério da Saúde. Protocolo de Avaliação Neurológica. Snell RS. Neuroanatomia Clínica. 7ª ed. Guanabara Koogan, 2011. Kim P, et al. Hoffmann’s reflex: clinical utility in cervical myelopathy. Spine J, 2015. Deixe um comentário Cancelar resposta Conectado como Dr. Marcelo Negreiros. Edite seu perfil. Sair? Campos obrigatórios são marcados com * Message* Também pode te interessar… SInais Clínicos Sinal de Hoffmann Dr. Marcelo Negreiros abril 8, 2025 SInais Clínicos Sinal de Babinski Dr. Marcelo Negreiros abril 8, 2025 SInais Clínicos Alodinia Dr. Marcelo Negreiros abril 8, 2025 SInais Clínicos Sinal de Romberg Dr. Marcelo Negreiros abril 8, 2025

SInais Clínicos

Sinal de Babinski

🦶 Sinal de Babinski O sinal de Babinski é um reflexo patológico caracterizado pela extensão (elevação) do hálux (dedo grande do pé) e, frequentemente, abertura em leque dos outros dedos, em resposta à estimulação da planta do pé. Esse sinal indica lesão do trato corticoespinal (também chamado de trato piramidal) e é considerado um dos achados mais importantes no exame neurológico para detecção de síndrome do neurônio motor superior. Importância clínica O sinal de Babinski é um dos achados mais sensíveis e clássicos na identificação de lesões do neurônio motor superior. Sua presença orienta a investigação de distúrbios neurológicos centrais, e é particularmente útil nos seguintes contextos: Triagem neurológica em pacientes com déficits motores ou sensitivos Avaliação de assimetrias neurológicas (Babinski unilateral pode indicar lesão hemisférica focal) Monitoramento de doenças progressivas, como a esclerose lateral amiotrófica (ELA) Confirmação de síndromes piramidais, associadas a espasticidade, hiperreflexia e paresia Além disso, é um dos reflexos mais facilmente reproduzíveis em consultório, exigindo apenas atenção à técnica e à resposta. A sua presença em adultos ou crianças acima de 2 anos é sempre patológica, devendo ser valorizada mesmo na ausência de outros sinais evidentes. https://youtu.be/mZ7qChrkKM4 O paciente deve estar em decúbito dorsal com as pernas relaxadas. O examinador estimula a lateral da planta do pé, da região do calcanhar em direção ao quinto metatarso, fazendo uma curva em direção ao hálux. O movimento deve ser contínuo, firme e sem provocar dor. Interpretação: Sinal de Babinski positivo: extensão do hálux, podendo haver abertura dos demais dedos (resposta anormal). Sinal de Babinski negativo: flexão plantar dos dedos (resposta normal em adultos). Quando o Babinski é normal? Em recém-nascidos e lactentes até cerca de 1 ano a 1 ano e meio, o sinal pode ser positivo fisiologicamente, pois o sistema piramidal ainda está imaturo. O que significa Babinski positivo em adultos? Um Babinski positivo em adultos é sempre patológico e sugere lesão do trato corticoespinal. As principais causas incluem: Acidente vascular cerebral (AVC) Traumatismo cranioencefálico Tumores encefálicos Esclerose múltipla Esclerose lateral amiotrófica (ELA) Mielopatias cervicais Paralisia cerebral (forma espástica) O sinal pode ser unilateral ou bilateral, dependendo da extensão da lesão. Quem Criou? Dr. Joseph François Félix Babinski Joseph François Félix Babinski (1857–1932) foi um neurologista francês, filho de imigrantes poloneses, e discípulo de Jean-Martin Charcot. Ele descreveu esse sinal em 1896 como uma forma de diferenciar lesões orgânicas do sistema nervoso central de distúrbios funcionais. Seu achado tornou-se um dos pilares do exame neurológico clínico. Referências Ropper AH, Samuels MA. Adams & Victor: Principles of Neurology. McGraw-Hill, 2014. DeMyer W. Techniques of the Neurologic Examination. McGraw-Hill, 2004. Snell RS. Neuroanatomia Clínica. 7ª ed. Guanabara Koogan, 2011. Brasil. Ministério da Saúde. Protocolo de Abordagem das Mielopatias. Compston A, Coles A. Multiple sclerosis. Lancet. 2008. Deixe um comentário Cancelar resposta Conectado como Dr. Marcelo Negreiros. Edite seu perfil. Sair? Campos obrigatórios são marcados com * Message* Também pode te interessar… SInais Clínicos Sinal de Babinski Dr. Marcelo Negreiros abril 8, 2025 SInais Clínicos Alodinia Dr. Marcelo Negreiros abril 8, 2025 SInais Clínicos Sinal de Romberg Dr. Marcelo Negreiros abril 8, 2025 SInais Clínicos Sinal de Lhermitte Dr. Marcelo Negreiros abril 8, 2025

