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Hemotímpano

👂 Hemotímpano O hemotímpano é definido como a presença de sangue na cavidade timpânica, ou seja, atrás da membrana do tímpano. Esse sinal é visualizado durante a otoscopia, quando se observa uma coloração arroxeada, enegrecida ou azulada da membrana timpânica, geralmente sem perfuração aparente. Esse achado pode indicar trauma, barotrauma, fratura de base de crânio ou outras condições que resultem em sangramento no ouvido médio. O hemotímpano, portanto, é um importante marcador de lesão interna, mesmo na ausência de sangramento externo pelo conduto auditivo. Como se forma? A cavidade timpânica é um espaço fechado localizado atrás da membrana do tímpano, que abriga a cadeia ossicular (martelo, bigorna e estribo). Quando ocorre sangramento nessa região, seja por ruptura de vasos ou fratura óssea, o sangue se acumula nesse espaço, dando origem ao hemotímpano. Com o tempo, o sangue pode ser reabsorvido, mas se houver infecção secundária ou obstrução da tuba auditiva, o quadro pode evoluir para otite média ou até formar otite média com efusão hemorrágica. Importância clínica O hemotímpano é um sinal importante porque pode passar despercebido, principalmente em traumas sem ferimentos externos. Sua presença exige investigação cuidadosa, pois pode ser a única pista clínica de uma fratura de base de crânio. Além disso, ele pode afetar significativamente a audição e predispor a complicações otológicas se não acompanhado adequadamente. O hemotímpano é identificado por meio de otoscopia, sendo observado como: Membrana timpânica de cor azulada, arroxeada ou escura Presença de nível líquido-sangue em alguns casos Ausência de perfuração, exceto se houver trauma mais grave Raramente, pode haver bolhas de ar entre o sangue, sugerindo comunicação com a tuba auditiva O paciente pode apresentar hipoacusia condutiva, sensação de ouvido cheio ou otalgia leve. Sinais associados O hemotímpano pode ocorrer isoladamente, mas é importante investigar outros sinais associados, principalmente quando há suspeita de trauma craniano. Entre eles: Paralisia facial periférica Vertigem Hipoacusia neurossensorial Saída de líquido claro pelo ouvido (otorreia de líquor) Hematoma retroauricular (sinal de Battle) Esses achados podem indicar fratura de base de crânio com fístula liquórica, sendo um quadro de urgência. Referências Goycoolea M. Otology and Neurotology. Elsevier Health Sciences, 2002. Bluestone CD, Klein JO. Pediatric Otolaryngology. 4th ed. Saunders, 2003. Brasil. Ministério da Saúde. Protocolo de Atendimento a Traumatismos Cranioencefálicos. Maru YK, Gupta AK. Diseases of Ear, Nose and Throat. 2nd ed. Jaypee Brothers, 2010. Roche PH, et al. Traumatic brain injuries and cranial fractures. Springer, 2021. Deixe um comentário Cancelar resposta Conectado como Dr. Marcelo Negreiros. Edite seu perfil. Sair? Campos obrigatórios são marcados com * Message* Também pode te interessar… SInais Clínicos Hemotímpano Dr. Marcelo Negreiros abril 1, 2025 SInais Clínicos Sinal de Bell Dr. Marcelo Negreiros abril 1, 2025 SInais Clínicos Sinal de Desviamento da Úvula Dr. Marcelo Negreiros março 29, 2025 SInais Clínicos Sinal de Desvio da Língua Dr. Marcelo Negreiros março 29, 2025

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Sinal de Bell

🧠 Sinal de Bell O Sinal de Bell é um achado clássico do exame neurológico, caracterizado pela elevação do globo ocular para cima e para fora (movimento chamado de bell’s phenomenon) quando o paciente tenta fechar os olhos — especialmente no contexto de paralisia facial periférica. Ele ocorre porque, ao tentar o fechamento palpebral, o músculo que fecha os olhos (orbicular do olho) está paralisado, enquanto o movimento ocular compensatório, controlado por outros nervos, permanece preservado. Esse movimento ocular normalmente está presente em todas as pessoas, mas é visível apenas quando há paralisia do nervo facial (VII par craniano), pois nesse caso a pálpebra superior não consegue cobrir o olho durante o piscar ou fechamento forçado. Fisiologia por trás do sinal O nervo facial é responsável por inervar a musculatura da mímica facial, incluindo o músculo orbicular dos olhos, que permite o fechamento palpebral. Em condições normais, quando a pessoa fecha os olhos, a pálpebra superior desce e o globo ocular se move discretamente para cima, de forma sincronizada e invisível. Quando há uma lesão periférica do nervo facial, a musculatura da pálpebra não funciona adequadamente. Assim, ao tentar fechar os olhos, ocorre apenas a movimentação do globo ocular para cima e para fora, mas o olho permanece parcialmente aberto, tornando esse movimento visível. Esse é o chamado Sinal de Bell positivo. Importância clínica O Sinal de Bell é um recurso clínico simples, mas muito útil para confirmar a topografia periférica da paralisia facial. Ele ajuda a diferenciar entre uma lesão periférica (onde o sinal aparece) e uma lesão central (onde não aparece, pois o fechamento ocular está preservado devido à inervação bilateral do núcleo facial superior). Além disso, a presença do sinal é importante na prática, pois indica exposição ocular incompleta, aumentando o risco de: Ressecamento corneano Ulceração ocular Cerato-conjuntivite Por isso, quando o sinal está presente, é essencial orientar cuidados com lubrificação ocular e até oclusão noturna do olho afetado, principalmente durante a fase aguda da paralisia. Durante o exame físico, o examinador solicita que o paciente feche os olhos com força. Em casos de paralisia facial periférica, o lado afetado não consegue fechar completamente, e o globo ocular se move para cima e lateralmente, ficando visível pela abertura palpebral incompleta. O sinal é considerado: Positivo: quando há exposição visível do globo ocular ao tentar fechar os olhos, com deslocamento superior-lateral. Negativo: quando o fechamento ocular é completo, mesmo com paralisia facial leve ou central. Esse sinal é geralmente assimétrico, aparecendo apenas no lado da paralisia periférica. Causas comuns O Sinal de Bell é observado principalmente em casos de paralisia facial periférica, ou seja, quando a lesão acomete o próprio nervo facial após sua saída do tronco encefálico. As principais causas incluem: Paralisia de Bell (idiopática e autolimitada) Infecção pelo vírus Herpes simples ou Herpes-zóster (Síndrome de Ramsay Hunt) Doença de Lyme Traumas cranianos ou cirurgias otológicas Tumores do ângulo ponto-cerebelar (ex: neurinoma do acústico) Otites médias graves ou mastoidites Esclerose múltipla (mais raro, geralmente lesão central) Importante lembrar que em lesões centrais (acima do núcleo do facial), como AVCs corticais, a musculatura da pálpebra costuma estar poupada, e o sinal de Bell não é observado. Referências Blumenfeld H. Neuroanatomy through Clinical Cases. 2nd ed. Sinauer Associates, 2010. DeMyer W. Techniques of the Neurologic Examination: A Programmed Text. McGraw-Hill Education, 2004. Brasil. Ministério da Saúde. Protocolo Clínico de Paralisia Facial Periférica. Snell RS. Neuroanatomia Clínica. 7ª ed. Guanabara Koogan, 2011. Campbell WW. DeJong’s The Neurologic Examination. 7th ed. Lippincott Williams & Wilkins, 2013. Deixe um comentário Cancelar resposta Conectado como Dr. Marcelo Negreiros. Edite seu perfil. Sair? Campos obrigatórios são marcados com * Message* Também pode te interessar… SInais Clínicos Sinal de Bell Dr. Marcelo Negreiros abril 1, 2025 SInais Clínicos Sinal de Desviamento da Úvula Dr. Marcelo Negreiros março 29, 2025 SInais Clínicos Sinal de Desvio da Língua Dr. Marcelo Negreiros março 29, 2025 SInais Clínicos Sinal de Koplik Dr. Marcelo Negreiros dezembro 30, 2024

