🧍‍♂️ Sinal de Gowers

O sinal de Gowers é uma manobra observada quando o paciente tenta se levantar do chão ou de uma posição agachada, utilizando as mãos para “subir” pelas próprias pernas. Isso ocorre devido à fraqueza muscular proximal, principalmente dos músculos do quadril e coxas.

É um sinal clássico de doenças neuromusculares, especialmente aquelas que afetam a musculatura esquelética de forma simétrica e progressiva.

Importância clínica

O sinal de Gowers é um achado clínico valioso em pediatria neuromuscular, pois:

  • Sugere fraqueza muscular proximal precoce
  • É fácil de observar clinicamente, mesmo sem testes laboratoriais
  • Ajuda a diferenciar miopatias de neuropatias, já que nas neuropatias distais (como polineuropatias) o padrão de fraqueza é diferente
  • Costuma estar presente anos antes do diagnóstico formal, especialmente na distrofia muscular de Duchenne

O paciente, ao tentar se levantar do chão:

  1. Inicialmente empurra o solo com os braços para ficar de joelhos.

  2. Depois, coloca as mãos sobre os joelhos ou coxas e faz um “movimento de escalada” com os braços, usando-os como apoio.

  3. Essa compensação é chamada de manobra de Gowers positiva.

Esse padrão revela fraqueza da musculatura extensora dos quadris, especialmente dos glúteos e quadríceps.

Em que situações aparece?

O sinal de Gowers é típico de miopatias proximais, principalmente em:

  • Distrofia muscular de Duchenne (mais comum)
  • Distrofia muscular de Becker
  • Distrofias congênitas
  • Miopatias inflamatórias (polimiosite, dermatomiosite)
  • Miopatias metabólicas
  • Síndromes miastênicas congênitas
  • Casos graves de miopatia induzida por corticoides

Também pode ser visto em:

  • Doenças do neurônio motor inferior com predomínio em músculos proximais
  • Miopatias tóxicas

Quem Criou?

Dr. William Richard Gowers

William Richard Gowers (1845–1915) foi um renomado neurologista britânico, amplamente reconhecido por sua habilidade clínica e por contribuições fundamentais à neurologia moderna. Ele descreveu esse sinal como parte de suas observações em doenças musculares progressivas, e também deixou importantes legados em epilepsia, neuroanatomia e reflexos neurológicos.

Referências

  1. Ropper AH, Samuels MA. Adams & Victor: Principles of Neurology. McGraw-Hill, 2014.
  2. Dubowitz V. Muscle Disorders in Childhood. 3rd ed. Saunders, 2007.
  3. DeMyer W. Techniques of the Neurologic Examination. McGraw-Hill, 2004.
  4. Brasil. Ministério da Saúde. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas da Distrofia Muscular de Duchenne/Becker.
  5. Snell RS. Neuroanatomia Clínica. Guanabara Koogan, 2011.

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