🤲 Sinal de Lewinson

O sinal de Lewinson é um sinal clínico de irritação meníngea caracterizado pela flexão involuntária dos membros inferiores ao se aplicar pressão sobre a parte superior do tórax do paciente em decúbito dorsal. Esse reflexo de defesa, semelhante ao sinal de Brudzinski, é interpretado como uma resposta inconsciente à dor provocada pelo estiramento das meninges.

Embora seja um sinal menos conhecido e pouco utilizado na prática clínica moderna, sua descrição complementa a gama de manobras que auxiliam na suspeita de meningite aguda e outras causas de inflamação meníngea.

Importância clínica

Apesar de ser um sinal pouco citado nos grandes manuais de neurologia modernos, o sinal de Lewinson reforça a importância da semiologia clínica clássica, especialmente em contextos com recursos diagnósticos limitados. Sua presença, ao lado de sinais como Brudzinski, Kernig, Amoss e rigidez de nuca, pode contribuir para fortalecer a suspeita de meningite e justificar a realização de exames complementares como punção lombar.

A ausência do sinal não exclui o diagnóstico, mas sua presença deve sempre ser considerada no contexto clínico geral do paciente.

O paciente deve estar deitado em decúbito dorsal, com os membros relaxados. O examinador então realiza pressão firme sobre a região superior do esterno ou clavícula, como se empurrasse levemente o tórax para baixo.

O sinal é considerado positivo quando, ao realizar essa pressão, o paciente flexiona involuntariamente os joelhos e quadris, semelhante ao que ocorre no sinal de Brudzinski.

Por que ocorre?

A pressão sobre o tórax provoca uma leve tração sobre a coluna vertebral e, por consequência, sobre as meninges e raízes nervosas espinhais. Em casos de irritação meníngea — como nas meningites bacterianas, virais ou fúngicas, ou ainda em hemorragias subaracnoides — esse estiramento desencadeia uma resposta protetora automática, com flexão das pernas, para reduzir a tensão.

Esse reflexo é mais facilmente observado em pacientes conscientes, mas pode também se manifestar discretamente em estados iniciais de irritação meníngea.

Quem Criou?

Dr. Richard Lewinson

O sinal de Lewinson foi descrito pelo médico Richard Lewinson, um clínico do início do século XX que contribuiu para a semiologia neurológica em um período anterior à ampla disseminação dos exames de imagem. Embora existam poucas informações biográficas detalhadas sobre ele nos registros médicos modernos, sabe-se que Lewinson observou e descreveu esse sinal no contexto da avaliação de meningite aguda, especialmente em crianças e pacientes febris com rigidez de nuca.

Referências

  1. DeMyer W. Techniques of the Neurologic Examination. McGraw-Hill, 2004.
  2. Brasil. Ministério da Saúde. Protocolo de Diagnóstico de Lombalgia e Ciatalgia.
  3. Ropper AH, Samuels MA. Adams & Victor: Principles of Neurology. McGraw-Hill, 2014.
  4. Blumenfeld H. Neuroanatomy through Clinical Cases. Sinauer Associates, 2010.
  5. Hoppenfeld S. Exame Físico da Coluna Vertebral e Extremidades. Manole, 2006.

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