Células de Merkel
As células de Merkel, descobertas por Friedrich Sigmund Merkel em 1875, são células sensoriais especializadas localizadas na pele e em algumas membranas mucosas. Elas desempenham um papel crucial na percepção tátil, especialmente em áreas sensíveis como as pontas dos dedos e os lábios. Estas células são parte do sistema mecanorreceptor da pele e estão intimamente associadas a terminações nervosas, formando complexos de células de Merkel-neurite. A função exata dessas células ainda é objeto de intensa pesquisa, mas sabe-se que elas são essenciais para a discriminação de textura e a detecção de formas e bordas de objetos.
Função
As células de Merkel têm um papel crucial na função sensorial da pele, particularmente na percepção do toque. Elas são mecanorreceptores, o que significa que são capazes de detectar estímulos mecânicos. Localizadas principalmente nas camadas basais da epiderme, associam-se estreitamente às terminações nervosas, formando complexos de células de Merkel-neurite.
Essas células são responsáveis pela detecção de formas, texturas e bordas dos objetos, permitindo uma discriminação tátil refinada. A informação sensorial capturada pelas células de Merkel é transmitida ao sistema nervoso central, onde é processada e interpretada.
Imagem 01
Microscopia Eletrônica: Podemos observar uma célula de Merkel isolada. Na ultraestrutura, o citoplasma parece claro, mas contém grânulos pequenos, esféricos, de centro escuro (densos em elétrons), de 80-120 nm. Também mostra filamentos escuros, curtos e paralelos. O retículo endoplasmático é grande, assim como o Golgi, demonstrando síntese e secreção. O núcleo é lobulado com reentrâncias profundas e paralelo à superfície do epitélio. A cromatina parece pouco condensada, o que implica altas taxas de transcrição . Um ou dois nucléolos são vistos . O citoplasma emite processos em forma de dedo ou espigão em direção à epiderme, que se interdigitam com os queratinócitos circundantes através de desmossomos . Aqui existem numerosas junções estreitas do tipo desmossoma.
Imagem 02
Microscopia Óptica: Esta coloração por imuno-histoquímica evidencia uma célula de Merkel. As células táteis de Merkel com coloração usual são difíceis de distinguir devido ao seu citoplasma claro (se confundem com Melanócitos ou Células de Langerhans). Essas células, com comprimento de 15-20 μm, são maiores que as outras células epiteliais que as circundam. Eles mostram um grande núcleo vesicular paralelo à superfície do epitélio. Eles são vistos especialmente perto do estrato basal da epiderme e perto dos folículos pilosos . Abaixo da célula de Merkel existe um “menisco tátil”, um disco côncavo-convexo, contínuo com uma fibrila nervosa. A mielina da fibrila cessa antes de chegar à fileira epidérmica mais baixa. São facilmente distinguíveis por imuno-histoquímica e microscopia confocal.
Imagem 03
Microscopia Óptica: Aqui temos um corte histológico de pele corado por imunofluorecência. Os pontos em vermelho são complexos de células de merkel.
Imagem 04
Microscopia Óptica: Corte histológico de pele. Nessa imagem podemos observar algumas células com citoplasma claro na camada basal da epiderme (setas). Normalmente essas células são classificadas como melanócitos mas algumas delas podem ser células de merkel ja que, como dito na legenda de imagem 2, não conseguimos diferencia-las por metodos convencionais.
As células de Merkel podem ser vistas no microscópio usando técnicas específicas de coloração. Sob o microscópio óptico, elas aparecem como células ovaladas ou em forma de disco na camada basal da epiderme, frequentemente associadas a terminações nervosas. Usando imuno-histoquímica, que envolve a coloração com anticorpos específicos, as células de Merkel podem ser identificadas com maior precisão graças à presença de marcadores específicos, como o citoqueratina 20 (CK20). No microscópio eletrônico, a estrutura interna das células de Merkel é ainda mais detalhada, revelando grânulos densos nas suas membranas e sua íntima associação com os nervos.
Referências
- Resnick, B. (2017). Middle Range Nursing Theory of Self-Efficacy. In S. J. Peterson & T. S. Bredow (Eds.), Middle Range Theories: Application to Nursing Research and Practice (5th ed., pp. 223-223). Lippincott Williams & Wilkins.
- Bandura, A. (1997). Self-Efficacy: The Exercise of Control. W. H. Freeman and Company.
- Lee, J., & Noh, D. (2021). Factors Associated With Self-Care Among Patients Receiving Hemodialysis: A Cross-Sectional Observational Study. Research and Theory for Nursing Practice, 35(2), RTNP-D-20-00042.
Quem Descobriu?
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Dr. Friedrich Sigmund Merkel
Friedrich Sigmund Merkel (1845-1919) foi um anatomista e histopatologista alemão renomado do final do século XIX. Ele é mais conhecido por sua descoberta das células de Merkel em 1875, células sensoriais especializadas na pele responsáveis pela percepção tátil. Merkel estudou em Erlangen, Greifswald e Göttingen, obtendo seu doutorado em 1869. Ele lecionou em várias universidades, incluindo Rostock, Königsberg e Göttingen. Merkel também publicou um extenso texto sobre anatomia humana e introduziu o uso de xileno como agente de clarificação em histologia, um método ainda utilizado hoje.
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