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Marcha Tabética

🧍‍♂️ Marcha Tabética A marcha tabética é um tipo de marcha anormal associada à perda da propriocepção profunda nos membros inferiores. O paciente caminha com passos exageradamente altos, jogando o pé para frente e para baixo de maneira descontrolada, como se estivesse “batendo o pé” no chão. Esse padrão ocorre devido à falha na percepção da posição dos membros, levando a movimentos descoordenados e inseguros. O nome “tabética” deriva de tabes dorsalis, uma forma de neurossífilis que afeta as colunas posteriores da medula espinhal — estruturas responsáveis por conduzir as informações proprioceptivas ao cérebro. Embora hoje seja uma condição rara, o termo continua sendo utilizado para descrever esse padrão específico de marcha proprioceptiva. Importância clínica O reconhecimento da marcha tabética é importante porque ela sinaliza uma alteração sensorial grave e crônica, que pode estar associada a outras disfunções neurológicas. A identificação desse padrão pode direcionar a investigação para causas tratáveis, como a deficiência de vitamina B12, ou alertar para a presença de doenças neurológicas progressivas. Além disso, pacientes com esse tipo de marcha têm alto risco de quedas, principalmente no escuro ou em ambientes irregulares. Por isso, o diagnóstico precoce permite implementar medidas de segurança, fisioterapia específica e, em alguns casos, suplementação ou controle da doença de base. https://youtu.be/dj_uQ4MxHIo A marcha tabética é marcada por um andar instável, em que o paciente levanta excessivamente os pés e os deixa cair bruscamente no chão. Esse movimento exagerado é uma tentativa de compensar a ausência de retorno sensorial adequado. O paciente muitas vezes olha para os pés enquanto caminha, para ter alguma referência visual da posição dos membros, e piora significativamente quando está com os olhos fechados — caracterizando uma prova de Romberg positiva. Além disso, o exame neurológico costuma mostrar ausência ou diminuição dos reflexos profundos, perda da sensibilidade vibratória e dificuldade com movimentos finos e precisos com os membros inferiores. Principais causas A marcha tabética é causada pela perda de propriocepção profunda, geralmente por lesão nas colunas dorsais da medula ou em nervos periféricos de grande calibre. As principais causas incluem: Tabes dorsalis (neurossífilis avançada) Déficit de vitamina B12 (esclerose subaguda combinada da medula) Neuropatias periféricas crônicas, como no diabetes ou alcoolismo Doença de Charcot-Marie-Tooth Síndromes paraneoplásicas Infecções crônicas que afetam raízes posteriores Em todos esses casos, o denominador comum é a falha no envio de informações sensoriais de posição e vibração dos membros inferiores até o sistema nervoso central. Referências DeMyer W. Techniques of the Neurologic Examination. McGraw-Hill Education, 2004. Blumenfeld H. Neuroanatomy through Clinical Cases. Sinauer Associates, 2010. Brasil. Ministério da Saúde. Protocolo de Abordagem da Deficiência de Vitamina B12. Snell RS. Neuroanatomia Clínica. 7ª ed. Guanabara Koogan, 2011. Preston DC, Shapiro BE. Electromyography and Neuromuscular Disorders. Elsevier, 2012 Deixe um comentário Cancelar resposta Conectado como Dr. Marcelo Negreiros. Edite seu perfil. Sair? Campos obrigatórios são marcados com * Message* Também pode te interessar… SInais Clínicos Marcha Antálgica Dr. Marcelo Negreiros abril 4, 2025 SInais Clínicos Marcha Equina Dr. Marcelo Negreiros abril 4, 2025 SInais Clínicos Marcha Tabética Dr. Marcelo Negreiros abril 4, 2025 SInais Clínicos Marcha de Trendelenburg Dr. Marcelo Negreiros abril 2, 2025