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Sinal de Desviamento da Úvula

🧠 Sinal de Desvio da Úvula O sinal de desvio da úvula é um achado clínico observado durante o exame dos nervos cranianos, indicando possível lesão do nervo vago (X par craniano), especialmente de seus ramos que inervam o palato mole. Esse sinal é caracterizado por uma assimetria da elevação do palato ao se pedir que o paciente diga “ááá”, resultando no desvio da úvula para um dos lados. Esse desvio ocorre por fraqueza dos músculos do palato mole no lado afetado, fazendo com que a musculatura contralateral, ainda ativa, “puxe” a úvula na sua direção. Por isso, o desvio geralmente é para o lado oposto da lesão. Anatomia e função do nervo vago O nervo vago é um nervo misto que tem origem no bulbo e sai do crânio pelo forame jugular. Ele é responsável por várias funções motoras, sensitivas e autonômicas. No contexto do exame físico, sua atuação sobre os músculos do palato mole, especialmente o músculo levantador do véu palatino, é o que gera o sinal de desvio da úvula em caso de lesão. Além do palato, o vago também atua na musculatura da faringe e da laringe, sendo essencial para fala, deglutição e reflexo de vômito. Por isso, o exame da úvula deve ser interpretado junto a outros sinais clínicos relacionados à fonação, reflexo faríngeo e deglutição. Importância clínica O sinal de desvio da úvula é um achado simples, porém altamente sugestivo de lesão neurológica, especialmente em pacientes com queixas de disfagia, voz anasalada ou engasgos. Quando associado a outros sinais de disfunção de nervos cranianos baixos, ele contribui significativamente para a localização topográfica da lesão, sendo um recurso valioso no raciocínio clínico neurológico. Além disso, em contextos de urgência neurológica, como AVCs do tronco encefálico, esse sinal pode ser um dos primeiros indícios de comprometimento bulbar. O sinal de desvio da úvula é testado com o paciente em posição sentada, boca aberta e sem obstrução nasal. O examinador pede que o paciente diga “ááá”, observando a elevação do palato mole e a posição da úvula. Em condições normais, a úvula se eleva simetricamente, mantendo-se centralizada. Quando há lesão unilateral do nervo vago, a úvula se desvia para o lado contrário da lesão, enquanto o palato mole no lado afetado mostra queda ou ausência de elevação. Outros achados associados podem incluir: Voz anasalada ou rouca Disfagia Reflexo de vômito diminuído ou ausente Regurgitação nasal de líquidos Síndromes neurológicas associadas A presença do sinal de desvio da úvula pode indicar envolvimento do núcleo ambíguo (no bulbo), de onde partem fibras motoras para os nervos glossofaríngeo (IX), vago (X) e acessório (XI). Dessa forma, algumas síndromes incluem esse achado, como: Síndrome de Vernet: lesão de IX, X e XI no forame jugular Síndrome de Collet-Sicard: lesão de IX, X, XI e XII Síndrome de Wallenberg (síndrome bulbar lateral): infarto da artéria vertebral ou PICA Lesão central ou periférica? Assim como outros sinais neurológicos, o desvio da úvula pode ser causado por lesões centrais ou periféricas. Entretanto, a maioria das apresentações clínicas que envolvem esse sinal são de lesão periférica do nervo vago, especialmente nos seus ramos que inervam a musculatura do palato mole. Lesões centrais geralmente são mais complexas e acompanham outros sinais neurológicos, como hemiparesias, disartria espástica ou sinais de comprometimento de outros pares cranianos. Referências Blumenfeld H. Neuroanatomy through Clinical Cases. 2nd ed. Sinauer Associates, 2010. DeMyer W. Techniques of the Neurologic Examination: A Programmed Text. McGraw-Hill Education, 2004. Preston DC, Shapiro BE. Electromyography and Neuromuscular Disorders. 3rd ed. Elsevier, 2012. Snell RS. Neuroanatomia Clínica. 7ª ed. Guanabara Koogan, 2011. Brasil. Ministério da Saúde. Protocolo Clínico de Atenção Neurológica. Patestas MA, Gartner LP. A Textbook of Neuroanatomy. 2nd ed. Wiley-Blackwell, 2016. Deixe um comentário Cancelar resposta Conectado como Dr. Marcelo Negreiros. Edite seu perfil. Sair? Campos obrigatórios são marcados com * Message* Também pode te interessar… SInais Clínicos Sinal de Desviamento da Úvula Dr. Marcelo Negreiros março 29, 2025 SInais Clínicos Sinal de Desvio da Língua Dr. Marcelo Negreiros março 29, 2025 SInais Clínicos Sinal de Koplik Dr. Marcelo Negreiros dezembro 30, 2024 SInais Clínicos Sinal de Cullen Dr. Marcelo Negreiros outubro 15, 2024

