🧠 Sinal de Paratonia

A paratonia (ou gegenhalten) é uma forma especial de alteração do tônus muscular, caracterizada por uma resistência involuntária e variável aos movimentos passivos realizados pelo examinador. Ao contrário da espasticidade ou rigidez parkinsoniana, essa resistência não é constante, mas flutua de acordo com o esforço ou atenção do paciente.

É um sinal clássico de disfunção dos lobos frontais, sendo comumente observado em quadros demenciais, especialmente na doença de Alzheimer e em outras síndromes frontotemporais.

Importância clínica

O sinal de paratonia é valioso para:

  • Identificar precocemente disfunções frontais em pacientes com suspeita de demência
  • Diferenciar causas de hipertonia em pacientes idosos
  • Avaliar progressão de síndromes neurodegenerativas

Também pode estar presente em:

  • Traumatismos frontais
  • Encefalopatias metabólicas
  • Estados confusionais agudos (delirium)

Ao tentar movimentar passivamente o membro do paciente, o examinador percebe resistência imprevisível, que varia conforme a direção e a velocidade do movimento.

Diferente da rigidez e da espasticidade, não há padrão fixo de resistência. Essa resistência tende a aumentar com a atenção do paciente e desaparecer quando ele se distrai ou relaxa profundamente.

Tipos de paratonia

  • Paratonia facilitadora: o paciente facilita involuntariamente o movimento (mais comum em fases iniciais).

  • Paratonia opositora: o paciente resiste ao movimento, como se estivesse “lutando contra” o exame (mais comum em fases avançadas de demência).

Diferenciação com outros sinais

SinalCaracterística principalDoença associada
EspasticidadeAumento do tônus velocidade-dependenteLesão do trato corticoespinal
RigidezAumento constante do tônus muscularDoença de Parkinson
ParatoniaAumento irregular e involuntário do tônusDemência, lesões frontais

A paratonia é única por ser inconsistente, não rítmica e flutuar com o estado de atenção.

Referências

  1. Ropper AH, Samuels MA. Adams & Victor: Principles of Neurology. McGraw-Hill, 2014.
  2. DeMyer W. Techniques of the Neurologic Examination. McGraw-Hill, 2004.
  3. Brasil. Ministério da Saúde. Protocolo Clínico de Avaliação Cognitiva.
  4. Walsh K, Darby D. Neuropsychology: A Clinical Approach. Elsevier, 2005.
  5. Snell RS. Neuroanatomia Clínica. Guanabara Koogan, 2011.

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