SInais Clínicos

Alodinia

🩹 Alodinia A alodinia é uma condição neurológica em que estímulos normalmente inofensivos são percebidos como dolorosos. Por exemplo, um leve toque na pele, o contato com roupas, ou mesmo uma corrente de ar podem causar dor intensa. Trata-se de um tipo de dor neuropática, geralmente associada a sensibilização do sistema nervoso. O nome deriva do grego: álos (outro) + odynia (dor), ou seja, “dor de outro tipo de estímulo”. Importância clínica A alodinia é um marcador de dor neuropática e indica sensibilização central, o que justifica o uso de tratamentos específicos. Ela pode limitar atividades simples, impactar o sono e a qualidade de vida, e é comum em pacientes com dor crônica mal controlada. Reconhecer esse sinal é essencial para diferenciar dor neuropática de dor nociceptiva comum, e ajustar o tratamento com medicamentos neuromoduladores. Durante o exame físico, a alodinia pode ser detectada usando: Algodão ou pincel: para detectar alodinia tátil Toque com a mão ou com tecido: para estímulo leve Objeto metálico frio ou quente: para alodinia térmica O paciente com alodinia refere dor a esses estímulos, mesmo sem sinais inflamatórios ou lesão visível. Diferença entre alodinia, hiperalgesia e disestesia Termo Definição Alodinia Dor causada por estímulo que não é normalmente doloroso Hiperalgesia Resposta exagerada a estímulo que normalmente causa dor Disestesia Sensação anormal e desagradável, espontânea ou ao toque A alodinia se diferencia por ocorrer com estímulos leves, muitas vezes rotineiros e não nocivos. Principais causas A alodinia está fortemente relacionada a doenças com disfunção das vias sensitivas. As causas mais comuns incluem: Neuropatia diabética Fibromialgia Enxaqueca (alodinia cutânea cefálica) Síndrome de dor regional complexa (SDRC) Neuralgia pós-herpética Esclerose múltipla Lesões medulares ou encefálicas Uso prolongado de opioides (hiperalgesia induzida por opioides) Referências Brasil. Ministério da Saúde. Protocolo de Avaliação e Manejo da Dor Crônica. Jensen TS et al. A new definition of neuropathic pain. Pain, 2011. Treede RD et al. Mechanisms of neuropathic pain. Nat Rev Neurol, 2008. Ropper AH, Samuels MA. Adams & Victor: Principles of Neurology. McGraw-Hill, 2014. DeMyer W. Techniques of the Neurologic Examination. McGraw-Hill, 2004. Deixe um comentário Cancelar resposta Conectado como Dr. Marcelo Negreiros. Edite seu perfil. Sair? Campos obrigatórios são marcados com * Message* Também pode te interessar… SInais Clínicos Alodinia Dr. Marcelo Negreiros abril 8, 2025 SInais Clínicos Sinal de Romberg Dr. Marcelo Negreiros abril 8, 2025 SInais Clínicos Sinal de Lhermitte Dr. Marcelo Negreiros abril 8, 2025 SInais Clínicos Hiperpatia Dr. Marcelo Negreiros abril 8, 2025