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Sinal de Desvio da Língua

🧠 Sinal de Desvio da Língua O sinal de desvio da língua é um achado clínico observado durante o exame neurológico, caracterizado pela projeção assimétrica da língua para um dos lados. Trata-se de um indicativo de disfunção do nervo hipoglosso (XII par craniano), responsável pela inervação motora dos músculos da língua. Esse nervo é essencial para funções como fala, mastigação e deglutição, e sua lesão pode comprometer significativamente a coordenação desses movimentos. A projeção da língua normalmente deve ser reta, alinhada com a linha média. Quando há lesão de um dos lados do nervo, a fraqueza muscular leva ao desvio da língua, que ocorre em direção ao lado mais fraco, devido à ação desbalanceada do músculo contralateral. Anatomia funcional do nervo hipoglosso O nervo hipoglosso emerge da parte anterior do bulbo, entre a pirâmide bulbar e a oliva inferior, e sai do crânio pelo canal do hipoglosso. Ele é puramente motor, ou seja, não possui fibras sensitivas ou parassimpáticas, e inerva praticamente todos os músculos da língua — com exceção do palatoglosso, que é inervado pelo nervo vago. O principal músculo responsável por protruir a língua é o genioglosso. Quando os dois lados funcionam normalmente, esse músculo empurra a língua para frente de forma centralizada. Se houver uma lesão unilateral, o músculo do lado lesado não age com força suficiente, e a língua desvia para o lado afetado. Importância clínica O sinal de desvio da língua é um achado simples, mas altamente informativo. Sua presença pode indicar desde lesões focais benignas até doenças sistêmicas graves. Além disso, é um sinal útil para localização topográfica de lesões neurológicas e pode ser um dos primeiros indicativos de patologias como o AVC ou a ELA. É essencial que o examinador sempre considere esse sinal em conjunto com outros achados, como disartria, disfagia e paresias, para construir um raciocínio clínico eficaz e preciso. Durante o exame neurológico, solicita-se que o paciente protrua a língua. Em um indivíduo normal, a língua permanece centralizada. Quando há lesão do nervo hipoglosso, ela se desvia para um dos lados. Esse desvio pode ser sutil ou bastante evidente. A avaliação clínica deve incluir, além do desvio, a presença de atrofia muscular, fasciculações (pequenos tremores localizados) e alterações na mobilidade lateral da língua. O examinador pode também pedir que o paciente pressione a língua contra a bochecha ou contra um abaixador de língua, para comparar a força entre os lados. Síndromes clínicas associadas A avaliação do nervo hipoglosso também pode contribuir para o diagnóstico de síndromes neurológicas de localização, que envolvem múltiplos pares cranianos. Um exemplo clássico é a síndrome de Collet-Sicard, caracterizada pela lesão dos nervos IX, X, XI e XII, geralmente causada por tumores ou fraturas na base do crânio. Outro exemplo é a síndrome medial do bulbo (Dejerine), em que a lesão do nervo hipoglosso é acompanhada de hemiparesia contralateral, por comprometimento das vias piramidais. Central ou periférico? Uma parte essencial da análise do sinal é identificar se a lesão é central (motoneurônio superior) ou periférica (motoneurônio inferior), pois isso altera o padrão do desvio e os achados associados. Nas lesões periféricas, como aquelas que afetam diretamente o nervo hipoglosso ou seu núcleo no bulbo, o desvio da língua será para o mesmo lado da lesão. Nesses casos, também é comum observar atrofia e fasciculações, sinais típicos de dano ao neurônio motor inferior. Já nas lesões centrais, que comprometem as vias corticoespinais antes de atingirem o núcleo hipoglosso, o desvio ocorre para o lado oposto da lesão. Isso se dá porque as fibras motoras decussam (cruzam) no bulbo, e o comprometimento ocorre antes dessa decussação. Nessas situações, não há atrofia evidente, mas podem coexistir sinais de lesão do neurônio motor superior, como espasticidade ou paresia de membros. Referências Blumenfeld H. Neuroanatomy through Clinical Cases. 2nd ed. Sinauer Associates, 2010. DeMyer W. Techniques of the Neurologic Examination: A Programmed Text. McGraw-Hill Education, 2004. Preston DC, Shapiro BE. Electromyography and Neuromuscular Disorders. 3rd ed. Elsevier, 2012. Snell RS. Neuroanatomia Clínica. 7ª ed. Guanabara Koogan, 2011. Brasil. Ministério da Saúde. Protocolo Clínico de Atenção Neurológica. Patestas MA, Gartner LP. A Textbook of Neuroanatomy. 2nd ed. Wiley-Blackwell, 2016. Deixe um comentário Cancelar resposta Conectado como Dr. Marcelo Negreiros. Edite seu perfil. Sair? Campos obrigatórios são marcados com * Message* Também pode te interessar… SInais Clínicos Sinal de Desvio da Língua Dr. Marcelo Negreiros março 29, 2025 SInais Clínicos Sinal de Koplik Dr. Marcelo Negreiros dezembro 30, 2024 SInais Clínicos Sinal de Cullen Dr. Marcelo Negreiros outubro 15, 2024 SInais Clínicos Sinal de Battle Dr. Marcelo Negreiros outubro 13, 2024

