A Escala de Acidente Vascular Cerebral dos Institutos Nacionais de Saúde (NIHSS) é uma ferramenta vital e amplamente utilizada para avaliar a gravidade do acidente vascular cerebral (AVC) em pacientes. Desenvolvida para fornecer uma medida quantitativa do comprometimento neurológico, a NIHSS é utilizada tanto em contextos clínicos quanto de pesquisa para monitorar a progressão da doença e avaliar a eficácia das intervenções terapêuticas. Composta por 11 itens que examinam diferentes funções neurológicas, incluindo consciência, visão, força motora e coordenação, a NIHSS oferece uma avaliação abrangente e padronizada.

Calculadora da Escala NIHSS

Calculadora da Escala NIHSS

"O investigador deve escolher uma resposta mesmo se uma avaliação completa é prejudicada por obstáculos um tubo orotraqueal, barreiras de linguagem,trauma ou curativo orotraqueal. Um 3 é dado apenas se o paciente não faz nenhum movimento (outro além de postura reflexa) em resposta à estimulação dolorosa."

"O paciente é questionado sobre o mês e sua idade. A resposta deve ser correta – não há nota parcial por chegar perto. Pacientes com afasia ou esturpor que não compreendem as perguntas irão receber 2. Pacientes incapacitados de falar devido a intubação orotraqueal, trauma orotraqueal, disartria grave de qualquer causa, barreiras de linguagem ou qualquer outro problema não secundário a afasia receberão um 1. É importante que somente a resposta inicial seja considerada e que o examinador não “ajude” o paciente com dicas verbais ou não verbais. "

"O paciente é solicitado a abrir e fechar os olhos e então abrir e fechar a mão não parética. Substitua por outro comando de um único passo se as mãos não podem ser utilizadas. É dado credito se uma tentativa inequívoca é feita, mas não completada devido à fraqueza. Se o paciente não responde ao comando, a tarefa deve ser demonstrada a ele (pantomima) e o resultado registrado (i.e., segue um, nenhum ou ambos os comandos). Aos pacientes com trauma, amputação ou outro impedimento físico devem ser dados comandos únicos compatíveis. Somente a primeira tentativa é registrada."

Somente os movimentos oculares horizontais sãotestados. Movimentos oculares voluntários ou reflexos (óculo-cefálico) recebem nota, mas a prova calórica não é usada. Se o paciente tem um desvio conjugado do olhar, que pode ser sobreposto por atividade voluntária ou reflexa, o escore será 1. Se o paciente tem uma paresia de nervo periférica isolada (NC III, IV ou VI), marque 1. O olhar é testado em todos os pacientes afásicos. Os pacientes com trauma ocular, curativos, cegueira preexistente ou outro distúrbio de acuidade ou campo visual devem ser testados com movimentos reflexos e a escolha feita pelo investigador. Estabelecer contato visual e, então, mover-se perto do paciente de um lado para outro, pode esclarecer a presença de paralisia do olhar.

OS campos visuais (quadrantes superiores e inferiores) são testados por confrontação, utilizando contagem de dedos ou ameaça visual, conforme apropriado. O paciente deve ser encorajado, mas se olha para o lado do movimento dos dedos, deve ser considerado como normal. Se houver cegueira unilateral ou enucleação, os campos visuais no olho restante são avaliados. Marque 1 somente se uma clara assimetria, incluindo quadrantanopsia, for encontrada. Se o paciente é cego por qualquer causa, marque 3. Estimulação dupla simultânea é realizada neste momento. Se houver uma extinção, o paciente recebe 1 e os resultados são usados para responder a questão 11.

Pergunte ou use pantomima para encorajar o paciente a mostrar os dentes ou sorrir e fechar os olhos. Considere a simetria de contração facial em resposta a estímulo doloroso em paciente pouco responsivo ou incapaz de compreender. Na presença de trauma/curativo facial, tubo orotraqueal, esparadrapo ou outra barreira física que obscureça a face, estes devem ser removidos, tanto quanto possível.

O braço é colocado na posição apropriada: extensão dos braços (palmas para baixo) a 90° (se sentado) ou a 45° (se deitado). É valorizada queda do braço se esta ocorre antes de 10 segundos. O paciente afásico é encorajado através de firmeza na voz e de pantomima, mas não com estimulação dolorosa. Cada membro é testado isoladamente, iniciando pelo braço não-parético. Somente em caso de amputação ou de fusão de articulação no ombro, o item deve ser considerado não-testável (NT), e uma explicação deve ser escrita para esta escolha.

