
👀 Sinal de Binda
O sinal de Binda é um sinal clínico de irritação meníngea, caracterizado pela hipersensibilidade à pressão exercida sobre os globos oculares. Quando presente, indica inflamação ou irritação das meninges, sendo mais um recurso semiológico no contexto de meningite aguda, hemorragia subaracnoide ou outras condições que acometam as meninges cranianas.
Esse sinal foi descrito por Antonio Binda, médico italiano, e embora seja menos utilizado atualmente em relação aos sinais clássicos como Brudzinski ou Kernig, continua sendo um achado que pode reforçar a suspeita clínica em situações sugestivas.
Importância clínica
O sinal de Binda, embora não seja amplamente conhecido fora de contextos neurológicos mais específicos, pode ser útil quando os sinais clássicos de irritação meníngea estão ausentes ou pouco evidentes, especialmente em crianças, pacientes imunossuprimidos ou em avaliação ambulatorial precoce.
Ele deve ser interpretado em conjunto com outros sinais clínicos, como febre, cefaleia, náuseas, rigidez de nuca e os sinais de Brudzinski, Kernig ou Amoss. O exame não substitui a necessidade de investigação complementar com punção lombar e exames laboratoriais.

O examinador pressiona suavemente, com os olhos fechados do paciente, os dois globos oculares ao mesmo tempo, com os polegares ou dedos indicadores. A presença de dor ocular intensa ou aumento da sensibilidade à compressão sugere positividade do sinal.
O paciente pode relatar dor imediata, desconforto acentuado ou até reflexo de retirada diante da pressão leve — o que não ocorre em indivíduos sem irritação meníngea.
Por que ocorre?
Nas meningites, há inflamação das meninges cranianas, que envolvem não apenas o cérebro, mas também as estruturas vizinhas, como os nervos ópticos e as bainhas meníngeas que os acompanham. Quando as meninges estão inflamadas, qualquer tração ou pressão leve em estruturas adjacentes, como os olhos, pode provocar dor devido ao envolvimento meníngeo.
Essa sensibilidade é mais notável nos estágios iniciais da irritação meníngea, podendo desaparecer com o avanço da doença ou em casos mais graves com rebaixamento do nível de consciência.
Quem Criou?

Dr. Antonio Binda
O sinal de Binda foi descrito por Antonio Binda, um médico italiano do início do século XX. Sua contribuição ocorreu no contexto da semiologia neurológica voltada à identificação precoce da meningite aguda. Binda observou que pacientes com inflamação meníngea apresentavam dor ao se exercer pressão leve sobre os globos oculares, devido à irritação das meninges que envolvem também os nervos ópticos.
Referências
- DeMyer W. Techniques of the Neurologic Examination. McGraw-Hill, 2004.
- Brasil. Ministério da Saúde. Protocolo de Diagnóstico de Lombalgia e Ciatalgia.
- Ropper AH, Samuels MA. Adams & Victor: Principles of Neurology. McGraw-Hill, 2014.
- Blumenfeld H. Neuroanatomy through Clinical Cases. Sinauer Associates, 2010.
Hoppenfeld S. Exame Físico da Coluna Vertebral e Extremidades. Manole, 2006.