Espaço da Mulher

Corrimento Branco

Corrimento branco: o que pode ser e quando se preocupar? Você já notou um corrimento branco e ficou na dúvida se isso é normal ou sinal de algo errado? Fica tranquila: esse tipo de secreção é bastante comum entre as mulheres, e nem sempre representa um problema. Mas, claro, existem situações em que ele pode indicar infecções ou desequilíbrios que merecem atenção. Vamos te explicar tudo de forma clara, sem tabu, pra você entender seu corpo e saber quando é hora de procurar ajuda médica. O que é o corrimento branco? O corrimento vaginal é uma secreção natural produzida pelo organismo da mulher. Ele tem a função de proteger, lubrificar e manter o equilíbrio da flora vaginal. O corrimento branco, especificamente, pode ter causas fisiológicas (ou seja, normais) ou patológicas (relacionadas a alguma condição que precisa de tratamento). A chave está nos detalhes: aparência, cheiro, quantidade e se há outros sintomas associados, como coceira ou ardência. Principais Causas ✅ 1. Corrimento fisiológico (normal) Durante o ciclo menstrual, é normal que a mulher tenha secreções mais intensas em alguns períodos, principalmente perto da ovulação. Esse corrimento é geralmente branco ou transparente, sem cheiro forte, e não causa incômodo. 💡 Quando é normal: Sem odor forte Sem coceira ou ardência Textura semelhante à clara de ovo ou mais cremosa Acontece especialmente na ovulação ou durante a excitação sexual ⚠️ 2. Candidíase A candidíase é uma infecção causada por fungos, principalmente a Candida albicans. Ela é muito comum e pode causar um corrimento branco, espesso, com aspecto de leite coalhado. 🧾 Sinais de alerta: Corrimento branco espesso Coceira intensa na região íntima Ardência ao urinar ou na relação sexual Vermelhidão e inchaço na vulva Nesse caso, é importante buscar tratamento, que pode ser feito com antifúngicos, muitas vezes de uso local (cremes vaginais) ou oral. ⚠️ 3. Vaginoses e outras infecções Embora o corrimento branco seja mais comum na candidíase, algumas vaginoses bacterianas também podem gerar secreções claras ou esbranquiçadas. A diferença costuma estar no cheiro (mais forte, às vezes semelhante a peixe) e na presença de outros sintomas. 📌 Atenção:Se o corrimento vier acompanhado de mau cheiro, coceira, dor pélvica ou alterações urinárias, o ideal é consultar um profissional de saúde para avaliar corretamente. ⚠️ 4. Alterações hormonais Situações como gravidez, uso de anticoncepcionais ou alterações hormonais naturais (como na adolescência ou pré-menopausa) podem aumentar a produção de corrimento branco. Se não houver sintomas associados, geralmente não há com o que se preocupar. Quando procurar ajuda médica? Você deve buscar orientação médica se notar: Mau cheiro associado ao corrimento Coceira, ardência ou desconforto Alterações na cor ou na consistência do corrimento Corrimento persistente mesmo fora do período ovulatório Dor durante o sexo ou ao urinar Nem todo corrimento é sinal de doença, mas é importante escutar o seu corpo. Se algo estiver diferente do seu normal, vale a pena investigar. Dica final Evite duchas vaginais, roupas muito apertadas e o uso prolongado de absorventes diários. Esses hábitos podem prejudicar a flora vaginal e aumentar o risco de infecções. A higiene deve ser feita com água e sabonete íntimo suave, sem exageros. Higiene Íntima Aqui estão algumas dicas práticas para garantir que você esteja fazendo isso da melhor maneira possível: Use Sabonetes Neutros: Opte por sabonetes neutros ou específicos para a região íntima. Evite produtos perfumados, pois eles podem causar irritação e desequilíbrio na flora vaginal. Lave Apenas a Parte Externa: A vagina tem um sistema de autolimpeza natural. Lave apenas a parte externa (vulva) com água e sabonete neutro. Evite duchas internas, pois elas podem alterar o equilíbrio natural da flora vaginal. Seque Bem: Após a lavagem, seque bem a região íntima com uma toalha limpa e macia. A umidade pode favorecer o crescimento de fungos e bactérias. Roupas Íntimas de Algodão: Prefira roupas íntimas de algodão, que permitem a ventilação e ajudam a manter a região seca. Evite tecidos sintéticos que podem reter a umidade. Troque de Roupa Íntima Diariamente: Troque de roupa íntima todos os dias e, se possível, após atividades físicas intensas ou em dias muito quentes. Evite Produtos Desodorantes: Produtos desodorantes para a região íntima podem causar irritação e alergias. Mantenha a higiene simples e natural. Higiene Durante a Menstruação: Durante o período menstrual, troque os absorventes ou tampões regularmente, a cada 4 a 6 horas, para evitar odores e infecções. Higiene Após Relações Sexuais: Após relações sexuais, lave a região íntima com água e sabonete neutro para remover resíduos de lubrificantes e secreções. Seguindo essas dicas, você estará cuidando da sua saúde íntima de maneira eficaz e segura. Lembre-se de que cada corpo é único, e é importante prestar atenção aos sinais que ele dá. Se notar qualquer alteração ou desconforto, não hesite em procurar um profissional de saúde. Aqui estão algumas dicas práticas para garantir que você esteja fazendo isso da melhor maneira possível: Use Sabonetes Neutros: Opte por sabonetes neutros ou específicos para a região íntima. Evite produtos perfumados, pois eles podem causar irritação e desequilíbrio na flora vaginal. Lave Apenas a Parte Externa: A vagina tem um sistema de autolimpeza natural. Lave apenas a parte externa (vulva) com água e sabonete neutro. Evite duchas internas, pois elas podem alterar o equilíbrio natural da flora vaginal. Seque Bem: Após a lavagem, seque bem a região íntima com uma toalha limpa e macia. A umidade pode favorecer o crescimento de fungos e bactérias. Roupas Íntimas de Algodão: Prefira roupas íntimas de algodão, que permitem a ventilação e ajudam a manter a região seca. Evite tecidos sintéticos que podem reter a umidade. Troque de Roupa Íntima Diariamente: Troque de roupa íntima todos os dias e, se possível, após atividades físicas intensas ou em dias muito quentes. Evite Produtos Desodorantes: Produtos desodorantes para a região íntima podem causar irritação e alergias. Mantenha a higiene simples e natural. Higiene Durante a Menstruação: Durante o período menstrual, troque os absorventes ou tampões regularmente, a cada 4 a 6 horas, para evitar odores e infecções. Higiene Após Relações Sexuais: Após

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Guia Interativo de Fios de Sutura