SInais Clínicos

Sinal de Romberg

🧍‍♂️ Sinal de Romberg O sinal de Romberg é uma manobra semiológica utilizada para avaliar o equilíbrio postural em ortostatismo, especialmente a integridade da propriocepção (sensibilidade profunda). Ele é considerado positivo quando o paciente, ao fechar os olhos em pé, perde o equilíbrio e tende a cair — indicando comprometimento das vias sensitivas responsáveis pela percepção da posição corporal. Esse sinal foi descrito pelo neurologista alemão Moritz Heinrich Romberg no século XIX. Importância clínica A presença do sinal de Lhermitte é um indicador de lesão medular cervical e deve ser valorizado especialmente quando acompanhado de: Alterações de sensibilidade vibratória e proprioceptiva Marcha atáxica Espasticidade ou fraqueza em membros Disfunção vesical ou intestinal Embora não seja patognomônico de nenhuma doença, é altamente sugestivo de acometimento das colunas dorsais da medula. O sinal também pode ser útil no monitoramento da progressão de doenças como a esclerose múltipla. https://youtu.be/DH22QZTbz1k O paciente é colocado em pé, com os pés juntos e os braços ao longo do corpo. Primeiro, o examinador observa o equilíbrio com os olhos abertos. Depois, o paciente é orientado a fechar os olhos, mantendo a mesma posição. Interpretação: Sinal de Romberg positivo: o paciente oscila intensamente ou cai ao fechar os olhos, mas mantém o equilíbrio com os olhos abertos. Sinal de Romberg negativo: o paciente mantém o equilíbrio mesmo com os olhos fechados. Se o paciente já oscila com os olhos abertos, suspeita-se de ataxia cerebelar, não sensitiva. O que avalia? O teste de Romberg avalia a função sensitiva profunda (propriocepção), dependente de: Fibras sensitivas periféricas Cordões posteriores da medula espinhal Trato espinocerebelar Lobo parietal (área sensitiva cortical) A propriocepção fornece informações sobre a posição do corpo no espaço. Quando comprometida, o paciente consegue compensar com a visão, mas perde o controle ao fechá-la. Principais causas de Romberg positivo Lesões sensitivo-profundas: Neuropatia periférica (diabética, hanseníase, tóxica) Degeneração combinada subaguda (déficit de vitamina B12) Tabes dorsalis (neurossífilis) Síndrome de Guillain-Barré Doenças autoimunes periféricas Medulares: Esclerose múltipla com acometimento de cordões posteriores Mielopatias compressivas posteriores Quem Criou? Dr. Moritz Heinrich Romberg Moritz Heinrich Romberg (1795–1873) foi um neurologista alemão pioneiro na sistematização do exame neurológico. É considerado um dos fundadores da neurologia clínica moderna. A manobra que leva seu nome foi descrita em 1846 como parte da avaliação de pacientes com ataxia sensitiva, especialmente por sífilis terciária (tabes dorsalis). Referências Ropper AH, Samuels MA. Adams & Victor: Principles of Neurology. McGraw-Hill, 2014. DeMyer W. Techniques of the Neurologic Examination. McGraw-Hill, 2004. Snell RS. Neuroanatomia Clínica. 7ª ed. Guanabara Koogan, 2011. Brasil. Ministério da Saúde. Protocolo de Abordagem das Mielopatias. Compston A, Coles A. Multiple sclerosis. Lancet. 2008. Deixe um comentário Cancelar resposta Conectado como Dr. Marcelo Negreiros. Edite seu perfil. Sair? Campos obrigatórios são marcados com * Message* Também pode te interessar… SInais Clínicos Hiperpatia – Copy Dr. Marcelo Negreiros abril 8, 2025 SInais Clínicos Sinal de Romberg Dr. Marcelo Negreiros abril 8, 2025 SInais Clínicos Sinal de Lhermitte Dr. Marcelo Negreiros abril 8, 2025 SInais Clínicos Hiperpatia Dr. Marcelo Negreiros abril 8, 2025