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Marcha de Trendelenburg

🦴 Marcha de Trendelenburg A marcha de Trendelenburg é um padrão de marcha anormal causado por fraqueza do músculo glúteo médio, responsável por estabilizar a pelve durante o apoio de uma das pernas. Quando esse músculo está enfraquecido, o paciente não consegue manter o quadril alinhado ao apoiar o peso sobre o lado afetado, fazendo com que a pelve do lado oposto caia — gerando o chamado sinal de Trendelenburg. Durante a caminhada, essa instabilidade leva a uma compensação postural: o tronco se inclina para o lado da perna de apoio, numa tentativa de equilibrar o corpo. Esse balanço excessivo do tronco de um lado para o outro é o que caracteriza a marcha de Trendelenburg, muitas vezes confundida com a marcha anserina, embora suas causas sejam distintas. Importância clínica A marcha de Trendelenburg é um sinal clínico de instabilidade biomecânica da pelve, com potencial para causar dor, fadiga muscular e limitação funcional importante. Seu reconhecimento é fundamental para direcionar a investigação, que pode incluir exames de imagem do quadril (como radiografia e ressonância), avaliação eletromiográfica e testes laboratoriais, em casos de suspeita de doenças sistêmicas. Além disso, a correção do padrão de marcha e o tratamento da causa subjacente — seja por fortalecimento muscular, fisioterapia, correção cirúrgica ou ajuste de próteses — é essencial para prevenir quedas e melhorar a mobilidade do paciente. https://youtu.be/0yzlKqrqgdE O sinal clássico é observado durante a fase de apoio unipodal — ao apoiar o peso sobre a perna afetada, o quadril do lado oposto cai, em vez de permanecer nivelado ou elevar-se discretamente, como no padrão normal. No contexto da marcha, essa instabilidade se repete a cada passo, e o paciente inclina o tronco lateralmente para o lado da perna com fraqueza, a fim de reduzir a sobrecarga na musculatura glútea. Esse tipo de marcha pode ser unilateral, quando apenas um glúteo está comprometido, ou bilateral, resultando em um andar com os dois quadris caindo alternadamente e o tronco oscilando para ambos os lados. Nestes casos mais avançados, o padrão lembra uma marcha “rebolada” ou de pato. Principais causas A principal causa da marcha de Trendelenburg é a fraqueza do músculo glúteo médio, mas essa fraqueza pode ter origem neurológica, ortopédica ou muscular. Entre as causas mais frequentes estão: Lesão do nervo glúteo superior, responsável pela inervação do glúteo médio e mínimo Luxação congênita ou displasia do quadril Fraturas do colo femoral Pós-operatório de artroplastia total do quadril Doenças neuromusculares, como distrofias e polimiosite Doença de Charcot-Marie-Tooth, em casos com comprometimento de musculatura proximal É importante também considerar causas funcionais ou compensatórias em pacientes com dor intensa no quadril, mesmo que não haja lesão neurológica direta. Referências Kendall FP, McCreary EK, Provance PG. Músculos: provas e funções. 5ª ed. Manole, 2007. DeMyer W. Techniques of the Neurologic Examination. McGraw-Hill Education, 2004. Brasil. Ministério da Saúde. Protocolo de Reabilitação em Disfunções Musculoesqueléticas. Snell RS. Neuroanatomia Clínica. 7ª ed. Guanabara Koogan, 2011. Brukner P, Khan K. Clinical Sports Medicine. McGraw-Hill, 2012. Deixe um comentário Cancelar resposta Conectado como Dr. Marcelo Negreiros. Edite seu perfil. Sair? Campos obrigatórios são marcados com * Message* Também pode te interessar… SInais Clínicos Marcha de Trendelenburg Dr. Marcelo Negreiros abril 2, 2025 SInais Clínicos Marcha Ceifante Dr. Marcelo Negreiros abril 2, 2025 SInais Clínicos Marcha Anserina Dr. Marcelo Negreiros abril 2, 2025 SInais Clínicos Marcha Parkinsoniana Dr. Marcelo Negreiros abril 2, 2025

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Marcha Ceifante

🚶‍♂️ Marcha Ceifante A marcha ceifante, também chamada de marcha hemiparética, é um padrão de marcha anormal que ocorre em pacientes com paresia espástica de um dos hemicorpos, geralmente como consequência de lesão do neurônio motor superior. O termo “ceifante” vem do movimento em semicírculo que o paciente faz com a perna afetada, semelhante ao gesto de cortar com uma foice (ou ceifar). Esse tipo de marcha é frequentemente observado em pessoas que sofreram acidente vascular cerebral (AVC) com comprometimento do hemisfério cerebral contralateral ao lado afetado do corpo. A marcha ceifante também pode ser vista em outras doenças que envolvem o trato corticoespinal de maneira unilateral. Importância clínica A marcha ceifante é um sinal clássico de lesão neurológica central unilateral, facilmente reconhecível mesmo à distância. Sua presença indica espasticidade residual e dificuldade de controle voluntário do movimento, o que pode comprometer significativamente a mobilidade e a independência do paciente. O tratamento envolve reabilitação intensiva com fisioterapia motora, uso de órteses para membros inferiores, toxina botulínica em casos de espasticidade grave e, em alguns casos, cirurgias ortopédicas funcionais. O acompanhamento neurológico é essencial para ajustar o manejo e prevenir complicações associadas, como quedas, contraturas e dor crônica. https://youtu.be/zc_V3Ugu0kIhttps://youtu.be/3p3xo8RfMro O paciente com marcha ceifante caminha com rigidez do membro inferior afetado, geralmente em extensão completa do joelho e do quadril. Devido à espasticidade, o pé não consegue se flexionar adequadamente, e o indivíduo precisa fazer um movimento de circundução lateral com a perna para que o pé não arraste no chão. Esse movimento, semelhante a um arco de foice, é o que dá nome ao padrão de marcha. Enquanto o membro inferior está rígido e com passos longos, o membro superior do mesmo lado costuma apresentar flexão do cotovelo e adução do braço, sem balançar durante a marcha. A postura é assimétrica e o andar é lento, com apoio prolongado na perna saudável. Principais causas A principal causa da marcha ceifante é o AVC isquêmico ou hemorrágico, geralmente em território da artéria cerebral média, que compromete o controle motor contralateral. No entanto, outras condições podem gerar esse padrão quando há lesão unilateral de vias motoras centrais: Tumores cerebrais Traumatismo cranioencefálico Esclerose múltipla Mielopatia cervical unilateral Paralisia cerebral espástica do tipo hemiparética (em crianças) O grau da marcha ceifante pode variar conforme a extensão da lesão e o tempo de evolução, sendo mais evidente nos quadros crônicos e após recuperação parcial do déficit motor. Referências DeMyer W. Techniques of the Neurologic Examination. McGraw-Hill Education, 2004. Blumenfeld H. Neuroanatomy through Clinical Cases. Sinauer Associates, 2010. Brasil. Ministério da Saúde. Protocolo de Atenção ao Paciente com Sequelas de AVC. Snell RS. Neuroanatomia Clínica. 7ª ed. Guanabara Koogan, 2011. Campbell WW. DeJong’s The Neurologic Examination. Lippincott Williams & Wilkins, 2013. Deixe um comentário Cancelar resposta Conectado como Dr. Marcelo Negreiros. Edite seu perfil. Sair? Campos obrigatórios são marcados com * Message* Também pode te interessar… SInais Clínicos Marcha Ceifante Dr. Marcelo Negreiros abril 2, 2025 SInais Clínicos Marcha Anserina Dr. Marcelo Negreiros abril 2, 2025 SInais Clínicos Marcha Parkinsoniana Dr. Marcelo Negreiros abril 2, 2025 SInais Clínicos Marcha em Estrela Dr. Marcelo Negreiros abril 2, 2025