A seleção do fio de sutura correto é essencial para um procedimento bem-sucedido, influenciando diretamente a cicatrização, a resistência dos tecidos e a estética do resultado final. Pensando nisso, desenvolvemos este Guia Interativo de Fios de Sutura, uma ferramenta exclusiva para os alunos do curso que vai te ajudar a tomar decisões rápidas e precisas na prática clínica. Com essa tabela interativa, você poderá:✅ Comparar diferentes fios de sutura de acordo com suas propriedades.✅ Filtrar os fios por tipo de absorção, estrutura, reação tecidual e mais.✅ Selecionar quais informações deseja visualizar, tornando a consulta mais objetiva e personalizada. Tabela de Fios de Sutura – Seleção de Colunas Guia Interativo de Fios de Sutura Absorção: TodosAbsorvívelNão AbsorvívelVariável Estrutura: TodosMonofilamentarMultifilamentarVariável Reação Tecidual: TodosAltaModeradaBaixaMínima Resistência à Tração: TodosBaixaMédiaAltaMuito Alta Elasticidade e Maleabilidade: TodosAltaMédiaBaixa Capilaridade: TodosAltaMédiaBaixaNenhuma Facilidade de Manuseio e Nós: TodosBoaÓtima Selecione as colunas a serem exibidas: Nome Absorção Estrutura Composição Reação Tecidual Resistência à Tração Elasticidade e Maleabilidade Capilaridade Facilidade de Manuseio e Nós Nome Absorção Estrutura Composição Reação Tecidual Resistência à Tração Elasticidade e Maleabilidade Capilaridade Facilidade de Manuseio e Nós Catgut Simples Absorvível (7-10 dias) Monofilamentar Colágeno bovino/ovino Alta Baixa Alta Alta Boa Catgut Cromado Absorvível (14-21 dias) Monofilamentar Colágeno tratado com cromo Moderada Média Média Média Boa Poliglactina 910 (Vicryl®) Absorvível (56-70 dias) Multifilamentar Ácido poliglicólico + lactídeo Baixa Alta Média Baixa Ótima Poliglecaprone 25 (Monocryl®) Absorvível (90-120 dias) Monofilamentar Poliéster sintético Mínima Alta Alta Nenhuma Boa Ácido Poliglicólico (Dexon®) Absorvível (90 dias) Multifilamentar Ácido poliglicólico Baixa Alta Média Baixa Ótima Polidioxanona (PDS®) Absorvível (180-210 dias) Monofilamentar Polidioxanona Mínima Alta Média Nenhuma Boa Fast Absorbing Gut Absorvível (5-7 dias) Monofilamentar Colágeno bovino modificado Alta Baixa Alta Alta Boa Poligliconato (Maxon®) Absorvível (180 dias) Monofilamentar Poliéster sintético Mínima Alta Média Nenhuma Boa Caprosyn® Absorvível (56 dias) Monofilamentar Polímero sintético Mínima Alta Alta Nenhuma Boa Seda Não Absorvível Multifilamentar Proteína natural Moderada Baixa Alta Alta Ótima Algodão Não Absorvível Multifilamentar Fibra natural Moderada Baixa Média Alta Ótima Náilon (Ethilon®) Não Absorvível Monofilamentar Poliamida Mínima Alta Média Nenhuma Boa Náilon Trançado (Supramid®) Não Absorvível Multifilamentar Poliamida Mínima Alta Média Baixa Ótima Poliéster (Ethibond®) Não Absorvível Multifilamentar Poliéster sintético Mínima Alta Baixa Baixa Ótima Polipropileno (Prolene®) Não Absorvível Monofilamentar Polipropileno Mínima Alta Alta Nenhuma Boa Aço Inoxidável Não Absorvível Monofilamentar Liga de aço Mínima Muito Alta Baixa Nenhuma Ruim Politetrafluoretileno (PTFE, Gore-Tex®) Não Absorvível Monofilamentar PTFE Mínima Alta Alta Nenhuma Boa Fio de Carbono Não Absorvível Monofilamentar Carbono Mínima Alta Alta Nenhuma Boa Fio de Ouro/Prata Não Absorvível Monofilamentar Metal precioso Mínima Alta Baixa Nenhuma Boa Fio de PDO Absorvível (6 meses) Monofilamentar Polidioxanona Mínima Alta Alta Nenhuma Ótima Fio de Ácido Polilático (PLA) Absorvível (12-24 meses) Monofilamentar Ácido polilático Mínima Alta Alta Nenhuma Ótima Fio de Policaprolactona (PCL) Absorvível (24-36 meses) Monofilamentar Policaprolactona Mínima Alta Alta Nenhuma Ótima Fios impregnados com antibiótico Variável Variável Polímero sintético + Triclosan Mínima Alta Alta Nenhuma Ótima Fios bioativos Variável Variável Polímeros bioativos Mínima Alta Alta Nenhuma Ótima Fios com sensores eletrônicos Não Absorvível Monofilamentar Nanopolímeros eletrônicos Mínima Alta Alta Nenhuma Boa Fios de seda modificada Absorvível (Personalizado) Multifilamentar Seda bioengenheirada Mínima Alta Alta Baixa Ótima Por que isso é importante? Cada tecido tem suas particularidades e exige um tipo específico de fio para garantir uma cicatrização eficiente. Saber escolher entre um monofilamentar ou multifilamentar, um absorvível ou não absorvível, e entender as diferenças de resistência, elasticidade e capilaridade fará toda a diferença no seu dia a dia profissional. Como utilizar a tabela interativa? 1️⃣ Use os filtros para encontrar os fios que atendem às necessidades do seu procedimento.2️⃣ Marque ou desmarque as colunas para exibir apenas as informações que deseja consultar.3️⃣ Compare as opções e tome decisões embasadas para cada tipo de sutura. Entendendo os Fios de Sutura 🧵🔬 Os fios de sutura são fundamentais para o fechamento de feridas, auxiliando na reparação tecidual e na prevenção de complicações, como infecções e deiscências. A escolha correta do fio deve levar em consideração o tipo de tecido, a tensão da sutura e o tempo de absorção necessário. Abaixo, explicamos os principais aspectos que diferenciam os fios de sutura e como essas características influenciam sua aplicação clínica. 1️⃣ Absorvíveis vs. Não Absorvíveis Os fios podem ser classificados de acordo com sua capacidade de absorção pelo organismo: Fios Absorvíveis ✅ Degradados pelo organismo em um período variável (dias a meses). Indicados para suturas internas, onde não há necessidade de remoção posterior. Exemplos: Catgut, Poliglactina 910 (Vicryl®), Polidioxanona (PDS®), Ácido Poliglicólico (Dexon®). Fios Não Absorvíveis 🚫 Permanecem no organismo até serem removidos ou encapsulados pelo tecido. Utilizados em suturas cutâneas, vasculares e tendíneas. Exemplos: Seda, Poliéster (Ethibond®), Náilon (Ethilon®), Polipropileno (Prolene®), Aço Inoxidável. 2️⃣ Monofilamentares vs. Multifilamentares A estrutura do fio interfere diretamente no deslizamento pelo tecido, resistência e risco de infecção. Monofilamentares 🧵 (fio único) Menor atrito com os tecidos. Reduzem o risco de infecção, pois não possuem espaços entre as fibras. São menos maleáveis, exigindo mais atenção na realização dos nós. Exemplos: Polipropileno (Prolene®), Náilon, Polidioxanona (PDS®), Aço Inoxidável. Multifilamentares 🔗 (vários filamentos entrelaçados) Maior resistência e flexibilidade. Melhor manuseio e segurança nos nós. Maior capilaridade, podendo favorecer a migração de microrganismos (risco de infecção). Exemplos: Seda, Poliglactina 910 (Vicryl®), Poliéster, Algodão. Os fios podem ser classificados de acordo com sua capacidade de absorção pelo organismo: Fios Absorvíveis ✅ Degradados pelo organismo em um período variável (dias a meses). Indicados para suturas internas, onde não há necessidade de remoção posterior. Exemplos: Catgut, Poliglactina 910 (Vicryl®), Polidioxanona (PDS®), Ácido Poliglicólico (Dexon®). Fios Não Absorvíveis 🚫 Permanecem no organismo até serem removidos ou encapsulados pelo tecido. Utilizados em suturas cutâneas, vasculares e tendíneas. Exemplos: Seda, Poliéster (Ethibond®), Náilon (Ethilon®), Polipropileno (Prolene®), Aço Inoxidável. A estrutura do fio interfere diretamente no deslizamento pelo tecido, resistência e risco de infecção. Monofilamentares 🧵 (fio único) Menor atrito com os tecidos. Reduzem o risco de infecção, pois não possuem espaços entre as fibras. São menos maleáveis, exigindo mais atenção na realização dos nós. Exemplos: Polipropileno (Prolene®), Náilon, Polidioxanona (PDS®), Aço Inoxidável. Multifilamentares

