Microftalmia

A microftalmia é uma anomalia congênita caracterizada pelo desenvolvimento anormalmente pequeno de um ou ambos os olhos. A condição pode variar em gravidade, desde formas leves até casos severos em que o olho é significativamente reduzido ou ausente. Essa alteração pode estar associada a outras malformações oculares e síndromes genéticas.

Fisiopatologia

A microftalmia ocorre devido a falhas no desenvolvimento ocular durante as primeiras semanas de gestação. A interrupção no crescimento do globo ocular pode ser causada por mutações genéticas, exposição a agentes teratogênicos (como infecções congênitas por rubéola, toxoplasmose ou citomegalovírus), deficiências nutricionais maternas ou exposição a substâncias tóxicas durante a gravidez. Dependendo da gravidade da alteração, a estrutura ocular pode ser funcional ou apresentar anormalidades que comprometam a visão.

A microftalmia pode ser identificada ao nascimento ou nos primeiros meses de vida. O olho afetado é visivelmente menor do que o normal e pode apresentar opacidades corneanas, colobomas ou anormalidades no cristalino e na retina. Em casos mais graves, o olho pode estar completamente ausente (anoftalmia). A acuidade visual varia conforme a extensão do comprometimento estrutural, podendo ir de leve redução visual até cegueira completa. Exames oftalmológicos detalhados, como ultrassonografia ocular e ressonância magnética, são essenciais para avaliar a anatomia interna do olho e planejar abordagens terapêuticas.

Tratamento

O tratamento da microftalmia depende do grau de comprometimento ocular e da presença de outras anomalias. As principais abordagens incluem:

  • Uso de próteses oculares para estimular o crescimento da cavidade orbitária e melhorar a estética facial em casos graves.
  • Correção cirúrgica de anormalidades associadas, como coloboma ou catarata congênita.
  • Óculos ou lentes de contato especiais, quando há algum grau de função visual preservada.
  • Acompanhamento multidisciplinar com oftalmologistas, geneticistas e terapeutas ocupacionais para otimizar a adaptação do paciente à sua condição.

Nos casos associados a síndromes genéticas, a avaliação genética é fundamental para diagnóstico preciso e aconselhamento familiar.

Referências

  1. Kanski, J. J., Bowling, B. “Oftalmologia Clínica: Uma Abordagem Sistemática”. Elsevier, 2015.
  2. Yanoff, M., Duker, J. S. “Oftalmologia de Yanoff e Duker”. Elsevier, 2018.
  3. American Academy of Ophthalmology. “Microphthalmia and Anophthalmia: Diagnosis and Management”.
  4. Sociedade Brasileira de Oftalmologia. “Diretrizes para Avaliação de Malformações Congênitas Oculares”.

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