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Marcha Anserina

🦆 Marcha Anserina A marcha anserina, também conhecida como marcha do pato, é um padrão de marcha anormal caracterizado por um balanço exagerado do quadril de um lado para o outro, com os ombros também oscilando de forma compensatória. Esse tipo de marcha costuma ocorrer em pacientes com fraqueza dos músculos pélvicos, especialmente os glúteos médios e mínimos, responsáveis pela estabilização da pelve durante o caminhar. Essa marcha é considerada típica de doenças neuromusculares que afetam a musculatura proximal dos membros inferiores, podendo ser vista tanto em quadros adquiridos quanto hereditários. Seu nome vem da semelhança com a forma como os gansos (do latim anser) se locomovem, com os quadris balançando de um lado para o outro. Importância clínica A marcha anserina é um sinal clínico importante e altamente sugestivo de comprometimento da musculatura pélvica proximal. Quando presente, deve levar o examinador a investigar doenças musculares, especialmente em pacientes com histórico de quedas frequentes, dificuldade em subir escadas ou levantar do chão. A simples observação da marcha pode evitar atrasos diagnósticos em doenças genéticas ou autoimunes. Além disso, a identificação precoce possibilita o início de reabilitação motora, uso de órteses quando necessário e investigação laboratorial e eletromiográfica para confirmação da etiologia. https://youtu.be/yQGFCU-n6AM Durante a caminhada, o paciente com marcha anserina apresenta dificuldade em manter a pelve estável quando apoia o peso do corpo sobre uma perna. Isso faz com que o tronco incline para o mesmo lado da perna em apoio, como forma de compensar a instabilidade. Ao alternar o apoio para a outra perna, o mesmo ocorre, resultando em um andar gingado, com os quadris projetando-se lateralmente a cada passo. Esse padrão de marcha pode ser bilateral (mais comum) ou assimétrico, dependendo do grau e da distribuição da fraqueza muscular. Muitas vezes está associado a outros sinais, como dificuldade para subir escadas, levantar-se de uma cadeira ou ficar de pé por muito tempo, sinais clássicos de fraqueza proximal. Principais causas A marcha anserina é frequentemente observada em condições que causam miopatias proximais, como: Distrofias musculares, especialmente a distrofia muscular de Duchenne (em crianças) e a distrofia muscular de cinturas (em adultos) Miopatias inflamatórias, como polimiosite e dermatomiosite Miopatias endócrinas, como no hipercortisolismo ou hipotireoidismo Doenças metabólicas e mitocondriais Doenças neurológicas crônicas, como esclerose lateral amiotrófica (quando há predomínio de acometimento proximal) Casos de displasia do quadril bilateral, em que o apoio está comprometido Também pode ser observada de forma transitória em situações como o pós-operatório de cirurgias ortopédicas de quadril ou em gestantes com laxidão ligamentar excessiva. Referências DeMyer W. Techniques of the Neurologic Examination. McGraw-Hill Education, 2004. Preston DC, Shapiro BE. Electromyography and Neuromuscular Disorders. Elsevier, 2012. Brasil. Ministério da Saúde. Protocolo de Abordagem de Doenças Neuromusculares. Snell RS. Neuroanatomia Clínica. 7ª ed. Guanabara Koogan, 2011. Dalakas MC. Inflammatory muscle diseases. N Engl J Med. 2015;372(18):1734-1747. Deixe um comentário Cancelar resposta Conectado como Dr. Marcelo Negreiros. Edite seu perfil. Sair? Campos obrigatórios são marcados com * Message* Também pode te interessar… SInais Clínicos Marcha Anserina Dr. Marcelo Negreiros abril 2, 2025 SInais Clínicos Marcha Parkinsoniana Dr. Marcelo Negreiros abril 2, 2025 SInais Clínicos Marcha em Estrela Dr. Marcelo Negreiros abril 2, 2025 SInais Clínicos Marcha Espástica Dr. Marcelo Negreiros abril 2, 2025