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Subluxação do Cristalino

Subluxação do cristalino A subluxação do cristalino é uma condição oftalmológica caracterizada pelo deslocamento parcial do cristalino dentro do olho devido à fraqueza ou ruptura das fibras zonulares que o mantêm em posição. Essa instabilidade pode comprometer a qualidade da visão e predispor a complicações como astigmatismo irregular, diplopia monocular e até mesmo glaucoma secundário. Essa condição pode ocorrer por diversas razões, incluindo fatores genéticos, traumas oculares e doenças oculares degenerativas. A gravidade do deslocamento varia de casos assintomáticos a situações em que a função visual está seriamente comprometida, tornando necessária uma abordagem terapêutica específica. O diagnóstico precoce e o acompanhamento oftalmológico são essenciais para evitar progressão da doença e otimizar os resultados do tratamento. Fisiopatologia O cristalino é mantido suspenso na câmara posterior do olho pelas fibras zonulares, que desempenham um papel essencial na acomodação visual. Quando essas fibras se tornam frágeis ou rompem, o cristalino perde sua posição normal e pode se deslocar parcial (subluxação) ou completamente (luxação). A subluxação pode ser estável ou progressiva, podendo afetar a visão ao induzir astigmatismo, diplopia ou glaucoma secundário. As principais causas da subluxação do cristalino incluem: Condições genéticas: Síndrome de Marfan, homocistinúria, síndrome de Weill-Marchesani. Trauma ocular: Impactos diretos podem causar ruptura zonular. Pseudoexfoliação: Deposição de material fibrilar nas fibras zonulares leva à fraqueza progressiva. Complicações cirúrgicas: Cirurgias intraoculares podem enfraquecer as fibras zonulares.   Os sintomas da subluxação do cristalino variam conforme a severidade do deslocamento e o impacto na função visual. Entre os sinais mais comuns estão: Visão embaçada e flutuação da acuidade visual. Diplopia monocular devido à descentralização da lente natural. Astigmatismo irregular induzido pelo deslocamento do cristalino. Fotofobia e glare (sensibilidade à luz). Aumento da pressão intraocular em casos com obstrução do fluxo do humor aquoso. No exame oftalmológico com lâmpada de fenda, observa-se a mobilidade anormal do cristalino (facodonese). A gonioscopia pode revelar ângulo aberto com pseudoexfoliação ou evidências de bloqueio pupilar. A ultrassonografia do segmento anterior é útil para avaliar o grau de deslocamento do cristalino. Tratamento O manejo da subluxação do cristalino depende do grau de deslocamento e dos sintomas do paciente: Correção óptica: Óculos ou lentes de contato podem corrigir ametropias associadas em casos leves. Monitoramento oftalmológico: Pacientes assintomáticos ou com deslocamento estável devem ser acompanhados regularmente. Cirurgia de facectomia: Indicada para casos avançados com comprometimento visual significativo ou risco de glaucoma secundário. Pode ser necessário implante de lente intraocular fixada na íris ou esclera. Tratamento do glaucoma associado: Uso de colírios hipotensores ou cirurgia antiglaucomatosa para controle da pressão intraocular. Manejo de doenças sistêmicas associadas: Pacientes com síndromes genéticas devem ser avaliados por equipes multidisciplinares. Referências Vasavada AR, Raj SM, Vasavada V, Vasavada SA. “Management of Subluxated Lenses: A Review.” Indian Journal of Ophthalmology. 2020;68(12):2698-2707. Disponível em: https://www.ijo.in/text.asp?2020/68/12/2698/303372. Acesso em: 20 de fevereiro de 2025. Khanna R, Pineda R. “Subluxation and Dislocation of the Crystalline Lens.” Survey of Ophthalmology. 2018;63(3):309-318. Disponível em: https://www.surveyophthalmol.com/article/S0039-6257(18)30030-5/fulltext. Acesso em: 20 de fevereiro de 2025. National Eye Institute. “Marfan Syndrome and its Ocular Manifestations.” Disponível em: https://www.nei.nih.gov/learn-about-eye-health/eye-conditions-and-diseases/marfan-syndrome. Acesso em: 20 de fevereiro de 2025. American Academy of Ophthalmology. “Lens Subluxation: Management and Surgical Techniques.” Disponível em: https://www.aao.org/eye-health/diseases/ectopia-lentis. Acesso em: 20 de fevereiro de 2025. Shah P, Watson MP, Naroo SA, Wolffsohn JS. “Advances in the Management of Lens Instability.” British Journal of Ophthalmology. 2019;103(8):1085-1092. Disponível em: https://bjo.bmj.com/content/103/8/1085. Acesso em: 20 de fevereiro de 2025. Deixe um comentário Cancelar resposta Conectado como Dr. Marcelo Negreiros. Edite seu perfil. Sair? Campos obrigatórios são marcados com * Message* Também pode te interessar… Atlas de Oftalmo Facodonese – Copy Dr. Marcelo Negreiros março 3, 2025 Atlas de Oftalmo Facodonese Dr. Marcelo Negreiros fevereiro 28, 2025 Atlas de Oftalmo Ceratites Dr. Marcelo Negreiros fevereiro 27, 2025 Atlas de Oftalmo Edema de Córnea Dr. Marcelo Negreiros fevereiro 27, 2025

