
Edema de Córnea
O edema de córnea é uma condição oftalmológica caracterizada pelo acúmulo anormal de fluido na córnea, resultando em espessamento e perda da transparência. Esse processo pode ser desencadeado por disfunções do endotélio corneano, inflamações, traumas ou complicações pós-cirúrgicas, como após a facoemulsificação. A progressão do edema pode levar à distorção visual significativa e, em casos graves, dor ocular intensa devido à formação de bolhas epiteliais.
Fisiopatologia
A integridade da córnea depende do equilíbrio entre a produção e a drenagem do humor aquoso, bem como da função das células endoteliais, que bombeiam fluidos para fora do estroma corneano. Quando o endotélio sofre dano ou disfunção, ocorre acúmulo excessivo de fluido, resultando em espessamento e opacificação corneana. Entre as causas mais comuns estão a distrofia de Fuchs, uveítes crônicas, aumento prolongado da pressão intraocular e complicações cirúrgicas. O edema pode ser transitório ou progressivo, dependendo da extensão da disfunção endotelial.
Os sintomas do edema de córnea variam conforme a gravidade da condição. Nos estágios iniciais, os pacientes podem relatar visão embaçada, principalmente ao acordar, com melhora gradual ao longo do dia. Em casos mais avançados, a visão permanece constantemente turva, podendo ser acompanhada por halos ao redor das luzes e dor ocular significativa. O exame oftalmológico revela aumento da espessura corneana, pregas na membrana de Descemet e, em casos graves, a formação de microbolhas epiteliais. O diagnóstico diferencial deve excluir condições como ceratopatia bolhosa e distrofias corneanas.
Tratamento
O manejo do edema de córnea depende da sua etiologia e da gravidade dos sintomas. Entre as opções terapêuticas incluem-se:
- Colírios hipertônicos (cloreto de sódio 5%), utilizados para reduzir temporariamente o inchaço corneano.
- Lentes de contato terapêuticas, indicadas para proteger a córnea em casos de erosão epitelial e aliviar a dor.
- Controle da pressão intraocular, essencial nos casos associados a hipertensão ocular ou glaucoma.
- Cirurgias como transplante endotelial (DSAEK ou DMEK), indicadas para distrofia de Fuchs avançada e outras disfunções endoteliais severas.
Ceratoplastia penetrante, reservada para casos graves de opacificação corneana que não respondem a outras intervenções.
Referências
- American Academy of Ophthalmology. “Corneal Edema: Causes and Management.” Disponível em: https://www.aao.org. Acesso em: 20 de fevereiro de 2025.
- Mayo Clinic. “Fuchs’ Dystrophy.” Disponível em: https://www.mayoclinic.org. Acesso em: 20 de fevereiro de 2025.
- National Eye Institute. “Corneal Disorders.” Disponível em: https://www.nei.nih.gov. Acesso em: 20 de fevereiro de 2025.
- Harvard Medical School. “Ophthalmology: Corneal Conditions.” Disponível em: https://www.health.harvard.edu. Acesso em: 20 de fevereiro de 2025.
European Society of Cataract & Refractive Surgeons. “Management of Corneal Edema Post-Surgery.” Disponível em: https://www.escrs.org. Acesso em: 20 de fevereiro de 2025.