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Marcha Parkinsoniana

🚶‍♂️ Marcha Parkinsoniana A marcha parkinsoniana é um padrão de marcha característico da doença de Parkinson e de outras síndromes parkinsonianas, como a paralisia supranuclear progressiva e a atrofia de múltiplos sistemas. Ela se caracteriza por passos curtos, arrastados e lentos, associados a postura inclinada para frente, redução do balanço dos braços e dificuldade em iniciar ou interromper o movimento. Esse tipo de marcha é um dos principais sinais motores do parkinsonismo e está associado à bradicinesia, rigidez muscular e instabilidade postural — as três principais alterações motoras da doença. Importância clínica A identificação da marcha parkinsoniana no exame físico é de grande valor diagnóstico. Muitas vezes, ela é o primeiro sinal perceptível da doença de Parkinson, mesmo antes do diagnóstico formal. Além disso, esse padrão de marcha está diretamente associado a um aumento do risco de quedas, com sérias implicações na qualidade de vida do paciente. O reconhecimento precoce permite encaminhamento para acompanhamento neurológico, início de tratamento com agonistas dopaminérgicos e intervenções de fisioterapia voltadas para reeducação da marcha, exercícios de ritmo e prevenção de complicações ortopédicas. https://youtu.be/_E3-F_ErDWQ Durante a observação da marcha, o paciente com parkinsonismo exibe um andar peculiar. Os passos são curtos e com pouca elevação dos pés, o que pode causar tropeços frequentes. A postura costuma estar fletida para frente, com o pescoço projetado, os braços pouco móveis ao lado do corpo e a face com expressão reduzida (hipomimia). Outro ponto marcante é a dificuldade para iniciar a marcha (congelamento ou freezing), especialmente ao levantar da cadeira ou ao tentar passar por portas estreitas. Quando finalmente começa a andar, o paciente pode acelerar progressivamente, como se estivesse “correndo atrás do próprio corpo”, fenômeno conhecido como festinação. Também pode haver bloqueios motores súbitos, principalmente em ambientes apertados ou em momentos de distração emocional. Principais causas A marcha parkinsoniana está relacionada à degeneração dos núcleos da base, em especial da substância negra, com redução da produção de dopamina. A causa mais comum é a doença de Parkinson idiopática, mas outras condições também podem apresentar esse padrão, como: Paralisia supranuclear progressiva Atrofia de múltiplos sistemas Doença de Huntington (em fases avançadas) Parkinsonismo vascular Efeitos colaterais de neurolépticos (parkinsonismo secundário) Referências Jankovic J. Parkinson’s disease: clinical features and diagnosis. J Neurol Neurosurg Psychiatry. 2008;79(4):368–76. DeMyer W. Techniques of the Neurologic Examination. McGraw-Hill Education, 2004. Brasil. Ministério da Saúde. Protocolo Clínico da Doença de Parkinson. Blumenfeld H. Neuroanatomy through Clinical Cases. Sinauer Associates, 2010. Deixe um comentário Cancelar resposta Conectado como Dr. Marcelo Negreiros. Edite seu perfil. Sair? Campos obrigatórios são marcados com * Message* Também pode te interessar… SInais Clínicos Marcha Parkinsoniana Dr. Marcelo Negreiros abril 2, 2025 SInais Clínicos Marcha em Estrela Dr. Marcelo Negreiros abril 2, 2025 SInais Clínicos Marcha Espástica Dr. Marcelo Negreiros abril 2, 2025 SInais Clínicos Marcha Escarvante Dr. Marcelo Negreiros abril 2, 2025