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Facodonese

Facodonese A facodonese é uma condição oftalmológica caracterizada pela instabilidade e mobilidade anormal do cristalino dentro do olho. Esse fenômeno ocorre devido à fraqueza ou ruptura das fibras zonulares que sustentam o cristalino, podendo estar associada a diversas doenças oculares e sistêmicas. Fisiopatologia O cristalino é mantido suspenso na câmara posterior do olho pelas fibras zonulares, que conectam essa estrutura ao corpo ciliar. Quando essas fibras sofrem fraqueza ou ruptura parcial, o cristalino perde estabilidade e passa a oscilar com os movimentos oculares, fenômeno conhecido como facodonese. As causas mais comuns incluem trauma ocular, pseudoexfoliação, síndrome de Marfan, homocistinúria e glaucoma congênito. A facodonese pode predispor ao desenvolvimento de luxação do cristalino, levando a complicações como aumento da pressão intraocular, indução de astigmatismo e comprometimento visual. https://medfoco.com/wp-content/uploads/2025/02/Snapsave.app_AQOdFzHhguxg2Q8ii9I_OEaQONHLY1pBx66w1eEx_xH7uVQ_JekyAsoIlVfdtxcafqFk8KtGkzdxsx_VMGm14i5B-online-video-cutter.com_.mp4https://medfoco.com/wp-content/uploads/2025/02/Snapinst.app_video_AQOAUoMkh-UD0M5PZ7WLSN1VP8CdguEh4SKXaFByq_ZzlpOPScShLUUCGAab1M8IO40jchunsDVnZbabGXhKirU61h5GkRp0_Z5wHfY-online-video-cutter.com_.mp4https://medfoco.com/wp-content/uploads/2025/02/Snapinst.app_video_AQP03SnMPXzY3d2e7bf_pHKwfObmFRLGyA50aJ0uz0FaNA7HnhAStomJfzmpfNjfySrf5Qk4kHV-x2tUjzK8fS44bw90IxJceofHuhY-online-video-cutter.com_.mp4 Os sintomas da facodonese variam conforme a gravidade da mobilidade do cristalino. Pacientes podem relatar visão embaçada, diplopia monocular e fotofobia. Em casos mais avançados, o cristalino pode se deslocar parcial ou completamente para a câmara anterior ou para o vítreo, causando edema corneano e aumento da pressão intraocular. No exame oftalmológico com lâmpada de fenda, a facodonese é observada como um tremor do cristalino ao movimentar o olho. O teste de transiluminação da íris pode revelar zonas de afinamento na íris associadas à pseudoexfoliação. A biomicroscopia ultrassônica pode ser utilizada para avaliar o grau de comprometimento das fibras zonulares e a posição do cristalino. Tratamento O manejo da facodonese depende da gravidade da instabilidade do cristalino e do impacto na visão do paciente. As principais abordagens incluem: Correção óptica com óculos ou lentes de contato para minimizar os sintomas de diplopia e distorção visual em casos leves. Monitoramento regular para acompanhar a progressão da instabilidade do cristalino e detectar complicações, como glaucoma secundário. Cirurgia de facectomia indicada quando há luxação do cristalino, comprometimento visual significativo ou risco de aumento da pressão intraocular. O implante de lente intraocular pode ser realizado conforme a condição das fibras zonulares remanescentes. Manejo de doenças sistêmicas associadas, como síndrome de Marfan e pseudoexfoliação, para reduzir o risco de progressão da instabilidade zonular. Referências American Academy of Ophthalmology. “Lens Subluxation and Phacodonesis: Diagnosis and Management.” Disponível em: https://www.aao.org. Acesso em: 20 de fevereiro de 2025. National Eye Institute. “Marfan Syndrome and Ocular Manifestations.” Disponível em: https://www.nei.nih.gov. Acesso em: 20 de fevereiro de 2025. Mayo Clinic. “Pseudoexfoliation Syndrome and its Impact on Lens Stability.” Disponível em: https://www.mayoclinic.org. Acesso em: 20 de fevereiro de 2025. European Society of Cataract & Refractive Surgeons. “Management of Zonular Weakness in Cataract Surgery.” Disponível em: https://www.escrs.org. Acesso em: 20 de fevereiro de 2025. Ting DSJ, Ho CS, Deshmukh R. “Advances in the Surgical Management of Lens Dislocation.” Eye (Lond). 2021. Disponível em: https://www.nature.com/articles/s41433-020-01339-3. Acesso em: 20 de fevereiro de 2025. Deixe um comentário Cancelar resposta Conectado como Dr. Marcelo Negreiros. Edite seu perfil. Sair? Campos obrigatórios são marcados com * Message* Também pode te interessar… Atlas de Oftalmo Facodonese Dr. Marcelo Negreiros fevereiro 28, 2025 Atlas de Oftalmo Ceratites Dr. Marcelo Negreiros fevereiro 27, 2025 Atlas de Oftalmo Edema de Córnea Dr. Marcelo Negreiros fevereiro 27, 2025 Atlas de Oftalmo Distrofias Corneanas Dr. Marcelo Negreiros fevereiro 27, 2025

