🧠 Sinal de Brudzinski

O sinal de Brudzinski é um achado clínico clássico associado à irritação meníngea, sendo comumente pesquisado em pacientes com suspeita de meningite, hemorragia subaracnoide ou outras condições que inflamem as meninges. Seu nome é uma homenagem ao médico Josef Brudzinski, que descreveu o sinal em 1909.

Esse sinal baseia-se em um reflexo involuntário observado durante o exame físico, no qual a flexão passiva do pescoço induz a flexão dos joelhos e quadris. Esse movimento é uma resposta protetora inconsciente do paciente diante da dor provocada pelo estiramento das meninges.

Importância clínica

O sinal de Brudzinski é um dos três principais sinais de irritação meníngea, ao lado do sinal de Kernig e da rigidez de nuca. Embora não seja específico, sua presença aumenta a suspeita de processos inflamatórios ou hemorrágicos que acometem as meninges.

É importante destacar que sua ausência não exclui meningite, especialmente em crianças pequenas, idosos, imunossuprimidos ou pacientes em estados rebaixados de consciência. Ainda assim, permanece como um elemento valioso no exame clínico de pacientes com sintomas neurológicos agudos.

O sinal deve sempre ser interpretado em conjunto com outros achados clínicos e exames complementares, como punção lombar, hemograma, neuroimagem e culturas.

Para testar o sinal de Brudzinski, o paciente deve estar deitado em decúbito dorsal (posição supina), com os membros estendidos e relaxados. O examinador então segura suavemente a cabeça do paciente e realiza uma flexão passiva do pescoço, aproximando o queixo do tórax.

O sinal é considerado positivo quando, ao realizar esse movimento, o paciente flexiona involuntariamente os joelhos e os quadris, em resposta à dor ou ao desconforto causado pelo estiramento das meninges inflamadas. Em pacientes conscientes, esse reflexo pode ser sutil, mas é facilmente detectável em casos agudos.

Por que ocorre?

Em condições como meningite ou hemorragia subaracnoide, as meninges tornam-se hipersensíveis e inflamadas. Ao flexionar o pescoço, ocorre um estiramento da medula espinhal e das meninges, o que provoca dor intensa. Como resposta reflexa e protetora, o paciente flexiona as pernas, tentando aliviar o estiramento meníngeo e, consequentemente, a dor.

Essa resposta não é voluntária, o que a torna um importante sinal semiológico em pacientes com quadro febril, cefaleia, vômitos e rigidez de nuca, auxiliando na suspeita precoce de meningite.

Quem Criou?

Dr. Josef Brudzinski

O sinal de Brudzinski foi descrito pelo médico Josef Brudzinski, um pediatra e neurologista polonês, nascido em 1874. Ele trabalhou principalmente em Lviv (então parte do Império Austro-Húngaro, hoje na Ucrânia), e dedicou grande parte de sua carreira ao estudo das doenças infecciosas em crianças, especialmente a meningite.

Referências

  1. Ropper AH, Samuels MA. Adams & Victor: Principles of Neurology. 10ª ed. McGraw-Hill, 2014.
  2. Brasil. Ministério da Saúde. Protocolo de Manejo da Meningite Bacteriana Aguda.
  3. DeMyer W. Techniques of the Neurologic Examination. McGraw-Hill Education, 2004.
  4. Snell RS. Neuroanatomia Clínica. 7ª ed. Guanabara Koogan, 2011.
  5. Fischbach FT, Dunning MB. Manual de Exames Diagnósticos. Artmed, 2011.

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