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Marcha em Estrela

🚶‍♂️ Marcha em Estrela A marcha em estrela é um tipo de marcha anormal observada em casos de lesão do vermis cerebelar, uma região central do cerebelo responsável por controlar o equilíbrio postural e a coordenação da marcha. Recebe esse nome porque, ao caminhar com os olhos fechados em várias direções, o paciente acaba desviando sua trajetória de forma desordenada, criando um trajeto que lembra o desenho de uma estrela. Diferentemente da ataxia sensitiva, que melhora com a visão, a marcha em estrela é típica da ataxia cerebelar, e ocorre mesmo com os olhos abertos. Porém, o teste clássico é feito com os olhos fechados, justamente para observar a perda da orientação espacial. Importância clínica Embora seja uma alteração relativamente específica, a marcha em estrela pode ser sutil e passar despercebida em pacientes com quadros crônicos. Reconhecê-la durante o exame neurológico pode ser o primeiro passo para a suspeita de uma ataxia cerebelar de origem central, muitas vezes silenciosa nos estágios iniciais. Seu reconhecimento precoce ajuda a direcionar a investigação com exames de imagem como a ressonância magnética de encéfalo, que pode evidenciar atrofia cerebelar, lesões desmielinizantes ou tumores. Além disso, pode orientar a reabilitação motora e medidas de prevenção de quedas. https://youtu.be/bNPLYVAMCS4 Durante o exame, o paciente é instruído a caminhar em linha reta e depois em diferentes direções, com os olhos fechados. Em vez de manter um trajeto coerente, ele tende a se desviar para vários lados, retornando em outra direção, como se traçasse os pontos de uma estrela. Esse comportamento revela a incapacidade de manter o rumo por falta de coordenação central da marcha, típica de disfunções no vermis cerebelar. Além da marcha em estrela, esses pacientes podem apresentar outros sinais de ataxia cerebelar, como instabilidade do tronco, disartria escandida, nistagmo e dismetria em membros superiores. Principais causas As lesões do vermis cerebelar podem ocorrer por diferentes mecanismos. Entre as causas mais comuns estão: Atrofia cerebelar crônica, especialmente por alcoolismo Tumores de fossa posterior Acidente vascular cerebral cerebelar Esclerose múltipla Síndromes genéticas ataxias espinocerebelares Intoxicações (ex: lítio, fenitoína em excesso) É importante destacar que a marcha em estrela é mais típica de lesões do vermis, e não dos hemisférios cerebelares, que afetam mais a coordenação de membros isoladamente. Referências DeMyer W. Techniques of the Neurologic Examination. McGraw-Hill Education, 2004. Blumenfeld H. Neuroanatomy through Clinical Cases. 2nd ed. Sinauer Associates, 2010. Brasil. Ministério da Saúde. Protocolo de Cuidados em Ataxias e Alterações de Marcha. Snell RS. Neuroanatomia Clínica. 7ª ed. Guanabara Koogan, 2011. Deixe um comentário Cancelar resposta Conectado como Dr. Marcelo Negreiros. Edite seu perfil. Sair? Campos obrigatórios são marcados com * Message* Também pode te interessar… SInais Clínicos Marcha em Estrela Dr. Marcelo Negreiros abril 2, 2025 SInais Clínicos Marcha Espástica Dr. Marcelo Negreiros abril 2, 2025 SInais Clínicos Marcha Escarvante Dr. Marcelo Negreiros abril 2, 2025 SInais Clínicos Marcha Atáxica Dr. Marcelo Negreiros abril 2, 2025

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Marcha Espástica

🚶‍♂️ Marcha Espástica A marcha espástica, também conhecida como marcha hemiparética (quando unilateral) ou marcha em tesoura (quando bilateral), é um padrão de marcha anormal caracterizado por rigidez muscular e movimentos lentos e difíceis, principalmente nos membros inferiores. Essa rigidez é consequência de lesão do neurônio motor superior, especialmente das vias corticoespinais. Esse tipo de marcha está frequentemente associado a distúrbios neurológicos crônicos, como acidente vascular cerebral (AVC), paralisia cerebral espástica e esclerose múltipla. Como ocorre? Em condições normais, o controle da marcha depende do equilíbrio entre contração e relaxamento muscular. Quando há lesão do trato corticoespinal, ocorre perda do controle inibitório sobre os reflexos medulares, levando a um aumento do tônus muscular (espasticidade), principalmente nos músculos antigravitacionais: flexores do braço e extensores da perna. Essa espasticidade limita a flexão da perna durante a marcha, obrigando o paciente a fazer movimentos compensatórios para conseguir avançar o membro inferior afetado. Importância clínica A marcha espástica compromete significativamente a autonomia e qualidade de vida dos pacientes, sendo um indicativo de lesões neurológicas centrais crônicas ou progressivas. A identificação precoce desse padrão de marcha pode direcionar o diagnóstico e permitir intervenções que melhorem a mobilidade, previnam quedas e reduzam contraturas e deformidades musculares. O tratamento envolve uma abordagem multidisciplinar, com foco em reabilitação física, fisioterapia motora, uso de órteses e, em alguns casos, medicações antiespásticas ou até cirurgia ortopédica ou neurológica. https://youtu.be/Sjqfez_OLQc Durante o exame físico, além da observação da marcha, é importante identificar outros sinais de lesão do neurônio motor superior, como: Espasticidade (hipertonia elástica) Reflexos osteotendinosos exaltados Sinal de Babinski positivo Clônus Paresia espástica (força diminuída com rigidez) A marcha espástica geralmente é pouco fluida, com passos arrastados e dificuldade para virar ou caminhar em superfícies irregulares. Avaliações complementares, como ressonância magnética de crânio ou coluna, potenciais evocados e estudos genéticos, podem ser indicados conforme o contexto. Referências DeMyer W. Techniques of the Neurologic Examination. McGraw-Hill Education, 2004. Blumenfeld H. Neuroanatomy through Clinical Cases. Sinauer Associates, 2010. Brasil. Ministério da Saúde. Protocolo de Cuidados em Doenças Neurológicas Crônicas. Snell RS. Neuroanatomia Clínica. 7ª ed. Guanabara Koogan, 2011. Campbell WW. DeJong’s The Neurologic Examination. 7ª ed. Lippincott Williams & Wilkins, 2013. Deixe um comentário Cancelar resposta Conectado como Dr. Marcelo Negreiros. Edite seu perfil. Sair? Campos obrigatórios são marcados com * Message* Também pode te interessar… SInais Clínicos Marcha Espástica Dr. Marcelo Negreiros abril 2, 2025 SInais Clínicos Marcha Escarvante Dr. Marcelo Negreiros abril 2, 2025 SInais Clínicos Marcha Atáxica Dr. Marcelo Negreiros abril 2, 2025 SInais Clínicos Anisocoria Dr. Marcelo Negreiros abril 2, 2025

