
Camisinha Feminina
Hoje, vamos abordar um tema crucial para a saúde e autonomia das mulheres: a camisinha feminina. Este método contraceptivo, ainda pouco conhecido por muitas, oferece uma barreira eficaz não só contra a gravidez indesejada, mas também na prevenção de Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs). A camisinha feminina, quando utilizada corretamente, garante uma proteção dupla, possibilitando que a mulher tenha maior controle sobre sua saúde sexual e reprodutiva.
Vamos explorar como utilizar, as vantagens e as considerações práticas desse método, assegurando que você tenha todas as informações necessárias para fazer escolhas informadas e seguras.
Estatísticas
A camisinha feminina é um método contraceptivo de barreira que oferece uma alternativa importante à camisinha masculina, especialmente ao permitir que as mulheres tenham mais autonomia na proteção contra gravidez e infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). Apesar de ainda ser menos utilizada globalmente, seu uso vem crescendo à medida que a conscientização sobre sua eficácia e benefícios aumenta. No Brasil, seu uso ainda é limitado, mas campanhas de saúde pública têm buscado incentivar sua adoção.
- Taxa de Eficácia: Assim como a camisinha masculina, a eficácia da camisinha feminina depende do uso correto. Quando utilizada adequadamente, a taxa de eficácia contra a gravidez é de aproximadamente 95%. No entanto, com uso típico (considerando erros comuns), essa taxa pode cair para cerca de 79%. Em relação à prevenção de ISTs, a camisinha feminina também é considerada eficaz, embora não ofereça proteção absoluta contra todas as infecções.
- Relações Necessárias para Erro: Mesmo com o uso correto, existe uma chance pequena de falha. Estima-se que cerca de 1 em cada 25 mulheres que usam a camisinha feminina corretamente durante um ano inteiro de atividade sexual poderá engravidar. Isso equivale, em média, a 25 relações sexuais para que ocorra um erro, mesmo com uso correto — uma frequência de falha ligeiramente maior do que a da camisinha masculina.
Erros na aplicação da camisinha são comuns e podem comprometer sua eficácia. Alguns dos erros mais frequentes incluem:
- Inserção incorreta do anel interno, o que pode comprometer a barreira física.
- Não garantir que o anel externo permaneça fora da vagina durante toda a relação.
- Uso com objetos cortantes ou unhas longas que podem rasgar o material.
- Não verificar a data de validade ou danos na embalagem antes do uso.
Uso sem lubrificante adicional, especialmente em casos de secura vaginal, o que pode aumentar o risco de deslocamento ou rompimento.
Como Usar
- Abertura da Embalagem: Abra a embalagem com cuidado, usando os dedos, para não danificar a camisinha com unhas ou objetos cortantes.
- Preparação: Segure a camisinha com o anel interno (menor) na ponta fechada. Aperte o anel interno para formar um círculo.
- Inserção: Escolha uma posição confortável, como deitada, agachada ou de pé com uma perna levantada. Insira a camisinha na vagina, empurrando o anel interno até o fundo, semelhante a um absorvente interno.
- Posicionamento Correto: Certifique-se de que o anel externo (maior) fique do lado de fora, cobrindo a área ao redor da abertura vaginal.
- Durante a Relação: Guie o pênis para dentro da camisinha, garantindo que ele entre no interior do anel externo.
- Remoção: Após a relação, torça o anel externo para reter o sêmen e puxe cuidadosamente a camisinha para fora. Descarte-a em um local adequado, nunca no vaso sanitário.
- Higiene: Lave as mãos antes e depois da inserção e remoção da camisinha.
Vantagens
- Proteção Dupla: Oferece proteção tanto contra gravidez indesejada quanto contra Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs).
- Controle Feminino: Permite que a mulher tenha maior controle sobre sua saúde sexual, podendo ser inserida até 8 horas antes da relação sexual.
- Não Depende de Ereção: Pode ser colocada antes da relação sem a necessidade de interromper o momento, diferente da camisinha masculina.
- Livre de Látex: Geralmente feita de materiais que não são látex, como poliuretano, sendo uma ótima opção para quem tem alergia a látex.
- Prevenção de Lesões Genitais: Reduz o risco de lesões genitais em comparação com o preservativo masculino, devido ao seu formato e material.
Desvantagens
- Dificuldade de Inserção: Algumas mulheres podem encontrar dificuldade ao inserir a camisinha corretamente, especialmente nas primeiras vezes.
- Desconforto Inicial: Pode causar desconforto até que a usuária se acostume com o método, tanto para a mulher quanto para o parceiro.
- Disponibilidade Limitada: É menos acessível em comparação com a camisinha masculina, podendo ser mais difícil de encontrar em farmácias.
- Custo Mais Alto: Geralmente, a camisinha feminina é mais cara do que a masculina.
- Ruído Durante o Uso: Pode produzir um som perceptível durante a relação sexual, o que pode causar desconforto para alguns casais.
Mesmo com essas desvantagens, é importante lembrar que a camisinha feminina é uma opção viável e eficaz para muitas mulheres. Como toda escolha de método contraceptivo, é essencial considerar os prós e contras e conversar com um profissional de saúde para encontrar a melhor opção para você.
Referências
- Felisbino-Mendes, M. S., Gontijo Araújo, F., Oliveira, L. V. A., Vasconcelos, N. M. de, & Vieira, M. L. F. P. (2021). Comportamento sexual e uso de preservativos na população brasileira: análise da Pesquisa Nacional de Saúde, 2019. Revista Brasileira de Epidemiologia, 24(suppl 2), e210018. https://doi.org/10.1590/1980-549720210018.supl.2
- Almeida, L. C. (2010). Métodos Contraceptivos: Uma Revisão Bibliográfica. Universidade Federal de Minas Gerais. https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUBD-A79HA8/1/monografia_luiz_carlos_de_almeida.pdf
Pinheiro, T. F., Calazans, G. J., & Ayres, J. R. C. M. (2013). Uso de Camisinha no Brasil: um olhar sobre a produção acadêmica acerca da prevenção de HIV/Aids (2007-2011). Temas em Psicologia, 21(3), 9-23. https://doi.org/10.9788/TP2013.3-EE07PT
