Corrimento branco: o que pode ser e quando se preocupar?

Você já notou um corrimento branco e ficou na dúvida se isso é normal ou sinal de algo errado? Fica tranquila: esse tipo de secreção é bastante comum entre as mulheres, e nem sempre representa um problema. Mas, claro, existem situações em que ele pode indicar infecções ou desequilíbrios que merecem atenção.

Vamos te explicar tudo de forma clara, sem tabu, pra você entender seu corpo e saber quando é hora de procurar ajuda médica.

O que é o corrimento branco?

O corrimento vaginal é uma secreção natural produzida pelo organismo da mulher. Ele tem a função de proteger, lubrificar e manter o equilíbrio da flora vaginal. O corrimento branco, especificamente, pode ter causas fisiológicas (ou seja, normais) ou patológicas (relacionadas a alguma condição que precisa de tratamento).

A chave está nos detalhes: aparência, cheiro, quantidade e se há outros sintomas associados, como coceira ou ardência.

Principais Causas

✅ 1. Corrimento fisiológico (normal)

Durante o ciclo menstrual, é normal que a mulher tenha secreções mais intensas em alguns períodos, principalmente perto da ovulação. Esse corrimento é geralmente branco ou transparente, sem cheiro forte, e não causa incômodo.

💡 Quando é normal:

  • Sem odor forte
  • Sem coceira ou ardência
  • Textura semelhante à clara de ovo ou mais cremosa
  • Acontece especialmente na ovulação ou durante a excitação sexual

⚠️ 2. Candidíase

A candidíase é uma infecção causada por fungos, principalmente a Candida albicans. Ela é muito comum e pode causar um corrimento branco, espesso, com aspecto de leite coalhado.

🧾 Sinais de alerta:

  • Corrimento branco espesso
  • Coceira intensa na região íntima
  • Ardência ao urinar ou na relação sexual
  • Vermelhidão e inchaço na vulva

Nesse caso, é importante buscar tratamento, que pode ser feito com antifúngicos, muitas vezes de uso local (cremes vaginais) ou oral.

⚠️ 3. Vaginoses e outras infecções

Embora o corrimento branco seja mais comum na candidíase, algumas vaginoses bacterianas também podem gerar secreções claras ou esbranquiçadas. A diferença costuma estar no cheiro (mais forte, às vezes semelhante a peixe) e na presença de outros sintomas.

📌 Atenção:
Se o corrimento vier acompanhado de mau cheiro, coceira, dor pélvica ou alterações urinárias, o ideal é consultar um profissional de saúde para avaliar corretamente.

⚠️ 4. Alterações hormonais

Situações como gravidez, uso de anticoncepcionais ou alterações hormonais naturais (como na adolescência ou pré-menopausa) podem aumentar a produção de corrimento branco. Se não houver sintomas associados, geralmente não há com o que se preocupar.

Quando procurar ajuda médica?

Você deve buscar orientação médica se notar:

  • Mau cheiro associado ao corrimento
  • Coceira, ardência ou desconforto
  • Alterações na cor ou na consistência do corrimento
  • Corrimento persistente mesmo fora do período ovulatório
  • Dor durante o sexo ou ao urinar

Nem todo corrimento é sinal de doença, mas é importante escutar o seu corpo. Se algo estiver diferente do seu normal, vale a pena investigar.

Dica final

Evite duchas vaginais, roupas muito apertadas e o uso prolongado de absorventes diários. Esses hábitos podem prejudicar a flora vaginal e aumentar o risco de infecções. A higiene deve ser feita com água e sabonete íntimo suave, sem exageros.

Aqui estão algumas dicas práticas para garantir que você esteja fazendo isso da melhor maneira possível:

  • Use Sabonetes Neutros: Opte por sabonetes neutros ou específicos para a região íntima. Evite produtos perfumados, pois eles podem causar irritação e desequilíbrio na flora vaginal.
  • Lave Apenas a Parte Externa: A vagina tem um sistema de autolimpeza natural. Lave apenas a parte externa (vulva) com água e sabonete neutro. Evite duchas internas, pois elas podem alterar o equilíbrio natural da flora vaginal.
  • Seque Bem: Após a lavagem, seque bem a região íntima com uma toalha limpa e macia. A umidade pode favorecer o crescimento de fungos e bactérias.
  • Roupas Íntimas de Algodão: Prefira roupas íntimas de algodão, que permitem a ventilação e ajudam a manter a região seca. Evite tecidos sintéticos que podem reter a umidade.
  • Troque de Roupa Íntima Diariamente: Troque de roupa íntima todos os dias e, se possível, após atividades físicas intensas ou em dias muito quentes.
  • Evite Produtos Desodorantes: Produtos desodorantes para a região íntima podem causar irritação e alergias. Mantenha a higiene simples e natural.
  • Higiene Durante a Menstruação: Durante o período menstrual, troque os absorventes ou tampões regularmente, a cada 4 a 6 horas, para evitar odores e infecções.
  • Higiene Após Relações Sexuais: Após relações sexuais, lave a região íntima com água e sabonete neutro para remover resíduos de lubrificantes e secreções.

Seguindo essas dicas, você estará cuidando da sua saúde íntima de maneira eficaz e segura. Lembre-se de que cada corpo é único, e é importante prestar atenção aos sinais que ele dá. Se notar qualquer alteração ou desconforto, não hesite em procurar um profissional de saúde.

Referências

  1. Ministério da Saúde. Candidíase: o que é, causas, sintomas e tratamento.
  2. CDC – Centers for Disease Control and Prevention. Vaginal Discharge.
  3. Sociedade Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO).
  4. World Health Organization (WHO). Reproductive health and gynecological infections.

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