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Marcha Escarvante

🚶‍♂️ Marcha Escarvante A marcha escarvante (ou marcha em passo de ganso) é um padrão anormal de deambulação caracterizado pela dificuldade de elevação do pé ao caminhar, levando o paciente a levantar exageradamente o joelho e, em seguida, deixar o pé cair com força sobre o solo. O termo “escarvante” faz referência ao gesto de “raspar o chão”, semelhante ao movimento de um cavalo escavando o solo com a pata. Esse tipo de marcha é um sinal clínico clássico de pé caído (foot drop), geralmente causado por lesão do nervo fibular (peroneal) comum ou de vias motoras centrais que afetam os músculos dorsiflexores do pé. Como ocorre? Durante a marcha normal, o músculo tibial anterior e outros dorsiflexores (como extensor longo dos dedos e do hálux) mantêm o pé elevado durante a fase de balanço, evitando que ele arraste no chão. Quando esses músculos estão paralisados ou enfraquecidos, o paciente não consegue levantar o antepé e, para compensar, realiza uma elevação exagerada do quadril e joelho para não tropeçar. Essa elevação forçada da perna seguida da queda súbita do pé (com som audível) ao tocar o chão é característica da marcha escarvante. Importância clínica A marcha escarvante é um sinal clínico objetivo que indica comprometimento neuromuscular específico e precisa ser investigada. Ela afeta diretamente a segurança e autonomia do paciente, aumentando o risco de quedas, entorses e traumas. O diagnóstico precoce da causa permite instituir tratamento adequado, que pode incluir desde correção da causa primária, uso de órteses (tipo AFO), fisioterapia motora até abordagens cirúrgicas em casos selecionados. https://youtu.be/3D5MCbF3hbMhttps://youtu.be/UbEq20O8Bmc A marcha escarvante costuma ser evidente à simples observação, mas é fundamental realizar: Exame neurológico completo: avaliando força, sensibilidade e reflexos Teste de dorsiflexão do pé contra resistência Inspeção do pé: pé caído, pé cavo, alterações tróficas Exame da sensibilidade: dor, vibração, tato e temperatura na face anterolateral da perna e dorso do pé (território do fibular superficial e profundo) Exames complementares úteis incluem: Eletroneuromiografia: para localizar e quantificar a lesão nervosa Ressonância magnética de joelho ou coluna lombar: se houver suspeita de compressão radicular Exames laboratoriais: em casos de polineuropatia Características clínica Durante a observação da marcha escarvante, é possível notar: Elevação exagerada do joelho Queda abrupta do pé ao solo (foot slap) Arraste ou raspagem do dorso do pé Marcha unilateral ou bilateral Dificuldade de caminhar em terrenos irregulares ou escuros Quando bilateral, o paciente pode lembrar um andar típico de ganso, com ambas as pernas sendo levantadas em excesso, e a marcha se torna ainda mais instável. Referências DeMyer W. Techniques of the Neurologic Examination. McGraw-Hill Education, 2004. Blumenfeld H. Neuroanatomy through Clinical Cases. Sinauer Associates, 2010. Preston DC, Shapiro BE. Electromyography and Neuromuscular Disorders. 3rd ed. Elsevier, 2012. Brasil. Ministério da Saúde. Protocolo de Diagnóstico de Polineuropatias. Snell RS. Neuroanatomia Clínica. 7ª ed. Guanabara Koogan, 2011. Deixe um comentário Cancelar resposta Conectado como Dr. Marcelo Negreiros. Edite seu perfil. Sair? Campos obrigatórios são marcados com * Message* Também pode te interessar… SInais Clínicos Marcha Escarvante Dr. Marcelo Negreiros abril 2, 2025 SInais Clínicos Marcha Atáxica Dr. Marcelo Negreiros abril 2, 2025 SInais Clínicos Anisocoria Dr. Marcelo Negreiros abril 2, 2025 SInais Clínicos Hemotímpano Dr. Marcelo Negreiros abril 1, 2025