O braço é colocado na posição apropriada: extensão dos braços (palmas para baixo) a 90° (se sentado) ou a 45° (se deitado). É valorizada queda do braço se esta ocorre antes de 10 segundos. O paciente afásico é encorajado através de firmeza na voz e de pantomima, mas não com estimulação dolorosa. Cada membro é testado isoladamente, iniciando pelo braço não-parético. Somente em caso de amputação ou de fusão de articulação no ombro, o item deve ser considerado não-testável (NT), e uma explicação deve ser escrita para esta escolha.

A perna é colocada na posição apropriada: extensão a 30°(sempre na posição supina). É valorizada queda do braço se esta ocorre antes de 5 segundos. O paciente afásico é encorajado através de firmeza na voz e de pantomima, mas não com estimulação dolorosa. Cada membro é testado isoladamente, iniciando pela perna não-parética. Somente em caso de amputação ou de fusão de articulação no quadril, o item deve ser considerado não-testável (NT), e uma explicação deve ser escrita para esta escolha.

A perna é colocada na posição apropriada: extensão a 30°(sempre na posição supina). É valorizada queda do braço se esta ocorre antes de 5 segundos. O paciente afásico é encorajado através de firmeza na voz e de pantomima, mas não com estimulação dolorosa. Cada membro é testado isoladamente, iniciando pela perna não-parética. Somente em caso de amputação ou de fusão de articulação no quadril, o item deve ser considerado não-testável (NT), e uma explicação deve ser escrita para esta escolha.

Este item é avalia se existe evidência de uma lesão cerebelar unilateral. Teste com os olhos abertos. Em caso de defeito visual, assegure-se que o teste é feito no campo visual intacto. Os testes índex-nariz e calcanhar-joelho são realizados em ambos os lados e a ataxia é valorizada, somente, se for desproporcional á fraqueza. A ataxia é considerada ausente no paciente que não pode entender ou está hemiplégico. Somente em caso de amputação ou de fusão de articulações, o item deve ser considerado não-testável (NT), e uma explicação deve ser escrita para esta escolha. Em caso de cegueira, teste tocando o nariz, a partir de uma posição com os braços estendidos.

Avalie sensibilidade ou mímica facial ao beliscar ou retirada do estímulo doloroso em paciente torporoso ou afásico. Somente a perda de sensibilidade atribuída ao AVC é registrada como anormal e o examinador deve testar tantas áreas do corpo (braços [exceto mãos], pernas, tronco e face) quantas forem necessárias para checar acuradamente um perda hemisensitiva. Um escore de 2, “grave ou total” deve ser dados somente quando uma perda grave ou total da sensibilidade pode ser claramente demonstrada. Portanto, pacientes em esturpor e afásicos irão receber provavelmente 1 ou 0. O paciente com AVC de tronco que tem perda de sensibilidade bilateral recebe 2. Se o paciente não responde e está quadriplégico, marque 2. Pacientes em coma recebem arbitrariamente 2 neste item.

Uma grande quantidade de informações acerca da compreensão pode obtida durante a aplicação dos itens precedentes do exame. O paciente é solicitado a descrever o que está acontecendo no quadro em anexo, a nomear os itens na lista de identificação anexa e a ler da lista de sentença anexa. A compreensão é julgada a partir destas respostas assim como das de todos os comandos no exame neurológico geral precedente. Se a perda visual interfere com os testes, peça ao paciente que identifique objetos colocados em sua mão, repita e produza falas. O paciente intubado deve ser incentivado a escrever. O paciente em coma receberá automaticamente 3 neste item. O examinador deve escolher um escore para pacientes em estupor ou pouco cooperativos, mas a pontuação 3 deve ser reservada ao paciente que está mudo e que não segue nenhum comando simples.

Se acredita que o paciente é normal, uma avaliação mais adequada é obtida, pedindo-se ao paciente que leia ou repita palavras da lista anexa. Se o paciente tem afasia grave, a clareza da articulação da fala espontânea pode ser graduada. Somente se o paciente estiver intubado ou tiver outras barreiras físicas a produção da fala, este item deverá ser considerado não testável (NT). Não diga ao paciente por que ele está sendo testado.

Informação suficiente para a identificação de negligência pode ter sido obtida durante os testes anteriores. Se o paciente tem perda visual grave, que impede o teste da estimulação visual dupla simultânea, e os estímulos cutâneos são normais, o escore é normal. Se o paciente tem afasia, mas parece atentar para ambos os lados, o escore é normal. A presença de negligência espacial visual ou anosagnosia pode também ser considerada como evidência de negligência. Como a anormalidade só é pontuada se presente, o item nunca é considerado não testável.

----------------------------

Resultado:

Pontuação NIHSS Gravidade
0 Não AVE
1-4 AVE Minor
5-15 AVE Moderado
16-20 AVE Moderado/Grave
21-42 AVE Grave

Sentenças para leitura no item 09.

