
🧠 Sinal de Amoss
O sinal de Amoss, também conhecido como manobra de Amoss ou sinal do tripé, é um achado clínico que indica irritação meníngea e é frequentemente pesquisado em casos de meningite aguda. O sinal é considerado positivo quando o paciente, ao tentar passar da posição deitada para a posição sentada, apoia as mãos atrás do corpo ou nas laterais, assumindo a postura de um “tripé” para aliviar a dor na coluna vertebral e na nuca.
Esse comportamento ocorre como reflexo protetor frente à dor desencadeada pelo esticamento das meninges inflamadas durante o movimento da coluna.
Importância clínica
Embora não seja amplamente utilizado como os sinais de Brudzinski e Kernig, o sinal de Amoss pode ser um indicador precoce de meningite, principalmente em crianças e pacientes que não conseguem expressar adequadamente a dor. Seu reconhecimento, associado a outros sinais de irritação meníngea, pode reforçar a necessidade de investigação urgente com punção lombar, exames laboratoriais e, quando necessário, neuroimagem.
O valor do sinal está na observação do comportamento espontâneo do paciente, o que o torna particularmente útil em situações onde a colaboração é limitada.
O sinal de Amoss pode ser percebido em pacientes com quadro febril, cefaleia, rigidez de nuca e mal-estar, especialmente durante o exame clínico. Ao solicitar que o paciente se sente na maca a partir da posição supina, ele tende a evitar flexionar o tronco bruscamente, e em vez disso, se apoia com os braços estendidos para trás ou para os lados, utilizando-os como suporte.
A imagem é característica: o corpo forma um “tripé” com os dois braços e o tronco, sinalizando desconforto intenso ao mobilizar a coluna vertebral. Esse comportamento é mais fácil de identificar em crianças, mas também pode ocorrer em adultos.
Por que ocorre?
Em casos de meningite, há inflamação e hipersensibilidade das meninges e das raízes nervosas espinhais. Quando o paciente tenta sentar-se sem apoio, a flexão da coluna traciona essas estruturas, provocando dor. Como mecanismo de defesa, o paciente evita o movimento brusco e busca apoio com os braços para estabilizar o corpo e minimizar o incômodo.
O sinal de Amoss também pode ser observado em outras condições que causam dor ou rigidez da coluna, como espondilite anquilosante ou lesões lombares, sendo por isso um sinal pouco específico, mas ainda útil no contexto clínico apropriado.
Quem Criou?

Dr. Harold Amoss
O sinal de Amoss foi descrito pelo médico norte-americano Harold Amoss (1877–1956), bacteriologista e pesquisador com importante atuação no início do século XX. Embora seja mais conhecido por seus estudos em microbiologia e doenças infecciosas, como a meningite meningocócica, seu nome ficou associado à identificação de um sinal clínico de irritação meníngea, especialmente observado em crianças com meningite.
Referências
- DeMyer W. Techniques of the Neurologic Examination. McGraw-Hill, 2004.
- Brasil. Ministério da Saúde. Protocolo de Manejo da Meningite.
- Blumenfeld H. Neuroanatomy through Clinical Cases. Sinauer Associates, 2010.
- Snell RS. Neuroanatomia Clínica. 7ª ed. Guanabara Koogan, 2011.
Ropper AH, Samuels MA. Adams & Victor: Principles of Neurology. McGraw-Hill, 2014.