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Marcha Atáxica

🚶‍♂️ Marcha Atáxica A marcha atáxica é um tipo de distúrbio da marcha caracterizado por incoordenação motora durante a caminhada, resultando em passos irregulares, base alargada e instabilidade, como se o paciente estivesse “bêbado”. A palavra ataxia deriva do grego e significa literalmente “sem ordem”, refletindo a falta de coordenação muscular voluntária que compromete o equilíbrio e o controle postural. Esse tipo de marcha é um sinal clínico, não uma doença em si, e pode indicar lesão cerebelar, alteração proprioceptiva ou, em alguns casos, comprometimento do trato vestibular. Características clínicas Durante a observação da marcha atáxica, o paciente apresenta: Base alargada (afastamento dos pés) Passos irregulares e inseguros Desvio do trajeto ao caminhar Oscilações laterais do tronco Dificuldade para andar em linha reta Pode haver queda súbita ao fechar os olhos (marcha sensitiva) Em casos mais graves, o paciente pode precisar de apoio constante ou apresentar incapacidade de deambular sem auxílio. Importância clínica A marcha atáxica é um marcador importante de disfunção neurológica, podendo ser o primeiro sinal de doença cerebelar, mielopatia, neuropatia periférica ou labirintopatias. Por isso, não deve ser subestimada. Em contextos agudos, como um AVC de fossa posterior, a ataxia pode surgir subitamente e vir acompanhada de outros sinais como náuseas, disartria e instabilidade postural. Já em doenças degenerativas, a marcha atáxica tende a evoluir progressivamente, impactando significativamente a qualidade de vida. https://youtu.be/ovW3kFL7tE0https://youtu.be/GgDws3axSL0 A análise da marcha é um componente fundamental do exame neurológico. Para investigar a marcha atáxica, recomenda-se: Observar o paciente andando em linha reta, com e sem apoio. Avaliar marcha com os olhos fechados. Realizar prova de Romberg: indica ataxia sensitiva se houver desequilíbrio apenas com olhos fechados. Testar a coordenação de membros (teste dedo-nariz, calcanhar-joelho). Avaliar sensibilidade proprioceptiva, força e reflexos. Em muitos casos, exames de imagem (como a ressonância magnética do encéfalo) ou eletroneuromiografia podem ser necessários para elucidar a causa. Tipos de ataxia e suas causas A marcha atáxica pode se originar de diferentes sistemas envolvidos no controle do equilíbrio e da coordenação. Por isso, é útil classificá-la conforme a origem do comprometimento: 🧠 Ataxia cerebelar Decorre de lesões no cerebelo ou em suas vias aferentes e eferentes. Características: Marcha com base alargada e oscilação do tronco Dificuldade de coordenação em membros superiores (dismetria, disdiadococinesia) Disartria e nistagmo podem estar presentes Causas: AVC cerebelar Tumores na fossa posterior Esclerose múltipla Ataxias hereditárias (ex: Ataxia de Friedreich) Alcoolismo crônico Encefalites ou intoxicações 👣 Ataxia sensitiva Relacionada à perda da propriocepção, geralmente por lesão nas vias somatossensitivas (colunas posteriores da medula ou nervos periféricos). Características: Paciente caminha olhando para os pés Piora da marcha com os olhos fechados (prova de Romberg positiva) Pode coexistir com hipoestesia em membros inferiores Causas: Neuropatia periférica (diabética, carencial) Mielopatia por deficiência de vitamina B12 Sífilis terciária (Tabes dorsalis) Esclerose subaguda combinada da medula ⚖️ Ataxia vestibular Resulta de disfunções no sistema vestibular, afetando o senso de equilíbrio. Características: Marcha oscilante com tendência a cair para um lado Pode haver vertigem, nistagmo e náuseas Piora com movimentações rápidas da cabeça Causas: Neuronite vestibular Doença de Menière Schwannoma vestibular (neurinoma do acústico) Labirintites Decorre de lesões no cerebelo ou em suas vias aferentes e eferentes. Características: Marcha com base alargada e oscilação do tronco Dificuldade de coordenação em membros superiores (dismetria, disdiadococinesia) Disartria e nistagmo podem estar presentes Causas: AVC cerebelar Tumores na fossa posterior Esclerose múltipla Ataxias hereditárias (ex: Ataxia de Friedreich) Alcoolismo crônico Encefalites ou intoxicações Relacionada à perda da propriocepção, geralmente por lesão nas vias somatossensitivas (colunas posteriores da medula ou nervos periféricos). Características: Paciente caminha olhando para os pés Piora da marcha com os olhos fechados (prova de Romberg positiva) Pode coexistir com hipoestesia em membros inferiores Causas: Neuropatia periférica (diabética, carencial) Mielopatia por deficiência de vitamina B12 Sífilis terciária (Tabes dorsalis) Esclerose subaguda combinada da medula Resulta de disfunções no sistema vestibular, afetando o senso de equilíbrio. Características: Marcha oscilante com tendência a cair para um lado Pode haver vertigem, nistagmo e náuseas Piora com movimentações rápidas da cabeça Causas: Neuronite vestibular Doença de Menière Schwannoma vestibular (neurinoma do acústico) Labirintites Referências Blumenfeld H. Neuroanatomy through Clinical Cases. 2nd ed. Sinauer Associates, 2010. DeMyer W. Techniques of the Neurologic Examination. McGraw-Hill Education, 2004. Brasil. Ministério da Saúde. Protocolo de Diagnóstico das Doenças Neurológicas Degenerativas. Snell RS. Neuroanatomia Clínica. 7ª ed. Guanabara Koogan, 2011. Kaski D, Bronstein AM. “Vestibular and cerebellar gait ataxia.” Continuum (Minneap Minn). 2016;22(4):1104-1126. Deixe um comentário Cancelar resposta Conectado como Dr. Marcelo Negreiros. Edite seu perfil. Sair? Campos obrigatórios são marcados com * Message* Também pode te interessar… SInais Clínicos Marcha Atáxica Dr. Marcelo Negreiros abril 2, 2025 SInais Clínicos Anisocoria Dr. Marcelo Negreiros abril 2, 2025 SInais Clínicos Hemotímpano Dr. Marcelo Negreiros abril 1, 2025 SInais Clínicos Sinal de Bell Dr. Marcelo Negreiros abril 1, 2025

