🩹 Alodinia

A alodinia é uma condição neurológica em que estímulos normalmente inofensivos são percebidos como dolorosos. Por exemplo, um leve toque na pele, o contato com roupas, ou mesmo uma corrente de ar podem causar dor intensa. Trata-se de um tipo de dor neuropática, geralmente associada a sensibilização do sistema nervoso.

O nome deriva do grego: álos (outro) + odynia (dor), ou seja, “dor de outro tipo de estímulo”.

Importância clínica

A alodinia é um marcador de dor neuropática e indica sensibilização central, o que justifica o uso de tratamentos específicos.

Ela pode limitar atividades simples, impactar o sono e a qualidade de vida, e é comum em pacientes com dor crônica mal controlada.

Reconhecer esse sinal é essencial para diferenciar dor neuropática de dor nociceptiva comum, e ajustar o tratamento com medicamentos neuromoduladores.

Durante o exame físico, a alodinia pode ser detectada usando:

  • Algodão ou pincel: para detectar alodinia tátil
  • Toque com a mão ou com tecido: para estímulo leve
  • Objeto metálico frio ou quente: para alodinia térmica

O paciente com alodinia refere dor a esses estímulos, mesmo sem sinais inflamatórios ou lesão visível.

Diferença entre alodinia, hiperalgesia e disestesia

TermoDefinição
AlodiniaDor causada por estímulo que não é normalmente doloroso
HiperalgesiaResposta exagerada a estímulo que normalmente causa dor
DisestesiaSensação anormal e desagradável, espontânea ou ao toque

A alodinia se diferencia por ocorrer com estímulos leves, muitas vezes rotineiros e não nocivos.

Principais causas

A alodinia está fortemente relacionada a doenças com disfunção das vias sensitivas. As causas mais comuns incluem:

  • Neuropatia diabética
  • Fibromialgia
  • Enxaqueca (alodinia cutânea cefálica)
  • Síndrome de dor regional complexa (SDRC)
  • Neuralgia pós-herpética
  • Esclerose múltipla
  • Lesões medulares ou encefálicas
  • Uso prolongado de opioides (hiperalgesia induzida por opioides)

Referências

  1. Brasil. Ministério da Saúde. Protocolo de Avaliação e Manejo da Dor Crônica.
  2. Jensen TS et al. A new definition of neuropathic pain. Pain, 2011.
  3. Treede RD et al. Mechanisms of neuropathic pain. Nat Rev Neurol, 2008.
  4. Ropper AH, Samuels MA. Adams & Victor: Principles of Neurology. McGraw-Hill, 2014.
  5. DeMyer W. Techniques of the Neurologic Examination. McGraw-Hill, 2004.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Rolar para cima