Célula de Langerhans

As células de Langerhans são células imunológicas especializadas encontradas na epiderme, a camada mais externa da pele. Descobertas por Paul Langerhans no século XIX, essas células desempenham um papel crucial na defesa do corpo contra patógenos que entram pela pele. Funcionam como células apresentadoras de antígenos (APCs), capturando e processando antígenos para apresentá-los às células T, iniciando uma resposta imunológica adaptativa.

Além de sua função imunológica, as células de Langerhans estão envolvidas na manutenção da homeostase cutânea e na regulação de respostas inflamatórias. Estudos recentes têm explorado sua importância em diversas condições dermatológicas e doenças autoimunes, destacando seu papel multifuncional na imunidade da pele.

Função

As células de Langerhans desempenham funções essenciais no sistema imunológico:

  • Apresentação de Antígenos: Capturam, processam e apresentam antígenos às células T, iniciando uma resposta imunológica adaptativa. São fundamentais na detecção de patógenos e na ativação das respostas imunes.
  • Manutenção da Homeostase Cutânea: Contribuem para a manutenção do equilíbrio imunológico na pele, participando da reparação tecidual e da resposta inflamatória controlada.
  • Regulação de Respostas Imunológicas: Produzem citocinas e outros mediadores que modulam as respostas inflamatórias e imunes, prevenindo respostas excessivas que podem levar a danos teciduais.

Essas células não são apenas guardiãs da pele, mas também desempenham um papel crucial na comunicação e coordenação do sistema imunológico.

Imagem 01

Imagem 02

Imagem 03

Imagem 04

Microscopia Eletrônica: Em microscopia eletrônica é possível observar a intimidade das células de Langerhans. O núcleo tem contorno irregular, com profundas reentrâncias, por vezes multilobado. Lóbulos vizinhos são conectados por finas extensões de membranas nucleares justapostas. A cromatina é frouxa e bem distribuída, com adensamento junto à carioteca. Nucléolos não chamam a atenção. O citoplasma é amplo, finamente granuloso e organelas são esparsas. Entre elas há mitocôndrias, lisossomos (fortemente eletrodensos), perfis do retículo endoplasmático liso e rugoso, e aparelho de Golgi. 

Microscopia Eletrônica: As células de Langerhans têm estruturas que se parecem com pequenos tubos ligados à membrana externa da célula. Essas estruturas “sugam” moléculas do exterior da célula, como se estivessem fechando um zíper. Depois, essas partes são levadas para dentro da célula, formando os grânulos de Birbeck. Esses grânulos podem se conectar a outras vesículas dentro da célula, formando estruturas que parecem raquetes de tênis.

Essas “raquetes” ajudam as células de Langerhans a capturar e processar moléculas, especialmente as de gordura, para apresentá-las aos linfócitos T, que são células do sistema imunológico. Basicamente, as células de Langerhans são especialistas em identificar e apresentar esses antígenos ao sistema imunológico para ajudar na defesa do corpo.

Microscopia Óptica: Podemos observar um corte histológico de pele com a epiderme em evidência embora um pequeno pedaço da derme (parte mais clara no canto inferior esquerdo)  ainda pode ser visto. As setas mostram células de Langerhans com o citoplasma mais claro, até branco mesmo, em relação aos queratinócitos que estão ao redor. Essa célula é bastante semelhante aos melanócitos quando visto por microscopia óptica, diferindo através de sua localização ja que os melanócitos ficam mais na camada basal da epiderme.

Microscopia Óptica: Podemos observar um corte histológico de Histiocitose de Células de Langerhans com evidência em 02 celulas desse tipo. Elas se diferenciam das demais pelo seu tamanho maior característicamente são mononucleadas, com citoplasma róseo abundante e núcleos recurvados e indentados, de cromatina frouxa.

As células de Langerhans, quando observadas ao microscópio, possuem características distintivas. Sob o microscópio óptico, essas células aparecem como células dendríticas com prolongamentos longos e finos que se estendem entre os queratinócitos na epiderme. Seu núcleo é grande e irregular, frequentemente com contornos dentados. O citoplasma contém grânulos birrefringentes que podem ser visualizados com técnicas de coloração específicas, como a imunohistoquímica.

Ao utilizar um microscópio eletrônico, a complexidade das células de Langerhans é ainda mais evidente. Podemos ver as vesículas intracelulares chamadas grânulos de Birbeck, que são característicos dessas células e têm uma forma semelhante a raquetes de tênis.

Essas características estruturais únicas permitem que as células de Langerhans desempenhem suas funções eficazmente no sistema imunológico da pele.

Referências

  1. Sarmiento, L., & Peña, S. (2002). La c\u00e9lula de Langerhans. Biom\u00e9dica, 22(4), 462-465. Instituto Nacional de Salud, Bogotá, Colombia.
  2. Trindade, J. L. R. D. (2022). Envelhecimento da pele – Revisão narrativa da evolução histológica. Universidade Fernando Pessoa, Porto.
  3. Langerhans, P. (1868). Beiträge zur Kenntniss der Hautdrüsen und ihrer Erkrankungen. Archiv für Anatomie, Physiologie und wissenschaftliche Medicin.

Quem Descobriu?

Paul Langerhans

Paul Langerhans (1847-1888) foi um patologista, fisiologista e biólogo alemão, conhecido por suas descobertas significativas no campo da biologia celular. Ele é mais famoso por descobrir as células que secretam insulina, conhecidas como ilhotas de Langerhans, durante seus estudos de doutorado no Instituto Patológico de Berlim em 1869. Além disso, Langerhans também identificou as células de Langerhans na pele, que desempenham um papel crucial na resposta imunológica.

Avatar photo

Dr. Marcelo Negreiros

Autor do Artigo

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Rolar para cima