Corrimento Esverdeado
Olá, queridas leitoras! Hoje, vamos conversar sobre um tema que pode ser um tanto desconfortável, mas que é muito importante para a saúde íntima de todas vocês: o corrimento vaginal esverdeado. Muitas mulheres já passaram por isso e, embora possa gerar preocupação, é essencial entender as possíveis causas e como lidar com essa situação de maneira adequada.
O corrimento vaginal é algo comum e faz parte do funcionamento natural do corpo feminino. No entanto, quando ele apresenta uma cor esverdeada, é um sinal de que algo pode estar desequilibrado. Pode ser resultado de uma infecção ou de outras condições que merecem atenção médica.
Neste artigo, vou explicar as principais causas do corrimento vaginal esverdeado, quando é necessário buscar ajuda profissional e como cuidar melhor da saúde íntima. Afinal, a informação é uma aliada poderosa na busca pelo bem-estar.
Principais Causas
Entender as causas do corrimento vaginal esverdeado é fundamental para sabermos como proceder. Aqui, vamos destacar as principais razões pelas quais esse tipo de corrimento pode ocorrer:
- Infecção por Tricomoníase: Esta é uma das causas mais comuns. A tricomoníase é uma infecção sexualmente transmissível (IST) causada por um protozoário chamado Trichomonas vaginalis. Além do corrimento esverdeado, pode causar coceira, ardência e um odor desagradável.
- Vaginose Bacteriana: Embora geralmente cause um corrimento branco ou cinza, em alguns casos pode apresentar uma coloração esverdeada. A vaginose bacteriana ocorre devido a um desequilíbrio das bactérias naturais na vagina.
- Infecções Fúngicas: Infecções por fungos, como a candidíase, também podem resultar em corrimentos anormais. Embora a candidíase geralmente cause um corrimento branco e espesso, algumas infecções fúngicas podem provocar um corrimento mais colorido e diferente do habitual.
- Doença Inflamatória Pélvica (DIP): A DIP é uma infecção dos órgãos reprodutivos femininos que pode causar corrimento vaginal anormal, incluindo o corrimento esverdeado. É uma condição séria que necessita de atenção médica.
- Uso de Produtos de Higiene Intima: Certos produtos de higiene íntima, como sabonetes perfumados, duchas vaginais e sprays, podem irritar a mucosa vaginal e alterar o equilíbrio natural da flora vaginal, levando a um corrimento anormal.
Perceba que quase sempre o corrimento esverdeado significa algo que precisa ser tratado logo! Uma consulta com o médico ginecologista é o ideal, entretanto, o médico da Estratégia de Saúde da Família que atende nos postos de saúde (UBSs) pode diagnósticar e iniciar o tratamento sem a necessidade de encaminhamentos.
O que fazer?
Como vimos acima, a maior parte das causas de corrimento esverdeado é infecciosa. Entretanto, infecções nunca vem acompanhadas de sintomas únicos e alguns sinais vão servir de alerta para definir a necessidade de uma ida ao médico. Vou listar eles logo abaixo:
- Persistência dos Sintomas: Se o corrimento esverdeado persistir por mais de alguns dias, mesmo com mudanças na higiene íntima ou após evitar produtos perfumados, é hora de buscar orientação médica.
- Sintomas Acompanhantes: Se o corrimento vier acompanhado de outros sintomas, como dor abdominal, coceira intensa, odor forte e desagradável, ou ardência ao urinar, isso pode indicar uma infecção ou outra condição que precisa de tratamento.
- Histórico de ISTs: Se você tem um histórico de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) ou seu parceiro foi diagnosticado recentemente, é importante fazer uma avaliação para garantir que não haja uma nova infecção.
- Mudança Súbita no Corrimento: Se notar uma mudança súbita na cor, consistência ou odor do corrimento, é aconselhável consultar um profissional. Mudanças abruptas podem ser um sinal de desequilíbrio ou infecção.
- Dor Durante as Relações Sexuais: Sentir dor durante as relações sexuais junto com o corrimento anormal pode ser um sinal de infecção ou outra condição que precisa de avaliação médica.
- Gravidez: Se você está grávida e nota qualquer alteração no corrimento vaginal, é essencial consultar seu médico para garantir que tudo esteja bem tanto com você quanto com o bebê.
Se você que está lendo esse artigo e possui um corrimento esverdeado, entenda que o corrimento, quando não vem acompanhado dos sintomas listados acima, pode significar uma alteração no equilibrio natural da flora vaginal. Por tanto, é importante manter a higiene íntima de acordo conforme os conselhos médicos!
Higiene Íntima
Aqui estão algumas dicas práticas para garantir que você esteja fazendo isso da melhor maneira possível:
- Use Sabonetes Neutros: Opte por sabonetes neutros ou específicos para a região íntima. Evite produtos perfumados, pois eles podem causar irritação e desequilíbrio na flora vaginal.
- Lave Apenas a Parte Externa: A vagina tem um sistema de autolimpeza natural. Lave apenas a parte externa (vulva) com água e sabonete neutro. Evite duchas internas, pois elas podem alterar o equilíbrio natural da flora vaginal.
- Seque Bem: Após a lavagem, seque bem a região íntima com uma toalha limpa e macia. A umidade pode favorecer o crescimento de fungos e bactérias.
- Roupas Íntimas de Algodão: Prefira roupas íntimas de algodão, que permitem a ventilação e ajudam a manter a região seca. Evite tecidos sintéticos que podem reter a umidade.
- Troque de Roupa Íntima Diariamente: Troque de roupa íntima todos os dias e, se possível, após atividades físicas intensas ou em dias muito quentes.
- Evite Produtos Desodorantes: Produtos desodorantes para a região íntima podem causar irritação e alergias. Mantenha a higiene simples e natural.
- Higiene Durante a Menstruação: Durante o período menstrual, troque os absorventes ou tampões regularmente, a cada 4 a 6 horas, para evitar odores e infecções.
- Higiene Após Relações Sexuais: Após relações sexuais, lave a região íntima com água e sabonete neutro para remover resíduos de lubrificantes e secreções.
Seguindo essas dicas, você estará cuidando da sua saúde íntima de maneira eficaz e segura. Lembre-se de que cada corpo é único, e é importante prestar atenção aos sinais que ele dá. Se notar qualquer alteração ou desconforto, não hesite em procurar um profissional de saúde.
Referências
- BATES, S. Vaginal discharge. Curr. Obstet. Gynaecol. v.13, p.218-223, 2003
- Linhares IM, Amaral RL, Robial R, et al. Vaginites e vaginoses. Protocolo Febrasgo – Ginecologia, nº 24 / Comissão Nacional Especializada em Doenças Infectocontagiosas. São Paulo: Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), 2018.
- Sobel JD. Vulvovaginitis in healthy women. Compr Ther. 1999; 25(6-7):335-346.
- Ministério da Saúde (BR), Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Atenção Integral às Pessoas com Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST)/ Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis. Brasília: Ministério da Saúde, 2022.
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