SInais Clínicos

Sinal de Lhermitte

⚡ Sinal de Lhermitte O sinal de Lhermitte é uma sensação transitória de choque elétrico que percorre a coluna vertebral e pode irradiar para os membros, especialmente inferiores, ao se realizar uma flexão do pescoço. A sensação costuma ser descrita como uma corrente elétrica, formigamento ou vibração. É um sinal neurológico clássico que indica comprometimento da medula espinhal cervical, geralmente associado a lesões desmielinizantes, compressivas ou inflamatórias. Importância clínica A presença do sinal de Lhermitte é um indicador de lesão medular cervical e deve ser valorizado especialmente quando acompanhado de: Alterações de sensibilidade vibratória e proprioceptiva Marcha atáxica Espasticidade ou fraqueza em membros Disfunção vesical ou intestinal Embora não seja patognomônico de nenhuma doença, é altamente sugestivo de acometimento das colunas dorsais da medula. O sinal também pode ser útil no monitoramento da progressão de doenças como a esclerose múltipla. https://youtu.be/TEMA3-8yHfE Durante o exame físico: O paciente é orientado a flexionar o pescoço ativamente (aproximar o queixo do tórax). A resposta é considerada positiva se o paciente relatar sensação de choque ou corrente elétrica irradiando pela coluna e membros. A resposta geralmente é breve, dura apenas alguns segundos e cessa ao interromper a flexão cervical. O que causa? O sinal de Lhermitte ocorre por hipersensibilidade das vias sensitivas posteriores da medula cervical, especialmente as colunas dorsais, que conduzem impulsos de propriocepção e vibração. As principais causas incluem: Doenças desmielinizantes: Esclerose múltipla (causa mais comum em jovens) Neuromielite óptica Doenças da medula cervical: Mielopatia cervical espondilótica Tumores intramedulares Deficiência de vitamina B12 (degeneração combinada subaguda) Síndrome pós-radiação cervical Tabes dorsalis (neurossífilis) Quem Criou? Dr. Jacques Jean Lhermitte Jacques Jean Lhermitte (1877–1959) foi um neurologista e neuropsiquiatra francês, reconhecido por suas descrições clínicas detalhadas. Ele descreveu esse sinal pela primeira vez em 1924, relacionando-o a pacientes com esclerose múltipla e mielopatias. Seu nome também está associado à síndrome de Lhermitte-Duclos (uma condição cerebelar rara) e a diversas contribuições na neurologia clínica. Referências Ropper AH, Samuels MA. Adams & Victor: Principles of Neurology. McGraw-Hill, 2014. DeMyer W. Techniques of the Neurologic Examination. McGraw-Hill, 2004. Snell RS. Neuroanatomia Clínica. 7ª ed. Guanabara Koogan, 2011. Brasil. Ministério da Saúde. Protocolo de Abordagem das Mielopatias. Compston A, Coles A. Multiple sclerosis. Lancet. 2008. Deixe um comentário Cancelar resposta Conectado como Dr. Marcelo Negreiros. Edite seu perfil. Sair? Campos obrigatórios são marcados com * Message* Também pode te interessar… SInais Clínicos Sinal de Lhermitte Dr. Marcelo Negreiros abril 8, 2025 SInais Clínicos Hiperpatia Dr. Marcelo Negreiros abril 8, 2025 SInais Clínicos Disestesia Dr. Marcelo Negreiros abril 8, 2025 SInais Clínicos Hipoestesia Dr. Marcelo Negreiros abril 8, 2025

SInais Clínicos

Hiperpatia

⚡ Hiperpatia A hiperpatia é uma alteração sensitiva caracterizada por uma resposta exagerada, muitas vezes dolorosa, a estímulos repetidos ou sustentados, mesmo quando esses estímulos são normalmente inofensivos. É uma forma de hipersensibilidade tardia, geralmente acompanhada por um limiar de dor aumentado, ou seja, o paciente só responde ao estímulo após repetição ou intensidade acumulada — mas quando responde, a reação é intensa e desproporcional. Essa condição está frequentemente associada a lesões centrais ou periféricas crônicas do sistema nervoso, e é considerada um dos tipos de dor neuropática. Importância clínica A hiperpatia é um sinal típico de dor neuropática crônica, e seu reconhecimento é importante para: Diferenciar de dor nociceptiva comum Avaliar a gravidade da disfunção sensitiva Orientar tratamento específico com medicamentos adjuvantes da dor Ela também indica sofrimento emocional associado à dor, e muitas vezes requer abordagem multidisciplinar com neurologia, clínica da dor e suporte psicológico. O paciente com hiperpatia pode relatar: Dor intensa e difusa após múltiplos estímulos táteis, térmicos ou dolorosos leves Sensação de choque, queimação ou pontadas mesmo após estímulos brandos Resposta exagerada e emocional ao toque, ao calor, ao frio ou à pressão leve Geralmente a dor é retardada, mas prolongada e desproporcional à intensidade do estímulo. Diferença entre hiperpatia, alodinia e hiperalgesia Termo Definição Alodinia Dor provocada por um estímulo que normalmente não causa dor (ex: toque leve) Hiperalgesia Resposta exagerada à dor, com limiar normal ou reduzido Hiperpatia Resposta exagerada e prolongada, com limiar aumentado e reação explosiva ao estímulo repetido Principais causas A hiperpatia geralmente está associada a doenças do sistema nervoso central ou periférico crônicas, como: Neuropatia periférica grave (diabética, hansênica, alcoólica) Síndrome do membro fantasma Lesões medulares parciais Síndrome talâmica (pós-AVC) Neuralgias pós-herpéticas Esclerose múltipla Síndrome de dor central A condição é mais comum em fases avançadas de lesões, quando há reorganização patológica das vias sensoriais e sensibilização central. Referências Brasil. Ministério da Saúde. Protocolo de Avaliação e Manejo da Dor Crônica. Ropper AH, Samuels MA. Adams & Victor: Principles of Neurology. McGraw-Hill, 2014. Jensen TS, et al. Neuropathic pain classification and diagnosis. Pain, 2011. DeMyer W. Techniques of the Neurologic Examination. McGraw-Hill, 2004. Treede RD et al. Neuropathic pain: redefinition and a grading system for clinical research. Neurology, 2008. Deixe um comentário Cancelar resposta Conectado como Dr. Marcelo Negreiros. Edite seu perfil. Sair? Campos obrigatórios são marcados com * Message* Também pode te interessar… SInais Clínicos Hiperpatia Dr. Marcelo Negreiros abril 8, 2025 SInais Clínicos Disestesia Dr. Marcelo Negreiros abril 8, 2025 SInais Clínicos Hipoestesia Dr. Marcelo Negreiros abril 8, 2025 SInais Clínicos Astereognose Dr. Marcelo Negreiros abril 8, 2025

