Anéis de Kayser-Fleischer

Os Anéis de Kayser-Fleischer são um sinal clínico importante e diagnóstico associado à Doença de Wilson, uma condição genética rara caracterizada pela acumulação de cobre no organismo. Esses anéis aparecem como depósitos marrom-ouro na periferia da córnea, visíveis através de exame oftalmológico com lâmpada de fenda. A detecção desses anéis é crucial, pois muitas vezes é um dos primeiros sinais visíveis da Doença de Wilson, que pode levar a complicações hepáticas, neurológicas e psiquiátricas se não for tratada adequadamente.

Fisiopatologia

Os Anéis de Kayser-Fleischer são formados pelo acúmulo de cobre na córnea, especificamente na membrana de Descemet, que fica na região perilímbica. Esse acúmulo ocorre devido a uma disfunção no metabolismo do cobre, que é uma característica da Doença de Wilson. Na Doença de Wilson, o fígado não consegue eliminar adequadamente o cobre, levando ao seu acúmulo em vários órgãos, incluindo os olhos. À medida que o cobre se acumula na córnea, ele forma depósitos de cor marrom-ouro, resultando nos anéis visíveis durante um exame oftalmológico com lâmpada de fenda.

Os Anéis de Kayser-Fleischer são descritos como depósitos de cor marrom-ouro que aparecem na periferia da córnea, na região perilímbica. Estes anéis são visíveis através de exame oftalmológico com lâmpada de fenda e são formados pelo acúmulo de cobre na membrana de Descemet. Eles costumam ter uma aparência circular ou semicircular e podem variar em intensidade de cor, dependendo da quantidade de cobre acumulado.

Agora vamos criar um exemplo fictício de uma descrição semiológica dos aneis de Kayser-Fleischer para ser acrescentado no prontuário do paciente.

“Paciente apresenta anéis de marrom-dourados visíveis na periferia da córnea, particularmente na região perilímbica. “

O tratamento dos Anéis de Kayser-Fleischer foca no tratamento da Doença de Wilson, que é a causa subjacente do acúmulo de cobre na córnea. Os principais componentes do tratamento incluem:

  • Quelantes de Cobre: Medicamentos como penicilamina ou trientina são usados para remover o excesso de cobre do corpo.
  • Dieta Pobre em Cobre: Reduzir a ingestão de alimentos ricos em cobre pode ajudar a controlar os níveis de cobre no corpo.
  • Terapia de Manutenção: Após a redução inicial dos níveis de cobre, a terapia de manutenção com baixa dose de penicilamina, trientina ou zinco oral pode ser necessária para evitar a reacumulação de cobre.

O tratamento precoce é crucial para prevenir complicações graves e melhorar os resultados a longo prazo

Referências

  1. Moreira DM, Moreira JSR, Fritscher LG, Garcia RG de, Rymer S. Anéis de Kayser-Fleischer. Arq Bras Oftalmol [Internet]. 2001Nov;64(6):589–93. Available from: https://doi.org/10.1590/S0004-27492001000600018
  2. Dening TR, Berrios GE (fevereiro de 1990). “Confusão epônima sobre Bruno Fleischer”. Lancet . 335 (8684): 291. doi : 10.1016/0140-6736(90)90108-H . PMID 1967744

Quem Descreveu?

Dr. Bernhard Kayser

Bernhard Kayser (1869-1954) foi um oftalmologista alemão nascido em Bremen. Kayser trabalhou como interno em Tübingen e assistente médico em Freiburg im Breisgau antes de se tornar médico de bordo na North German Lloyd Shipping Company e passar 2,5 anos no Brasil como médico geral. Mais tarde, ele se especializou em oftalmologia e se estabeleceu em Stuttgart, onde passou o resto de sua vida. Kayser é mais conhecido por descrever os Anéis de Kayser-Fleischer em 1902, uma descoberta que fez contribuições significativas para o diagnóstico da Doença de Wilson.

Quem Descreveu?

Dr. Bruno Otto Fleischer

Bruno Otto Fleischer (1874-1965) foi um oftalmologista alemão conhecido por suas contribuições significativas para o campo da oftalmologia. Ele é mais famoso por descrever os Anéis de Kayser-Fleischer em 1903, juntamente com Bernhard Kayser. Além disso, Fleischer também descreveu os anéis de Fleischer em 1906, que são depósitos de ferro na córnea associados ao ceratocone. Sua pesquisa e descobertas ajudaram a melhorar o diagnóstico e a compreensão de várias condições oculares.

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Dr. Marcelo Negreiros

Autor do Artigo

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