
Síndrome de Pseudoexfoliação
A Síndrome de Pseudoexfoliação (PEX) é uma doença sistêmica caracterizada pelo acúmulo de material fibrilar anômalo nos tecidos oculares e em órgãos extraculares. Essa síndrome está fortemente associada ao desenvolvimento de glaucoma pseudoexfoliativo, sendo uma das principais causas de glaucoma de ângulo aberto secundário.
Fisiopatologia
A Síndrome de Pseudoexfoliação ocorre devido à deposição anormal de um material fibrilar na superfície do cristalino, íris, corpo ciliar, malha trabecular e outras estruturas oculares. Esse material pode levar ao comprometimento da drenagem do humor aquoso, resultando no aumento da pressão intraocular (PIO) e consequente dano ao nervo óptico. Além do envolvimento ocular, há evidências de que a PEX pode afetar outros órgãos, como coração, pulmões e rins.
Os pacientes com PEX podem ser assintomáticos ou apresentar sinais como aumento progressivo da PIO, atrofia da íris e pupilas pouco reativas. O exame oftalmológico revela a presença de material pseudoexfoliativo no cristalino, especialmente ao redor da margem pupilar, formando um padrão em “disco de touro”. O ângulo da câmara anterior pode apresentar pigmentação irregular devido à liberação de fragmentos do material pseudoexfoliativo. Em casos mais avançados, pode haver aumento da escavação do nervo óptico, levando ao diagnóstico de glaucoma pseudoexfoliativo.
Tratamento
O tratamento da Síndrome de Pseudoexfoliação visa controlar a pressão intraocular e prevenir a progressão para glaucoma. As abordagens incluem:
- Colírios hipotensores oculares, como betabloqueadores, análogos de prostaglandinas e inibidores da anidrase carbônica.
- Tratamento a laser (trabeculoplastia a laser de argônio ou seletiva), indicado para melhorar a drenagem do humor aquoso.
- Cirurgia filtrante (trabeculectomia ou implante de drenagem), em casos de glaucoma refratário ao tratamento clínico.
Monitoramento oftalmológico contínuo, essencial para acompanhar a progressão da PEX e evitar complicações visuais.
Além disso, pacientes com PEX apresentam maior risco de complicações intraoperatórias em cirurgias de catarata devido à fraqueza da zônula, exigindo planejamento cirúrgico adequado.
Referências
- Kanski, J. J., Bowling, B. “Oftalmologia Clínica: Uma Abordagem Sistemática”. Elsevier, 2015.
- Yanoff, M., Duker, J. S. “Oftalmologia de Yanoff e Duker”. Elsevier, 2018.
- American Academy of Ophthalmology. “Microphthalmia and Anophthalmia: Diagnosis and Management”.
Sociedade Brasileira de Oftalmologia. “Diretrizes para Diagnóstico e Tratamento do Glaucoma Neovascular”.