SInais Clínicos

Disestesia

🔥 Disestesia A disestesia é uma alteração da percepção sensorial, na qual um estímulo normalmente não doloroso (como o toque leve) é interpretado como desagradável, incômodo ou até doloroso. Em outras palavras, é uma resposta sensitiva anômala e distorcida, frequentemente descrita pelo paciente como sensação de queimação, choque, formigamento doloroso, ardor ou desconforto constante. É uma manifestação comum em doenças neurológicas periféricas e centrais, especialmente aquelas que afetam as fibras sensitivas. Importância clínica A disestesia é um sintoma neurológico relevante por sua relação com dores neuropáticas e sofrimento crônico. Ela pode impactar diretamente a qualidade de vida e o sono dos pacientes, sendo frequentemente subvalorizada. Além disso, pode orientar a localização da lesão neurológica: Simétrica e distal → polineuropatia Hemicorpo → lesão central (talâmica ou cortical) Localizada em dermátomos → neuropatia periférica ou radiculopatia A disestesia pode ocorrer de forma: Espontânea: o paciente sente a sensação anormal mesmo em repouso, sem nenhum estímulo aparente Evocada: o desconforto surge ao toque, calor, pressão leve, contato com roupas ou lençóis As descrições variam, mas os pacientes geralmente relatam: Sensação de “pele queimando” Toque de roupa como sendo doloroso Dor difusa sem lesão aparente Hipersensibilidade tátil com caráter desagradável Diferença entre disestesia, parestesia e alodinia Termo Definição Parestesia Sensação anormal não dolorosa (formigamento, dormência) Disestesia Sensação anormal desagradável ou dolorosa Alodinia Dor causada por estímulo normalmente não doloroso A disestesia pode coexistir com alodinia e parestesia em diversos quadros clínicos, mas o componente de sofrimento sensorial é predominante na disestesia. Principais causas A disestesia está associada a lesões ou disfunções das vias sensitivas, podendo ter origem periférica (nervos) ou central (medula, cérebro). Entre as causas mais comuns: Doenças do sistema nervoso periférico: Polineuropatia diabética (mais comum) Neuropatias tóxicas (álcool, quimioterápicos) Neuropatia por hanseníase HIV com neuropatia periférica Síndrome do túnel do carpo (em estágio avançado) Doenças do sistema nervoso central: Esclerose múltipla Acidente vascular cerebral (em especial talâmico) Lesões medulares parciais Síndrome talâmica (Dor central pós-AVC) Neuropatia por esclerose lateral amiotrófica (ELA) Referências Brasil. Ministério da Saúde. Protocolo de Avaliação e Tratamento da Dor Crônica. Ropper AH, Samuels MA. Adams & Victor: Principles of Neurology. McGraw-Hill, 2014. DeMyer W. Techniques of the Neurologic Examination. McGraw-Hill, 2004. Jensen TS, Baron R, et al. A new definition of neuropathic pain. Pain, 2011. Snell RS. Neuroanatomia Clínica. Guanabara Koogan, 2011. Deixe um comentário Cancelar resposta Conectado como Dr. Marcelo Negreiros. Edite seu perfil. Sair? Campos obrigatórios são marcados com * Message* Também pode te interessar… SInais Clínicos Disestesia Dr. Marcelo Negreiros abril 8, 2025 SInais Clínicos Hipoestesia Dr. Marcelo Negreiros abril 8, 2025 SInais Clínicos Astereognose Dr. Marcelo Negreiros abril 8, 2025 SInais Clínicos Reflexo de Tosse Dr. Marcelo Negreiros abril 8, 2025

Rolar para cima