💪 Sinal de Bikelé

O sinal de Bikelé é um sinal clínico neurológico utilizado para avaliar irritação meníngea ou radicular, especialmente envolvendo as raízes cervicais e torácicas superiores. Ele é considerado positivo quando há dor ao estender passivamente o braço do paciente com o cotovelo fletido, sugerindo sofrimento de estruturas nervosas como raízes espinhais, meninges ou o plexo braquial.

Esse sinal foi descrito por Alfred Bikelé, médico alemão do início do século XX, e embora seja menos conhecido que os sinais de Lasègue ou Brudzinski, pode ser útil como complemento na avaliação de meningites, radiculopatias cervicais e até em alguns casos de trauma medular.

Importância clínica

O sinal de Bikelé é um recurso complementar no exame neurológico, útil especialmente quando há suspeita de meningite com dor cervical, ou quando o paciente apresenta sintomas neurológicos em membros superiores. Sua positividade deve ser interpretada com cautela e sempre no contexto clínico geral, pois pode ocorrer também em condições ortopédicas ou traumáticas.

Embora não seja amplamente utilizado na prática clínica de rotina, é um exemplo da riqueza da propedêutica neurológica tradicional, ainda válida em muitos contextos, especialmente quando associada a outros sinais de irritação meníngea.

Com o paciente sentado ou em decúbito dorsal, o examinador realiza duas etapas:

  1. Flexão do ombro a 90° com o cotovelo também fletido a 90°

  2. Em seguida, o braço é levado para trás (extensão do ombro), mantendo o cotovelo fletido

O sinal é considerado positivo se o paciente refere dor aguda ou desconforto acentuado no trajeto do braço, ombro ou até região cervical, indicando tração de estruturas nervosas sensibilizadas.

Por que ocorre?

A movimentação descrita provoca um estiramento do plexo braquial e das meninges cervicais, especialmente quando há inflamação meníngea, compressão radicular ou alterações da medula espinhal. Em situações de meningite, por exemplo, o sinal de Bikelé pode se tornar positivo devido à hipersensibilidade das meninges cervicais.

Também pode ser observado em pacientes com hérnia de disco cervical, neurite braquial ou pós-traumatismos cervicais, refletindo sofrimento mecânico ou inflamatório das estruturas neurais superiores.

Quem Criou?

Dr. Alfred Bikelé

O sinal de Bikelé foi descrito pelo médico alemão Alfred Bikelé, ativo no início do século XX. Ele era neurologista e estudioso da propedêutica clínica, com interesse especial em sinais físicos que pudessem indicar doenças neurológicas graves, como a meningite

Referências

  1. DeMyer W. Techniques of the Neurologic Examination. McGraw-Hill, 2004.
  2. Brasil. Ministério da Saúde. Protocolo de Abordagem da Meningite e Dor Cervical.
  3. Blumenfeld H. Neuroanatomy through Clinical Cases. Sinauer Associates, 2010.
  4. Snell RS. Neuroanatomia Clínica. 7ª ed. Guanabara Koogan, 2011.
  5. Bikelé A. Untersuchungen über Meningitiszeichen. Neurologische Beiträge, 1910.

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