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Ceratites

Ceratites A ceratite é uma inflamação da córnea que pode ser causada por infecções, trauma, doenças autoimunes ou fatores ambientais. Pode evoluir rapidamente e, se não tratada adequadamente, pode levar a complicações graves, como úlceras corneanas e perda visual. Fisiopatologia A ceratite ocorre quando a integridade da córnea é comprometida, permitindo a entrada de patógenos ou desencadeando uma resposta inflamatória. A inflamação pode ser infecciosa, causada por bactérias, vírus, fungos ou protozoários, ou não infecciosa, resultante de trauma, exposição excessiva a raios UV, uso inadequado de lentes de contato ou doenças autoimunes como artrite reumatoide e síndrome de Sjögren. No caso da ceratite infecciosa, a barreira epitelial da córnea é rompida, permitindo que microrganismos invadam o estroma corneano, levando à resposta inflamatória e, frequentemente, à formação de úlceras. Já a ceratite não infecciosa pode ocorrer por mecanismos alérgicos, exposição química ou ressecamento ocular severo. Os sintomas da ceratite incluem dor ocular intensa, hiperemia conjuntival, lacrimejamento excessivo, fotofobia e visão turva. Em casos infecciosos, pode haver secreção purulenta, enquanto na ceratite viral, observa-se um padrão dendrítico característico em infecções por Herpes simplex vírus. O exame oftalmológico com lâmpada de fenda revela inflamação corneana, defeitos epiteliais detectáveis com fluoresceína e, em casos avançados, infiltração estromal. A ceratite fúngica geralmente apresenta infiltração esbranquiçada com bordas irregulares, enquanto a ceratite amebiana pode exibir um padrão anelar característico. Tratamento O tratamento da ceratite depende de sua etiologia: Ceratite bacteriana: colírios antibióticos de amplo espectro, como fluoroquinolonas, associados a acompanhamento rigoroso. Ceratite viral: antivirais tópicos ou sistêmicos, como aciclovir, especialmente em infecções por Herpes simplex. Ceratite fúngica: antifúngicos tópicos e sistêmicos, como voriconazol, sendo necessária abordagem prolongada. Ceratite amebiana: tratamento intensivo com biguanidas e miltefosina, com resposta variável e risco de complicações. Ceratite não infecciosa: lubrificantes oculares, anti-inflamatórios e controle da causa subjacente. Casos graves podem necessitar de intervenção cirúrgica, como desbridamento corneano, transplante de córnea ou terapia fotodinâmica para reduzir a carga infecciosa e restaurar a transparência corneana. Referências Ting DSJ, Ho CS, Deshmukh R, Said DG, Dua HS. “Infectious keratitis: an update on epidemiology, causative microorganisms, risk factors, and antimicrobial resistance.” Eye (Lond). 2021. Disponível em: https://www.nature.com/articles/s41433-020-01339-3. Acesso em: 20 de fevereiro de 2025. American Academy of Ophthalmology. “Bacterial Keratitis: Diagnosis and Treatment.” Disponível em: https://www.aao.org. Acesso em: 20 de fevereiro de 2025. Centers for Disease Control and Prevention (CDC). “Acanthamoeba Keratitis and Contact Lens Safety.” Disponível em: https://www.cdc.gov. Acesso em: 20 de fevereiro de 2025. National Eye Institute. “Corneal Diseases and Treatment.” Disponível em: https://www.nei.nih.gov. Acesso em: 20 de fevereiro de 2025. Austin A, Lietman T, Rose-Nussbaumer J. “Update on the Management of Infectious Keratitis.” Ophthalmology. 2017. Disponível em: https://www.aaojournal.org/article/S0161-6420(17)30341-7/fulltext. Acesso em: 20 de fevereiro de 2025. Deixe um comentário Cancelar resposta Conectado como Dr. Marcelo Negreiros. Edite seu perfil. Sair? Campos obrigatórios são marcados com * Message* Também pode te interessar… Atlas de Oftalmo Ceratites Dr. Marcelo Negreiros fevereiro 27, 2025 Atlas de Oftalmo Edema de Córnea Dr. Marcelo Negreiros fevereiro 27, 2025 Atlas de Oftalmo Distrofias Corneanas Dr. Marcelo Negreiros fevereiro 27, 2025 Atlas de Oftalmo Úlcera de Córnea Dr. Marcelo Negreiros fevereiro 27, 2025

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Edema de Córnea

Edema de Córnea O edema de córnea é uma condição oftalmológica caracterizada pelo acúmulo anormal de fluido na córnea, resultando em espessamento e perda da transparência. Esse processo pode ser desencadeado por disfunções do endotélio corneano, inflamações, traumas ou complicações pós-cirúrgicas, como após a facoemulsificação. A progressão do edema pode levar à distorção visual significativa e, em casos graves, dor ocular intensa devido à formação de bolhas epiteliais. Fisiopatologia A integridade da córnea depende do equilíbrio entre a produção e a drenagem do humor aquoso, bem como da função das células endoteliais, que bombeiam fluidos para fora do estroma corneano. Quando o endotélio sofre dano ou disfunção, ocorre acúmulo excessivo de fluido, resultando em espessamento e opacificação corneana. Entre as causas mais comuns estão a distrofia de Fuchs, uveítes crônicas, aumento prolongado da pressão intraocular e complicações cirúrgicas. O edema pode ser transitório ou progressivo, dependendo da extensão da disfunção endotelial. Os sintomas do edema de córnea variam conforme a gravidade da condição. Nos estágios iniciais, os pacientes podem relatar visão embaçada, principalmente ao acordar, com melhora gradual ao longo do dia. Em casos mais avançados, a visão permanece constantemente turva, podendo ser acompanhada por halos ao redor das luzes e dor ocular significativa. O exame oftalmológico revela aumento da espessura corneana, pregas na membrana de Descemet e, em casos graves, a formação de microbolhas epiteliais. O diagnóstico diferencial deve excluir condições como ceratopatia bolhosa e distrofias corneanas. Tratamento O manejo do edema de córnea depende da sua etiologia e da gravidade dos sintomas. Entre as opções terapêuticas incluem-se: Colírios hipertônicos (cloreto de sódio 5%), utilizados para reduzir temporariamente o inchaço corneano. Lentes de contato terapêuticas, indicadas para proteger a córnea em casos de erosão epitelial e aliviar a dor. Controle da pressão intraocular, essencial nos casos associados a hipertensão ocular ou glaucoma. Cirurgias como transplante endotelial (DSAEK ou DMEK), indicadas para distrofia de Fuchs avançada e outras disfunções endoteliais severas. Ceratoplastia penetrante, reservada para casos graves de opacificação corneana que não respondem a outras intervenções. Referências American Academy of Ophthalmology. “Corneal Edema: Causes and Management.” Disponível em: https://www.aao.org. Acesso em: 20 de fevereiro de 2025. Mayo Clinic. “Fuchs’ Dystrophy.” Disponível em: https://www.mayoclinic.org. Acesso em: 20 de fevereiro de 2025. National Eye Institute. “Corneal Disorders.” Disponível em: https://www.nei.nih.gov. Acesso em: 20 de fevereiro de 2025. Harvard Medical School. “Ophthalmology: Corneal Conditions.” Disponível em: https://www.health.harvard.edu. Acesso em: 20 de fevereiro de 2025. European Society of Cataract & Refractive Surgeons. “Management of Corneal Edema Post-Surgery.” Disponível em: https://www.escrs.org. Acesso em: 20 de fevereiro de 2025. Deixe um comentário Cancelar resposta Conectado como Dr. Marcelo Negreiros. Edite seu perfil. Sair? Campos obrigatórios são marcados com * Message* Também pode te interessar… Atlas de Oftalmo Edema de Córnea Dr. Marcelo Negreiros fevereiro 27, 2025 Atlas de Oftalmo Distrofias Corneanas Dr. Marcelo Negreiros fevereiro 27, 2025 Atlas de Oftalmo Úlcera de Córnea Dr. Marcelo Negreiros fevereiro 27, 2025 Atlas de Oftalmo Leucoma Corneano Dr. Marcelo Negreiros fevereiro 27, 2025

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