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Anisocoria

👁️ Anisocoria A anisocoria é definida como a diferença de diâmetro entre as pupilas, podendo ser um achado fisiológico benigno ou um sinal de lesão neurológica ou oftalmológica significativa. O termo vem do grego aniso (desigual) + kore (pupila), e costuma ser identificado durante o exame físico como uma assimetria pupilar perceptível a olho nu. Essa desigualdade pode ser discreta e estável, sem repercussões clínicas, ou pode surgir de forma abrupta e sintomática, exigindo investigação urgente. Principais causas A investigação da anisocoria deve considerar qual pupila está com alteração funcional: a que não contrai na luz ou a que não dilata no escuro. Isso ajuda a diferenciar lesões simpáticas e parassimpáticas. Pupila maior (midríase) — falha do sistema parassimpático Paralisia do III par craniano (oculomotor): anisocoria maior na luz, associada a ptose e desvio do olho para baixo e para fora. Midríase farmacológica: uso acidental de anticolinérgicos tópicos (ex: colírio cicloplégico). Síndrome de Adie: lesão do gânglio ciliar, pupila dilatada com reação lenta ou ausente à luz, comum em jovens mulheres. Glaucoma de ângulo fechado: pupila média fixa, dor intensa e olho vermelho. Pupila menor (miose) — falha do sistema simpático Síndrome de Horner: pupila pequena, ptose discreta e anidrose facial. Anisocoria maior no escuro. Uveíte anterior: inflamação ocular com miose e dor. Uso de colírios mióticos: como pilocarpina. Importância clínica A anisocoria pode ser um sinal sutil, mas vital, especialmente em contextos de emergência. Em um paciente com queixa de cefaleia, alteração visual ou déficit neurológico focal, uma anisocoria nova pode indicar compressão de estruturas intracranianas, acidente vascular cerebral ou hemorragia subaracnóidea. Por outro lado, em indivíduos assintomáticos, com anisocoria estável e reatividade pupilar preservada, muitas vezes trata-se de uma variante anatômica sem importância clínica. O diagnóstico da anisocoria é essencialmente clínico, feito através da inspeção direta das pupilas. Em ambientes com boa iluminação, observa-se se há diferença de tamanho entre as pupilas em repouso. A avaliação deve ser repetida em ambientes escuros, pois isso ajuda a determinar qual pupila está reagindo de forma anormal. Outros aspectos a serem observados: Reação à luz direta e consensual Tamanho e forma das pupilas Presença de ptose palpebral Movimentos oculares 📏 A anisocoria é considerada clinicamente significativa quando a diferença pupilar é maior que 0,4 mm, especialmente se for recente ou associada a outros sintomas neurológicos. Anisocoria fisiológica x patológica ✅ Fisiológica (benigna) Presente em até 20% da população saudável, geralmente menor que 1 mm, estável ao longo do tempo e sem outros sinais neurológicos. Ambas as pupilas reagem normalmente à luz e ao escuro. ⚠️ Patológica Relacionada a doenças neurológicas, oculares ou traumáticas, e pode vir acompanhada de sinais como ptose, diplopia, dor ocular ou cefaléia. Nesses casos, exige investigação imediata. Referências Blumenfeld H. Neuroanatomy through Clinical Cases. 2nd ed. Sinauer Associates, 2010. Brazis PW, Masdeu JC, Biller J. Localization in Clinical Neurology. 6th ed. Lippincott Williams & Wilkins, 2011. Snell RS. Neuroanatomia Clínica. 7ª ed. Guanabara Koogan, 2011. Brasil. Ministério da Saúde. Protocolo de Urgências Neurológicas. Kanski JJ, Bowling B. Oftalmologia Clínica. 8ª ed. Elsevier, 2016. Deixe um comentário Cancelar resposta Conectado como Dr. Marcelo Negreiros. Edite seu perfil. Sair? Campos obrigatórios são marcados com * Message* Também pode te interessar… SInais Clínicos Anisocoria Dr. Marcelo Negreiros abril 2, 2025 SInais Clínicos Hemotímpano Dr. Marcelo Negreiros abril 1, 2025 SInais Clínicos Sinal de Bell Dr. Marcelo Negreiros abril 1, 2025 SInais Clínicos Sinal de Desviamento da Úvula Dr. Marcelo Negreiros março 29, 2025

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