Lista para nomeação no item 09

Figura para o item 09

Lista para item 10

O NIHSS pode ajudar os médicos a quantificar a gravidade de um derrame em um cenário agudo.

A Escala de AVC do Instituto Nacional de Saúde (NIHSS) foi desenvolvida para ajudar os médicos a classificar objetivamente a gravidade dos AVCs isquêmicos.

  • Pontuações crescentes indicam um derrame mais grave e demonstraram correlação com o tamanho do infarto na avaliação por TC e RM.
  • Foi demonstrado que as pontuações do NIHSS, quando avaliadas nas primeiras 48 horas após um derrame, correlacionam-se com os resultados clínicos na marca de 3 meses e 1 ano.
  • Pacientes com pontuação total de 4 ou menos geralmente apresentam resultados clínicos favoráveis ​​e alta probabilidade de independência funcional, independentemente do tratamento.

Pontos a ter em mente:

  • Muitas diretrizes e protocolos alertam que a administração de tPA em pacientes com pontuação NIHSS alta (>22) está associada ao aumento do risco de conversão hemorrágica.
  • Esses pacientes, no entanto, também são os mais gravemente debilitados e dependentes devido aos derrames.
  • Alguns componentes do NIHSS têm menor confiabilidade entre avaliadores (por exemplo, movimento facial, ataxia de membros, negligência, nível de consciência e disartria), e alguns podem ser bastante limitados devido ao estado mental alterado, por exemplo.
  • Foi descoberto que uma versão mais simples e modificada do NIHSS tem maior confiabilidade entre avaliadores com desempenho clínico equivalente, embora não tenha sido tão amplamente adotada quanto o NIHSS original.
  • O paciente com síndrome de acidente vascular cerebral (AVC) de circulação posterior, mesmo com grande território, ainda pode ter um NIHSS baixo ou normal, destacando uma de suas limitações importantes.
 
  • Consulte um neurologista imediatamente (se disponível) para todos os pacientes que apresentam acidente vascular cerebral isquêmico.
  • Avalie se o paciente é um candidato potencial para receber trombólise intravenosa (tPA) .
  • Considere exames de imagem adicionais, incluindo tomografia computadorizada, angiotomografia e ressonância magnética/ARM.
GERENCIAMENTO

Em pacientes que apresentam sintomas relacionados a acidente vascular cerebral isquêmico:

  • Consulte Neurologia.
  • Determine o início dos sintomas do AVC (ou a última vez em que o paciente se sentiu ou foi observado normal).
  • Obtenha uma tomografia computadorizada de crânio para avaliar acidente vascular cerebral hemorrágico.
  • Em circunstâncias apropriadas e em consulta com a neurologia e o paciente, considere trombólise intravenosa para acidentes vasculares cerebrais isquêmicos em pacientes sem contraindicações.
  • Considere sempre simulações de AVC no diagnóstico diferencial, especialmente em casos com características atípicas (idade, fatores de risco, histórico, exame físico), incluindo:
    • Recrudescência de acidente vascular cerebral antigo devido a estresse metabólico ou infeccioso;
    • Paralisia de Todd após convulsão;
    • Enxaqueca complexa;
    • Pseudoconvulsão, transtorno de conversão
AÇÕES CRÍTICAS
  • O NIHSS é amplamente preditivo de resultados clínicos, mas é importante reconhecer que os casos individuais variam e que as decisões de tratamento devem ser tomadas em consulta com o paciente sempre que possível.
  • Pacientes com pontuação <4 têm grande probabilidade de apresentar bons resultados clínicos.
  • Sempre que possível, pacientes com AVC agudo devem ser transferidos para um centro de AVC para avaliação e tratamento iniciais, pois o atendimento holístico (otimização médica, início precoce de fisioterapia e terapia ocupacional, educação do paciente e da família e planejamento de alta) está associado a melhores resultados clínicos; alguns argumentam que a maioria dos ganhos na morbidade e mortalidade por AVC se deve a essas melhorias no atendimento ao AVC.

Quem Criou?

Dr. Patrick D. Lyden

Patrick D. Lyden, MD é presidente do Departamento de Neurologia, Diretor do Programa de AVC e ocupa a Cátedra Carmen e Louis Warschaw em Neurologia no Cedars-Sinai. Anteriormente, ele foi professor e vice-presidente de neurologia clínica na UCSD e atuou como Chefe Clínico de Neurologia e Diretor do Centro de AVC no Centro Médico da UCSD. O Dr. Lyden publicou mais de 200 artigos e resumos de periódicos e editou um livro-texto sobre intervenção em AVC.

Avatar photo
Dr. Marcelo Negreiros
Autor da Adaptação

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Rolar para cima