
🖐️ Hipoestesia
A hipoestesia é a diminuição da sensibilidade tátil, ou seja, uma resposta reduzida a estímulos sensoriais normais, como toque leve, pressão, vibração, dor ou temperatura. Esse sinal pode afetar uma região específica do corpo ou se manifestar de forma mais ampla, dependendo da causa.
A hipoestesia pode envolver diferentes modalidades de sensibilidade:
- Tátil (toque leve)
- Dolorosa (sensibilidade à dor)
- Térmica (calor e frio)
- Vibratória (palestesia)
Proprioceptiva (posição do corpo no espaço)
Importância clínica
A localização da hipoestesia no exame físico ajuda a determinar o nível e tipo de lesão neurológica:
- Distribuição em luva ou bota → neuropatia periférica
- Dermátomos bem definidos → lesão radicular
- Hemicorpo ou hemiface → lesão central (AVC, esclerose múltipla)
Fronte nítida em nível torácico → lesão medular
Além disso, a hipoestesia pode vir acompanhada de parestesias, dor neuropática, fraqueza muscular ou hipo/areflexia, dependendo da causa subjacente.

Durante o exame neurológico, a hipoestesia é investigada com estímulos simples:
- Algodão ou pincel para toque leve
- Agulha descartável para dor superficial
- Tubo com água quente/fria ou metálico para temperatura
- Diapasão (128 Hz) para vibração
Movimentos passivos de dedos ou articulações para propriocepção
O paciente deve relatar se sente o estímulo, com que intensidade, e se há diferença entre os dois lados do corpo.
Causas mais comuns
A hipoestesia pode ter origem periférica, radicular, medular ou central. Suas principais causas incluem:
Lesões periféricas:
- Neuropatias diabéticas
- Hanseníase
- Polineuropatias tóxicas, carenciais ou hereditárias
Síndrome do túnel do carpo
Lesões radiculares ou plexuais:
- Hérnia de disco com compressão radicular
Lesões traumáticas do plexo braquial ou lombossacral
Lesões centrais:
- Acidente vascular cerebral (AVC) parietal ou talâmico
- Esclerose múltipla
- Tumores cerebrais ou medulares
Mielopatias compressivas
Hipoestesia x Anestesia
- Hipoestesia: redução da sensibilidade
Anestesia: abolição completa da sensibilidade
Ambos os achados podem coexistir em graus variados, conforme a gravidade da lesão.
Referências
- Brasil. Ministério da Saúde. Protocolo de Abordagem das Doenças Neurológicas.
- DeMyer W. Techniques of the Neurologic Examination. McGraw-Hill, 2004.
- Ropper AH, Samuels MA. Adams & Victor: Principles of Neurology. McGraw-Hill, 2014.
- Blumenfeld H. Neuroanatomy through Clinical Cases. Sinauer Associates, 2010.
Snell RS. Neuroanatomia Clínica. Guanabara Koogan, 2011.
