Teoria da Autoeficácia

A Teoria da Autoeficácia, desenvolvida por Barbara Resnick, oferece uma perspectiva essencial para a prática da enfermagem, concentrando-se na capacidade dos indivíduos de acreditar em suas próprias habilidades para realizar ações necessárias e atingir metas específicas de saúde e bem-estar. Resnick baseou sua teoria na premissa de que a autoeficácia, ou a crença na própria capacidade de executar comportamentos para alcançar objetivos, é um fator determinante para a promoção da saúde e a recuperação de doenças.

Resnick identifica que a autoeficácia influencia diretamente as escolhas de comportamento, a persistência diante de desafios e a resiliência em situações adversas. Em contextos de saúde, a teoria sugere que os enfermeiros devem atuar como facilitadores, promovendo a autoeficácia dos pacientes através de apoio, encorajamento e educação. Isso inclui ajudar os pacientes a definir metas realistas, oferecer feedback positivo e criar oportunidades para o sucesso.

Fundamentos

A Teoria da Autoeficácia, proposta por Albert Bandura, se baseia na ideia de que a crença de uma pessoa na sua capacidade de executar comportamentos necessários para produzir resultados específicos afeta suas ações, motivações e níveis de estresse. Esses são os pilares dessa teoria:

  • Experiências de domínio: Sucessos anteriores aumentam a confiança na autoeficácia, enquanto fracassos a reduzem.
  • Experiências vicárias: Observar alguém semelhante a si mesmo tendo sucesso pode aumentar a autoeficácia.
  • Persuasão verbal: Encorajamento e feedback positivo de outros podem fortalecer a crença na própria capacidade.
  • Estados fisiológicos e emocionais: Níveis de estresse e emoções positivas ou negativas podem influenciar a autoeficácia.

Impáctos na Prática

A Teoria da Enfermagem de Barbara Resnick, que se baseia na Teoria da Autoeficácia, tem vários impactos práticos no campo da enfermagem:

  • Melhoria na qualidade do atendimento: Enfermeiros que acreditam em suas próprias capacidades são mais propensos a implementar práticas baseadas em evidências, resultando em melhores cuidados aos pacientes.
  • Promoção da saúde preventiva: Profissionais com alta autoeficácia são mais eficazes na educação dos pacientes sobre a importância de hábitos saudáveis, promovendo a prevenção de doenças.
  • Redução do estresse ocupacional: A crença na própria capacidade ajuda a reduzir o estresse e a ansiedade, aumentando a resiliência dos profissionais de enfermagem diante de situações desafiadoras.
  • Maior aderência a protocolos e procedimentos: A autoeficácia facilita a confiança dos enfermeiros na execução de protocolos e procedimentos padrão, garantindo segurança e eficácia no cuidado.
  • Capacitação contínua: Enfermeiros com alta autoeficácia estão mais dispostos a buscar educação continuada e treinamentos, aprimorando constantemente suas habilidades e conhecimentos.

Esses impactos combinados resultam em um ambiente de trabalho mais positivo e produtivo, além de contribuir para melhores resultados de saúde para os pacientes.

Desafios e Limitações

Embora a Teoria da Autoeficácia de Bandura (e adaptada por Barbara Resnick) ofereça muitas vantagens, ela não é isenta de desafios e limitações na prática:

  • Variabilidade individual: Nem todos respondem da mesma maneira aos métodos de fortalecimento da autoeficácia. Fatores como personalidade, experiências passadas e suporte social podem influenciar a eficácia das intervenções.
  • Contexto específico: A aplicabilidade da autoeficácia pode variar em diferentes contextos e situações. O que funciona bem em um ambiente de cuidados intensivos pode não ser tão eficaz em cuidados domiciliares, por exemplo.
  • Medida subjetiva: A autoeficácia é uma crença subjetiva e pode ser difícil de medir com precisão. Autoavaliações podem ser influenciadas por fatores emocionais e de autoestima.
  • Tempo e recursos: Promover a autoeficácia de forma eficaz pode exigir tempo e recursos consideráveis para treinamento e suporte contínuo, algo que nem todas as instituições de saúde podem fornecer.
  • Dependência de experiências prévias: A construção da autoeficácia baseia-se em experiências de sucesso anteriores. Profissionais de enfermagem mais jovens ou menos experientes podem lutar para desenvolver uma autoeficácia sólida sem um histórico de sucessos.

Esses desafios não diminuem a importância da Teoria da Autoeficácia, mas destacam a necessidade de abordagens complementares e personalizadas na prática de enfermagem.

Quem Criou?

Enf. Barbara Resnick

Barbara Resnick é uma renomada enfermeira, pesquisadora e mentora na área de gerontologia. Ela é Professora e Cadeira Sonya Ziporkin Gershowitz em Gerontologia na Escola de Enfermagem da Universidade de Maryland. Resnick desenvolveu a abordagem de Cuidado Focado na Função (Function-Focused Care), que visa ajudar os idosos a manterem sua mobilidade e realizar atividades diárias, promovendo a saúde e prevenindo declínios funcionais. Ela também é conhecida por seu trabalho em pesquisa sobre exercício e mobilidade, e tem contribuído significativamente para a educação e prática clínica em cuidados geriátricos. Resnick foi presidente da American Geriatrics Society e recebeu vários prêmios por suas contribuições à saúde e bem-estar dos idosos.

Referências

  1. Resnick, B. (2017). Middle Range Nursing Theory of Self-Efficacy. In S. J. Peterson & T. S. Bredow (Eds.), Middle Range Theories: Application to Nursing Research and Practice (5th ed., pp. 223-223). Lippincott Williams & Wilkins.
  2. Bandura, A. (1997). Self-Efficacy: The Exercise of Control. W. H. Freeman and Company.
  3. Lee, J., & Noh, D. (2021). Factors Associated With Self-Care Among Patients Receiving Hemodialysis: A Cross-Sectional Observational Study. Research and Theory for Nursing Practice, 35(2), RTNP-D-20-00042.

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